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Baixe Economia Internacional - 10a. Edição (2) e outras Notas de estudo em PDF para Economia, somente na Docsity!
Paul R. Krugman Maurice Cbstfeld Marc J. Melitz ECONOMIA INTERN ACGION AL Univsralddaddo Entagua! Gg Londrina Blatora da Bibllotocan TU ! | 0000272813 — ECONOMIA INTERNACIONAL 102 edição Paul R. Krugman Princeton University Maurice Obsitfelti , University of California, Berkclcy Marc J. Michizz Harvard University Revisão técnica Prof. Dr. Rogério Mei Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP) Coordenador acadêmico dos cursos de pós-graduação Lato Sertsu e de Liducação Continuada da FGV/FESP Tradução Ana Julia Perrotti-Garcha : RSON Respeite u direito autoral VI Ecunomia Internacional Capítulo 5 Recursos e comércio: o modelo de Heckscher-Ohlin .....se.. mensrsecaranaros Bh Madeto de uma economia de dois fatores. Preços e produção... Escolhendo o mix de fatores... Preços dos fatores e preços das mercador Recursos e prod Efeitos do comércio internacional entre us economias de dois fatores .. Preços relativos e o padrão de comérci Comércio e distribuição de rend: Equalização dos preços dos fato: Evidências cmpíricas sobre o mudelo de Comércio de mercadorias como um substituto para o comércio ds fatores: conteúdo dos fatores do comércio... Padrões de exportações entre paises desenvolvidos e em desenvolvimento Implicações dos testes Resumo Apêndice: preços dos fatores, preços de mer « decisões de produção Escolha da técnic: Preços de mercadorias v preços dos fatores Mais sobre os recursos 2 produção Capítulo 6 Modelo padrão de comércio... Um madelo padrão de uma economia comercial. Possibilidades de produção & oferta relativa. Preços relativos e demanda... O efeito de bem-estar das alterações nos termos de comércio... Determinação dos preços relativos Crescimento econômico: um deslocamento da curva R$ «99 Crescimento e a fronteira de possibilidade de produção... .99 Oferta mundial relativa e os termos de comérci .99 Efeitos inicrnacionais de crescimento . Tarifas aduaneixas e subsídios à exportação: desvios simultâneos em R$ e RD Demanda relativa e efeitos de fornecimento de uma tarifa aduaneira, Efeitos de um subsídio à exportação Implicações dos efeitos dos termos de comércio: quem ganha e quem perde? Empréstimos internacionais . Possibilidades de produção intertemporais e comercialização. A taxa de juros real Vantagem comparativa internaciona Resumo .. Apêndice: Mais sobre o comércio intertemporal....... sil Capítulo 7 Economias externas de escala e localização internacional da produção... Economias de escala e o comércio internacional: uma visão geral Economias de escala e estrutura de me: A teoria das economias externas . Fornecedores especializados Agrapamento do mercado de mão de obra “Transbordamentos de conhecimento ... Economias externas e equilíbrio de mei Econumias externas e comércio internacional. Tconomias externas, produção e preços.. Economias externas e os padrões comerciais .... 120 Comércio e bem-estar com economias externas... Retoros crescentes dinâmicos . Comércio inter-regional e geografia econômica . Resumo .... Capítulo 8 Empresas na economia global: decisões de exportação, terceirização e as empresas multinacionais................ 128 A teoria da concorrência impertcita Monopólio: uma breve ro Concorrência monopolística Concorrência monopolística e comércio Os efeitos do aumento de tamanho do mercado... Ganhos de mercado integrado um exemplo numérico A importância do comércio intraindústria. Respostas concretas para o comércia: vencedores, perdedores e desempenho da indústria ..... Diferenças de desempenho entre produtores Os efeitos do aumento de tamanho de mercado.. Os custos do coméêrc: Dumping Multinacionais e terceirização Decisões da empresa em matéria de investimento estranpeiro direto de exportação i 1 | Coussguências de multinacionais e terceirização estrangeira Resumo ... Apêndice: Determinando a receita marginal... PARTE 2 Política de comércio internacional............. 161 Capítulo 9 Os instrumentos da política comercial... eroneosrenesroenmeros 161 Análise da tarifa aduancira básica Oferta, demanda e comércio de indústria única... Eleito da tarifa aduaneira Medindo a quantidade de proteção Custos e benefícios de uma farifa aduancira Excedentes do consumidor e do produtor. Medindo os custos e benefícios... Outros instrumentos da política comercial Subsídio de exportação: teoria. Quolas de importação: teoria Restrição voluntária das exporiaç Requisitos de conteúdo legal. Outros instrumentos de política come Os cieitos da política comercial: um resumo Resumo Apêndice: as € quotas de importação na presença de monopólio O modelo com o livre comércio ... O modelo com uma tatifa aduaneira . O mudelo com uma quota de importação Comparando uma tarifa aduaneira e uma Capítulo 10 . A economia política da política comercial.........seceneeeeserenasm crereremereemernsse LBA O caso para o livre comércio ... Livre comércio e eficiência. Ganhos adicionais do livre com: Buscando por renda. Argumento político para o livre comércio Argumentos de bem-estar nacional contra o livre comércio... at rodas au Termos do argumento de comércio pata uma tarifa aduaneira... creo 188 O argumento de falha de mercado interno contra o livre comércio... 189 Quão convincente é o argumento de falha de mercado? Sumário “o VI Distribuição de remla e as políticas de comércio 192 Concortência eleitoral. Ação coletiva... Modelagem do processo político , Quer fica protegido?... Negociações internacionais e política de comércio As vantagens da negociação .. Acordos comerciais internacion: uma breve história. A Rodada Uruguai Liberalização do comércio Reformas administrativi Beneticios e custos . A decepção de Doha Acurdos de comércio preferencial Resuma Apêndice: Provando que a melhor Oferta e procura ... As taxifas e os preços A tarifa aduaneira c o bem-estar nacional... 213 Capítulo 11 = Política comercial nos paises em desenvolvimento... Industrialização de substituição de importação. O argumento da indústria nascente ... Promover a fabricação mediante prot Resultados de favorecimento da fabricação: problemas da industrialização de substitnição de impártação.... Liberalização do comércio desde 198: Comércio e crescimento: decolagem na Ásia Resumo Capítulo 12 Controvérsias na política comercial...... 226 Argumentos sofisticados para a política comercial ativista .... Tecnologia e externalidades Concorrência imperfeita e a política comercial estratégica... Globalização e mão de obra de baixo salário . Movimento antiglobalização Comércio e salários revisto: Normas de Lrabalho c negociações comerciais Questões ambientais e culturais A OMC e a independência nacional. Glohalização e meia ambiente... Globalização, crescimento e poluição O problema dos “refúgios da poluição” A disputa das taxas de carbono .. Resumo .... vUL o Economia Internacional PARTE 3 Taxas de câmbio e macroeconomia da economia aberta... Capítulo 13 contabilidade de renda nacional ea balança de pagamentos... As contas de renda nacional... Produto nacional e renda nacional, Deptreciação de capital e as transh intemacionai: Produto interno bruto .. Contabilidade de renda naciongl para uma economia aberta... sro 249 Consumo... Investimento Compras de governo A identidade da. renda nacional para uma economia aberta. Uma economia aberta imaginária... A conta-corrente e o endividamento ext: Poupança c conta-corrente . Poupanças privada e do governo. O balanço das contas de pagamento Exemplos de transações cmparclhada O equilíbrio fundamental da identidade de pagamentos... A conta-corrente, mais uma vez. 257 A conta de capital A conta financeira . Erros líquidos e omi Transações de reserva oficial Resumo Capítulo 14 Taxas de câmbio e mercado de câmbio estrangeiro: uma abordagem de ativos... Taxas de câmbio e transações internacion Preços nacionais e estrangeiros . Taxas de câmbio e preços relativos. O mercado cambial estrangeiro Os atores Características do mercado. Taxas spor (à vista) e taxas futuras Swaps cambiais estrangeiros Futuros e opções... A demanda por ativos em moeda estr ngeira Ativos e retornos de ativo! 78 Taxas de câmbio e retornos de ativos. Uma regra simples... Retorno, risco v liquidez no mercado de câmbio estrangeiro = Equilibrio no mercada de câmbio estrangeiro. Paridade de juros: a condição de equilíbrio bás Como as mudanças na taxa de “câmbio atual afetam os retornos esperados A taxa de câmbio de equilibrio Taxas de juros, expectativas e equilíbri O efeito da alteração di laxas de juros na taxa de câmbio atual . O efeito da alteração de expeetalivas na taxa de câmbio atual 290 Resumo « 292 Apêndice: Taxas de câmbio a prazo e paridade de juros coberta. «296 Capítulo 15 Moeda, taxas de juros e taxas de câmbio ,. 299 Mocda definida: uma breve revis 299 Moeda como um meio de troca 299 Moeda como unidade de conta, 299 Movda como reserva de valor O que é dinheiro?.. Como a oferta de moeda é é determinada A demanda por dinheiro por indivíduos. Retornos esperados... Risco .. Liquide: Demanda agregada por mocda Taxa de jnros de equilíbrio: a interação entre a oferta é a demanda de mocda.... Eguilíbrio no mercado monetário. As taxas de juros e a oferta de moeda, Saida e taxa dejuros....... A oferta de mocda e a taxa de câmbio np curto prazo 305 Vinculando q dinheiro, a taxa de juros e a taxa de câmbio Oferta monetária dos Fstados Unidos e a taxa de câmbio dólar/euro.. Oferta monetária da Europa c a taxa de câmbio dólar/enro eee 308 Moeda, o nível de preço c a taxa de câm longo pras Mosda s preços da moeda Os efeitos de longo prazo de alterações de oferta de moeda... Evidência empírica sobre fontes de dinheiro e níveis de preços......... Moeda e taxa de câmbio no longo prazo Pinâmica da inflação e taxa de câmbio 32 Rigidez de preços ds curto prazo versus tlexibilidade de preços de longo prazo ........... 312 Alterações permanentes de oferta de moeda ea taxa de câmbio Superação da taxa de c mbio Resumo ... Capítulo 16 Níveis de preços e taxa de câmbio em longo prazo .......eseirereeasmasesseansrenses 324 A lei de preço único... Paridade de poder de compra A telação entre a PPC e a lei de preço único PPC absoluta e PPC relativa... Um modelo de taxa de câmbio de longo prazo Jaseado em PPC... em A equaç: fundamental da abordagem monetátia.. ” Inflação em curso, paridade de juros e : PPC O efeito Tisher idência empírica sobre PPC e a lei de preço úmico. Explicando os problemas com a PP! Barreiras comerciais e bens não comercializáveis Produção a partir de livre concorrência Diferenças nos padrões de consumo e medição de nível de preço... PPC no curto e no longo prazos Alm da paridade de poder de compra: uni modelo geral de taxas de câmbio de longo prazo,.... . 339 A taxa de câmbio real... Demanda, oferta c taxa de câmbio real de longo prazo 341 Taxas de câmbio nominais e reais em equilíbrio de longo prazo... .343 Diferenças internacionais das taxas de juros c a taxa de câmbio real Paridade de juros reai: Resumo .. Apêndi «a taxa de juros ca taxa de câmbio sob « abordagem monetária de preço flexível... oca 351 Capítulo 17 produção e a taxa de câmbio no curto [3 fr 4o PRN erencenecearesaserantas SDS Determinantes da demanda agrogada em mua economia aberta . Determinantes da demanda de consumo Determinantes da conta-corrente. Sumário a IX Como as variações cambiais afetam a conta-corrente... Coino'as mudanças da renda disponível afetam a conta-corrente. A equação da demanda agregada A taxa de câmbio real e a demanda. agregada... Renda real e demanda agregada... Como a prod é determinada cm curto prazo. Equilibrio de mercado de produção em curto pr: arelação DD, Produção, a taxa de câmbio e o equilibrio do mercado de produção Derivando a relação DD Katores que mudam a relação D. Equilíbrio de mercailo de produção em curto prazo: a relação AA... Produção, a taxa de câmbio e o equilíbrio do mercado de ativos. Derivando a relação AA Fatores que mudam a relação À. Equilibrio de cucto prazo para uma economia aberta: juntando as relações DD c 44 .... Alterações temporárias nas políticas monetária c fiscal, Política monetária. Política fiscal Políticas para manter o emprego pleno Viés de inflação c outros problemas de formulação de políticas Alterações permanentes nas políticas monctária e fiscal..... Um aumento permanente da oferta de moeda... Ajuste para um aumento permanente da oferta de moeda. Uma expansão fiscal permanen As políticas macroeconômicas e 4 conta-corrente .... Ajuste do fluxo de comércio gradual e conta-corrente dinâmica A curva J Passagem de taxa de câmbio e inflação 2a 375 A conta-corrente, a riqueza e a dinâmi: da taxa de câmbio A armadilha da liquide; Restano .... Apêndice 1: Com de consuma... Apêndice 2: A condição de M: io intortemporal c demanda all-Lerner e cstimativas cropíticas de clasticidades de comér x a Economia internacional o Sd Lições das crises de países em desenvolvimento... Reforma da “arquitetura” financeira de mundo . Mobilidade de capitais e o lrilema do regime da taxa de câmbio... Medidas “profiláticas”, Lirtar com a crise. Compreensão dos fluxos de capital global e n distribuição global de renda: é o destino da geografia? Resumo 546 547 Pós-escritos ao Capítulo 5 O modelo de proporção dos fatores ... e. SSB Custos e preços dos fatores... Preços de mercadorias e preços de fatores. Suprimentos e saídas de fatores... Pós-escritos ao capítulo 6: Economia mundial de comércio Oferta, demanda e equilíbrio Oferta, demanda e a estabilidade do equilíbrio. 562 Tfeitos das mudanças na oferta e na demanda... Crescimento econômico... Uma transferência de renda. Uma tarifa... Pós-escritos ao capítulo 8: O modelo de concorrência monopolística... Pós-escritos ao capítulo 20: Aversão ao risco c diversificação de portfólio internacional... ese Uma derivação analítica do portfólio ideal... Uma derivação diagramática do portfólio ideal. Os efeitos das variações das taxas de retorno... Índice remissivo... « 576 Créditos... Prefácio Anos após a crise financeira global que eclo- diu em 2007-2008, as economias industriais do mundo ainda estão crescendo muito devagar para restaurar o pleno emprego. Os mercados emergentes, apesar de ganhos de rendimento impressionantes, em muitos casos, permane- cem vulneráveis 40 fluxo e refluxo de capital global. E, por fim; uma crise econômica aguda na zona euro dura desde 2009, pondo o futuro da moeda única da Luropa em questão. Esta décima edição, portanto, saí em um momento quando estamos tais conscientes do que antes de como os eventos na economia global influenciam as fortunas econômicas, políticas e os debates políticos de cada país. O mundo gue cmergin da Segunda Guerra Mun- dial foi um mundo em que as relações comer ciais, financeiras e até mesmo de comunicação entre países eram limitadas. Fm mais de uma década do século XXI, no entanto, o quadro é muito diferente. A globalização chegou, em grande momento. O comércio internaciona! de bens e serviços tem se expandido constantemente ao longo de seis décadas, graças aos declínios nos custos de transporte e comunicação, reduções negociadas globalmente nas barreiras comer- ciais do governo, à terceirização generalizada das atividades de produção c a uma maior consciência dos produtos e culturas estran- geiras. Tecnologias de comunicação novas e melhores, notavelmente a Internet, revolucio- naram a forma como as pessoas em todos os países obrêm é trocam informações. O comér- cio internacional em. ativos financeiros, como moedas, ações e títulos, expandiu-se em um ritmo muito mais rápido até mesmo do que o comércio internacional de produtos. Este processo traz benefícios para os pro- prietários de riqueza, mas também cria riscos de instabilidade financeira contagiosa, Esses riscos foram sentidos durante a recente crise financeira global, que se espalhou rapidamente pelas fronteiras nacionais e tem representado um custo enorme para a economia mundial. De todas as mudanças no cenário internacional nas últimas décadas, no entanto, talvez a maior delas continue a ser a emergência da China — um desenvolvimento que já está redefinindo o equilíbrio internacional de poder econômico e político no próximo século. Imagine o espanto da geração que viveu a depressão da década de 1930 como adul- tos, se seus membros fossem capazes de pre- ver a forma da economia do mundo de hoje! No entanto, as preocupações econômicas que continuam a causar debate internacional não diferem tanto das que dominaram a década de 1930, nem na verdade desde que elas foram analisadas primeiro pelos economistas há mais de dois séculos. Quais são 6s méritos do livre comércio entre as nações em com- paração com o protecionismo? O que faz os países comercializarem excedentes comere ou déficits com os seus parceiros comerciais, e como tais desequilíbrios são resolvidos ao longo do tempo? O que causa as crises bancá- rias e monetárias em economias abertas, o que produz o contágio financeiro entre as econo- mias, e como os governos devem lidar com a instabilidade financeira internacional? Como os governos podem evitar o desemprego e a inflação, qual é o papel que as taxas de câm- bio desempenham nos seus esforços, e como os países podem cooperar melhor para alcançar seus objetivos econômicos? Como sempre na economia internacional, a interação de even- tos e ideias levou a novos modas de análise. Por sua vez, esses avanços analíticos, por mai estranhos que possam parecer a princípio, em última análise, acabam tendo um papel importante nas políticas governamentais, nas negociações internacionais e na vida cotidiana das pessoas. A globalização fez com que os cidadãos de todos os países sejam muito mais conscientes do que nunca das forças cconômi- cas mundiais que influenciam seus destinos, e a globalização está aqui para ficar. XIV a Economia internacional Novo para a décima edição Para esta edição, estamos oferecendo um volume sobre economia, bem como as divisões de comércio e finanças. O objetivo com esses volumes distintos é permilir que os professores usem o livro que melhor se adapte às suas necessidades, com base nos tópicos que eles cobrem em sen curso de Economia Enterna- cional. Do volume de economia para um curso de dois semestres, seguimos a prática habitual de dividir o livro em duas metades, dedicadas ao comércio e às questões monetárias. Embora as sessões de comércio e política monetária da economia internacional sejam frequentemente tratadas como disciplinas independen- tes, mesmo dentro de um único livro, temas v métodos similares são comuns a ambas as subáreas. Nós deixa- remos claras as conexões entre as zonas de comércio e monetárias quando elas surgirem. Ao mesmo tempo. garantimos que as duas metades do livro serão comple. tamente independentes. Assim, um cursa de um semes- tre na teoria de comércio pode ser baseado nos capítu- los 2 a 12, e um curso de um semestre sobre economia monetária internacional pode bascar-se nos capítulos 13 a 22. Para conveniência de professores e alunos, no entanto, eles podem agora optar por usar o volume de comércio ou de finanças, dependendo do tamanho e do escopo do seu curso. O conteúdo foi completamente atualizado e vários capítulos foram extensivamente revisados. Essas revi- sões respondem às sugestões dos usuários c de alguns desenvolvimentos importantes do lado teórico e prático da economia internacional. As mudanças mais profun- das são as seguintes: Capítulo 5 - Recursos e comércio: o modelo de Heckscher-Ohlin Esta edição oferece cobertura expandida dos efeitos sobre a desigualdade salarial do comércio Norte-Sul, mudança tecnológica e terceirização. A seção que des- ereve as evidências empíricas sobre o modelo de Hecks- cher-Ohlin foi reescrita, enfatizando novas pesquisas. Issa seção também incorpora alguns novos dados mos- trando como o padrão das exportações da China mudou ao longo do tempo, de uma forma que é consistente com as previsões do modelo de Heckscher-Ohlin, Capítulo 6 - Modelo padrão de comércio Este capítulo toi atualizado com alguns novos dados que documentam como us termos de comércio para as economias norte-americanas e chinesas têm evoluído ao longo do tempo. Capítulo 8 - Empresas na economia global: decisões de exportação, terceirização e as empresas multinacionais A cobertura, enfatizando à papel das empresas no comércio internacional, foi revisada. Há também um novo estudo de caso, analisando o impacto do offsho- ring nos Estados Unidos sobre o desemprego nesse país. Capítulo 9 - Os instrumentos da política comercial diste capítulo apresenta um tratamento atualizado dos efeitos das restrições comerciais às empresas dos Estados Unidos. Nele descrevemos agora a recente disputa política comercial entre a União Europeia e a China sobre os painéis solares e os eícitos das restrições “Buy American” que foram escritos para a Lei de Recu- peração e Reinvestimento de 2009. Capítulo 12 - Controvérsias na política comercial Um novo estudo de caso aborda o recente colapso da. indústria de vestuário em Bangladesh (em abril de 2013) e a tensão entre os custos e benefícios do crescimento rápido desse pais como um exportador de vestuário, Capítulo 17 - Saída e a taxa de câmbie no curto prazo Em resposta à crise econômica mundial de 2007- 2009. países em lodo o mundo adotaram respostas fiscais contracíclicas. A pesquisa acadêmica renovada sobre o tamanho do multiplicador fiscal veio logo em seguida, embora a maior parte dela seja definida na eco- nomia fechada e, portanto, ignorou os efeitos da taxa de câmbio entatizados no modelo do capítulo. Para esta edição, adicionamos um novo Estudo de Caso sobre o tamanho do multiplicador fiscal na economia aberta. Em consonância com a literatura acadêmica recente, que se contra na política fiscal, no limite da menor taxa de juro zero, integramos a discussão com o nosso modelo de armadilha da liquidez. Capítulo 18 - Taxas de câmbio fixas e intervenção cambial estrangeira O capítulo agora inclui uma discussão adicional de “ataques de afluência” nas taxas de câmbio, sendo man- tidas em níveis apreciados através de intervenção cam- bial e outras medidas, um fenômeno visto na China e em outros países. Um novo Estudo de Casa centra-se na política do Swiss National Bank, de orientar o nível do franco suíço perante o euro. Capítulo 19 - Sistemas monetários internacionais: uma visão histórica Uma derivação detalhada da restrição de orçamento intertempora! multiperiodo (da cemmomia aberta comple- menta agora a discussão do equilibrio externo. (Os profes- sores que não querem abordar este material relativamente mais técnico podem ignorá-lo sem perda de contiruidade.) A análise intortemporal é aplicada para analisar a sustentabilidade dos empréstimos estrangeiros persis- tente da Nova Zelândia. Além disso, foi atualizada. a dis- cussão do capítulo sobro os acontecimentos recentes na economia global. Capítulo 20 - Globalização financeira: oportunidade e crise Para esta nova edição, mudamos a ordem anterior dos capítulos 20 e 21 para que o livro agora abtranja o mercado internacional de capitais antes de cobrir as árcas de moeda ideal e a crise do euro, Nosso racioci- não é que a crise do cura é, em grande parte, uma crise dos bancos, que os estudantes não conseguem compre- ender sem uma boa compreensão prévia dos sistemas bancários internacionais e seus problemas. Consistente com essa abordagem, o novo Capítulo 20 abrange em detalhes os balanços dos bancos e a sua fragilidade, com ênfase no capital do banco s má regulação do capital. Desde a primeira edição deste livro realçamos o con- texto glohal da regulamentação do sistema bancário. Nesta edição, vamos explicar o "trilema financeiro", que força os legisladores nacionais a escolher no máximo dois dentre os potenciais objetivos de transparência financeira, estabilidade Rnanceira v controle nacional sobre a política financeira. Capítulo 21 - Áreas de moeda ideal e o euro À vrise na zona euro aumentou drasticamente depois que a última edição deste livro foi lançada. Para esta nova edição, trouxemos nossa cobertura atualizada da crise do euro, com novos materiais sobre as iniciativas de coordenação mais estreita das políticas dos países do euro, como a união do sistema bancário. Nossa discus- são leórica das áreas de moeda ideal também refle lições da crise do euro. Capítulo 22 - Países em desenvolvimento: crescimento, crise e reforma Nossa cobertura de fluxos de capitais para países em desenvolvimento agora inclui pesquisas recentes sobre o Pequeno tamanho desses fluxos, bem como sua tendên- cia paradoxal para favorecer o baixo sobre o alto cresci- Prefácio uq XV mento das economias em desenvolvimento. Destacamos a relação ostreita entre as teorias de alocação de capital para os paises em desenvolvimento e as teorias de distri- buição de renda interna. Além “dessas alterações estruturais, atualizamos o livro em outras maneiras, para manter a relevância atual. Assim, analisamos o perfit educacional dos trabalhado- res estrangeiros tios Fstados Unidos e como ele difere do da população geral (Capítulo 4); tevimos as recen- tes disputas antidumping envolvendo a China (Capítulo 8); discutimos as causas do grande excedente de conta- -corrente global (Capítulo 13); descrevemos o surto e à resolução da hiperinflação do Zimbábue (Capitulo 15); o descrevemos a infraestrutura em evolução da regula- mentação bancária internacional, incluindo Basileia III e o Conselho de Estabilidade Financeira (Capítulo 20). Sobre o livro A ideia de escrever este livro saiu de nossa experiên- cia no ensino de economia internacional para estudan- tes universitários e alunos de negócios desde a década de 1970. Percebemos dois desafios principais no ensino. O primeiro era comunicar aos alunos os avanços intelcetu- ais emocionantes neste campo dinâmico, O segundo era mostrar como o desenvolvimento da teoria econômica internacional tradicionalmente tem sido moldado pela necessidade de entender a economia mundial mutável e analisartos problemas atuais da política econômica internacional, Achamos que os livros didáticos publicados não atendiam adequadamente a esses desafios. Muitas vezes, os livros didáticos de economia internacional confron- tam os alunos com uma desconcertante panóplia de modelos especiais c suposições dos quais é difícil extrair as lições básicas. Porque muitos desses modelos espe- ciais são ultrapassados, os alunos ficam intrigados sobre a relevância da análise no mundo real. Como resultado, muitos livros geralmente deixam uma laguna entre o material um pouco antiquado a ser coberto em classe e as questões palpitantes que dominam os debates de polí- tica e pesquisa atuais. Essa lacuna aumentou drastica- mente conforme têm crescido a importância dos proble- inas econômicos internacionais — e as matrículas nos cursos de economia internacional. Este livro é a primeira tentativa de fornecer um qua- dro analítico atualizado e compreensível para iluminar os acontecimentos atuais e trazer a emoção da economia internacional para a sala de aula. Na análise de ambos os lados monetários c reais do assunto, nossa abordagem tem sido construir, passo a passo, um quadro simples e unifi- A XVI a Economia internacionai Sala Virtual GRE Ei A Sala Virtua! deste livro oferece recursos e adicionais que auxiliarão professores e estu- | dantes na exposição das aulas & no processo de ensino c aprendizagem. ma Para o professor: Manual do professor com manual de soluções (em implês); Apresentações em PowerPoint; Banco de exercícios (em inglês); Galeria de imagens. Para estudantes: w Uxercícios de múltipla escolha autocorrigíveis. Agradecimentos Nossa dívida principal é com Christina Mastutzo, editora de aquisições responsável pelo projvio, Agrade- cemos também à gerente do programa, Carolyn Philips e à gerente «de projeto, Carla Thompson. Os esforças de Ileather Johnson como gerente de projetos com Inte- gra-Chicago furam essenciais e eficientes. Gostaríamos também de agradecer à equipe de mídia na Pearson — Denise Clinton, Noel Lotz, Courtney Kamauf e Melissa Honig — por todo seu trabalho duro no curso MyEcon- Lab para a décima edição. Por último, agradecemos os outros os editores que ajudaram a lorhar tão boas as nove primeiras edições deste livro, Gostariamos também de reconhecer a assistência de pesquisa primorosa de 'Latiana Kleincberg e Sandile Hlaishwayo. Camille Fernandez forneceu apoio logis- tico soberbo, como de costume, Pelas sugestões úteis e pelo apoio moral, agradecemos a Jennifer Cobb, Gita Gopinath, Vladimir Hlasny e Phillip Swagel, Agradecemos os seguintes revisores, passados e pre- sentes, por suas ideias e recomendações: Jaleel Ahmad, Concordia University Lian An, University of North Florida Anthony Paul Andrews, Governors State University Myrvin Anthony, University of Strathelyde, Reino Unido. Michael Arghyrou, Cardiff University Richard Auh, Aubura University Amitrajeet Batabyal, Rochester Institute of Technology Tibor Besedes, Georgia Tech George HH, Boris, Brown University Robert F. Brooker, Gannon University Francisco Carrada-Bravo, W.B Carey School of Business, ASU Debajyoti Chakrabarty, University n/ Sydney Adhip Chaudkuri, Georgetown University Jay Pil Choi, Michigan State University Jaiho Chung, National University of Singapore Jonathan Conning, Iunter College and The Graduate Center, The City University of New York Brian Copeland, University of British Columbia Kevin Color, Wupne State Unlversiry Barbara Craig, Oberlin College Susan Dadres, University of North Texas Ronald B. Davies, University College Dublin Ann Davis, Marist College Gopal C. Dorai, William Paterson University Robert Driskill, Vanderbilt University Gerald Epstein, University of Massachusetts em Amberst Jo Ame Feeney, State University of New York em Albany Robert Voster, American Graduate School of International Management Patrice Franko, Colby College Diana Fuguitt, Echerd College Byron Gangnes, University of Hawaii at Manou Ranjeeta Chiara, Californiu State University, San Marcos Neil Gilfedder, Stanford Universtty Amy Glass, Texas A&M University Patrick Gormcly, Kansas State University Thomas Grennes, North Carolina State University Bodil Olai Hansen, Copenhagen Business School Michael Hoffman, U.S. Government Accountability Office Uenk Jager, University of Amsterdam Axvind Jagei, Franklin & Marshall College Mark Jelavich, Northwest Missouri State University Philip R. Jones, University of Bathand University of Bristol, Reino Unido. “svetanka Karagyozova, Lawrence University Hugh Kelley, Indiana University Michael Kevane, Sania Clara University Maurcen Kilkenny, University of Nevada Hyeongwoo Kim, Auburm University Stephen A. King. Sun Diego Stare University, Imperial Valley Faik Koray, Louisiana Stute University Corinne Krupp, Duke University Bun Song Tee, University of Nebrasia, Omaha Daniel Lee, Shippensburg University Franeis 4. Lees, S& Johns University Jamus Jerome Lim, World Bank Group Rodney Ludema, Geargerann University Stephen V. Marks, Pomona College Michael L. MePherson, University of North Texas Marcel Mórette, University of Ottawa Shannon Mitchell, Firginia Commonwealzh University Kaz Miyagiwa, Emory University Shannon Mudd, Ursinus College Matc-Anúrcas Muendier, University of California, San Diego Ton M. Mulder, Erasmus University, Rotterdam Robert G. Murphy. Boston College E. Wayne Nalziger, Kansas State University Stcen Nielsen, University of Aarhus Dmitri Nizovtsev, Fashbura Universtry Termtomo Uzawa, Colorado State University Arvind Panagariya, Colkembia University Nina Pavenik, Dartmouth College Tordanis Persas, University of Scranton Thitima Puttitanun, San Diego State University Poter Rangazas, Indiana University-Purdue University Indianapolis James E. Rauch, University of California, Son Diego Michael Ryan, Western Michigan University Donald Schilling, Diversity of Missouri, Columbie Patricia Higino Schneider, Mount Holvole College Ronald M. Schramm, Columbia University Craig Schulman, Texas A&M University Yochanan Shachmurove, University of Pennsylvania o Prefácio o XIX Margaret Simpson, The College of William end Mary Enrico Spolaore, Tifts University Robert Staigor, Damversity of Wisconsin Mudison ToTrey Stcagall, University of North Horida Robert M. Stem, University of Michigan Abdulhamid Sukar, Cameron University Rebecca Taylor, University of Portsmouth, Reino Unido Scott Taylor, University of British Columbia Aileen Thompson, Carleton University Sarah Tinkler, Porand State University Arja H. Turunen-Red, University of New Orleans Dick van der Wal, Free University of Amsterdam Gerald Willmann, University o/ Kiel Rossitza Wooster, California State University, Sacramento Bruce Wydick, University of San Prancisco Jiawen Yang, The George Washington University Kevin II. Zhang, !lfinois State University Imbora não tenhamos sido capazes de fazer todas as alterações sugeridas, achamos as observações dos revisores inestimáveis na revisão do livro. Obviamente, temos responsabilidade exclusiva pelas deficiências remanescentes na obra. Paul R. Krugman Maurice Obstfeld Mare J. Melitz 1 Outubro de 2013 CAPÍTULO Introdução Poclemos dizer que o estudo do comércio e das finanças internacionals é onde começa a econo- mia como nós a conhecemos. Os historiadores do pensamento econômico frequentemente descre- vem o ensaio Do equilíbrio das negociações, do filósofo escocês David Hume, como a primeira expo- sição real de um modelo económico. Hume publicou seu ensaio em 1758, quase vinte anos antes de seu amigo, Adam Smith, publicar À riqueza das nações. Os debates sobre a política mercantil britã- nica no começo dl século XIX tiveram grande contribuição para converter a economia de um campo informal e discursivo para uma disciplina orientada por modelos, como se tornou desde então. Contudo, o estudo da economia internacional nunca foi tão importante quanto agora. No começo do século XXI as nações estão mais próximas do que nunca por causa da comerciali zação de mercadorias e serviços, dos fluxos de dinheiro e dos investimentos nas economias estrangeiras. A economia global criada por essas relações é uma área turbulenta: tanto os legis- ladores quanto os líderes administrativos em todos os países, inclusive nos Estados Unidos, devem agora prestar atenção naquilo que algumas vezes tem modificado rapidamente fortunas econômicas ao redor do mundo. Observe algumas tendências básicas que a estatística nos traz com um sentido de Importância sem precedentes nas relações econômicas internacionais. A Figura 1,1 mostra o nível de Exportações c Importações dos EUA como parcelas do produto interno bruto de 1960 à 2012. A caracteristica mais cvidente da figura é a tendência ascendente prolongada em ambas as parcelas: o comércio interna- cional praticamente triplicou em importância comparado com a economia como um todo. Exportações e importações como porceniagens da renda nacional dos EUA Tanto as JDIST] Exportações, mpartações N o. (94 da renda naclanal dos Estados Unidos; importações quanto as 200 , exportações subiram como 1754 uma parcela da º economia dos 159 EUA, mas a as importações aumentaram 54 importação — mais. -00 755 504 = ud as ' T T T T T T T T T T y 1960 1965 1970 1975 1980 1985 199% 1995 2000 2005 2010 2015 As áreas som breadas indicam recessões nos EUA, Fonte: Departamento de Análise Econôrsico dos EUA. 2013 research, sllouisfed.org i ! Economia internacional nações — em outras palavras, esse comércio internacio- nal terá fortes efeitos sobre a distribuição de renda. Os efeitos do comércio sobre a distribuição de renda são há muito tempo uma preocupação dos teóricos de comêér- cio internacional, que enfatizam que: a O comércio internacional pode afetar adversamente os proprictários de recursos que são “especificos” do indústrias que competem com importações, ou seja, não podem encontrar emprego alternativo em outras indústrias. Os exemplos incluem os maquinários es- pecializados, como os teares manuais que sc torna- ram menos valiosos por causa das importações de tecidos, e os trabalhadores com habilidades especia- lizadas, como os pescadores que têm o valor de sua pesca reduzido pelos frutos do mar importados, a O comércio também pode alterar a distribuição de renda entre grupos amplos, como os trabalhadores e os donos do capital. Essas preocupações se deslocaram da sala de aula para o centro do debate político do mundo real, à medida que se torna cada vez mais claro que os salários seais de trabalhadores menos capacitados nos Estados Unidos estão diminuindo — muito embora o pais como um todo continue a ficar mais rico. Muitos comentaris- tas alribuem esse desenvolvimento 1o comércio inter- nacional crescente, principalmente das exportações em rápido crescimento de mercadorias fabricadas em países de baixos salários. Avaliar essa demanda torna-se uma tarefa importante para os economistas internacionais o é um tema prevalente nos capítulos 4 a 6. O padrão do comércio Os economistas não podem discutir os efeitos do comércio intemacional ou recomendar mudanças nas políticas governamentais dirigidas ao comércio com alguma confiança, a menos que eles saibam que sua teo- ria é boa o suficiente para explicar o comércio interna- cional que é observado na. realidade. Como resultado, tentativas para explicar o padrão de comércio interna- cional — quem vende o que para quem — têm sído uma preocupação maior dos economistas internacionais, Alguns aspectos do padrão do comércio são fáceis de serem entendidos. Clima e recursos explicam com clateza por que o Rrasil exporla café e a Arábia Saudita exporta petróleo, Contudo, a maior parte «do padrão do comércio é muito sutil. Por que 0 Japão exporta automó- veis, enquanto os Estados Unidos exportam aviões? No início do século XIX, o economista inglês David Ricardo deu uma explicação do comércio em termos de diferen- ças internacionais na produtividade do trabalho, uma explicação que continua sendo uma poderosa reflexão (Capítulo 3). No século XX, contudo, explicações alter- nativas também foram propostas. Uma das explicações mais influentes liga padrões comerciais a uma interação entre os suprimentos relativos das fontes nacionais, como capital, mão de obra e terra, de um lado, e o uso rela- tivo desses fatores na produção de mercadorias, do outro. Apresentamos essa teoria no Capítulo 5, Nós, então, dis: vutimos o quanto esse modelo básico deve ser estendido, a fim de gerar previsões empíricas precisas do volume e do padrão do comércio, Do mesmo modo, alguns eco- nomistas internacionais propuscram teorias que sugerem um componente aleatório substancial, junto com ccono- amias de escala, no padrão de comércio internacional, leo- tias que são desenvolvidas nos capítulos 7 e 8. Quanto comércio? Se a ideia de ganhos do comércio é o conceito teórico , mais importante em economia intermacional, o aparente vterno debate sobre quanto comércio deve ser permitido é seu tema político mais importante, Desde o surgimento dos modemos Estados-nações no século XVL, os gover- nos têm se preocupado com o efeito da competição inter- nacional sobre a prosperidade das indústrias domésticas e têm tentado proteger as indústrias da competição estran-= geira colocando limites nas importações ou tentando ajudá-las na competição global, subsidiando as exporta- ções. A única missão mais consistente da economia inter- nacional tem sido analisar os efeitos dessas, assim cha- madas, políticas protecionistas - e, geralmente, embora nem sempre, crilicar o protecionismo e mosttat as vanta- gens do comércio internacional mais livre. O debate sobre quanto comércio deve ser permi- tido levou a uma nova orientação nos anos 1990. Após a Segunda Guerra Mundial, as democracias avançadas, conduzidas pelos Estados Unidos, adotaram wma. ampla política de remover barreiras para o comércio internacio- nal; essa política refletia a visão de que o livre comércio era uma força não apenas para a prosperidade, ímas também para promover a paz mundial. Na primeira metade dos anos 1990, foram negociados vários acordos importantes de livre comércio. O mais notável foi o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano (NAT'TA, do termo em inglês North American Free Trade Agreement) entre Estados Unidos, Canadá e México, aprovado em 1993, e o acordo chamado de Rodada do Uruguai, que estabeleceu a Otga- nização Muncial de Comércio, em 1994. Desde aquela época, contudo, um movimento político internacional opondo-se à “globalização” obteve muitas adesões O movimento ganhou notoriedade em 1999, quando expositores representando uma mistura de pro- tecionistas tradicionais e novas ideologias perturbaram um jimportante encontro internacional de comércio em Seattle. Se não por mais nada, o movimento anligloba- lização forçou os defensores do livre comércio a procuta- rem novos caminhos para explicar seus pontos de vista. Como adequado tanto à importância histórica quanto à relevância atual da questão protecionista, corea de um quarto deste texto é dedicado ao assunto. No decorrer dos anos, os economistas internacionais desenvolveram um quadro analítico simples, mas pode- rosa, para determinar os efeitos das políticas gove mentais que afetam o comércio internacional. Esse qu: dro ajuda a predizer os efeitos das políticas de comércio — embora também permita à análise custo-benefício e critérios definitórios — pata. determinar quando a inter- venção do governo é boa para a economia. Apresenta- mos esse quadro nos capítulos 9 e 10 e o utilizamos para discutir diversas questões políticas nesses capítulos e nos dois seguintes. No mundo real, contudo, os governos não necessa- riamente fazem o que a análise custo-benefício dos eco- nomislas diz que eles deveriam fazer. Isso não significa que a análise é inútil, A análise econômica pode ajudar a dar sentido às regras da política de comércio interna- cional, mostrando quem se beneficia e quem perde com tais ações governamentais, como quotas sobre as impor- tações:e subsídios às exportações. A principal reflexão dessa análise é que os conflitos de interesse dentro das nações são geralmente mais iraportantes na determina- ção da política de comércio do que os conflitos de inte- resse entre as nações. Os capitulos 4 e S mostram que o comércio geralmente tem efeitos muito fortes sobre a distribuição de renda dentro dos países, enquanto os capítulos 10 a 12 revelam que a força relativa de diferen- tes grupos de interesse dentro dos países, mais do que alguma medida. de interesse nacional global, frequen- temente é o principal fator determinante nas políticas governamentais para o comércio internacional. Balanço de pagamentos Em 1998, tanto a China quanto a Coreia do Sul tinham grandes superávits comerciais, de cerca de 40 bilhões de dolares cada. No vaso da China, o excedente comercial não fugia da usual — o país vinha registrando grandes excsdentes por vários anos, gerando queixas dos outros países, incluindo dos Estados Unidos, de que a China não estava obedecendo às regras do jogo. Então é bom registrar um excedente comercial e ruim apresentar um déficit comercial? Não, de acordo com os sul-coreanos: seu excedente comercial os forçou a uma Crise econômica e financeira, e eles se ressentiram muito da necessidade de possuir aquele excedente. Capítulo 1 Introdução a 5 Essa comparação realça o fato de que o bulanço de pagamentos do país deve ser colocado no contexto de uma análise econômica para compreendermos o que ele significa; Ele surge em uma variedade de contextos espe- cíticos: ad discutir investimento direto externo pelas cor- porações multinacionais (Capítulo 8), ao relatar tram- internacionais para uma contabilidade de renda nacional (Capítulo 13) c ao discutir virtualmente cada aspecto da política monetária internacional (capitulos 174.22). Como o problema do protecionismo, a balança de pagamentos tornou-se uma questão central para os Estados Unidos, porque a nação tem apresentado défi- cits comerciais enormes à cada ano, desde 1982. Determinação da taxa de câmbio Em setembro de 2010, o então ministro da fazenda do Brasil, Guido Mantega, ganhou as manchetes dos jornais ao declarar que o mundo estava “no meio de uma guerra cambial internacional”, A ocasião para seus comentários foi um forte aumento ne valor da moeda do Brasil, o reaí, que valia menos de 45 centavos de dólar no início de 2009, mas tihha aumentado para «quase 60 centavos quando ele fez essa declaração (e aumentaria para 65 centavos durante os próximos meses). Mantega acusou os países ricos — os Fstados Unidos em parti- cular — de engendrar esse aumento, que foi devastador aos exportadores hrasileiros. Contudo, o aumento de valor do real mostrou vida curta, a moeda começou à cair no mgio de 2011, e até o verão de 2013 ela tinha voltado a fomente 45 centavos de dólar. Uma diferença fundamental entre a economia inter- nacional e outras áreas da economia é que os países geralmente têm suas próprias moedas — o euro, que é compaxtilhado por diversos países curopeus, é a exceção que confirma a regra. E como o exemplo do reul itus- tra, os valores relativos das moedas podem mudar com o tempo, algumas vezes de mancira drástica. Por razões históricas, o estudo da determinação da taxa de câmbio é uma parte relativamente nova da eco- nomia internacional. Para a maior parte da história eco- nômica moderna, as tasas de câmbio eram fixadas mais por ação governamental do que por determinação do mercado. Antes da Primeira Guerra Mundial, os valo- res das principais moedas do mundo eram fixados com base no ouro, Para uma geração após a Segunda Guerra Mundial, os valores das principais moedas eram fixados em termos de dólar americano. A análise dos : monetários internacionais, que fixa as taxas de câmbio, continua sendo um assunto importante, O Capítulo 18 é dedicado ao estudo dos sistemas de taxa fixa; o Capt- tulo 19 ao desempenho histórico dos sistemas de taxas Economia internacional de câmbio alternativas; o o Capítulo 21 à economia das áreas monetárias, como a união monetária euro- peia. Atualmente, contudo, algumas das taxas de câm- bio mais importantes do mundo flutuam de minuto à minuto, e o papel dessa mudança continua sendo o cen- tro da história econômica internacional. Os capítulos 14 a 17 enfocam a teoria das taxas de câmbio flutuantes. Coordenação da política internacional A cconomia internacional abrange as nações sobcra- nas, cada qual livro para escolher suas próprias políticas econômicas. Infelizmente, em uma economia mundial integrada, as políticas econômicas de um país costumam. afetar igualmente outros países. Por exemplo, quando o Banco Central alemão aumentou as taxas de juros em 1990 — um passo que ele tomou para controlar o possi- vel impacto inflacionário da reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental -- ajudou a precipitar uma recessão no restante da Europa Ocidental. Diferenças nas metas entre países frequentemente levam a conflitos de interesse. Mesmo quando os países têm meias similares, eles podem sofrer perdas se falharem em coordenar suas políticas. Um problema fundamental na economia internacional é determinar como produzir um grau aceitável de harmo- nia entre o comércio internacional e as políticas mone- tárias dos diferentes países, na ausência de um governo mundial que diga aos países o que eles devem fazer. Por quase 70 anos, as políticas comerciais inlernacio- nais tinham sido governadas por um acordo internacio- nal conhecido como Acordo Geral sobre Tarifas Adua- neiras e Comércio (GAI, do termo em inglês General Agreement on Lariffs and Trade). Desde 1994, as regras comerciais têm sido aprovadas por uma vrganivação internacional, a Organização Mundial do Comércio, que pode dizer aos paises, incluindo os Estados Unidos, que suas politicas violam acordos prévios, Nós discutiremos a justificativa para esse sistema. no Capítulo 9 c apurare- mos se as regras do jogo para o comércio internacional na economia munutial podem ou devem sobreviver, Embora a cooperação nas políticas comerciais inter- nacionais seja uma tradição bem estabelecida, a coor- denação das políticas macrveconômicas internacionais é um tópico mais novo « mais incerto. Tentativas para formular princípios para a coordenação macrosconô- mica internacional datam de 1980 e 1990, e permanecem controversas até o momento. Entretanto, tentativas de coordenação macroeconômica internacional estão ocor- tendo com frequência crescente no mundo real. Lanto à teoria da coordenação macrosconômica internacio- nal quanto uma experiência em desenvolvimento são tevisadas no Capítulo 19, Mercado de capitais internacional Em 2007, os investidores que haviam comprado seguros lastreados por hipotecas, pensando nas rendas dos grandes investimentos cm hipotecas residenciais, receberam um choque enorme: conforme os preços das residências começaram a cair o valor das hipotecas entrou em colapso e os inveslimentos que elas assegu- ravam passaram a ser de alto risco. Uma vez que mui- tas das apólices pertenciam a instituições financeiras, o problema com os imóveis rapidamente tornou-se uma crise bancária, E note o seguinte: não foi apenas uma crise bancária nos Estados Unidos, porque os bancos de outros paises, especialmente na Furopa, também haviam comprado muitos desses seguros. A história não termina aí: a Europa rapidamente também Leve problemas no mercado imobiliário, E embora esses problemas tenham ocortido no sul, logó tornou-se aparente que muitos bancos curopeus do noriz — como os bancos da Alemanha que haviam emprestado dinheiro para os da Espanha também ficaram expostos às consequências financeiras. Em qualquer cconomia sofisiicada, existe um extenso mercado de capitais: um conjunto de rearranjos pelos quais indivíduos e empresas trocam dinheiro por pro- messas de pagamento futuro. À crescente importância do comércio internacional, desde 1960, foi acompanhada por um crescimento no mercado de capitais internacional, que conecta os mercados de capital de diferentes países. Ássim, nos anos 1970, as nações do Oriente Médio ricas em pettóleo colocaram os seus luctos advindos dessa fonte de recurso nos bancos de Tondres e Nova York, os quais por sua vez emprestavam dinheiro para governos e corporações na Ásia e América Latina. Durante os anos 1980, o Japão converteu muito do dinheiro que ganhou com suas exportações em investimentos nos Estados Uni- dos, inçluindo o estabelecimento de um número crescente de subsidiárias norte-americanas de empresas japonesas. Hoje, a China está direcionando seus ganhos em exporta- ção para um leque de ativos estrangeiros, incluindo dóla- res que seu governo guarda como tescrva internacional, Os mercados de capitais internacionais diferem de maneiras importantes dos mercados de capitais domés- ticos. Eles devem seguir regulamentações especiais que muitos países impõem ao investimento estrangeiro; eles também oferecem algumas vezes oportunidades para a liberação de regulamentações impostas a0s mercados internos. Desde 1960, surgiram mercados de capitais inter- nacionais enormes, mais notadamente o mercado de euto- dólar de Londres, no qual bilhões de dólares são trocados diariamente sem sequer chegarem aos Estados Unidos. Alguns riscos especiais estão associados com os mcr- cadas de capitais internacionais. Um risco é a flutuação do câmbio: se o euro cai abaixo do dólar, os investi- dores dos EUA que compraram a em euro sofrem uma perda de capital. Outro risco é o não pagamento (“calote”) nacional: uma mação pode simplesmente recusar-se 2 pagar suas dívidas (talvez porque não tenha condições) e pode não existir uma maneira efetiva para os credores processarem essa nação. O medo de “calote” por países europeus altamente endividados tem sido uma preocupação importante nos últimos anos. A crescente importância, dos mercados de capitais internacionais e seus novos problemas demandam mais atenção do que nunca, Este livro dedica dois capítulos os problemas onundos dos mercados de capitais internacio- nais: um sobre o funcionamento dos mercados de ativos globais (Capítulo 20) e um sobre empréstimos estrangei- ros por países em desenvolvimento (Capítulo 22). Economia internacional; comércio e moedas A ciência econômica da cennomia internacional pode ser subdividida em dois subeampos amplos: o estudo do comércio internacional 0 o estudo monetário internacio- nal. A análise do comércio internacional enfoca prima- riamente as transações reais na economia intermacional, ou seja, as transações envolvendo o movimento físico de A Capítulo 1. Introdução R 7 mercadorias ou um compromisso tangível de recursos econômicos. A análise monetária internacional enfoca a fase monetária da economia internacional, ou seja, Lran- saçõesi financeiras como compras estrangeiras de dóla- res ameticanos. Um exemplo de um problema de comgz- cio internacional é o conflito entre os Estados Unidos e à Eutopa sobre as exportações subsidindas de produ- tos agrícolas da. Europa; um exemplo de um problema monetário internacional é a dispula entre a opinião de que se deve deixar que o valor do câmbio estrangeiro do dólar flutue livremente ou de que ele seja estabilizado por ação governamental. No mundo real, não existe uma linha divisória sim ples entre os problemas comerciais e monetários A maioria do comércio internacional envolve transações monetárias embora, como os exemplos deste capítulo já sugeriram, muitos eventos monetários têm consequências importan- tes para o comércio, Contudo, a distinção entre comércio internacional e dinheiro internacional é útil. A primeira metade deste livro aborda os problemas de comércio inter- nacional, À Parte Um (capítulos 2 a 8) desenvolve a teoria analítica do comércio internacional, e a Parig Dois (capi- tulos9 a 12) aplica a teoria do comércio para a análise das políticas governamentais de comércio. A segunda metade do livro dedica-se aos problemas monetários internacio- nais. À Parte Três (capítulos 13 a 18) desenvolve a teoria monetária internacional e a Parte Quatro (capítulos 19 à 22) aplica essa ai à política monetária internacional. y 10» Economia internacional FIGURA 2.1 Comércia total dos EUA com os principais aerceiros em 2012 Comércio das EUA medido como a soma das importações e exportações - - com os 15 principals parceiros, Canadá China México Japão Alemanha Rerotirdo | Coreia do Sul Brasil Arábia Saud'ta França Taivian Países Balxos Ínelta venezuela itáiia T T T T O 50 109 150 200 250 300 350 Fonte; Departamento de Comércio dos EUA. T T T T 1 400 450 50) 550 600 659 Comércio bilhões de USS produzidos em una cconomia. Existe uma forte relação empírica entre o tamanho da economia de um país e o volume de suas importações e exporta A Pigura 2.2 ilustra essa relação, mostrando a cor- respondência entre o tamanho das diferentes economias europeias — especificamente, 15 parceiros comerciais dla Europa Ocidental mais importantes dos EUA em 2012 — e o comércio desses paises com vs Estados Uni- dos naquele ano. No eixo horizontal é o PIB de cada país, expresso em porcentagem do PIB total da União Europeia; no eixo vertical temos a quota de cada país do comércio total dos EUA com a LE. Como você pode ver, a dispersão dos pontos é agrupada em torno da linha traçada a 45 graus -ou seja, a quota de comércio de cada país da Europa com os EUA foi mais ou menos igual à quota do pais no PIB Europeu Ocidental. À Ale- manha tem uma grande economia, respondendo por 20% do PIB europeu ocidental; é também responsável por 24% do comércio dos EUA com a região. À Suécia tem uma economia muito menor, representando apenas 3,2% do PIB europeu, Correspondentemente, é respon- sável por apenas 2,3% do comércio EUA “Europa. Olhando para o comércio mundial como um todo, os economistas descobriram que uma equação prevê com bastante precisão o volume do comércio entre dois pai- ses da seguinte forma: TT AXEXE/D, 21) em que 4 é um termo constante, T, é o valor do comércio entre o país ie o país y, Y,é o PIB do pais i, zé o PIB do país je D,&a distância entre os dois países, Ou seja, o valor do comércio entre dois países é proporcio- se tudo o mais for igual, ao produto do PIB dos dois países e diminui com a distância entre eles. Uma equação como (2.1) é conhecida como um modelo de gravidade do comércio mundial. A razão para o nome é a analogia à lei de Newton da gravidade: assim como a atração gravitacional entre dois objetos é pro- porcional ao produto das suus massas e diminui com a distância, o comércio entre dois países é, sendo as outras variáveis iguais, proporcional ao produto de seu PIB e diminui com a distância. Os economistas frequentemente estimam um modelo de gravidade um pouco mais geral da seguinte forma: e rep ea CE Capítulo 2 Comércio mundial: uma visão geral uu E O tamanho das economias evropcias c o valor de suas tracas comerciais com os Estados Unidos Porcan-agem do comércio das EUA com a UE N 30- - 254 Alemanha 29+] & Reino Unido :5 Países Baixos França 10-) ê Bélgico & ltália é e 5-|Dinariarca, á & Espanha A É suécia lá SPuória “ T T T T 9 5 10 15 20 25 : Porcentagem do PIB da UE Fonte: Departamenro de comérxic dos EUA; Comissão Europeia, — mam TS AXK XE Dy ez Esta equação diz que os três parâmetros que determi- nam o volume do comércio entre dois países são o tama- nho do PIB dos dois países c a distância entre eles, sem assumir especificamente que o comércio seja proporcional ao produto dos dois PIBs e inversamente proporcional à distância. Em vez disso, «, b, e c são escolhidos para se encuixarem o mais próximo possível nos dados reais, Se a, bu forem todos iguais a |, a Equação (2.2) seria igual à Equação (2.1). Na verdade, as estimativas em geral apon- tam que (2.1) é uma aproximação razoável. Por que o modelo de gravidade funciona? Em termos gerais, as grandes economias tendem a gastar grandes quantias com importações, porque elas têm grandes rendimentos. Também tendem a atrair grandes fatias dos gastos de outros países, porque elas produzem uma vasta gama de produtos. Então, sendo as outras variá- veis iguais, o comércio entre quaisquer duas economias é maior — quanto maior forem ambas as economias. Que outras variáveis não são iguais? Como já obser- vamos, na prática, os países gastam muito ou a maior parte de sua renda internamente. Os Estados Unidos e à União Europeia estão gastando cada um cerca de 25% do PIB mundial, mas cada um atrai apenas cerca de 2% dos gastos do outro. Para compreender os fluxos comer- ciais reais, precisamos considerar os fatores que limi- tam o comércio internacional. Antes de chegarmos lá, no entantó, vamos analisar uma razão importante pela qual o modelo de gravidade é útil, Usando o modelo de gravidade à procura de anomalias É claro pela Figura 2.2 que um modelo de gravidade se aplica bem aos dados sobre o comércio dos EUA com paises europeus — mas não perfeitamente, Na verdade, um dos principais usos dos modelos de gravidade é para nos ajudar à identificar anomalias no comércio. Com efeito, quando o comércio entre dois países é muito maior ou menor do que um modelo de gravidade prevê, OS economistas procuram a explicação. Olhando novamente a Figura 2.2, vemos que o comér- cio dos Países Baixos, Bélgica e Trlanda com os Estados Unidos é consideravelmente maior do que um modelo de gravidade poderia ter previsto, Por que isso ocorre? Para a Irlanda, a resposta encontra-se em parte na afinidade cultural: não só à Trlanda compartilha a mesma lingua com os Estados Unidos, mas dezenas de milhões de americanos são descendentes de imigrantes irlandeses. Além dessa consideração, a Irlanda desem- 12 » Economia intemacional penha um papel especial como hospedeira de muitas empresas dos EUA, Discutiremos o papel dessas corpo- rações multinacionais no Capítulo &, No caso das Países Baixos c da Bélgica, os custos de transporte e a goografia explicam seu grande comércio com os Estados Unidos. Ambos os paises estão localiza- dos perta da foz do rio Reno, maior rio da Europa Oci- dental, que passa junto do Ruhr, o coração industrial da Alemanha. Então, os Países Baixos e a Bélgica têm sido tradicionalmente os pontos de entrada de grande parte do noroeste da Europa, Rotterdam, na Holanda, é o porto mais importante na Europa, como medido pela tonelagem,; e Antuérpia, na Bélgica, o segundo. O grande comércio da Bélgica e da Holanda sugere, em outras palavras, o papel importante dos custos de transporte e da geogratia em determinar o volume do comércio, A importância desses fatores é clara quando nos voltamos para um exemplo mais amplo de dados comerciais, Impedimentos ao comércio: distância, barreiras e fronteiras A Figura 2.3 mostra os mesmos dados que a Figura 2.2 — comércio dos EUA como uma porcentagem do comércio total com a Europa Ocidental em 2012 versus PIB em porcentagem do PIB total da região —, mas acrescenta mais dois países: Canadá ec México. Como vovê pode ves, os dois vizinhos dos Estados Unidos fazem muito mais comércio com os EUA do que as economias europeias de igual tamanho. Na verdade, o Canadá, cuja cconomia é mais ou menos do mesmo tamanho que a da lispanha, tem transações comerciais com os Estados Unidos na mesma intensidade que toda a Europa junta. Por que os Estados Unidos têm muito mais comércio com seus vizinhos norte-americanos do que com os seus parceiros europeus? Uma das principais razões é o sim- ples fato de que o Canadá « o México estão muito mais próximos. Todos os modelos de gravidade estimados mostram. um forte efeito negativo da distância no comércio inter- nacional; estimativas típicas relatam que um aumento de 1% na distância entre dois países está associado com uma queda de 0,7 a 1% no comércio entre esses países, Essa queda em parte reflete o aumento dos custos do transporte de mercadorias e serviços. Os economis- tas também acreditam que fatores menos tangíveis desempenham um papel crucial: o comércio tende a ser intenso quando os paises têm contato pessoal, FIGURA 2, Dimensão econômica c o comércio com vs Estados Unidos Porcentagem da comércio dos EUA com a UE 104 — e Canadê 9% *& México Alemraina e Reino Jnido + teme aa 1 Pa ses 2aixos . *Bsigl ———& França é itália é Espama T º 5 w 15 20 25 Porcentagem do 2.B da UE Fonte: Dopartamento de comércio dos EUA; Comissão Fsapia, Os Estados Unidos têm marcadamente mais comércio com seus vizinhos do que com as economias europeias de mesmo tamanho, c este contato tende a diminuir quando as distâncias são grandes. Por exemplo, é lácif para um represen- tante de vendas dos Estados Unidos fazer uma visita rápida a Toronto, mas é um esforço muito maior para esse representante ir a Paris. À menos que a empresa esteja situada na costa oeste, é um esforço ainda maior visitar Tóquio. Além de serem vizinhos dos Estados Unidos, Canadá « México são parte de um acordo de comércio com os Estados Unidos, o Acordo de Livre Comércio Noric- “Americano, ou NAFTA, que garante que a maioria dos bens enviados entre os três países não seja sujeita a tarifas ou outras barreiras ao comércio internacional. Vamos analisar os efeitos das barreiras ao comércio internacional nos capítulos 8 e 9, v o papel dos acor- dos comerciais, como o NAFTA, no Capítulo 10. Por enquanto, vamos ebservar que os economistas modelos de gravidade como uma forma de avaliar o impacto dos acordos comerciais sobre o comércio inter- nacional real: sé um acordo de comércio é eficaz, deve estimular significativamente o comércio entre seus par- ceiros do que iriam prever por seus PLBs e as distâncias um do outro. É importante observar, no entanto, que apesar de os acordos comerciais muitas vezes acabarem com todas as barreiras formais ao comércio entre os países, eles raramente tornam as fronteiras nacionais irrele- vantes. Mesmo quando a maioria dos bens e serviços fornecidos através de uma fronteira nacional não paga tarifas aduanciras e enfrenta poucas restrições legais, há muito mais comércio entre regiões do mesmo país do que entre regiões equivalentemente situadas em diferentes países. A fronteira Canadá-Estados Unidos é um caso. Os dois países Tazem parte de um acordo de livre comércio (na verdade, havia um acordo de livre comércio entre Canadlá-EUA mesmo antes do NAFTA); a maioria dos canadenses fala inglês; e os cidadãos desses países são livres para cruzar a Fronteira usam Capítulo 2 Comércio mundial: uma visão geral “ 13 com um mínimo de formalidades. Contudo, dados sobre o comércio das províncias canadenses individuais entre si c com estados dos EUA mostram que, se todo o resto forigual, há muito mais comércio entre as provin- cias do que entre as províncias c os estados dos Estados Unidos, A “Tabela 2.1 ilustra a estensão da diferença. Fla mostra o comércio total (exportações mai porta- ções) da província canadense da Colúmbia Britânica, ao norte do estado de Washington, com oulras províncias canadenses e com os estados dos EUA, medidos como uma porcentagem do PIB de cada província ou do, A Figura 2.4 mostra a localização dessas provín c estados. Cada provincia canadense é pareada com um estado des EUA que esieja mais ou menos a mesma distância da Colâmbia Britânica: o estado de Washin- gton e Alberta fazem ambos fronteira com a Colôm- bia Britânica; Ontário e Ohio estão ambos no centro- oeste; e assim por diante. Com ex: o do comércio com o extremo leste da província canadense de Nova Brunswick, o comércio intracanadense cai constante- mente com o aumento da distância. Mas em Lodos os casos, o comércio entre a Colúmbia Britânica e uma província do Canadá é muito maior do que o comércio com um estado dos EUA igualmente distante. Os economistas usaram dados como os mostra- dos na Tabela 2.1, junto com as estimativas do efeito da distância em modelos de gravidade, para calcular que a fronteira Canadá-EUA, apesar de ser uma das mais abertas do mundo, tem tanto efeito em dissuadir v comércio quanto se os países estivessem entre 1.500 e 2.500 quilômetros de distância. Por que as fronteiras têm um grande efeito nega- tivo sobre o comércio? Esse é um tópico de pesquisa em andamento. O Capítulo 21 descreve um recente foco dessa pesqu um esforço para determinar quanto efeito a existência de diferentes moedas nacionais tem sobre o comércio internacional! de bens e serviços. TABELA 2,1 Corrércio com a Colúmbia Britânica, coma porcentagem do PIB em 2009 Alberta o 69 Saskatchewan 2,4 Manitoba 20 Ontário 19 Quebec 14 New Brunswick 23 Fontes Estatísticas Canarlá; Departamento de comércio des EUA. 26 Washington 1,0 Montana 03 Califómia 02 Ohio. 0,1 Nova York 02 Maine Economia internacional 16 FIGURA A composição do comércio mundial, 2011 Fontes Organização Manda do Comércio, Manufaturados ES A maioria do comércio mundiai é de bens manufalurados, mas os minerais — principalmente pretróleo — continuam a ser importantes. Progiutos A egricolas 8% E tos de Tringradão - PER Eae estrangeiros. Nos últimos anos, novos tipos de comér- cio de serviços, tornados possíveis pelas telecomunica- ções modernas, têm atraído muito a atenção da mídia. O exemplo mais famoso é o surgimento de centros de atendimento telefônico e de assistência remota no exte- rior; se você telefonar para um número 800 para obter informações ou ajuda técnica, a pessoa do outro lado da linha pode muito bem estar em um país distante (a cidade indiana de Bangalore é um local particularmente popular). Até agora, essas novas formas exóticas de comércio ainda são uma parte relativamente pequena do quadro geral de comércio, mas, como explicado a seguir, isso pode mudar nos próximos anos. O quadro atual, em que produtos manufaturados dominam o comércio mundial, é relativamente novo. No passado, os produtos primários — bens agrícolas e de mineração - -- desempenhavam um papel muito mais importante no comércio mundial. À Tabela 2.2 mostra o compartilhamento de bens manufaturados nas expor- tações e importações do Reino Unido c dos Estados Unidos em 1910 c 2011. No início do século XX, a Grã- -Bretanha, embora exportassc intensamente bens manu- faturados (fábricas), importava principalmente produtos ptimários. Hoje, os produtos manufaturados dominam ambos os lados de seu comércio. Enquanto isso, os Esta- dos Unidos passaram de um padrão de comércio em que produtos primários eram. mais importantes do que os bens manufaturados, em ambos os lados, para um padrão em que os bens manufaturados dominam. Uma transformação mais recente foi a ascensão do terceiro mundo nas exportações de bens manufaturados. Os termos terceiro mundo e países em desenvolvimento são aplicados às nações mais pobres do mundo, muitas das guais foram colônias curopcias antes da Segunda Guerra Mundial, Na década de 1970, csses países expor- tavam principalmente produtos primários. Desde então, [ nabeiaza Produtos manufaturados como porcentagem do comércio de mercadorias o nn Exportação Importação Exportação Importação 1910 TA 24,5 475 40,7 20H 72,1 69, 65,3 67,2 Fonte: Dades de 1910 de Simen Kuzne da Organização Mundial do Corr ércia , Madem Econornhe Growth: Rate, Structure arid Speed, New Haven: Yale Uniy, Press, 1966. Darlos de 2011 E f no entanto, eles mudaram rapidamente para as expor- tações de bens manufaturados. À Figura 2.7 mostra as parcelas ds produtos agrícolas e mercadorias manufa- turadas nas exportações de países em desenvolvimento deste 1960, Houve uma inversão quase completa de sua importância relativa, Por exemplo, mais de 90% das exportações da China, a maior economia em desenvolvi- mento e uma força crescente no comércio mundial, são compostos de bens manufaturados. offshoring de serviços Atualmente, uma das questões mais quentes em economia internacional é se a moderna tecnologia da informação, que torna possível executar algumas Funções econômicas a longa distância, conduzirá a um aumento drástico nas novas formas de comércio internacional. Nós já mencionamos o exemplo dos «all centers, onde a pessoa que atende seu pedido para obter informações pode estar a 16.000 quilômetros de distância. Muitos outros serviços também podem ser feitos em um local remoto, Quando um serviço antes feito em um país é deslocado para um local externo, a alteração € conhecida como cjfshoring de serviço (às vezes conhecido como terceirização de serviço). Além disso, os produtores devem decidir se devem configurar uma subsidiária estrangeira para fornecer os serviços (z operar como uma empresa multinacional) ou tercei- CO E, Capítulo 2 Comércio mundial: uma visão geral = 17 rizar os serviços de outra companhia. No Capítulo 8, descreveremos mais detalhadamente como as empresas tomam essas decisões importantes, Em, um artigo famoso, publicado em 2006 na revi Foreigri Affairs, Alan Blindex, cconomista da Univ dade de Princeton, argumentou que: Lfno futuro, e em grande medido já no pre- sente, e principal distinção para o comércio inter- nacional não será entre coisas que podem e que não podem ser colocadas em uma caixa. Em vez disso, será entre os serviços que podem ser entregues por via eletrônica em longas distâncias, com pouca ou nenhuma degradação de qualidade, e aqueles que não podem. Por exemplo, o trabalhador que reestoca as pratelei- ras em sua mercearia tem que ir ao local, mas o contador que faz a contabilidade do mercado pode estar em outro país, mantendo contato pela Internet. A enfermeira que mede seu pulso tem que estar próxima de você, mas o radiologista que analisa a radiografia pode receber as imagens eletronicamente em qualquer lugar que tenha uma conexão de alta velocidade. Nesse ponto, a terceirização de serviços chama muito a atenção precisamente porque ainda é bastante rara, A questão é quão grande pode se tornar, e quantos A mudança de composição das exportações de países em degenvolvimento Porcertagem cas exportações 3 Nos últimos 50 anos, as exportações dos países em 524 49) 305 204 104 Manufalurados desenvolvimento têm se deslocado na direção dos manufaturados. Agricultura T 7 T T 1960 1970 Fanta: Consethu des Nações Unidas scdre Co nárrio 2 Deservelvimento. 1530 1980 2001 Ecoromia Internacional 18 trabalhadores que não enfrentam hoje nenhuma compe- tição internacional poderão ver essa mudança no futura. Uma maneira pela qual os economistas tentaram res- ponder a essa pergunta foi olhando quais serviços são negociados em longas distâncias dentro dos Estados Unidos. Por exemplo, muitos serviços financeiros são fomecidos a partir de Nova York, a capital financeira do país; grande parte dos lançamentos de sofiware do pais ocorre em Seattle, lugar da sede da Microsoft; grande parte dos serviços de pesquisa por Internet dos EUA (e do mundo) provém do Googleplex em Mountain Vicw, Califórnia, € assim por diante, A Figura 2.8 mostra os resultados de um estudo que utilizou sistematicamente dados sobrs a localização das indústrias dentro dos Estados Unidos para determinar quais serviços são e quais não são negociáveis em longas distâncias. Como mostra a figura. o estudo concluiu que cerca de 60% do toial de empregos dos EUA consiste de postos de trabalho que devem ser feitos perto do cliente, tornando-os não comercializáveis, Mas os 40% dos empre- gos, que representam atividades comercializáveis, incluem mais serviços do que trabalhos de fabricação. Isso sugere que o amal dominio do comércio mundial dz manufatu- tas, mostrado na Figura 2.6, pods ser apenas temporário. No longo prazo, o comércio de serviços entregues por via eletrônica pode tornar-se o componente mais importante do comércio mundial. Discutiremos a implicação dessas tendências para o emprego dos EUA no Capítulo 8, Regras antigas ainda se aplicam? Vamos começar nossa (liscussão sobre as causas do comércio mundial no Capítulo 3, com uma análise de um modelo originalmente apresentado pelo economista britânico David Ricardo, cm 1819, Tendo em conta todas as mudanças no comércio mundial desde o tempo ds Ricardo, velhas ideias ainda podem ser relevantes? A resposta é um retumbante “sim”, Mesmo que muito tenha mudado sobre o comércio internacional, os princípios fundamentais, descobertos por economistas no alvorecer de uma economia global, ainda se aplicam. E verdade que o comércio mundial tornou-se mais " dificil de se caracterizar em termos simples. Há um século, as exportações de cada país obviamente eram moldadas em grande parte por seu clima e seus recur- sos naturais. Países tropicais exportavam produtos tro- picais como café e algodão; países com terra rica como os Estados Unidos e a Austrália exportavam afimentos para as nações densamente povoadas da Europa. Dispu- tas sobte o comércio também eram Tácuis de explicar: as batalhas políticas clássicas sobre o livre comércio versus ALARM Parceta das produções comercializáveis do emprego Mlreração, utilitários, construção 1% Agricuitura 1% Não comercializáveis 60% A V Adminisiração pública —! 2% Fonte: ). Bradford Jensen e Lari, G, Kletzer, “Tradable Suri “— Educação/! Estimativas com base no comércio dentro elos Estados Untdos sugerem que comércio de serviços pode 5 eventualmente tornar-se maior do que q comércio de manufaturados. Sarviços / profissionals 16% 0% Serviços 2% — Qutros serviços 1% Understandir g the Sccpe and Impact of Services Ow:sourclng”, Petersay: Institate of Económics Workina, Paper 5 -09, Maio 2005. i SEER ! | : CETERENESTE o protecionismo eram travadas entre proprietários ingle- ses, que queriam à proteção contra as itaportações de A Capítulo2 Comércio mundial: uma visão geral a 19 menos valiosas pelas importações — trabalhadores da indústria de vestuário que enfrentam a concorrência dos vestuários importados c atendentes técnicos que agora alimentos baratos, e os fabricantes ingleses, que exporta- vam grande parte da sua produção. As fontes do comércio moderno são mais sutis. Os tecursas humanos e os recursos criados pelos humanos (na forma de maquinarias), dentre outros tipos de capi- tal, são mais importantes do que os recursos naturais, As batulhas políticas sobre o comércio normalmente envolvem trabalhadores cujas habilidades são tornadas enfrentam a concorrência de Bangalore. Comó veremos em capítulos posteriores, no entanto, a lógica subjacente ao comércio internacional perma- nece à mesma. Modelos econômicos desenvolvidos muito antes da invenção dos aviões a jato ou da Internet continuam sendo importantes para compreendermos os fundamentos do comércio internacional do século XXI, RESUMO nu o Lo modelo de gravidade relaciona o comércio entre dois paí- ses aos tamanhos de suas economias. Usando o modelo de gravidade também revelamos os fortes efeitos da distância 3, e das fronteiras internacionais — mesmo as Fronteiras ami- gáveis como aquelas entre os Estados Unidos e o Canadá — em desencotajar o comércio. 2 O comércio internacional está em níveis recordes em re- 4, lação ao tamanho da economia mundial, graças à queda clos custos de transporte e de comunicações. No entanto, o comércio não tem crescido cm linha reta: o mundo era ex- tensamente integrado em 1914, mas o comércio foi muito TERMOS-CHAVE reduzido pela guerra, pelo protecionismo e pela depressão econômica, e levou décadas para se recuperar. Bens manufaturados dominam o comércio moderno de hoje. No passado, entretanto, os produtos primários eram muito mais importantes do que são agora; recentemente, comércio de serviços tornou-se cada vez mais importante. Os países em desenvolvimento, em particular, deixaram de ser principalmente exportadores ce produtos primários para se tomarem majoritariamente exportadores de produ- tos manufaturados. : acordo de comércio, p. 13 modelo de gravidade, p. 9 offshoring de serviços (tercelrização de serviços), p. 17 PROBLEMAS países em desenvolvimento, p. 16 produto interno bruto (PIB), p. 9 terceiro mundo, p. 16 1 1. Canadá e Austrália são (principalmente) países de lingua 4 inglesa com populações que não são multo diferentes em tamanho (Canadá é 60% maior). Mas o comércio canadense é duas vezes maior, em relação aa PIB, do que na Austrália. Por que isso ocorre? 2, México e Brasil têm padrões muito diferentes de negocia ção. Enguanto o México negocia principalmente com os Es- tados Unidos, o Brasil comercializa em nívics quase iguais com os Estados Unidos e a União Europeia. Além disso, 0 5, México faz muito mais comércio em relação ao seu PIB, Ex- plique essas diferenças usando a modelo de gravidade. 3. A Equação (2.1) diz que o comércia entre as dois países é proporcional ap produto de seu PIB. Isso significa que, se o PIB de cada país no mundo duplicasse, o comércio mundial quadruplicaria? Ao longo das últimas décadas, as economias do leste asiá- tico aumentaram a sua quota do PIB mundial. Da mesma forma, o comércio intraleste asiático — ou seja, o comércio entre as nações do leste asiático — tem crescido como uma parte do comércio mundial. Mais do que isso, os países do leste asiático têm uma quota crescente das suas trocas co- merciais entre si, Explique o porquê, usando o modelo de gravidade, Um século atrás, a maioria das importações britânicas vinha de locais relativamente distantes: América do Norte, Améri- ca Latina e Ásia. Hoje, a maioria das importações britânicas é proveniente de outros países europeus. Como isso se en- caixa com os tipos de mudanças de bens que compõem o comércio mundial?