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Comparativo de estimativa de recalque de estaca hélice continua.
Tipologia: Trabalhos
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Faculdade Novo Milênio Curso de Graduação em Enge4nharia Civl
Introdução. A previsão de recalque é fundamental para o projeto de fundação para garantir um bom funcionamento da estrutura durante sua vida útil. Para verificação do desempenho da fundação é realizado a prova de carga, que consiste na aplicação de cargas e registros dos deslocamentos, obtendo como resultado a curva carga vs recalque. A estimativa de recalque será analisada pelo método semi empírico de Aoki – Lopes (1975), que considera o encurtamento da estaca e a deformação do solo que envolve a fundação. Objetivo. Analisar os resultados da estimativa de recalque em estaca hélice contínua. Método. Foram analisados dois estudos de caso, onde foram realizados ensaios de prova de carga. A partir dos dados obtidos no ensaio foi comparado os recalques sofridos por um método de estimativa semi empírico, Aoki – Lopes (1975). Neste método é considerada a deformação na própria estaca, o encurtamento elástico, considerando o módulo de elasticidade do concreto somado com a deformação na camada do solo, que contribui para a tensão lateral e de ponta, quando aplicada uma carga no topo da estaca. Resultados. Os resultados demonstram a estimativa do recalque pelo método de Aoki-Lopes (1975) com base nas informações do SPT e comparado ao resultado do ensaio de prova de carga houve diferença nos valores e mesmo diante desta diferença entre os recalques, pode-se considerar que o método é eficaz e confirma a prova de carga, esclarecendo o comportamento da fundação quanto ao seu desempenho interação solo-estrutura, de forma a minimizar possíveis erros de projeto e evitar danos maiores à construção. Conclusão. Diante das análises realizadas neste estudo, os resultados permitem concluir que o método semi-empírico de Aoki-Lopes se mostra adequado à estimativa de recalque, e a variação dos resultados pode ser atribuída à variabilidade natural do solo e pelo método executivo da estaca. Palavras-chave: estaca hélice contínua, recalque, método semi empírico ABSTRACT The prediction of settlement is fundamental to the foundation design to ensure a good functioning of the structure during its useful life. To verify the performance of the foundation, the load test is performed, which consists of the application of loads and records the displacements, obtaining as a result the load vs. displacements curve. The estimate of settlement will be analyzed by the semi empirical method of Aoki - Lopes (1975), which considers the shortening of the pile and the deformation of the soil that surrounds the foundation. To analyze the results of the estimation of settlement of Auger cast piles. Two studies were carried out, where load tests were carried out. From the data obtained in the test, we compared the recharges suffered by a semi empirical estimation method, Aoki - Lopes (1975). In this method the deformation in the pile is considered, the elastic shortening, considering the modulus of elasticity of the concrete added with the deformation in the soil layer, which contributes to the lateral and tip tension, when a load is applied to the top of the pile. The results demonstrate the estimation of the repression by the method of Aoki-Lopes (1975) based on the information of the SPT and compared to the result of the test of load test there was difference in the values and, even in face of this difference between the recharges, it can be considered that the method is effective and confirms the load test, showing the behavior of the foundation as to its soil-structure interaction performance, in order to minimize possible design errors and to avoid major damage to the construction. Considering the analyzes performed in this study, the results allow to conclude that the semi-empirical method of Aoki-Lopes is adequate to the estimation of settlement, and the variation of the results can be attributed to the natural variability of the soil and by the executive method of pile. Key-words: Auger cast pile, settlement, semi-empirical method .
Segundo Barros[1], um dos desafios na engenharia de fundação é prever os recalques que os elementos de fundações irão sofrer a curto e longo prazo. Desta forma, é necessário que o recalque seja limitado e monitorado para garantir um bom desempenho da estrutura projetada durante sua vida útil. Diante deste desafio, a incerteza existe, principalmente nas fundações profundas, onde não são visualmente analisadas. Porém, existem métodos de previsão para serem utilizados. É fundamental que a previsão de recalque seja realizada com cautela, pois o monitoramento dos recalques é importante para o desempenho da edificação. Para garantir a estabilidade da edificação, as cargas aplicadas ao solo de fundação devem ser compatibilizadas com as cargas da superestrutura. A fundação, como elemento estrutural, deve transferir a carga da superestrutura para o solo.[2,3] Para o desenvolvimento de um projeto de fundação, é necessário uma investigação geotécnica. No Brasil, o ensaio mais utilizado para conhecer o subsolo e os tipos de solo que o compõe é o SPT ( Standard Penetration Test ), que permite a classificação dos solos de cada camada, a verificação do nível do lençol freático e o valor da resistência à penetração (Nspt), que consiste no número de golpes aplicados na cravação.[4,5] (^1) Aluna do 10º Período do Curso de Graduação de Engenharia Civil da Faculdade Novo Milênio, Vila Velha 2 – ES, Brasil Engenheira Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil, especialista; Professora do Curso de Engenharia Civil da Faculdade Novo Milênio, Vila Velha – ES, Brasil Amann[6]^ relata que, para o projeto de fundação, deve ser investigado se a estrutura suporta recalques na sua situação de trabalho. Dentre as solicitações do mercado da construção civil por fundações sem vibrações e sem impactos sonoros, a estaca hélice contínua teve um grande desenvolvimento nos últimos anos, sendo uma estaca muito aplicada em grandes centros urbanos.[^7 -^9 ] Segundo Goeking[10], a estaca hélice contínua propicia alta produtividade e possibilita execução em qualquer tipo de solo e abaixo do nível da água, devendo ser considerado o tipo de edificação, pois cada obra deve ter uma fundação específica. Pode-se conceituar estaca hélice contínua como um tipo de fundação profunda constituída de concreto, moldada in loco e executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto pela própria haste do trado[^11 -^13 ]. As estacas hélice contínua tiveram sua origem nos Estados Unidos nos anos 50. No Brasil, foram introduzidas no final da década de 1980.[13] O processo executivo desta estaca consiste nas seguintes fases: perfuração do terreno através de trado helicoidal até a profundidade especificada em projeto; injeção de concreto sob pressão controlada simultaneamente à extração da perfuração e a colocação da armadura.[1,7,14] Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil Faculdade Novo Milênio, Vila Velha, ES, Brasil Email: vanessa_bonini@hotmail.com/ m.moreschi2@gmail.com Data de envio para banca: 01/12/ Data de aceite: 11/12/
Faculdade Novo Milênio Curso de Graduação em Enge4nharia Civl As estacas hélice contínua possuem um sistema de monitoramento composto por um conjunto de sensores posicionados no equipamento e que captam informações sobre a execução em tempo real e as transmitem para um computador existente na cabine do operador. Este monitoramento permite o acompanhamento de todas as fases do processo executivo e a análise dos dados permitindo uma avaliação da estaca executada.[15] A prova de carga consiste em aplicar esforços estáticos, registrando as cargas aplicadas e os respectivos deslocamentos verticais, sendo o seu principal objetivo a determinação da curva carga vs recalque da estaca e sua correspondente capacidade de carga.[^16 ] Todos os procedimentos para realização do ensaio de prova de carga e os dispositivos de aplicação de carga e de medição são regidos pela NBR 12131: 2006.[^17 ] Ao aplicar uma carga vertical (P) no topo da estaca implicará em duas deformações: o encurtamento elástico da própria estaca ( ρe ) e o deslocamento vertical de compressão da camada de solo ( ρs ) que envolvem a estaca até a sua base.[18] A realização de prova de carga sobre estaca objetiva aferir o comportamento previsto em projeto tanto da capacidade de carga quanto do recalque, o coeficiente de segurança do estaqueamento e a resistência de ponta e atrito lateral (neste caso, quando a prova de carga for instrumentada).[1^9 ] A prova de carga traz como resultado a curva carga vs recalque. É importante frisar que se trata da análise de uma estaca isolada, cujo atrito lateral mobilizado é sempre positivo e não se tem o efeito de grupo considerado. O comportamento carga vs recalque geralmente é avaliado apenas pela carga aplicada no topo da estaca.[^20 ] A carga é medida pelo deslocamento resultante da estaca. A partir disso correlaciona-se a curva de resultados às especificações de projeto. Caso as provas de carga tenham sido realizadas após a execução de todo o estaqueamento, isto é, sejam provas de carga apenas para verificação, se os resultados observados estiverem dentro das tolerâncias permitidas, em geral a conclusão é extrapolada e as demais estacas da obra são tidas como dentro das conformidades; caso não esteja dentro do permitido, a norma brasileira recomenda que uma nova campanha de ensaios seja realizada. Na prática, pode-se optar diretamente pelo reforço de toda a fundação já executada em caso de resultados no ensaio de prova de carga fora do esperado.[17] Caso as provas de carga sejam feitas antes da execução de todo o estaqueamento, isto é, na fase de projeto, um resultado fora do especificado pode conduzir a uma revisão geral do projeto, como alteração de comprimentos previstos, diâmetros ou até mesmo a substituição do tipo de estaca utilizada.[21] As deformações de recalque ocorrem quando há deslocamento vertical de um ponto da estrutura a medida que a fundação é solicitada.[1^8 ] Podem-se ter diferenças muito relevantes nos valores do recalque total previstos e os observados em uma prova de carga para cada elemento de fundação, principalmente devido a variabilidade natural do terreno.[13] Os métodos utilizados para previsão de recalques semi empíricos usam os resultados dos ensaios de campo para analogia com o módulo de deformidade.[22] Devido à grande complexidade na previsão do comportamento real do solo e diante da dificuldade em esclarecer as incertezas inerentes a todo dimensionamento geotécnico, é necessário compreender melhor a compatibilidade entre o método de previsão dos recalques e os resultados obtidos por ensaios de campo. A melhor compreensão dessa relação entre valores estimados e medidos de recalque proporcionará uma ferramenta de auxílio mais adequada e compatível com o interesse da obra. Este artigo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre os resultados da estimativa de recalque em estaca hélice contínua através do método de Aoki- Lopes e os valores obtidos por meio de ensaio de prova de carga estática.
Foram efetuadas pesquisas e análise dos dados, no período de fevereiro a outubro de 2017, onde foram verificados os resultados de ensaios de prova de carga estática em estaca hélice contínua, realizados por uma empresa especializada em fundações, em duas obras localizadas no município de Vila Velha – ES. Os ensaios, a execução do estaqueamento e as sondagens foram realizados nos anos 2011 e 2013. Não foi considerado o efeito de grupo das estacas, e não foram realizados ensaios para determinar parâmetros de compressibilidade do solo. Os dados necessários foram obtidos através de correlações com os resultados do ensaio SPT. Para a previsão de recalque pelo método Aoki-Lopes (1975), são fatores fundamentais: o encurtamento elástico do elemento de fundação e a deformação do solo. O método de Aoki-Lopes ao considerar o encurtamento elástico da estaca e o recalque do solo, é o método que melhor se aplica para estimar os deslocamentos verticais; além de apresentar modelo matemático simples, mostrou-se eficiente para previsão do comportamento da estaca, esclarecido nos estudos de Barros[1], Prununciati, Garcia e Rodriguez[23]^ e na literatura de Cintra e Aoki.[18] O método de Aoki-Lopes (1975) utiliza as equações de Midlin (1936), porém reescritas a modo de permitir a integração numérica.[15,24]^ Aplica-se a substituição das tensões que a estaca transmite ao terreno, pela ponta e pelo fuste por uma formação de cargas concentradas, aplicando seus efeitos na área de estudo.[15] Uma estaca inserida no maciço de solo que está sujeita a uma carga vertical aplicada no topo, tende a se deformar para atingir uma nova condição de equilíbrio, e desta forma, esta carga gera um encurtamento da estaca.[1] Para obter o encurtamento elástico da estaca foi aplicada a equação 1: 𝜌𝑒 = 1 𝐴 .𝐸𝑐
. ∑ (𝑃𝑖. 𝐿𝑖) (1) Equação 1. ρe : Encurtamento elástico da própria estaca A: Área da seção transversal do fuste da estaca Ec: Módulo de elasticidade do concreto Pi: Carga em uma determinada cota Li: Comprimento de uma determinada camada Para estaca hélice contínua, Cintra e Aoki (2010)[18] sugerem o valor de módulo de elasticidade (Ec) igual a 21 GPa. Estudos geotécnicos apontam 3 tipos de recalque do solo, o recalque de adensamento primário acontece em solos de baixa permeabilidade e saturados, quando as tensões atuantes são superiores às de pré-adensamento e
Faculdade Novo Milênio Curso de Graduação em Enge4nharia Civl provas de carga distintas, em duas obras em Vila Velha, sendo 3 em cada obra. A prova de carga foi do tipo lenta, pois geralmente é a mais utilizada quando se deseja obter informações mais detalhadas sobre os recalques da estaca.[1^9 ] Os deslocamentos verticais do topo da estaca foram medidos através de quatro relógios digitais comparadores instalados diametralmente opostos entre si nas arestas do bloco de concreto armado da estaca ensaiada, sendo controlados por meio de extensômetros. CINTRA et al [4]^ relatam que o carregamento lento é caracterizado por aplicar progressivamente incrementos iguais de carga por período de tempo mínimo de 30 minutos ou até a estabilização dos recalques.
- Primeira obra Foram analisados três resultados de ensaios de prova de carga na primeira obra, todos em estaca tipo hélice contínua com diâmetro de 350 mm e próximo ao ponto das estacas três sondagens foram realizadas anteriormente a execução para investigação do solo, SP03, SP05 e SP06. As sondagens não atingiram o impenetrável, sendo paralisadas aos 38,45 m em camada de silte argilo- arenoso. A sondagem SP03 é representativa para o ensaio na estaca 01, onde seus primeiros 10 m têm uma composição arenosa, entre os 10 m de profundidade até 11,5 m passa por uma camada de silte arenoso. Após a profundidade 11,5 m até 21,70 m nota-se um solo tipicamente arenoso. A seguinte camada é classificada argilosa tipicamente orgânica, de cor cinza, com fragmentos de mariscos e de baixa resistência. Esse padrão segue-se até aproximadamente 32 m, a partir do qual o terreno adquire novamente sua característica arenosa compacta. O índice de resistência à penetração variou de 1 a 120 golpes/ cm. O nível da água foi identificado aproximadamente a 0,60 m de profundidade. No perfil de sondagem SP05, próximo a estaca 2, observou-se um solo tipicamente arenoso, intercalado com uma camada de argila de baixa resistência. Até seus 10, m de profundidade apresenta composição arenosa, logo em seguida aparece silte argiloso com fragmentos de mariscos com espessura de 2,75 m. A partir dos 12,75 m, o solo característico é arenoso com alterações em argila. A sondagem SP06 foi posicionada próximo a estaca 3, onde o solo predominante é arenoso até seus 20,80 m com a presença de silte em 8,30 m até 9 m e de 9,75 a 11,50 m silte arenoso, adiante detectou-se camada de argila arenosa com fragmentos de marisco até a profundidade de 24,80m, em seguida surge silte argiloso até 32,80m. Por fim, segue a ultima camada sondada, composta por areia fina e média siltosa, medianamente compacta a compacta. Nos ensaios realizados na primeira obra a carga máxima aplicada foi de 120 tf. As características das estacas da obra 1 estão descritas na tabela 1. A estaca 01 possui comprimento de 16,03 m e apresentou superconsumo de concreto de 63%; já a estaca 02 possui 16,12 m e superconsumo de 54% e a estaca 03 possui 14,75 m e superconsumo de 36% conforme apresentado na tabela 1. Características das estacas no ensaio da primeira obra em 2013 Tabela 1. Valores expressos em números absolutos e percentuais Como as estacas apresentaram um superconsumo de concreto, o diâmetro ficou proporcionalmente maior devido a isso, a estaca 01 ficou diâmetro médio de execução de 440 mm devido ao seu superconsumo de 63%. O diâmetro médio da estaca 02 foi 430 mm e da estaca 03 foi 400 mm, com superconsumo de 54% e 36% respectivamente. Para aplicação de cálculo efetivo dos recalques, foi adotado o valor calculado do diâmetro médio de execução da estaca, para ficar o mais próximo do real executado, considerando o superconsumo de concreto de cada estaca. Dessa forma, pode-se perceber que o superconsumo de concreto acaba por ampliar o diâmetro da estaca, podendo proporcionar um melhor desempenho quando submetido a esforços, visto que tanto sua resistência de ponta quanto a lateral serão ampliadas, possibilitando assim uma redução na estimativa de recalque. De acordo com Alledi et al [29]^ o aumento do diâmetro da estaca devido ao consumo elevado de concreto pode influenciar no valor do atrito lateral quando não considerado nos cálculos. Segundinho et al [30]^ afirma que o entendimento da curva carga vs recalque da fundação é essencial, tanto para a correta intepretação dos dados de prova de carga, quanto para o dimensionamento adequado. As curvas carga vs recalque apresentadas abaixo foram obtidas a partir dos ensaios de prova de carga na primeira obra. Pela característica das curvas não há indício de ruptura. Na curva carga vs deslocamento da estaca 01 apresentada a seguir, nota-se o recalque de 15 mm registrado ao carregamento de 120 tf, conforme figura 1. Carga vs deslocamento – Estaca 01 Figura 1: Curva carga vs deslocamento obtida a partir do ensaio da estaca
Faculdade Novo Milênio Curso de Graduação em Enge4nharia Civl Figura 3: Curva carga vs deslocamento obtida a partir do ensaio da estaca
Faculdade Novo Milênio Curso de Graduação em Enge4nharia Civl Tabela 6. Valores expressos em milímetros. O recalque estimado para estaca 01 foi de 18,59 mm, na estaca 02 obteve-se 46,65 mm e para estaca 03 a previsão foi de 24,33 mm. No caso da obra 2, quando comparados o recalque de prova de carga em relação às estimativa realizadas, percebe-se que a Estaca 01 apresenta praticamente o mesmo recalque, conferindo credibilidade ao método. Entretanto, ao se analisar as Estacas 02 e 03, o método acaba por superestimar o recalque na Estaca 02 em mais de 66 %, e subestimar o recalque na Estaca 03 em aproximadamente 42%. Os resultados obtidos para a segunda obra apresentam mais divergências nos valores, porém para a Estaca 01 pode-se afirmar que o resultado é satisfatório mostrando-se coerente e conservativo em relação ao observado na realização da prova de carga. Para a Estaca 02 e 03 o método semi empírico de Aoki-Lopes (1975) se mostrou com estimativas muito aquém da realidade da prova de carga. No estudo de Pronunciati, Garcia e Rodriguez[23], compararam os resultados de 3 ensaios de prova de carga do tipo lenta em estaca hélice contínua com estimativas por meio dos métodos propostos por de Poulos e Davis (1980), Vésic (1969, 1975a) e Cintra e Aoki (2010). O método Cintra e Aoki mostrou melhor resultado para a estimativa do recalque, seguido de Poulos e Davis e o método de Vésic não foi eficiente neste estudo. Concluíram que ao se empregar métodos semiempíricos de estimativa de recalque, às características do solo devem ser avaliadas com cautela, principalmente nos casos em que os parâmetros são obtidos por meio de correlações semiempíricas. Os resultados dos recalques estimados pelo método proposto por Cintra e Aoki, no estudo de Pronunciati, Garcia e Rodriguez[23], apresentaram proximidade com todos os resultados da prova de carga, já na apresentação dos resultados desse artigo, foram encontrados valores próximos e distantes do que foi obtido em ensaio. Os resultados apresentados demonstram a estimativa do recalque pelo método de Aoki-Lopes (1975) com base nas informações do SPT e comparado ao resultado do ensaio de prova de carga houve diferença nos valores e mesmo diante desta diferença entre os recalques, pode-se considerar que o método é eficaz e confirma a prova de carga, esclarecendo o comportamento da fundação, quanto ao seu desempenho interação solo-estrutura, de forma a minimizar possíveis erros de projeto e evitar danos maiores à construção. As diferenças encontradas também podem ser atribuídas às incertezas existentes, como por exemplo, o próprio processo executivo das fundações que é influenciado por humanos e também pelas características dos equipamentos utilizados, o próprio solo que é natural e heterogêneo com características e comportamentos complexos, as investigações geotécnicas, principalmente por sondagem SPT cujo método executivo gera dúvidas. Alonso[32]^ confirma as inúmeras possibilidades de erro na realização do ensaio SPT. Pois o processo executivo deste ensaio envolve muitas incertezas, mesmo sendo regulamentado pela NBR 6484/2001, há interferência do operador para anotação dos golpes e variação de energia aplicada; e do equipamento quanto ao tipo de material utilizado, uso do amostrador para escavação, dentre outras particularidades.[33] Considerando a interação solo-estrutura a vantagem é a possível estimativa dos efeitos que a fundação irá sofrer, a forma e intensidade dos recalques, pois dessa maneira interfere em projetos mais seguros e eficazes.[34,35]
Com base nas análises realizadas neste estudo, os resultados permitem concluir que o método semi-empírico de Aoki-Lopes se mostra adequado à estimativa de recalque. Quando submetido à comparação com a prova de carga, percebe-se um comportamento de semelhança nos valores entre os recalques estimados, mesmo que em algumas estacas tenha sido encontradas divergências, pois há justificativas para tal. Vale ressaltar que as diferenças encontradas podem ser justificadas com base no caráter heterogêneo do solo, visto que o SPT é realizado pontualmente e próximo às estacas, o que pode ocorrer a variabilidade da espessura da camada deste subsolo onde a estaca foi inserida. Outro fator que influenciou na diferença dos valores, é o método executivo da estaca, que mesmo considerando o superconsumo de concreto, consequentemente o aumento do diâmetro da estaca no cálculo da estimativa de recalque, o mesmo não ocorre quando se trata da formação de uma base alargada como se fosse um bulbo na ponta da estaca. Este fato se mostrou reiterado em todas as estacas, formando um padrão nesse método executivo, padrão este que na prática acaba por reduzir o recalque da fundação, visto que a área da ponta aumenta, logo sua resistência de ponta aumenta e isso não é considerado nas estimativas, podendo assim explicar o motivo da superestimativa dos valores nos cálculos de recalque apresentados pelo método.
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