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artiigo cientifico sobre AIDS e vigilancia epidemiologica
Tipologia: Notas de estudo
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(^1) Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz/Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil. (^2) Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.
Correspondência A. I. Loyola Filho Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz/Universidade Federal de Minas Gerais. Av. Augusto de Lima 1715, Belo Horizonte, MG 30190-002, Brasil. aloy@cpqrr.fiocruz.br
Antônio I. de Loyola Filho 1, Elizabeth Uchoa 1, Maria Fernanda Lima-Costa 1,
The aim of this study was to investigate the use of medication and associated factors (sociode- mographics, health conditions, and health ser- vices use) in a representative sample of 1, elderly individuals (60+ years) in Greater Met- ropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil. The dependent variable was the number of drugs used in the preceding two weeks. Preva- lence of medication was 72.1%, and mean con- sumption was 2.18 drugs, most of which acting on the cardiovascular system. Use of medica- tion (any amount) was independently associ- ated with gender (female), age (80+ years), hav- ing consulted a physician, and presence of any chronic health condition. Use of five or more drugs was significantly associated with school- ing (8+ years, OR=2.28), worse self-rated health (fair, OR = 5.45; bad/very bad, OR = 5.35). The results show that the types of medications used and factors associated with consumption were similar to those observed in other populations, suggesting some uniformity among various populations in the use of medication and its de- terminants.
Drug Utilization; Aged; Pharmacoepidemiology
A população idosa brasileira vem crescendo muito rapidamente a partir da segunda meta- de do século passado, tanto em números abso- lutos como relativos. Nos últimos quarenta anos, o número de habitantes com 60 ou mais anos de idade praticamente quintuplicou, sal- tando de 3 para 14 milhões 1 e, entre 1980 e 2000, a participação dos idosos na população total passou de 6,1% para 8,6% (Informações de saúde. http://www.datasus.gov.br, acessado em 15/Out/2004). O envelhecimento populacional tem impli- cações sobre os serviços de saúde, em termos de capacidade de atendimento da demanda e de custeio. A maior convivência com proble- mas crônicos de saúde faz dos idosos grandes consumidores de serviços de saúde 2 e de me- dicamentos 3. Nos países desenvolvidos, o uso de medicamentos entre idosos tem aumentado ao longo do tempo, assim como a parcela dos gastos com saúde debitados à assistência far- ma-cêutica, com o agravante de que, nessa faixa etária, os benefícios obtidos com a terapia me- dicamentosa hoje não significam uma redução futura no uso de medicamentos 4. No Brasil, o impacto do envelhecimento populacional sobre o setor saúde ganha di- mensão e complexidade maiores. O Brasil ain- da luta para superar problemas sanitários típi- cos de países menos desenvolvidos, como des-
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nutrição, dengue e malária, aos quais vêm jun- tar-se as doenças crônico-degenerativas co- muns na velhice 5. O enfrentamento de tal de- safio pelos planejadores e administradores em saúde pública se dá num contexto de escassez crônica de recursos para o financiamento da atenção à saúde. No campo da assistência farma- cêutica, o acesso da população ao medicamen- to é limitado e desigual, penalizando os indiví- duos mais vulneráveis e de baixa renda. No se- tor público, os problemas de acesso ao medi- camento têm origem na desarticulação entre os diversos níveis de gerenciamento da assis- tência farmacêutica, nos entraves no armazena- mento e distribuição dos fármacos, que levam a uma baixa disponibilidade e descontinuida- de da oferta 6. Além disso, os preços dos medi- camentos têm aumentado acima da inflação 7. O gasto médio com medicamentos chega a comprometer aproximadamente um quarto da renda mensal média de mais da metade da po- pulação idosa brasileira 8. Para o idoso, os riscos envolvidos no con- sumo de medicamentos são maiores, se com- parados aos do restante da população. Altera- ções na farmacodinâmica e farmacocinética dos medicamentos, decorrentes do processo de envelhecimento, tornam esse contingente populacional mais vulnerável a interações me- dicamentosas, efeitos colaterais e reações me- dicamentosas adversas 3. Outros fatores que contribuem para a elevação do risco são o des- cumprimento do regime terapêutico ( déficits cognitivos e funcionais dificultam o reconheci- mento e memorização dos medicamentos), a automedicação e o uso indevido, por parte do profissional, do arsenal terapêutico disponível (prescrição de regimes terapêuticos comple- xos, polifarmacoterapia nem sempre justificá- vel, ausência de correspondência entre diag- nóstico e ação farmacológica) 3,9. Estudos de base populacional mostram que, nos países desenvolvidos, idosos do sexo femi- nino e mais velhos 10,11,12,13, viúvos 13 e com pior situação sócio-econômica 12 consomem mais medicamentos. A utilização de medicamentos é maior também entre idosos que avaliam sua saúde como ruim ou muito ruim 11,13,14,15^ , que experimentam problemas crônicos de saúde 16, e que utilizam serviços de saúde 11,14. No geral, os grupos de medicamentos mais utilizados são aqueles de atuação sobre os sistemas car- diovascular e nervoso central 10,11,12,13. No Brasil, pouco se conhece sobre a farma- coepidemiologia dos idosos, pois estudos de base populacional sobre o tema ainda são es- cassos. Miralles & Kimberlin 7 investigaram o consumo de medicamentos entre idosos resi-
dentes em três bairros da cidade do Rio de Ja- neiro, diferenciados quanto ao nível sócio-eco- nômico. As características associadas ao uso de medicamentos diferiram entre os bairros in- vestigados, variando também em função de ser o medicamento prescrito ou não. Outros dois estudos brasileiros foram desenvolvidos na ci- dade de Fortaleza, uma metrópole situada na região nordeste, 18 e em Bambuí, pequena ci- dade situada na Região Sudeste 19. Neles, fo- ram investigados a prevalência e os fatores as- sociados ao consumo de medicamentos. Sexo, idade, renda, estado de saúde e uso de serviços de saúde apresentaram associações indepen- dentes com o uso de medicamentos prescritos em ambos os estudos 18,19. Para os medicamen- tos não prescritos, no entanto, os resultados va- riaram: em Fortaleza, a automedicação esteve associada à renda e à autonomia 18 , ao passo que em Bambuí, sexo, consulta médica e con- sulta ao farmacêutico foram as variáveis asso- ciadas a essa prática 19. O presente trabalho foi desenvolvido na Re- gião Metropolitana de Belo Horizonte, situada no Sudeste do Brasil, e refere-se ao estudo da prevalência e dos fatores associados ao consu- mo de medicamentos entre idosos residentes na comunidade. O estudo analisa o padrão de con- sumo de medicamentos pelos idosos, com os objetivos de: (a) estimar a prevalência e o con- sumo total de medicamentos; (b) identificar os medicamentos mais consumidos; e (c) investi- gar as características sócio-demográficas, as condições de saúde e a utilização de serviços de saúde associadas ao uso de medicamentos.
Área
A Região Metropolitana de Belo Horizonte, si- tuada no Estado de Minas Gerais, é composta por 24 municípios, sendo a terceira do país em tamanho da população (4,4 milhões de habi- tantes em 2000) e produção econômica. As ten- dências demográficas observadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte são seme- lhantes àquelas verificadas para o restante do país, com um rápido e progressivo envelheci- mento da sua população 20.
População estudada
Este estudo é parte de um grande inquérito de saúde, conduzido na Região Metropolitana de Belo Horizonte entre maio e julho de 2003. A amostra para este inquérito foi delineada de
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foi baseada em odds ratios , estimados pelo mo- delo de regressão logística multinomial 23. Nes- ta análise, as categorias relativas ao consumo total de medicamentos (1-2; 3-4; 5+) foram comparadas à categoria de referência. Foram incluídas no modelo logístico inicial todas as variáveis que, na análise bivariada, apresenta- ram associação com uso de medicamentos em nível de significância inferior a 0,20. O nível de significância de 0,05 foi o critério adotado para permanência da variável no modelo logístico final. O programa Stata, versão 7.0, (Stata Cor- poration, College Station, Estados Unidos) foi usado na análise dos dados, tendo sido adota- dos os procedimentos desse programa para in- quéritos populacionais com desenhos amos- trais complexos (comando svy), levando em con- ta o peso do indivíduo na amostra. Esta investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
Dos 1.777 idosos participantes do inquérito de saúde, 1.598 (89,9%) participaram do presente trabalho; 179 não foram incluídos na análise porque não foi possível obter informações so- bre o seu uso de medicamentos. Os idosos es-tu- dados apresentavam as seguintes características: 56,2% eram do sexo feminino, a média da idade
era igual a 69,7 anos (mínima = 60; máxima = 97) e predominava a baixa escolaridade (41,4% possu- íam até quatro anos completos de escolaridade). As perdas (n = 179) apresentaram características semelhantes à população estudada, no tocante às variáveis incluídas na investigação (dados não mostrados em Tabela). A prevalência estimada do uso de medica- mentos na população estudada foi igual a 72,1%. O número médio de medicamentos consumi- dos foi igual a 2,18. A prevalência desse uso foi mais alta entre as mulheres, em comparação aos homens (79,3 vs 61,5%), assim como a mé- dia do número de medicamentos consumidos (2,56 e 1,64, respectivamente). O consumo de medicamentos aumentou progressivamente com a idade, em ambos os sexos, alcançando o pico na faixa etária superior. O consumo elevado de medicamentos (5+) foi observado em 14,3%; esta proporção foi igual a 10,5% entre os ho- mens e 16,9% entre as mulheres (Tabela 1). Na Tabela 2 estão descritos os grupos de me- dicamentos mais consumidos, de acordo com a classificação anatômica (Nível 1) e terapêuti- ca (Nível 2) da ATC. Em relação à primeira, 52,0% dos medicamentos consumidos atuam sobre o sistema cardiovascular, seguindo em ordem de- crescente os medicamentos com ação sobre o sistema nervoso (14,2%) e o trato alimentar e metabolismo (12,2%). Considerando a classifi- cação anátomo-terapêutica, entre os dez me-
Tabela 1
Distribuição proporcional (%) do consumo de medicamentos e média do número de medicamentos utilizados entre idosos, segundo sexo e faixa etária. Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2003.
Sexo/Faixa etária Nenhum 1-2 3-4 5+ Média (IC95%)
Homens (anos) 60-69 44,3 31,6 13,7 10,4 1,47 (1,27-1,67) 70-79 31,6 36,2 23,0 9,2 1,83 (1,54-2,13) 80 ou + 23,7 44,5 16,4 15,4 2,11 (1,64-1,80) Todos 38,5 34,3 16,7 10,5 1,64 (1,48-1,80)
Mulheres (anos) 60-69 23,8 36,8 26,1 13,3 2,29 (2,09-2,49) 70-79 17,9 32,7 29,2 20,3 2,79 (2,49-3,09) 80 ou + 15,7 32,9 28,8 22,6 3,01 (2,53-3,50) Todos 20,7 34,9 27,5 16,9 2,56 (2,39-2,72)
Homens e mulheres (anos) 60-69 32,8 34,5 20,7 12,0 1,93 (1,79-2,08) 70-79 23,1 34,0 26,8 16,0 2,43 (2,20-2,65) 80 ou + 18,3 36,7 24,7 20,3 2,72 (2,35-3,09) Todos 27,9 34,7 23,1 14,3 2,18 (2,07-2,30)
Anatomical Therapeutical Chemical Index - ATC). Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2003 *.
Freqüências absolutas e relativas calculadas desconsiderando os medicamentos para os quais não foi possível uma classificação (n = 161); ** A01-A03-A04-A05-A06-A07-A12-A13;
- USO DE MEDICAMENTOS ENTRE IDOSOS
Tabela 3
Resultados da análise bivariada da associação entre o consumo de medicamentos, características sociodemográficas, indicadores da condição de saúde e do uso de serviços de saúde entre idosos. Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2003.
Variáveis Não usou (%) Usou 1-2 (%) Usou 3-4 (%) Usou 5+ (%) Valor de p*
Sexo Masculino 56,0 40,2 29,4 29, Feminino 44,0 59,8 70,6 70,1 < 0,
Idade (anos) 60-69 65,9 56,0 50,3 47, 70-79 25,8 30,6 36,2 35, 80 ou + 8,2 13,3 13,5 17,8 < 0,
Estado conjugal** Casado 57,8 51,2 51,1 51, Viúvo 25,9 33,6 36,5 38, Solteiro/Separado 16,3 15,1 12,4 10,3 0,
Escolaridade (anos completos) 0-3 37,0 40,5 47,0 43, 4-7 28,7 31,4 33,8 32, 8 ou + 34,4 28,2 19,2 23,9 0,
Renda mensal (salários mínimos),* < 1 33,9 37,3 47,8 43, 1-2 34,2 32,3 30,5 29,
2 31,9 30,4 21,7 27,3 0,
Morar sozinho Não 87,3 86,7 89,0 86, Sim 12,7 13,3 11,0 13,9 0, Auto-avaliação de saúde Muito boa/Boa 55,3 41,3 26,2 11, Razoável 14,5 29,4 44,2 46, Ruim/Muito ruim 2,0 8,3 13,7 20, Não-informada# 28,3 21,0 15,9 21,8 < 0,
Número de condições crônicas diagnosticadas Nenhuma 65,2 20,9 7,9 3, 1 20,5 42,7 24,1 12, 2 10,8 22,5 27,8 25, 3 ou + 3,5 14,0 40,2 58,4 < 0,
Hospitalização (últimos 12 meses) Não 93,6 90,2 81,1 66, Sim 6,4 9,8 18,9 33,1 < 0,
Número de consultas médicas (últimos 12 meses) < 3 74,0 44,8 27,5 9, 3-5 19,1 30,5 33,3 36, 6 ou + 6,8 24,7 39,3 54,2 < 0,
2664 Loyola Filho AI et al.
monal (1,1% do total de medicamentos consu- midos pelos idosos da Região Metropolitana de Belo Horizonte). O mais provável é que uma maior utilização de medicamentos pelas mu- lheres idosas possa estar ligada a outras ques- tões, de ordem biológica (mulheres são mais afetadas por problemas de saúde não-fatais), psicológica (mulheres são mais conscientes dos sintomas físicos e colocam mais atenção sobre
os seus problemas de saúde) e sócio-cultural (ao longo da vida, mulheres utilizam mais fre- qüentemente os serviços de saúde e estão mais familiarizadas com os medicamentos) 24 , ques- tões essas, de alguma forma, potencializadoras do uso de medicamentos. Na população estu- dada, as mulheres apresentaram um maior nú- mero de doenças crônicas e visitaram mais ve- zes os médicos que os homens 20 , mas no pre-
Tabela 4
Resultado final da análise multivariada das características associadas ao consumo total de medicamentos. Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2003.
Características 1-2 medicamentos 3-4 medicamentos 5+ medicamentos OR (IC95%) OR (IC95%) OR (IC95%)
Sexo Masculino 1,00 1,00 1, Feminino 1,84 (1,27-2,66) 2,98 (1,91-4,66) 2,82 (1,64-4,85)
Idade (anos) 60-69 1,00 1,00 1, 70-79 1,32 (0,90-1,95) 1,71 (1,07-2,74) 1,56 (0,91-2,69) 80 ou + 2,40 (1,33-4,33) 3,17 (1,60-6,29) 3,95 (1,77-8,82)
Estado conjugal Casado/Mora junto 1,00 1,00 1, Viúvo 0,78 (0,50-1,21) 0,53 (0,32-0,90) 0,59 (0,32-1,12) Solteiro/Separado 0,82 (0,51-1,33) 0,61 (0,33-1,13) 0,59 (0,28-1,22)
Escolaridade (anos completos de freqüência à escola) < 4 1,00 1,00 1, 4-7 1,31 (0,89-1,94) 1,30 (0,83-2,04) 1,36 (0,80-2,31) 8 ou + 1,47 (0,91-2,31) 1,25 (0,70-2,26) 2,28 (1,16-4,50)
Auto-avaliação da saúde Muito boa/Boa 1,00 1,00 1, Razoável 1,77 (1,09-2,85) 2,72 (1,57-4,72) 5,45 (2,71-11,0) Ruim/Muito ruim 2,05 (0,83-5,10) 2,30 (0,85-6,19) 5,35 (1,80-15,88) Desconhecida 0,90 (0,61-1,33) 0,86 (0,51-1,44) 2,38 (1,19-4,76)
Número de condições crônicas* Nenhuma 1,00 1,00 1, 1 6,12 (4,16-9,02) 8,42 (4,59-15,47) 11,58 (3,91-34,29) 2 4,63 (2,75-7,80) 12,30 (6,39-23,66) 25,20 (8,46-75,07) 3 ou + 7,99 (4,18-15,29) 46,30 (21,82-98,25) 145,87 (47,37-449,21)
Número de consultas médicas (últimos 12 meses) < 3 1,00 1,00 1, 3-5 2,17 (1,44-3,28) 2,91 (1,78-4,78) 8,08 (4,14-15,77) 6 ou + 3,91 (2,35-6,51) 6,88 (3,95-11,98) 23,25 (11,67-46,33)
2666 Loyola Filho AI et al.
Resumo
Este estudo teve por objetivo investigar o consumo de medicamentos e fatores associados (sócio-demográfi- cos, condições de saúde e uso de serviços de saúde) em uma amostra representativa de 1.598 pessoas com 60+ anos de idade, residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. A variável depen- dente foi o número de medicamentos consumido nas duas semanas precedentes. A prevalência do uso de medicamentos foi de 72,1% e a média de medicamen- tos consumidos igual a 2,18, predominando aqueles com ação sobre o sistema cardiovascular. O consumo de qualquer número de medicamentos apresentou associação independente com sexo feminino, idade (80+ anos), ter visitado um médico e apresentar algu- ma condição crônica. O consumo de maior número de medicamentos (5+) apresentou associações signifi- cativas com escolaridade (8+ anos, OR = 2,28) e pior auto-avaliação da saúde (razoável, OR = 5,45; ruim/ muito ruim, OR = 5,35). Os resultados deste trabalho mostram que o tipo de medicamento consumido e os fatores associados a esse consumo foram muito seme- lhantes ao observado em outras populações, sugerindo que existe uma certa uniformidade no consumo e nos seus determinantes, entre populações diferentes.
Uso de Medicamentos; Idoso; Farmacoepidemiologia
Colaboradores
A. I. Loyola Filho responsabilizou-se pela análise dos dados e redação do artigo. E. Uchoa colaborou na discussão dos resultados e revisou criticamente o tex- to final. M. F. Lima-Costa orientou o trabalho, super- visionou a redação e foi responsável por uma revisão crítica final do texto.
Agradecimentos
Agradecemos à Profª. Suely Rozenfeld, da Escola Na- cional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, pelos valiosos esclarecimentos relativos ao uso do ín- dice de classificação Anatomical Therapeutic Chemical Index.
Referências
Recebido em 05/Ago/ Versão final reapresentada em 16/Mar/ Aprovado em 20/Abr/