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A anatomia e fisiologia do esôfago e estômago, incluindo a sua vascularização, inervação, funções motoras e secreção de sucos digestivos. Além disso, aborda algumas doenças relacionadas, como gastrite, gastropatia, doença do refluxo gastroesofágico e diabetes mellitus. O esôfago é um órgão tubular que une a faringe ao estômago, dividido em três partes: cervical, torácica e abdominal. O estômago é um órgão muscular alongado com função de reservatório e secreção de sucos digestivos. A vascularização do esôfago é fornecida por artérias tireóideas inferiores, ramos da aorta torácica e artéria gástrica esquerda. A inervação é fornecida pelo plexo esofágico, formado pelos troncos vagais e pelos troncos simpáticos torácicos. As ondas peristálticas são iniciadas por circuitos neurais intrínsecos e reflexos transmitidos através das fibras aferentes vagais.
Tipologia: Esquemas
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2ª edição
UNIFENAS
Amanda Alves de Paula Amanda Azevedo Ana Laura Cangussu Campos Bruna Cezaroni Xavier Camila Fernandes de Souza Dayane Resende da Mata Débora Cavalcante Alves Dyelle Santos de Bem Gabrielli Naiara Vieira Miranda Isabella Loiola Lima Julielly Almeida Andrade Brandão Luiz Alberto Nunes Ribeiro Matheus Pereira Silva Lemos Matheus Pichara Gomes Sérgio Luís Assis Ferreira Vitória Sofia de Souza Pereira
Bruno Marçon Turnes Carina Losada Denis Claudino Silva Fábio Barreira da Silva Fernanda H. Lima e Silva Guilherme P. C. Góis Gustavo Sehnem Helder L. Resende Joyce D. Viana Júlio César G. Filho Karine C. Coelho Marcelo de O. Rodrigues da Cunha Rodrigo O. Lima
A ideia de uma segunda edição partiu dos professores, coordenadores da liga, Dr. Mário Benedito Costa Magalhães e Dr. Luiz Carlos de Andrade , os quais, desafiadoramente, confiaram à gestão de 2017 a missão de atualizar os capítulos, belamente elaborados na primeira edição. Junto a eles, convidamos o professor Dr. José Ademar Baldim para a revisão dos textos relacionados à coloproctologia. Somos profundamente gratos aos professores supracitados pela oportunidade de atualizar e expandir nossos conhecimentos na área da gastroenterologia.
Nosso muito obrigado ao prof. Dr. Mário Benedito, que em muitos dias abdicou de seu horário de descanso, minutos antes de seus ambulatórios no período da tarde, para nos orientar e inspirar com suas ideias criativas, modernas e empolgantes. Obrigada por acreditar que podemos fazer muito mesmo com tão pouco, professor!
Nossa eterna gratidão ao professor Dr. Luiz Carlos de Andrade por corrigir os textos detalhadamente, por nos orientar não perdendo oportunidades (inclusive entre os intervalos de seus exames de endoscopia e colonoscopia!), por nos disponibilizar seu único exemplar original da primeira edição com tanto carinho e por acreditar que por meio da dedicação e esforço, simples alunos de uma Universidade do interior do país podem fazer algo novo e significativo!
E por último, mas sem deixar de ter a mesma importância, agradecemos ao professor Baldim pela parceria em dispor sua habilidade e experiência em favor de nossa liga, mesmo em meio a tantas responsabilidades da Universidade e Hospital Alzira Vellano. Obrigada pela atenção e compromisso nas revisões e orientações concedidas aos nossos textos!
“Stay hungry, stay foolish!” – Steve Jobs.
Agradecimentos aos professores Dr. Luiz Carlos de Andrade (coordenador e orientador da primeira edição), Dr. Mário Benedito Costa Magalhães (coordenador), DR. Fúlvio Marcelo Cassis (colaborador) e Dr. José Ademar Baldim (colaborador).
“Não perca tempo esperando pela inspiração. Comece, e a inspiração o descobrirá (...).”
CAPÍTULO 02 - ESÔFAGO.
CAPÍTULO 03 - ESTÔMAGO
CAPÍTULO 04 - DUODENO
CAPÍTULO 05 - JEJUNO E ÍLEO
CAPÍTULO 06 - INTESTINO GROSSO
CAPÍTULO 07 - RETO E CANAL ANAL
CAPÍTULO 08 - FÍGADO E VIAS BILIARES
O sistema digestório classicamente é dividido em um canal alimentar e órgãos anexos. Do primeiro fazem parte a cavidade oral, o esôfago, o estômago, os intestinos delgado e grosso, e o canal anal. Os órgãos anexos são o fígado, o pâncreas e as glândulas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais). As funções principais do sistema digestório são: preensão dos alimentos, trituração, insalivação, mastigação, gustação, deglutição, digestão, formação do bolo alimentar, absorção de nutrientes, absorção hídrica, formação do bolo fecal e defecação.
Neste capítulo abordaremos a cavidade oral, também conhecida como bucal e as glândulas salivares, já que estas se encontram intimamente relacionadas com a cavidade bucal
1. Anatomia
A cavidade oral primitiva forma-se no estomodeu (notocorda) e porção cefálica do intestino anterior (intestino faríngeo), no fim da terceira semana de vida, no momento do rompimento da membrana bucofaríngea, ectoendodérmica.
Fig. 1.0 Corte sagital da região cefálica de um embrião mostrando as aberturas das bolsas faríngeas na parede lateral da faringe primitiva. Derivados das Camadas Germinativas: ectoderma (azul), endoderma (amarelo) e mesoderma (rosa). Fonte: Moore, K. L.
Fig. 1.2 Cavidade Oral. Fonte: Sobotta
Fig. 1.3. Vista superior. Mandíbula, músculos supra-hioideos, hioide. Os músculos gênio-glosso cortados e ramos d mandíbula serrados. Fonte: Sobotta.
1.1 Língua
A língua é um órgão muscular móvel revestido por túnica mucosa que podem assumir vários formatos e posições. Uma parte da língua esta situada na cavidade oral da faringe, enquanto a outra está na cavidade bucal. Apresenta importantes funções na articulação (formação de palavras durante a fala), na deglutição (compressão dos alimentos para a parte oral da faringe), no paladar e na limpeza da boca.
A língua é dividida em raiz, corpo e ápice. A raiz da língua é a porção posterior que se encontra na faringe, é uma parte fixa que se estende entre a mandíbula, o hioide e a face posterior, quase vertical, da língua. O corpo da língua corresponde aproximadamente aos dois terços anteriores, entre a raiz e o ápice. O ápice da língua representa porção junto aos dentes incisivos, é a ponta da língua.
O dorso da língua é subdividido em três partes, onde os 2/3 anteriores permanecem na cavidade oral propriamente dita (parte pré-sulcal) e o 1/ posterior encontra-se na orofaringe (parte pós-sulcal). Entre estas porções pode ser observado um sulco em forma de V, o sulco terminal, cujo ângulo aponta posteriormente para o forame cego. Essa pequena depressão, muitas vezes ausente, é o remanescente inativo da parte proximal do ducto tireoglosso embrionário a partir do qual se desenvolveu a glândula tireoide.
Anteriormente ao sulco terminal temos uma fileira (em formato de V) de papilas denominadas papilas circunvaladas , as quais possuem receptores gustativos (calículos gustatórios) e glândulas serosas.
Os 2/3 anteriores da língua tem aspecto aveludado devido à presença de diversos tipos de papilas, as circunvaladas, as filiformes, as fungiformes e as folhadas. As papilas filiformes são longas e numerosas, contêm terminações nervosas aferentes sensíveis ao toque. Já as papilas fungiformes são pontos em formatos de cogumelo dispersos entre as papilas filiformes. Por fim, as papilas folhadas são pequenas pregas laterais da túnica mucosa lingual.
O 1/3 posterior não tem papilas linguais, porém tem aspecto irregular devido à presença de tecido linfoide, formando a tonsila lingual. A mucosa desta região mais posterior da língua reflete-se para a cartilagem epiglótica formando a prega glosso-epiglótica mediana e para a parede lateral da faringe formando a prega glosso-epiglótica lateral ou faringoepiglótica. O espaço entre essas duas pregas é a valécula epiglótica, importante no posicionamento do laringoscópio durante o procedimento de intubação oro-traqueal.
genioglosso, o hioglosso, o estiloglosso e o palatoglosso. Eles se fixam à mandíbula, ao osso hioide, ao processo estiloide e ao palato mole, respectivamente.
Fig. 1.5. Músculos da língua. Vista anterior de corte coronal da boca. Fonte: Moore, K. L.
1.1.2 Irrigação e Drenagem da Língua
A irrigação é realizada principalmente pela artéria (a.) lingual , uma de cada lado, que é ramo da a. carótida externa, e subdivide-se em ramos dorsais da língua, a. profunda da língua e a. sublingual. Ao penetrar na língua, a artéria lingual segue profundamente ao músculo hioglosso. As artérias dorsais da língua vascularizam a raiz e as artérias profundas da língua vascularizam o corpo.
A drenagem venosa é realizada pelas veias (vv.) dorsais da língua que desembocam na veia (v.) lingual e v. profunda da língua que se une à v. sublingual , e por fim, desembocam na v. jugular interna. Na face inferior da língua através da mucosa pode-se observar de cada lado do frênulo as vv. profundas da língua.
A drenagem linfática segue para os linfonodos cervicais profundos superiores, cervicais profundos inferiores, submandibulares e submentuais. Essa drenagem é de grande importância devido à difusão precoce de metástase em pacientes com carcinoma de língua.
Fig. 1.6. Artérias e veias da língua. Corte paramediano. Fonte: Sobotta.
1.1.3 Inervação Motora e Sensitiva da Língua
A inervação da língua é complexa e envolve o nervo (n.) glossofaríngeo [XI], n. lingual, n. facial [VII] e n. hipoglosso [XII].
O m. palatoglosso é inervado pelo plexo faríngico, o qual é formado por ramos do IX e X pares cranianos. Já os outros mm. são inervados pelo n. hipoglosso.
A inervação sensitiva confere a língua sua capacidade gustativa, e três nervos estão envolvidos, o VII, o IX e o X. O n. facial é responsável pelos 2/ anteriores da língua r alcança o n. lingual através da corda do tímpano. O glossofaríngeo inerva 1/3 posterior através de um ramo direito, o ramo lingual. Já o nervo vago inerva a porção mais posterior da língua e epiglote, através do ramo laríngeo interno. O n. lingual, ramo do n. mandibular que é divisão do n. trigêmeo é responsável junto com n. glossofaríngeo pela sensibilidade geral da língua.
1.2 Dentes
São estruturas ectodérmicas rijas, esbranquiçadas, que se encontram implantadas nos alvéolos dentários da maxila e mandíbula. As principais funções dos dentes são:
alveolares inferiores e veias alveolares superiores que drenam para o plexo pterigoide. Já a drenagem linfática segue paras os linfonodos submandibulares, submentuais e profundos do pescoço.
Os nervos que suprem os dentes são ramos do nervo trigêmeo [V].
1.3 Palato
O palato constitui o teto da cavidade oral e separa esta da cavidade nasal. É dividido em duas partes conhecidas como palato duro e palato mole ou véu palatino.
O palato duro representa 2/3 anteriores de todo o palato, sendo formado pelos processos palatinos da maxila anteriormente, e lâminas horizontais do osso palatino posterior. Na sua face voltada para a cavidade bucal, ele é recoberto por mucoperiósteo que apresenta vasos sanguíneos, nervos e glândulas mucosas. Apresenta uma rafe mediana que termina em sua porção mais anterior na papila incisiva.
Já o palato mole é uma estrutura fibromuscular, constituída por dez músculos (5 de cada lado), que está fixa na porção posterior do palato duro. Sua borda inferior apresenta no plano mediano uma projeção denominada úvula. Lateralmente, o palato mole projeta-se em 2 pregas denominas arcos palatoglossos e arcos palatofaríngeos, os quais contém os mm. de nomes respectivos. Entre os arcos temos a fossa tonsilar que abriga a tonsila palatina.
Fig. 1.8. Palato. Fonte: Grays.
A irrigação é feita pela artéria palatina maior, que é um ramo da artéria palatina descendente, de cada lado. A artéria palatina menor, que é um ramo menos da artéria palatina descendente, entra no palato por meio do forame palatino
menor e se anastomosa com a artéria palatina ascendente. As veias do palato são tributárias do plexo venoso pterigoideo.
A inervação sensitiva são ramos do nervo maxilar (NCV 2 ) originários do gânglio pterigopalatino, como o nervo palatino e nervo nasopalatino. Os músculos do palato mole são supridos pelo plexo faríngeo de nervos, com exceção do músculo tensor do véu palatino que é suprido pelo VC V 3.
1.4 Glândulas Salivares
Consideradas órgãos anexos aos ao sistema digestório e divididas de acordo com seus tamanhos. As glândulas salivares menores, em número de 450-750, estão espalhadas na submucosa ou mucosa do epitélio oral que reveste a língua, o palato, a bochecha e os lábios. As glândulas salivares maiores são pares e simétricas, possuem condutos excretores próprios que se abrem na cavidade bucal. Estas glândulas são a parótida, submandibular e sublingual.
O líquido viscoso transparente, insípido e inodoro, isto é, a saliva, secretado por essas glândulas mantém a túnica mucosa da boca úmida, lubrifica o alimento durante a mastigação, inicia a digestão de amidos, atua como condutório
intrínseco e previne cáries dentais.
Fig.1.9 Glândulas salivares. Fonte: Netter, F. H.
1.4.1 Glândula Parótida
É a maior das glândulas salivares, de aparência rosada, superfície lobulada e consistência firme, pesando em média 25-30 gramas. Localizada abaixo e à
A irrigação provém das artérias auriculares anteriores e posteriores, artéria transversal da face, as quais são ramos da artéria carótida externa.
Já a drenagem é realizada por veias em trajeto inverso ao das artérias. Em geral drenadas em última estância pela veia jugular externa.
A inervação é realizada principalmente pelo nervo glossofaríngeo que é responsável pelo tônus parassimpático.
1.4.2 Glândula submandibular
Glândula sólida, alongada, com peso por volta de 7-8 gramas, aspecto róseo- acinzentado, envolta por cápsula própria. São menores que as parótidas, porém maiores que as sublinguais. Cada uma tem um formato de gancho.
A localização é infero-medial em relação ao corpo da mandíbula, dirigindo-se para o seu ângulo atrás do músculo milo-hióideo. É constituída por um corpo e um processo profundo que se continuam em torno da borda posterior do músculo milo-hióideo. O corpo tem formato arredondado e sua convexidade superior encontra-se na face medial da mandíbula, a fossa mandibular.
O ducto submandibular ou ducto de Wharton origina-se do processo profundo e atravessa o músculo milo-hióideo (lateralmente) e músculo hioglosso (medialmente), para desembocar na cavidade bucal numa elevação chamada papila sublingual ou carúncula sublingual, ao lado do frênulo da língua.
Fig. 1.11. Glândula submandibular. Vista látero-inferior. Fonte: Sobotta.
A irrigação é proveniente das artérias submentuais e ramos das a. facial e a. lingual.
A drenagem venosa é feita pela v. lingual e v. facial que desembocam no tronco tireolinguofacial. Enquanto a drenagem linfática termina nos linfonodos cervicais profundos, sobretudo no jugulo-omo-hioideo.
A inervação é realizada por fibras secretomotoras parassimpáticas pré- ganglionares que são constituídas, pelo n. corda do tímpano, do nervo facial para o nervo lingual, e fazem sinapse com neurônios pós-ganglionares no gânglio submandibular.
1.4.3 Glândula Sublingual
É a menor e mais profunda comparada as outras glândulas salivares. Cada glândula amendoada está localizada no assoalho da cavidade oral, na linha mediana, abaixo do sulco gengivo-labial. Lateralmente está em contato com a face medial do corpo da mandíbula.
A glândula sublingual é na realidade um complexo glandular formado pela reunião de pequenas glândulas, possuindo cada uma o seu ducto excretor ou conduto de Woltner. Estes ductos abrem-se na cavidade oral ao nível de uma crista na prega sublingual, mas alguns ductos podem abrir-se na carúncula lingual. O ducto maior é denominado ducto de Rivinus ou Bartholin e emerge da porção mediana da face interna da glândula.
A irrigação é proveniente da artéria sublingual e artéria submentual, ramos das artérias lingual e facial, respectivamente.
A drenagem venosa segue para veia profunda da língua.
A inervação acompanham os nervos da glândula submandibular, que são os ramos do nervo facial. As fibras secretomotoras parassimpáticas pré- ganglionares são conduzidas pelo n. facial, corda do tímpano e lingual e fazem sinapse no gânglio mandibular.