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Manual sobre a duplicação da EFC
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
Oferta por tempo limitado
Compartilhado em 29/08/2019
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Em oferta
História da EFC
Contratação
Meio ambiente e infraestrutura
Pátios de cruzamento
Um projeto social
Virada de mesa
Licenciamento
Mobilizando as equipes
Redes de energia
Instalações fixas
Indígenas
Solo mole
Meio ambiente
Terraplanagem
Superestrutura ferroviária
Engenharia e ATO
Linha do tempo
Muito mais que um time
Números
Supressão vegetal
Pontes e viadutos
Finalizando as obras
Quilombolas
Saúde e segurança
também impressa
É com muita honra que apresentamos a história do projeto de duplicação da Estrada de Ferro Carajás. A maior obra de uma ferrovia no mundo no início do século XXI. Para relatar a grandiosidade e magnitude da expansão da EFC, dividimos este livro em cinco capítulos: I- A EFC e sua duplicação, II- Obras da duplicação, III- Do outro lado da obra, IV- Linha do Tempo e V- Grandes Marcos. No primeiro capítulo, relembramos a construção da EFC, em seguida mostramos os licenciamentos e programas ambientais e os números que comprovam a dimensão do projeto. Investimentos, empregos gerados, comunidades envolvidas, entregas e dados que ressaltam a importância econômica e social da obra para a região. Já as etapas da obra foram detalhadas no segundo capítulo. A mobilização das equipes, supressão vegetal, terraplenagem, infra e superestrutura ferroviária, rede de energia, obras de arte especiais (pontes e viadutos), pátios de cruzamento, instalações fixas (oficinas), a finalização dos trechos e o árduo e brilhante trabalho da nossa área de engenharia. Para enriquecer os assuntos e evidenciar o caráter técnico, tivemos depoimentos de profissionais de cada etapa da obra. E como estivemos presentes ao longo de mais de cinco anos em 27 municípios, a comunidade teve em espaço especial. No terceiro capítulo, descrevemos todos os projetos comunitários em parceria com ONGs e o poder público. Relatamos ainda nosso diálogo permanente com as comunidades indígenas e quilombolas. E trouxemos histórias inspiradoras de moradores das regiões que mudaram suas vidas com as obras da duplicação. Na linha do tempo, encontram-se os principais acontecimentos durante as obras. Os desafios, as pessoas envolvidas, as entregas, os segmentos finalizados e a evolução de um projeto inesquecível. Já no quinto capítulo, estão os grandes marcos. Fatos que mudaram a trajetória das obras, como a “virada de mesa”, o tratamento em solo mole, a construção do TFPM e as ações de saúde e segurança. Para finalizar, fizemos questão de enumerar todos os profissionais da Vale envolvidos na execução dessa obra-prima, que hoje é realidade graças à dedicação e compromisso desse time. A todos eles, o nosso reconhecimento. Às empresas terceirizadas e seus colaboradores, o nosso muito obrigado pela parceria. Às comunidades, a nossa gratidão. E a você, uma boa leitura. Adriano Mansk Gerente Executivo de Projetos Logística
O ano era 1967. A Amazônia era habitada por tribos indígenas e, em busca do manganês eletrolítico, grandes empresas americanas exploravam a região. Breno dos Santos, geólogo recentemente contratado pela Companhia Meridional de Mineração, fazia mais um voo de reconhecimento quando avistou uma clareira enorme com uma vegetação rasteira, indicando que ali existia uma reserva mineral. A descoberta resultaria no Projeto Ferro Carajás.
Foram anos de pesquisas, estudos de viabilidade técnico-econômica de exploração das jazidas, mapeamento das serras, concessões e outras burocracias para, em 1978, a Vale, sob a presidência de Eliezer Batista, receber do Conselho de Desenvolvimento Econômico a autorização para iniciar a construção dos 892 km da Estrada de Ferro Carajás. As obras iniciaram em 1979 e, em fevereiro de 1985 a EFC foi inaugurada, com o objetivo de transportar 35 milhões de toneladas de minério de ferro por ano de Carajás até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís.
Em 1997 a Vale foi privatizada e, já com as diretrizes traçadas pela nova administração, se consolidava na posição de liderança no mercado de minério de ferro. Era proprietária da mais extensa malha ferroviária do Brasil, com 905 km da Estrada de Ferro Vitória a Minas e 892 km da Estrada de Ferro Carajás, sendo também a maior operadora
de logística do país, atendendo às suas próprias demandas e de terceiros. A produção crescia, vendia-se mais, o número de clientes aumentava e o lucro registrado era recorde. Índices que não parariam de crescer nos anos seguintes.
Assim, era essencial abrir caminhos para escoar a produção em menor tempo e custo. Entre os novos projetos de expansão, o mais ambicioso projeto de mineração da Vale na década de 2010: o Projeto S11D, que incluía a operacionalização da mina Eliezer Batista, a construção de um ramal ferroviário ligando Canãa dos Carajás à EFC, a duplicação da ferrovia e a ampliação do Porto de Ponta da Madeira, com o propósito de produzir, ao final das obras, 230 milhões de toneladas por ano.
Mais do que transporte de minério
Em 17 de março de 1986, além de minérios, combustíveis e produtos agrícolas, a EFC começou a transportar pessoas, com a inauguração do Trem de Passageiros. Percorrendo 27 municípios entre os estados do Maranhão (23) e Pará (4), o trem transporta mais de 1.000 passageiros por dia e, no período de chuvas, chega a ser o único meio de transporte em algumas localidades. Em 2015, entrou em operação a nova frota do Trem de Passageiros na EFC, fabricado na Romênia e com carros mais modernos e confortáveis.
Fábio Lage Coordenador Geral de Obras da EFC
1 Em 1967, o engenheiro Breno dos Santos descobriu a primeira jazida de minério de ferro no sudeste do Pará.
2 As obras da EFC começaram em 1979 e finalizaram em 1985.
3 A ferrovia foi inaugurada na presença de empresários estrangeiros e do então presidente João Figueiredo.
4 Em 1986, foi inaugurado o Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás, que percorre 27 municípios entre os estados do Maranhão (23) e Pará (4).
5 Em 2012, o Ibama conferiu a Licença de Instalação (LI) do Projeto de duplicação da EFC, e as obras iniciaram em 2013.
6 A nova frota do Trem de Passageiros começou a operar em 2015 e, hoje, é uma das mais modernas do Brasil.
7 Em 2016, foi inaugurado o complexo do TFPM.
8 Em dezembro de 2016 foram inaugurados o Complexo S11D Eliezer Batista e o Ramal Ferroviário.
9 Primeira atracação do Valemax no Píer IV, em 2018.
Acontecimentos
marcantes
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3
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2
4
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8 9
Desde o início da implantação do projeto, em 1981, havia a vertente ambiental introduzida principalmente pelo ex-presidente da Vale, Eliezer Batista. Nas palavras do saudoso presidente da empresa, o projeto foi inspirador não somente no âmbito da Vale: “Toda teoria do desenvolvimento sustentável, que foi apresentada em 1992, na conferência do Rio, foi inspirada no projeto de Carajás. É a aproximação dos projetos pelo lado econômico, social e ambiental simultaneamente”.
Chamado então primeiramente de Projeto Serra Sul, o Projeto S11D é a maior obra de infraestrutura de mineração do mundo. Compreende mina, ramal, a duplicação da ferrovia e o porto. “Era um estudo embrionário, o que a gente chama de projeto conceitual, ainda era uma oportunidade, algo que precisaria ser estudado e desenvolvido”, lembra Adriano Mansk, diretor do projeto de Expansão da Estrada de Ferro Carajás – EEFC. Dessa forma, todo o desdobramento logístico do projeto foi desenvolvimento em função da mina de Serra Sul, localizada em Canaã dos Carajás, cidade do sudeste do Pará.
Ou seja, a mina de Serra Sul é a base do projeto de duplicação da EFC. Fator gerador do aumento da capacidade de transporte do minério, de 110 para 230 MTPA.
O Complexo S11D Eliezer Batista (nome oficial do projeto), o maior investimento privado do Brasil nesta década, é apenas um bloco do corpo da Serra Sul, que foi dividida em quatro partes: A, B, C e D. Além de homenagear o ex-presidente, faz referência a “S” de sul, “11” de corpo 11 e “D” de setor D, especificações técnicas da serra que se constitui no maior complexo minerador da Vale.
Com um investimento total de U$ 19,5 bilhões, sendo U$ 8,1 bilhões na mina e usina, numa ponta do projeto, e U$ 11,4 bilhões em infraestrutura, em outra ponta – infraestrutura que incluiu a construção de um ramal ferroviário de 101 km, a própria expansão da EFC e a ampliação do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), em São Luís (MA), foi necessária a obtenção de licenças ambientais junto ao Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, protocolo exigido para um projeto de tal magnitude. E, como as minas estão em região amazônica, o cuidado com o meio ambiente foi uma exigência também do Banco Mundial.
Assim, o Ibama conferiu então, em 2012, a Licença de Instalação (LI) do projeto, além de mais de 90 licenças ambientais, o que possibilitou ao projeto iniciar a duplicação da EFC, em 2013, totalmente dentro dos requisitos legais para alteração e proteção do meio ambiente na área da mina e da estrada de ferro.
Com as licenças, foi aberto o caminho para as obras que iriam totalizar 786 km de extensão, que incluem a duplicação de 559,7 km de ferrovia. A permissão permite o início das obras que totalizam 786 km de extensão com conclusão prevista para 2017 e que incluem, entre outras, a duplicação de 559,7 km de ferrovia.
Já em setembro de 2016, a Vale obteve a Licença de Operação para Ramal Ferroviário do S11D, emitida após o Ibama verificar que a Vale vinha cumprindo as ações e medidas de controle ambiental executadas durante a Licença de Implantação (LI). Em dezembro do mesmo ano, mais uma conquista: a obtenção da Licença de Operação (LO) para a mina e a usina do Projeto S11D. A LO tem validade de 10 anos.
Expansão do Terminal Portuário de Ponta da Madeira
Futuras instalações do Complexo Mina/Usina S11D Rodovia Municipal de Canaã dos Carajás
Construção do Ramal Ferroviário Sudeste do Pará 101 km
São Luís Santa Inês Açailândia Marabá Parauapebas
Canaã dos Carajás
Carajás S11D
Expansão da Estrada de Ferro Carajás
Remodelação de linhas existentes
504 km
226 km
Instalações de apoio S11D
Complexo Minerador de Carajás
Estrada de Ferro Carajás Rodovia
S11D
Benefícios ambientais
do projeto de
duplicação da EFC
Marconi Nóbrega Gerente de Meio Ambiente
A descoberta da mina de Serra Sul, localizada em Canaã dos Carajás, foi o fato que motivou a duplicação da EFC
total de ferrovia de duplicações de renovações
municípios no Maranhão e Pará
diretos no pico da obra, sendo a maioria do Pará e do Maranhão
contando empregados da Vale e empresas contratadas
recuperados de floresta
mudas nativas plantadas
comunidades quilombolas (AID) comunidades quilombolas (AII)
comunidades indígenas
programas ambientais
de coleta de dados de monitoramento e controle de parâmetros ambientais
projetos com organizações comunitárias projetos com prefeituras
em projetos sociais
85.861 toneladas de trilhos
dormentes de concreto
111.100 m
3
de concreto para pontes e viadutos
16.465 m de bueiros
12.688 toneladas de estruturas metálicas para pontes e viadutos
74 passagens em nível de concreto
57.393 m
2 / 109 módulos de instalações fixas construídos
1 ponte rodoviária
40
pontes ferroviárias
31.994.286 m
3 = 1.800. de terraplenagem caminhões
205.890 toneladas
de montagem mecânica
6
viadutos ferroviários
48 viadutos rodoviários
Entregas
55
renovações de pátios ferroviários
1.479.056 m
3
de brita
455.000 m de implantação de canaletas e sarjetas
Adriano Mansk Gerente Executivo de Projetos Logística
Ricardo Saad Diretor de Implantação de Projetos de Capital
José Agostinho Gerente Executivo de Projetos de Capacitação Norte
Fábio Lage Consultor
Zenaldo Oliveira Ex-diretor da Vale
Carlos Mello Junior Ex-diretor de operações da EFC
Cláudio Mendes Gerente Executivo de Operações EFC
A EEFC e o
meio ambiente
Mosaico de
proteção de Carajás
PBA em números
Programas
ambientais
Ações
Economia de combustível na EFC Uma ferramenta visual de auxílio à tomada de decisão para o controlador de tráfego foi criada pela equipe do Centro de Controle Operacional da EFC para reduzir o número de paradas de trens carregados em pátios onde há alto consumo de combustível. Ela permite uma redução estimada de consumo de 800 mil litros de combustível por ano, com a ferrovia operando em condições normais, o que equivale à quantidade necessária para abastecer 14 mil carros populares. Ao longo da ferrovia, alguns trechos, em especial os de aclive, demandam maior consumo de combustível. Por meio de uma escala de cores, a ferramenta indica exatamente quais são esses locais e, assim, possibilita aos controladores ajustarem a programação de trens para evitar paradas neles. Em apenas uma escolha feita pelo controlador, é possível gerar redução de até 708 litros de combustível por trem.
Reuso de água Cerca de 80% de toda a água utilizada no complexo e no ramal ferroviário pode ser reaproveitada devido a um sistema de recirculação implantado na obra. Devido a isso, a economia com recursos hídricos chegou a ser contabilizada em 9 milhões de litros, algo totalmente benéfico para o meio ambiente e população da região.
Reflorestamento A Vale investiu na plantação de 143 mil mudas nativas ao redor de todo o perímetro do complexo. Para se ter uma ideia, essa quantidade corresponde a nada menos do que XX campos de futebol.
Sistema Forest Fire Finder Com o objetivo de preservar e proteger o meio ambiente, a Vale implantou na Floresta Nacional de Carajás um auferido sistema que permite a identificação rápida de focos de incêndio.
Todas as obras foram projetadas para ter o menor impacto ambiental possível
Foram 18 programas ambientais em 23 municípios no Maranhão e no Pará
O processo de contratação das obras de duplicação da EFC teve início no ano de 2007. Naquela época, a Vale optou por fechar contratos em regime de Aliança, modalidade muito atrativa na época. Muito complexa, esta modalidade, adotada como boa prática pelo setor internacional de construção, coloca a cooperação, ou colaboração, no centro do modelo de implementação de projetos de infraestrutura e construção, baseada no máximo compartilhamento de riscos entre os envolvidos, criando um ambiente que incentiva soluções criativas e reduz ineficiências e conflitos entre as partes. O ambiente de Aliança, segundo a experiência internacional, teria o potencial de reduzir não só os custos, mas também o prazo de realização das obras, sobretudo pelo tipo de obra que é a duplicação, com um elevado grau de riscos e incertezas.
Em 2008, fechamos o contrato de Aliança com a construtora Odebrecht e iniciamos os trabalhos da duplicação em outubro daquele mesmo ano, priorizando os trechos mais críticos sob a ótica da capacidade. Os segmentos 06-07, 24-25, 26-27, 27- e 37-38 foram construídos. Mas o contrato não deu certo e foi interrompido.
Nova fase então iria começar. Baseados nas experiências de construção da EFC, dividimos a ferrovia em três trechos distintos, sendo o Trecho 1 com início em São Luís (MA) e término em Alto Alegre do Pindaré (MA), indo do segmento 00-02 até o
segmento 16-17; o Trecho 2, de Alto Alegre do Pindaré (MA) até Cidelândia (MA), indo do segmento 17-18 até o segmento 37-38; e o Trecho 3, de Cidelândia (MA) até Carajás (PA), abrangendo o segmento 38-39 até o segmento 57-58. Para cada trecho, seria contratada uma empresa diferente.
Para o certame, várias empresas nacionais de construção pesada de grande porte foram convidadas. Quem apresentou as propostas mais competitivas e sagrou-se campeã foi a construtora Camargo Corrêa. De uma só tacada, ela conquistou um contrato para realizar, sozinha, as obras de duplicação da EFC. Tudo isso aconteceu no primeiro trimestre de 2013, quando, em tempo recorde, conseguimos passar por todo o processo de contratação e emitir a ordem de serviço em abril de 2013.
Dessa forma, as obras recomeçaram em ritmo vigoroso. O ano de 2013 foi marcado por termos conseguido romper a inércia e abrir diversas frentes de obras, contratando gente, construindo canteiros, mobilizando equipamentos, enfim, tudo em tempo recorde. Mesmo com todas estas conquistas e o grande sucesso de 2013, no ano seguinte o relacionamento entre Vale e Camargo Corrêa começou a apresentar muitos pleitos e dificuldades da parte da construtora, obstáculos que colocavam em risco o cronograma das obras em um ano de intensa movimentação no mercado de minério.
Em outubro de 2014, rompemos parcialmente o contrato com a Camargo Corrêa, que ficou responsável apenas por parte do Trecho 2, onde a contratada estava melhor estruturada naquele momento. A decisão causaria menor dano no cronograma de entregas. Começa então uma nova batalha da equipe de Engenharia: ir ao mercado contratar empresas para assumir de forma rápida as obras iniciadas e as obras por iniciar pela Camargo Corrêa. A virada de mesa aconteceu. Em paralelo, assumimos contratos de empresas que estavam finalizando trabalhos nas obras da mina e da usina S11D e iniciamos serviços de supressão vegetal e algumas obras de terraplenagem. Conseguimos novamente contratar empresas de médio porte em tempo recorde, por custos mais baixos e mesma
qualidade. Para isso, fomos para dentro das empresas apresentar, no detalhe, o escopo dos trabalhos, os valores e a forma de trabalhar da Vale.
Em março de 2015, as primeiras novas empresas do projeto já estavam se mobilizando para reiniciar as obras. A Aterpa e a Empresa Construtora Brasil/ Mota Engil deu o pontapé, no trecho de São Luís até Santa Inês (MA). Em seguida, designamos a Construtora Integral e a Construtora Barbosa Melo para trabalhar de Cidelândia (MA) até Carajás (PA) e, finalmente, a Empresa Construtora Brasil/Mota Engil, de Santa Inês (MA) até Alto Alegre do Pindaré (MA); a Pelicano, de Alto Alegre do Pindaré (MA) até Açailândia (MA), encontrando com o trecho remanescente da Camargo Corrêa.
Ou seja, finalizamos todo o processo e retomamos as obras com sucesso!
Mas os percalços não terminaram... No meio do caminho, a Construtora Integral sofreu problemas financeiros e teve que sair do projeto. Novamente a Vale voltou ao mercado e contratou uma nova construtora, agora a Empa/Teixeira Duarte, que assumiu de Cidelândia (MA) até Marabá (PA). E novamente, com base em seu desempenho, a Empresa Construtora Brasil/Mota Engil assumiu os segmentos restantes entre Marabá e Parauapebas (PA). Ainda neste ritmo, contratamos as empresas Aterpa, Pelicano, EMPA/Somafel, ACA e ECB, para implantação da superestrutura ferroviária, e Lucena, para serviços complementares e viadutos rodoviários.
Cristian Lourenço Gerente de Projetos Ferrovia
A primeira contratação foi em modelo de aliança com a construtora Odebrecht, em 2008
Uma verdadeira e vitoriosa saga. A mobilização das equipes para o início das obras foi um processo cuidadosamente planejado cujo início baseou-se em uma premissa desafiadora: privilegiar a mão de obra local. Mas, para superar a carência de trabalho especializado, partimos para o mapeamento de potenciais profissionais maranhenses e paraenses para, logo após, decidir onde treiná-los, onde inseri-los. O próximo passo foi preparar salas de aula e criar convênios profissionalizantes.
A seleção de profissionais em potencial ocorreu em áreas distantes, com infraestrutura precária e onde havia
uma enorme carência de uma educação e uma cultura profissional. Esta foi a fase do aquecimento, que exigiu uma fundamental concentração e a implementação de uma forte estratégia para vencer o jogo.
Com a chegada das construtoras, inicia-se um novo grande momento. As comunidades ficam ansiosas, sonhando com empregos em grandes empresas, sonhando com um grande futuro para suas famílias, sonhando com um plano de saúde, com garantias de qualidade de vida... E partem em busca de oportunidades que possam garantir estes sonhos.
Tudo foi um sucesso! A duplicação da EFC viu nascer novos e competentes profissionais. Pedreiros, serventes, carpinteiros, motoristas, apontadores, técnicos, auxiliares... Todas as contratações buscaram atender os anseios das comunidades vizinhas e as necessidades das construtoras. Desta união formada pelos profissionais locais com a coordenação das construtoras e do seu o capital intelectual, formado por técnicos e engenheiros que trouxeram valiosas experiências de outras grandes obras, todos saímos ganhando.
Solucionada a questão da mão de obra, o próximo desafio foi prover a infraestrutura e os equipamentos adequados para o bom andamento das obras e para a saúde e segurança dos profissionais. Canteiros de obras foram licenciados e erguidos a toque de caixa. Abastecimento de água, redes de esgoto e de energia, telecomunicações, mobiliário, refeitórios, centros de saúde, oficinas, postos de abastecimento de combustível, acessos e toda uma série de facilidades que são fundamentais para dar base para toda e qualquer equipe de obras.
Com tudo isso pronto, que venham os equipamentos! Agora o desafio das construtoras foi reunir sua melhor frota, com as melhores e mais confiáveis máquinas. Em caso de necessidade de aquisição de novas máquinas e equipamentos, a solução era partir para o mercado, em um momento de ebulição e de crescimento do país. O resultado: mais um sucesso! Com poucos problemas pontuais, os motores começaram a roncar, escavadeiras, tratores e caminhões deram início ao frenético ritmo de obras, dentro do prazo previsto no cronograma. Este foi o passo a passo de uma obra colossal, pelas mãos, mobilização, vontade e sinergia de profissionais e empresas.
Marcelo Veiga Gerente de Implantação de Obras
A mobilização das equipes buscou atender os anseios das comunidades ao longo da EDC e as necessidades das construtoras A seleção e contratação dos profissionais fez surgir novos profissionais