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Fichamento Howard - O MOVIMENTO DAS CIDADES-JARDIM, Resumos de História da Arte

O movimento das cidades-jardim de Howard possui duas fontes interligadas: de um lado, a tradição das utopias da primeira metade do século XIX, especialmente a de Owen, entendida como comunidade perfeita e auto suficiente, síntese de cidade e campo; do outro lado, o conceito da casa unifamiliar no verde, que é um pouco a redução do ideal precedente por obra da cultura vitoriana na segunda metade do século

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 01/07/2020

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rafael-dias-wle 🇧🇷

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O MOVIMENTO DAS CIDADES-JARDIM
Teoria e História do Urbanismo
Nome: Rafael Leite Dias
Matricula: 1680899011
Professora: Diana Lemos
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O MOVIMENTO DAS CIDADES-JARDIM

Teoria e História do Urbanismo

Nome: Rafael Leite Dias

Matricula: 1680899011

Professora: Diana Lemos

FICHAMENTO

BENEVOLO, Leonardo. Texto do Howard. P.356 – 362 In: BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. 3 ed. São Paulo: Perspectiva AS, 2001.

O movimento das cidades-jardim de Howard possui duas fontes interligadas: de um lado, a tradição das utopias da primeira metade do século XIX, especialmente a de Owen, entendida como comunidade perfeita e auto suficiente, síntese de cidade e campo; do outro lado, o conceito da casa unifamiliar no verde, que é um pouco a redução do ideal precedente por obra da cultura vitoriana na segunda metade do século. Esse ideal já se encontra expresso em Ruskin: Ruas bem limpas, com campos livres em tomo; um. cinturão de belos jardins e de hortas, de modo que, de todos os pontos da cidade, se possa chegar, em poucos minutos de passeio, a um ar perfeitamente puro, à grama e a um longínquo horizonte”. [...] A partir de 1898, as iniciativas multiplicam-se, graças à influência de Ebenezer Howard (1850-1928) e de seu movimento. Ele possui o mérito de ter formulado uma teoria coerente, subtraindo tais experiências ao arbítrio dos empresários singulares, ao mesmo tempo, ele encerra a linha de pensamento dos utopistas, separando a parte abstrata e irrealizável da realizável, e distinguindo racionalmente quais aspectos da vida urbana é indispensável coletivizar e quais deixar à iniciativa privada. Howard segue o seguinte raciocínio: a propriedade privada dos terrenos construíveis produz um valor crescente dos terrenos, a partir da periferia para o centro das cidades, e leva os proprietários dos terrenos urbanos a um aproveitamento intensivo, tomando os edifícios mais compactos e congestionando o trânsito nas ruas; além disso, a concentração dos interesses dá lugar a um crescimento ilimitado das cidades e o congestionamento alarga-se sobre uma área cada vez mais vasta, empurrando o campo sempre para mais longe. Se fosse possível eliminar a especulação privada, os edifícios poderiam dar lugar a espaços verdes; desapareceria também o incentivo para um crescimento ilimitado, e as dimensões das cidades poderiam ser estabelecidas oportunamente, de modo que o campo sempre pudesse ser atingido por um simples passeio. Assim, segundo Howard, poder-se-iam unir os benefícios da cidade (a vida de relacionamentos, os serviços públicos) com os benefícios do campo, o verde, a tranquilidade, a salubridade etc. Nasce a ideia da cidade-jardim. Howard é um funcionário do Tribunal de Londres e, ao ler um livro de Bellamy sobre o movimento

Welwyn, aproximadamente a meio caminho entre Letchworth e Londres escolhido um terreno menor, o cinturão agrícola é reduzido ainda mais e é prevista uma população de cinquenta mil habitantes. Além disso, a Sociedade encarrega-se de construir as casas, alugando-as depois por novecentos e noventa e nove anos, e concede o monopólio do comércio a uma Companhia controlada. O sucesso, desta feita, é mais rápido; Welwyn atinge os trinta e cinco mil habitantes antes da Segunda Guerra Mundial; esse progresso, contudo, deve-se provavelmente a razões diversas das que Howard espera: à proximidade de Londres e à possibilidade de morar na cidade-jardim embora trabalhando na metrópole. Assim, a autossuficiência prevista por Howard demonstra ser não apenas irrealizável, mas prejudicial para o sucesso da cidade-jardim. O cinturão agrícola é progressivamente diminuído, perde qualquer relevância econômica e, tanto em Letchworth, quanto em Welwyn, reduz-se a um anteparo verde, a fim de garantir os limites impostos à cidade. Dessa maneira, a cidade-jardim demonstra ter condições de viabilidade, diversamente das utopias precedentes, porém, afinal, reduz-se a uma cidade como as outras, sujeita à atração da metrópole, de tamanho não estável e com uma ordenação fundiária não dessemelhante a normal. Resta a marca agradável da concepção originária na elegância dos traçados das ruas, na uniformidade das construções, na distribuição do verde. O mesmo pode ser dito em relação aos habitantes. [...] (p.358)

Howard, tal como os utopistas de princípios do século XIX, propõe-se resolver o problema da cidade, ou seja, a organização de uma comunidade auto suficiente, seja quanto a recursos econômicos, seja quanto a serviços; no curso dessa pesquisa, ele se depara com um problema diverso e mais complicado: a organização de um submúltiplo da cidade. Trata-se, de fato, de individuar dentro da cidade uma unidade menor de grandeza conveniente, e de ver quais serviços e quais atividades convém que sejam dados nessa escala, e quais o sejam em escala urbana global. O mérito de Howard está em que lançou luz sobre o problema, mesmo que suas intenções fossem diversas. [...] (p.360)

Os aspectos mais importantes das iniciativas de Howard são, talvez, os que dizem respeito ao controle paisagístico: os regulamentos de Letchworth e de Welwyn sobre cercas, culturas, arvoredo, manutenção dos espaços públicos, variações admitidas e não admitidas de construção, ruídos a serem evitados. [...] (p.362)