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Fala sobre os desafios dos profissionais de Recursos Humanos no enfrentamento de doenças ocupacionais.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Artigo Científico apresentado ao Curso de Recursos Humanos como requisito parcial à aprovação na Disciplina Estudo de Caso em Carreira. Orientação: Profª Ana Rita Braúna Alencar FORTALEZA 2020
A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20 , I da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991 considerada toda enfermidade produzida ou gerada a partir do exercício do trabalhador em determinada função ligada diretamente a sua profissão No mundo todo, a cada 15 segundos um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionadas com o trabalho e aproximadamente 115 sofrem um acidente laboral, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho fatais, fazendo com que 90% dos recursos do INSS sejam consumidos pelo pagamento dos benefícios previdenciários e acidentários para os segurados e dependentes. Como a visão da Associação de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (AGSSO), as organizações percebem que através da promoção da saúde e segurança, os trabalhadores se envolvem nas práticas éticas que é de extrema importância para as organizações. Com a percepção dessa adoção, novos princípios geraram menos custos com saúde e contribuíram para outros fatores como a diminuição da rotatividade, maior produtividade e eficiência que fizeram com que houvesse um aumento na adesão e conscientização na formação de ambientes de trabalho mais saudáveis. Com isso, ocorreu uma queda na quantidade de afastamentos e incapacidades para o trabalho, assim aumentando as taxas de retenção de funcionários. A área de RH das empresas desempenha um papel fundamental e efetivo no desenvolvimento de melhorias culturais que enriquecem a qualidade de vida e produtividade no trabalho. Uma gestão considerada eficaz no serviço de saúde e segurança do trabalho está mais propensa a alcançar o êxito duradouro. Com isso, investir em saúde e segurança significa gerar o bem-estar entre os colaboradores, reduzindo os riscos e aumentado a proteção do colaborador na execução de suas atividades profissionais, o importante é que mais do que cumprir com a legislação, é ter a sensibilidade de cuidado com o próximo. Partindo desse princípio, consideramos como objetivo principal a análise acerca dos riscos que os trabalhadores estão expostos durante a execução de suas atividades laborais e a postura que os profissionais de Recursos Humanos devem adotar frente a esses problemas. Para atingir a resolução desses questionamentos serão utilizados os seguintes objetivos: Apresentar a definição de doença ocupacional e como o profissional de Recursos Humanos deve agir para combatê-la.
Verificar se o colaborador sofreu algum dano durante as atividades executadas relacionadas a sua profissão e quais medidas foram tomadas pelos superiores frente a essa questão. Como parte fundamental e ponto de partida para essa pesquisa, a pergunta norteadora foi: Quais os desafios do profissional de Recursos Humanos no enfrentamento às doenças ocupacionais? Para a elaboração dessa questão e do discernimento desse tema, partiu-se do pressuposto que um profissional de Recursos Humanos deve trabalhar com maneiras favoráveis para o enfrentamento às doenças ocupacionais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Evolução da saúde no ambiente de trabalho Até a chegada da Revolução industrial, o indivíduo deveria exercer funções que apresentavam esforços exacerbados e carga horária indefinida, tendo a mínima preocupação com a saúde e a segurança para com o mesmo. Essa revolução trouxe a modernidade e a utilização de diversas máquinas, como poucos sabiam manuseá-las, ocorreram vários acidentes e por isso trouxe uma visão maior sobre a saúde e segurança no trabalho. Pode ser observado por GARCIA (2017, p. 640), Após o surgimento da Revolução Industrial, passou-se a verificar diversas doenças e acidentes ocupacionais, chamando a atenção da sociedade e do Estado quanto ao problema. Com isso, surgem normas pertinentes ao meio ambiente do trabalho, procurando manter a saúde do trabalhador, prevenindo riscos, acidentes e doenças no trabalho. No Brasil, com o crescimento dos trabalhadores industriais, houve a necessidade de uma melhor condição de trabalho e salário. Nisso, em 1984, surgiu a PST (Programa de Saúde do trabalhador) da qual foi influenciada pela OMS e a OIT, nesse ponto houve a necessidade de falar sobre as doenças ocupacionais e a saúde do trabalhador. GALAFASSI (1998, p. 26) Sugere que “Os casos de doenças ocupacionais vêm aumentando gradativamente na mesma proporção do crescimento industrial, e considerando a extensão dessas doenças”. Com a chegada do SUS, a participação da Instrução Normativa de Vigilância do trabalhador- VISAT nesse sistema trouxe um grande significado para a época. Em 1999, foram publicadas as doenças relacionadas ao trabalho, divulgadas em 2001 são utilizadas com médicos e peritos de saúde geral até hoje. (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001, p. 19) : Essa diversidade de situações de trabalho, padrões de vida e de adoecimento tem se acentuado em decorrência das conjunturas política e econômica. O processo de reestruturação produtiva, em curso acelerado no
2.2 Os desafios do RH com as doenças ocupacionais. As doenças ocupacionais acontecem de forma gradual dentro de uma empresa. Para o colaborador, fazer uma tarefa repetitiva durante muito tempo ou ter muito esforço físico sem nenhum tipo de preparo antes, pode demandar problemas de saúde. Por isso é necessário abordar esse tema e o RH como intermediador criar estratégias para inibir o aparecimento desses riscos a saúde. Os recursos humanos dentro da empresa tem papel de agir como mediador dos interesses dos colaboradores e da empresa e precisa estar sempre disponível para ouvir as necessidades e expectativas dos colaboradores quanto ao seu trabalho. É também a área responsável por inserir programas para proporcionar mais qualidade de vida no trabalho, organizando ações de capacitação e bem-estar geral. Segundo CHIAVENATO, (2000) : A definição de administração de Recursos Humanos ou Gestão de Pessoas é a junção de atitudes e métodos, técnicas e praticas pré-definidas, intencionando gerenciar os comportamentos internos e potencializar o recurso humano nas empresas. Somente em 2017, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) registrou 196.754 benefícios a trabalhadores que precisaram se afastar de suas atividades profissionais devido a algum problema de saúde relacionado ao próprio trabalho. Essas doenças aparecem de forma silenciosa como, por exemplo, um funcionário que passa muito tempo digitando em um escritório pode desenvolver LER (Lesão por esforço repetitivo) nos punhos, as costureiras que trabalham em fabricas de roupas podem ter DORTs (Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalho) tendinites, dorsalgias e hérnia de disco, os trabalhadores da área de limpeza podem desenvolver DO (Dermatose Ocupacional) alergia que ataca a pele e pode levar a canceres de pele, dermatites e infecções. Todas essas doenças são prejudiciais à vida das pessoas como tais podem reduzir a capacidade do colaborador de realizar suas atividades sendo muito frequente que as limitações decorrentes da própria doença impossibilitem o retorno ao serviço, acarretando assim perca de produtividade e de pessoal, problemas de imagem e reputação da empresa e custos com indenizações, contratação e treinamento de novos funcionários. Toda função é passível de desenvolvimentos de doenças ocupacionais. A avaliação e o controle dos riscos de doenças psicossociais no local de trabalho são de suma importância para o enfrentamento. Para o RH elaborar estratégias que sejam eficazes no combate, demanda saber que isso trará um beneficio não só para o colaborador em si, mas também para a organização. Criar um bom clima organizacional faz com que as pessoas se sintam importantes, cuidadas isso faz com que trabalhem mais felizes e de maneira eficaz. De acordo com CHIAVENATO (2010), “o clima pode ser visto como os sentimentos que os indivíduos têm e a
maneira que eles interagem entre si, com os clientes ou com os elementos externos”. 2.3O RH no combate as doenças ocupacionais. Sendo a prevenção a melhor maneira de evitar as doenças laborais, promover saúde e bem estar nas organizações é um ato muito importante quando falamos de prevenção. Algumas atitudes benéficas que podem ser tomadas são: Utilizar os canais de comunicação interna para informar os colaboradores sobre os riscos de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, assim como para alertar e conscientizar para as ações de prevenção. Promover palestras e treinamentos com profissionais capacitados para abordar temas sobre boas condutas no ambiente de trabalho, regras de proteção e cuidados com a saúde. Reservar horários de pausas para ginasticas ou alongamentos com profissionais capacitados e estimular essa pratica de exercício não somente dentro das empresas como também em casa, ou antes, de começar as atividades no trabalho. Oferecer os equipamentos corretos de proteção para as atividades como protetores de orelha, cadeiras confortáveis, luvas, botas, aventais, óculos, mascaras. Proporcionar horas de descanso e pausas adequadas, não expor os trabalhadores a exercerem funções que vão além da sua obrigação e que podem submetê-los a lesões futuras (como trabalhar mais do que o correto ou levar mais peso do que o necessário). Ofertar serviços médicos e orientar em procurar ajuda medica caso perceba algum sintoma (como dores excessivas, inchaço, coceiras, dormência e etc.). Divulgar medidas de segurança, como podem agir em casos de acidentes e a forma correta de trabalhar para que os mesmos não se exponham a riscos. Fazer a gestão do estresse laboral para promover o bem-estar mental dos colaboradores com áreas de convivência e descanso. Cumprir com todas as normas regulamentadoras (NRs) que determinam os fatores de prevenção no ambiente laboral, para atender as leis de segurança no trabalho.
Este artigo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica da qual foram utilizados livros, artigos, monografias, revistas e sites para elaborá-lo. Como observado por Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, “Abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”. Também foi aplicado um estudo de caso de natureza Quantitativa, uma vez , que, segundo Stake (2000, p.436) “o estudo de caso como estratégia de pesquisa caracteriza-se justamente por esse interesse em casos individuais e não pelos métodos de investigação, os quais podem ser os mais variados, tanto qualitativos como quantitativos”. Para melhor compreensão do assunto, foi realizada uma pesquisa com indivíduos de idades variadas e de forma anônima. Para a coleta de dados foi criado um questionário com algumas questões que abordam o tema, esse questionário foi elaborado pela ferramenta Google formulário e enviado pelo aplicativo de mensagem chamado whatsapp.
