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Fichamento Paulo Bonavides - Ciência Política, Resumos de Ciência Política

Fichamento Paulo Bonavides - Ciência Política

Tipologia: Resumos

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Fichamento Aula 2 – O Estado, A Sociedade e sua estrutura.
Júlia Valentin – 31910218
Texto: Paulo Bonavidades -- Ciência Política, Cap. 3
1. Conceito de Sociedade:
O termo Sociedade tem sido usado para se referir, de forma mais genérica e ampla as relações
dos homens com seus semelhantes. Qualquer aprofundamento, ou definição mais extensa trará
consigo influência das duas mais importantes correntes históricas sobre os fundamentos da
sociedade: o Mecanicismo que analisa a sociedade comparando-a a uma máquina e o
Organicismo este que inverte, de certa maneira, ao comparar essa sociedade ao um ser vivo.
Dessa maneira, nenhuma definição será propriamente exata, ou concreta, sempre haverá influencia
dessas correntes, não havendo definição certa ou errada, apenas diversas interpretações e
diferentes pontos de vista.
2. A interpretação organicista enquanto sociedade:
A corrente organicista procede da tradição grega, de Platão e Aristóteles. De acordo com o
pensamento aristotélico o homem é um “ser político”, necessita, enquanto individuo, da Sociedade
para que possa sobreviver, impossibilitando, ou pelo menos dificultando exponencialmente sua
sobrevivência fora da mesma.
No entanto, afirmar que o homem é um ser social, ou que necessita da Sociedade para sua
sobrevivência não é único requisito para definir-se pensador ou aderente de uma corrente ou outra.
Só é definido então, o alinhamento ideológico por meio da crença de como deve ser estruturada ou
governada a Sociedade.
No pensamento organicista a Sociedade é primária a todo resto, antecede de certa forma os
indivíduos, sendo assim mais importante e relevante do que todo o resto que possa existir, manter
seu funcionamento correto é assim necessidade fundamental.
“Os organicistas, na teoria da Sociedade e do Estado, se veem arrastados quase sempre, por
consequência lógica, às posições direitistas e antidemocráticas, ao autoritarismo, às justificações
reacionárias do poder, à autocracia, até mesmo quando se dissimulam em concepções de
democracia orgânica (concepção que é sempre a dos governos e ideólogos predispostos a
ditadura). ”
A corrente organicista defende que a autoridade é inata ao homem, assim o indivíduo jamais
existiu em um estado de liberdade. Os organicistas defendem então que tais princípios inatos ao
homem (autoridade, hierarquia, dependência), aos quais somos subordinados e ensinados desde o
seio familiar, são parte de um organismo muito maior e imortal, a Sociedade, a qual, devido a
manutenção de tais princípios e costumes e a sucessão dos mesmos à futuras gerações, mantem-se
viva, independente dos indivíduos, provando-se muito maior que os mesmos.
Uma vez que a Sociedade se apresenta muito maior do que o indivíduo, está é capaz de moldar-
lhe a personalidade, caráter, assim como diversas características do seu ser e agir, formando a
mais real e autentica parte do ser humano.
É preciso, no entanto, tomar cuidado com a analogia Sociedade-organismo biológico, uma vez
que não são exatamente precisas nem puramente realistas, e podem levar a conclusões e paralelos
absurdos, descreditando toda uma corrente de pensamento.
3. A réplica mecanicista ao organismo social:
Nessa teoria o indivíduo é o ponto de partida de todas as ações na Sociedade, assim, para a
teoria mecanicista, tudo pode ser explicado a partir do homem enquanto indivíduo único e só em
si mesmo. O Homem é o ser primário dessa corrente.
A concepção mecanicista refuta a organicista partindo de seu ponto fraco, a comparação com o
organismo biológico. Enfatizando justamente as diferenças entre os dois, como a presença de
fenômenos na Sociedade (migrações, mobilidade social, suicídio) que não podem ser explicados
através da analogia.
As partes dos organismos vivos não podem viver independentemente, muito menos mudar sua
posição predeterminada pela natureza, o que não é o caso dos seres humanos enquanto indivíduo.
“Tem este a sua mesma vida, seus fins autônomos, a capacidade de deslocação espacial e não
menos importante aptidão de mover-se no interior dos grupos de que faz parte. ”
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Fichamento Aula 2 – O Estado, A Sociedade e sua estrutura. Júlia Valentin – 31910218 Texto: Paulo Bonavidades -- Ciência Política, Cap. 3

  1. Conceito de Sociedade:  O termo Sociedade tem sido usado para se referir, de forma mais genérica e ampla as relações dos homens com seus semelhantes. Qualquer aprofundamento, ou definição mais extensa trará consigo influência das duas mais importantes correntes históricas sobre os fundamentos da sociedade: o Mecanicismo – que analisa a sociedade comparando-a a uma máquina – e o Organicismo – este que inverte, de certa maneira, ao comparar essa sociedade ao um ser vivo. Dessa maneira, nenhuma definição será propriamente exata, ou concreta, sempre haverá influencia dessas correntes, não havendo definição certa ou errada, apenas diversas interpretações e diferentes pontos de vista.
  2. A interpretação organicista enquanto sociedade:  A corrente organicista procede da tradição grega, de Platão e Aristóteles. De acordo com o pensamento aristotélico o homem é um “ser político”, necessita, enquanto individuo, da Sociedade para que possa sobreviver, impossibilitando, ou pelo menos dificultando exponencialmente sua sobrevivência fora da mesma.  No entanto, afirmar que o homem é um ser social, ou que necessita da Sociedade para sua sobrevivência não é único requisito para definir-se pensador ou aderente de uma corrente ou outra. Só é definido então, o alinhamento ideológico por meio da crença de como deve ser estruturada ou governada a Sociedade.  No pensamento organicista a Sociedade é primária a todo resto, antecede de certa forma os indivíduos, sendo assim mais importante e relevante do que todo o resto que possa existir, manter seu funcionamento correto é assim necessidade fundamental.  “Os organicistas, na teoria da Sociedade e do Estado, se veem arrastados quase sempre, por consequência lógica, às posições direitistas e antidemocráticas, ao autoritarismo, às justificações reacionárias do poder, à autocracia, até mesmo quando se dissimulam em concepções de democracia orgânica (concepção que é sempre a dos governos e ideólogos predispostos já a ditadura). ”  A corrente organicista defende que a autoridade é inata ao homem, assim o indivíduo jamais existiu em um estado de liberdade. Os organicistas defendem então que tais princípios inatos ao homem (autoridade, hierarquia, dependência), aos quais somos subordinados e ensinados desde o seio familiar, são parte de um organismo muito maior e imortal, a Sociedade, a qual, devido a manutenção de tais princípios e costumes e a sucessão dos mesmos à futuras gerações, mantem-se viva, independente dos indivíduos, provando-se muito maior que os mesmos.  Uma vez que a Sociedade se apresenta muito maior do que o indivíduo, está é capaz de moldar- lhe a personalidade, caráter, assim como diversas características do seu ser e agir, formando a mais real e autentica parte do ser humano.  É preciso, no entanto, tomar cuidado com a analogia Sociedade-organismo biológico, uma vez que não são exatamente precisas nem puramente realistas, e podem levar a conclusões e paralelos absurdos, descreditando toda uma corrente de pensamento.
  3. A réplica mecanicista ao organismo social:  Nessa teoria o indivíduo é o ponto de partida de todas as ações na Sociedade, assim, para a teoria mecanicista, tudo pode ser explicado a partir do homem enquanto indivíduo único e só em si mesmo. O Homem é o ser primário dessa corrente.  A concepção mecanicista refuta a organicista partindo de seu ponto fraco, a comparação com o organismo biológico. Enfatizando justamente as diferenças entre os dois, como a presença de fenômenos na Sociedade (migrações, mobilidade social, suicídio) que não podem ser explicados através da analogia.  As partes dos organismos vivos não podem viver independentemente, muito menos mudar sua posição predeterminada pela natureza, o que não é o caso dos seres humanos enquanto indivíduo. “Tem este a sua mesma vida, seus fins autônomos, a capacidade de deslocação espacial e não menos importante aptidão de mover-se no interior dos grupos de que faz parte. ”

 “A teoria mecanicista é predominantemente filosófica e não sociológica. ” Entre seus representantes estão alguns filósofos do direito natural. Os pensadores dessa corrente tendem ao pensamento democrático, e a defesa de tal forma de governo. Das teses contratualistas, conclui-se que o princípio básico para a Sociedade é a aprovação, o assentimento e não a autoridade.

  1. Sociedade e Comunidade:  A Sociedade apresenta caráter racional dos indivíduos nela presentes, ou seja, há uma certa consciência coletiva das ações e de seus respectivos porquês e fins. Os homens mesmo ligados, existem individualmente. Já a Comunidade apresenta caráter irracional, esta antecede a sociedade, é primitiva e essencial, funciona como um só organismo, de modo que o ser humano enquanto indivíduo não possua relevância.  “Na comunidade a vontade é essencial, substancial, orgânica. Na sociedade, arbitrária. ”  Apesar de ter a Sociedade sido posterior a Comunidade, não à eliminou, existe dentro da Sociedades formas comunitárias presentes.
  2. A Sociedade e o Estado:  A Sociedade precede o Estado.  “ A burguesia triunfante abraça-se acariciadora a esse conceito que faz do Estado a ordem jurídica, o corpo normativo, a máquina do poder político, exterior a Sociedade. ”  “A Sociedade, algo interposto entre o indivíduo e o Estado, é a realidade intermediaria, mais larga e extensa, superior ao Estado, porem inferior ainda ao indivíduo, enquanto medida de valor. ”
  3. Conceito de Estado:  Esse conceito não apresenta uma única definição, correta, universal ou atemporal. Conforme o passar de eras já teve diversos significados e possuiu diversos conjuntos de tarefas e obrigações.  No Império Romano, por exemplo, o termo Estado traduzia a ideia de uma “organização de domínio e poder”, já mais para frente na Idade Média esse termo trazia sobretudo a noção de território. Atualmente prevalece o emprego dado por Maquiavel ao termo: “ Todos os Estados, todos os domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são republicas ou principados”.  Esse conceito toma ainda diferentes acepções, dependendo de quem o estuda ou o define, como por exemplo acepções jurídicas, filosóficas ou sociológicas.
  4. Elementos constitutivos do Estado:  O Estado possui diversos elementos que o constituem, sendo esses o poder político – dos governantes sobre os governados – e os elementos e ordem mais palpável, como o povo e o território sobre o qual se dá o Estado.