


Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
O movimento das cidades-jardim de Howard possui duas fontes interligadas: de um lado, a tradição das utopias da primeira metade do século XIX, especialmente a de Owen, entendida como comunidade perfeita e auto suficiente, síntese de cidade e campo; do outro lado, o conceito da casa unifamiliar no verde, que é um pouco a redução do ideal precedente por obra da cultura vitoriana na segunda metade do século
Tipologia: Resumos
1 / 4
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Nome: Rafael Leite Dias
Matricula: 1680899011
Professora: Diana Lemos
BENEVOLO, Leonardo. Texto do Howard. P.356 – 362 In: BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. 3 ed. São Paulo: Perspectiva AS, 2001.
O movimento das cidades-jardim de Howard possui duas fontes interligadas: de um lado, a tradição das utopias da primeira metade do século XIX, especialmente a de Owen, entendida como comunidade perfeita e auto suficiente, síntese de cidade e campo; do outro lado, o conceito da casa unifamiliar no verde, que é um pouco a redução do ideal precedente por obra da cultura vitoriana na segunda metade do século. Esse ideal já se encontra expresso em Ruskin: Ruas bem limpas, com campos livres em tomo; um. cinturão de belos jardins e de hortas, de modo que, de todos os pontos da cidade, se possa chegar, em poucos minutos de passeio, a um ar perfeitamente puro, à grama e a um longínquo horizonte”. [...] A partir de 1898, as iniciativas multiplicam-se, graças à influência de Ebenezer Howard (1850-1928) e de seu movimento. Ele possui o mérito de ter formulado uma teoria coerente, subtraindo tais experiências ao arbítrio dos empresários singulares, ao mesmo tempo, ele encerra a linha de pensamento dos utopistas, separando a parte abstrata e irrealizável da realizável, e distinguindo racionalmente quais aspectos da vida urbana é indispensável coletivizar e quais deixar à iniciativa privada. Howard segue o seguinte raciocínio: a propriedade privada dos terrenos construíveis produz um valor crescente dos terrenos, a partir da periferia para o centro das cidades, e leva os proprietários dos terrenos urbanos a um aproveitamento intensivo, tomando os edifícios mais compactos e congestionando o trânsito nas ruas; além disso, a concentração dos interesses dá lugar a um crescimento ilimitado das cidades e o congestionamento alarga-se sobre uma área cada vez mais vasta, empurrando o campo sempre para mais longe. Se fosse possível eliminar a especulação privada, os edifícios poderiam dar lugar a espaços verdes; desapareceria também o incentivo para um crescimento ilimitado, e as dimensões das cidades poderiam ser estabelecidas oportunamente, de modo que o campo sempre pudesse ser atingido por um simples passeio. Assim, segundo Howard, poder-se-iam unir os benefícios da cidade (a vida de relacionamentos, os serviços públicos) com os benefícios do campo, o verde, a tranquilidade, a salubridade etc. Nasce a ideia da cidade-jardim. Howard é um funcionário do Tribunal de Londres e, ao ler um livro de Bellamy sobre o movimento
Welwyn, aproximadamente a meio caminho entre Letchworth e Londres escolhido um terreno menor, o cinturão agrícola é reduzido ainda mais e é prevista uma população de cinquenta mil habitantes. Além disso, a Sociedade encarrega-se de construir as casas, alugando-as depois por novecentos e noventa e nove anos, e concede o monopólio do comércio a uma Companhia controlada. O sucesso, desta feita, é mais rápido; Welwyn atinge os trinta e cinco mil habitantes antes da Segunda Guerra Mundial; esse progresso, contudo, deve-se provavelmente a razões diversas das que Howard espera: à proximidade de Londres e à possibilidade de morar na cidade-jardim embora trabalhando na metrópole. Assim, a autossuficiência prevista por Howard demonstra ser não apenas irrealizável, mas prejudicial para o sucesso da cidade-jardim. O cinturão agrícola é progressivamente diminuído, perde qualquer relevância econômica e, tanto em Letchworth, quanto em Welwyn, reduz-se a um anteparo verde, a fim de garantir os limites impostos à cidade. Dessa maneira, a cidade-jardim demonstra ter condições de viabilidade, diversamente das utopias precedentes, porém, afinal, reduz-se a uma cidade como as outras, sujeita à atração da metrópole, de tamanho não estável e com uma ordenação fundiária não dessemelhante a normal. Resta a marca agradável da concepção originária na elegância dos traçados das ruas, na uniformidade das construções, na distribuição do verde. O mesmo pode ser dito em relação aos habitantes. [...] (p.358)
Howard, tal como os utopistas de princípios do século XIX, propõe-se resolver o problema da cidade, ou seja, a organização de uma comunidade auto suficiente, seja quanto a recursos econômicos, seja quanto a serviços; no curso dessa pesquisa, ele se depara com um problema diverso e mais complicado: a organização de um submúltiplo da cidade. Trata-se, de fato, de individuar dentro da cidade uma unidade menor de grandeza conveniente, e de ver quais serviços e quais atividades convém que sejam dados nessa escala, e quais o sejam em escala urbana global. O mérito de Howard está em que lançou luz sobre o problema, mesmo que suas intenções fossem diversas. [...] (p.360)
Os aspectos mais importantes das iniciativas de Howard são, talvez, os que dizem respeito ao controle paisagístico: os regulamentos de Letchworth e de Welwyn sobre cercas, culturas, arvoredo, manutenção dos espaços públicos, variações admitidas e não admitidas de construção, ruídos a serem evitados. [...] (p.362)