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Estudo e resumo, pra facilitar o entendimento sobre dpoc - doença pulmonar obstrutiva cronica
Tipologia: Notas de aula
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Resumos Clínicos - Pulmonar Obstrutiva
Crônica
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada pela limitação persistente ao fluxo aéreo e que não é completamente reversível. É uma doença geralmente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal das vias aéreas e dos pulmões a partículas nocivas e gases inalados.
O tabagismo é o fator de risco mais associado à DPOC, mas outros poluentes como alguns produtos químicos, poeira, pó de carvão, combustíveis e fumaças não devem ser esquecidos na avaliação do paciente. Antigamente, a prevalência era superior nos homens, porém com o passar dos anos nota-se o aumento dos casos nas mulheres.
A maioria dos paciente com DPOC apresenta dispnéia crônia,que costuma aparecer tardiamente, e progressiva tosse, seca ou produtiva, que pode alterar o padrão diariamente conforme exposição aos fatores de risco. Nos períodos de exacerbação da doença, normalmente a tosse se apresenta produtiva e a secreção altera seu padrão habitual.
Em casos de doença grave, os pacientes tendem apresentar fadiga, perda de peso e anorexia. Esses são sinais e sintomas que costumam ser relacionados com pior prognóstico e podem estar associados a outras doenças , como câncer e tuberculose.
Os pacientes com DPOC podem apresentar outras comorbidades associadas, como Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), fazendo-se necessário diferenciar tratamento inadequado dessas condições, que contribuem para a piora do sintoma de dispneia.
Ao exame físico o paciente pode apresentar murmúrio vesicular diminuído e sibilos distribuídos difusamente. Sibilos não são sintomas específicos , mas podem estar presentes e variar conforme o dia.
Na radiografia de tórax evidencia-se padrão de hipertransparência e infiltração ao longo dos feixes broncovasculares.
Além disso, pacientes com DPOC podem apresentar hipertensão arterial pulmonar ou cor pulmonale, que devem ser suspeitadas por alterações clínicas como hiperfonese de B2 em foco pulmonar, turgência jugular, refluxo hepatojugular e edema de MMII. Da mesma maneira, sinais radiográficos como aumento do ventrículo direito ou artérias pulmonares no RX simples, eletrocardiográficos (sobrecarga
câmaras direitas) ou ecocardiográficos (aumento de VD, PsAP acima de 35mmHg) devem seguir investigação para comprovar a suspeita de hipertensão pulmonar
O diagnóstico de DPOC deve ser considerado nos pacientes com quadro de dispneia, tosse crônica, seca ou produtiva, que apresentam história de exposição a fatores de risco para a doença (tabagismo ativo ou passivo, exposição a poluentes e outras fumaças). A suspeita clínica da doença é indicação para realização de espirometria, padrão-ouro no diagnóstico do DPOC.
A espirometria é um exame de função pulmonar necessário para o diagnóstico de DPOC. A presença pós-broncodilatador de FEV1/CVF<0,7 (índice de Tiffeneau) confirma a presença de limitação ao fluxo aéreo persistente, ou seja, o diagnóstico de DPOC.
A classificação do DPOC pelos estágios A, B, C ou D, tem sido amplamente utilizada, pois além de auxiliar na opção terapêutica, avalia o impacto da doença para o paciente e os riscos de futuras exacerbações. Cada estágio é caracterizado pela combinação de três parâmetros: espirométrico, sintomas e risco de exacerbação/internação.
Estágio 1 - leve VEF1 ≥ 80% do previsto Estágio 2 - moderado 50% ≤ VEF1 < 80% do previsto Estágio 3 - grave 30% ≤ VEF1 < 50% do previsto Estágio 4 - muito grave VEF1 < 30% do previsto Fonte: GOLD (2014)
Baixo risco:
Paciente que apresentam no máximo uma exacerbação ao ano sem hospitalização.
Alto risco:
Pacientes que apresentem qualquer hospitalização por exacerbação ou dois episódios ou mais de exacerbação por ano.
Grupo A: baixo risco, pouco sintomático Paciente no Estadio GOLD 1 ou 2 (leve a moderada limitação do fluxo de ar) E/ou No máximo uma exacerbação por ano E sem hospitalizações por exacerbação Escala de dispnéia mMRC grau 0 ou 1
Grupo B: baixo risco, muito sintomático Paciente no Estadio GOLD 1 ou 2 (leve a moderada limitação do fluxo de ar) E/ou No máximo uma exacerbação por ano E sem hospitalizações por exacerbação Escala de dispnéia mMRC grau 2 ou mais ou CAT 10 ou mais
Grupo C: alto risco, pouco sintomático Paciente no Estádio GOLD 3 ou 4 (grave ou muito grave limitação do fluxo de ar) E/ou Mais que duas exacerbações por ano OU hospitalizações por exacerbação Escala de dispneia mMRC grau 0 ou 1ou CAT menor que 10
Grupo D: Alto risco, muito sintomático Paciente no Estádio GOLD 3 ou 4 (grave ou muito grave limitação do fluxo de ar) E/ou Mais que duas exacerbações por ano OU hospitalizações por exacerbação Escala de dispneia mMRC grau 2 ou mais ou CAT 10 ou mais
Estádio GOLD 3 ou 4
Mais que 2 exacerbações OU hospitalização Estádio GOLD 1 ou 2
No máximo 1 exacerbação E sem internação hospitalar mMRC grau 0 ou 1 CAT menor que 10
mMRC 2 ou mais CAT 10 ou mais Fonte:GOLD (2014)
O tratamento adequado do paciente com DPOC pode reduzir sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações, melhorar a qualidade de vida e a tolerância aos exercícios. Pacientes que não respondem adequadamente ao tratamento devem ser reavaliados, especialmente para revisar adesão ao tratamento, uso adequado dos dispositivos inalatórios e cessar exposição de risco.
Não-farmacológico:
Grupo do Paciente Primeira Escolha Alternativa A Baixo Risco Pouco sintomático
B2-agonista de curta ação (salbutamol) OU Anticolinérgicos de curta ação (brometo de ipratropio)
Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio) OU B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) OU Anticolinérgicos de curta
Baixo Risco Muito sintomático
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) OU Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) E Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio)
C Alto risco Pouco sintomático
Corticóide inalatório
B2- agonista de longa ação (formoterol/salmenterol) E Anticolinérgicos de longa ação (tiotropio) OU Associar: Inibidores da 4-fosfodiesterase (roflumilast)
D Alto risco Muito sintomático
Corticóide inalatório
Combinações anteriores + Inibidores da 4-fosfodiesterase (roflumilast)
Fonte: GOLD (2014).
Medicações Via Administração Apresentação Posologia Ação (horas) β2 agonista de curta ação
Salbutamol Inalado (spray) 100 mcg 2 a 4 jatos 4 a 6 horas
Fenoterol Inalado (solução)
Inalado (spray)
5 mg/ml 100mcg
10 gotas/dose (usual) 2 a 4 jatos
4 a 6 horas
Fenoterol + Ipratrópio
Inalado (spray) 100/40mcg 2 a 4 jatos 6 a 8 horas
β2 agonista de longa ação
Formoterol Inalado^ (cápsulas^ ou spray)
6mcg e 12 mcg 12 a 24mcg/dose 12 horas
Salmeterol Inalado (pó inalante)
Inalado (spray)
50mcg 25 a 50 mcg
50 mcg/dose 1-2 jatos
12 horas
Anticolinérgico de curta ação
Ipratrópio Inalado
Solução
20mg/jato 0,25 mg/ml
2 a 4 jatos 20 gotas/dose (usual)
6 a 8 horas 4 a 6 horas
Corticoesteroides inalatório
Beclometasona Inalado (spray)
Inalado (pó inalante)
250mcg/jato 200- mcg/dose
250-500 mcg/dose 200-400 mcg/dose
12 horas 12 horas
Budesonida Inalado (cápsulas) 200 e 400 mcg 400-800mcg /dose 12 horas
Corticóide Inalatório + β2 agonista de longa ação
Formoterol/Budesoni da
Inalado (cápsulas) 6/100, 6/200 e 12/
1 a 2 doses 12 horas
Fonte: Brasil. Ministério da Saúde.
Antibióticos O tempo mínimo de tratamento é de 7 dias, podendo prolongar para 10-14 dias (exceto azitromicina 3-5dias) Se dois critérios presentes: -Aumento da dispneia -Aumento da tosse -Aumento da expectoração
Betalactâmicos Amoxicilina 500mg 1 comp 8/8h Amoxicilina 500mg + Clavulanato 125mg
1 comp 8/8h
Amoxicilina 875mg + Clavulanato 125mg
1 comp 12/12h
Macrolídeos Azitromicina 500mg 1 comp/dia Claritromicina 500mg 1 comp 12/12h Tetraciclinas Doxiciclina 100mg 1 comp 12/12h Paciente com internação recente (menos de 90 dias), exacerbações frequentes (mais de 3 por ano), limitação severa ao fluxo aéreo (VEF1<50%) ou infecção prévia por Pseudomonas
Fluoroquinolonas Ciprofloxacino 50 0mg 1 comp 12/12h
Levofloxacino 750mg 1 comp/dia
A revisão do uso correto de dispositivos inalatórios deve ser realizada sempre que as medicações forem prescritas, preferencialmente com uso supervisionado.
Inalador pressurizado multidose (‘bombinha’):
O paciente deve ser orientado a seguir os seguintes passos:
Fonte: TelessaúdeRS (2015).
Outros dispositivos: o ideal é o paciente trazer a medicação para ser orientado corretamente em relação ao dispositivo específico, visto que existem inúmeros apresentações disponíveis.
Dispositivo com cápsula (mais frequente):