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Fim do mundo antigo - artigo - Historia, Notas de estudo de História

Artigo sobre o conceito e as causas do fim do mundo antigo e do imperio romano. As transformações no interior da sociedade romana desde o século III e o fim do império como acontecimento de natureza política.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 01/03/2013

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

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Introdução
Apesar da admiração que provoca, a expressão “fim do mundo antigo” será
utilizada para definir o ápice de um amplo conjunto de transformações no interior
da sociedade romana desde o século III.
Após dez séculos de história, o Império encontrava sérios obstáculos à sua
manutenção, atingido por problemas de ordem política, econômica e social.
Além de problemas externos, como indicam a maioria dos historiadores, as
invasões bárbaras.
As interpretações sobre o fim do mundo antigo são produzidas a partir das
próprias mudanças no conhecimento histórico, e é esse o ponto que se pretende
analisar nesse artigo.
A História Tradicional
O século XIX representou um avanço para a estruturação da historia enquanto
domínio do saber positivo. Houve elaboração de técnicas para o tratamento das
fontes, publicação de gigantescas coletâneas de documentos e o surgimento de
grandes escolas históricas nacionais européias.
No entanto continuavam influenciados por algumas concepções produzidas
anteriormente. O interesse geral era por fatores políticos, grandes impérios,
relações diplomáticas.
Interessavam-se muito pelas datas precisas, como aconteceu com a queda de
Roma, eleita no ano de 476 ano da deposição do último imperador romano por
Odoacro, rei dos Hérulos como o marco que separava o mundo antigo da idade
média.
Essa visão de ruptura foi influenciada pela visão renascentista de que a idade
média foi um período obscuro e seria necessário resgatar os valores culturais da
antiguidade clássica. Isso foi acentuado com os iluministas, que viam nas idéias
religiosas um entrave ao progresso das qualidades humanas.
Na segunda metade do século XIX, quando o progresso era claro e povoava as
mentes humanas com o ideal de uma história progressiva linear ininterrupta, o fim
do mundo antigo atraiu mais ainda a atenção, pois tratava-se de um recuo
histórico dessa linha.
No limiar da ruptura
Diante da sua ineficácia em explicar vários fatos do passado, visto que a história
ainda se prendia aos acontecimentos políticos, essa historiografia passou a ser
criticada pois não acompanhava os avanços metodológicos de outras ciências,
como a sociologia, economia e demografia.
Os trabalhos de Marx e Engels surgem como uma inovação nos métodos de
investigação histórica, pois constituía o estudo de uma história onde os fatos
ocorridos faziam parte de um quadro social amplo, determinados, em última
instancia, por uma infraestrutura econômica preponderante.
Entretanto, com o advento da revolução russa e instauração da união soviética,
surge uma historiografia marxista que, baseada num determinismo econômica,
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Introdução

Apesar da admiração que provoca, a expressão “fim do mundo antigo” será utilizada para definir o ápice de um amplo conjunto de transformações no interior da sociedade romana desde o século III. Após dez séculos de história, o Império encontrava sérios obstáculos à sua manutenção, atingido por problemas de ordem política, econômica e social. Além de problemas externos, como indicam a maioria dos historiadores, as invasões bárbaras. As interpretações sobre o fim do mundo antigo são produzidas a partir das próprias mudanças no conhecimento histórico, e é esse o ponto que se pretende analisar nesse artigo.

A História Tradicional

O século XIX representou um avanço para a estruturação da historia enquanto domínio do saber positivo. Houve elaboração de técnicas para o tratamento das fontes, publicação de gigantescas coletâneas de documentos e o surgimento de grandes escolas históricas nacionais européias. No entanto continuavam influenciados por algumas concepções produzidas anteriormente. O interesse geral era por fatores políticos, grandes impérios, relações diplomáticas. Interessavam-se muito pelas datas precisas, como aconteceu com a queda de Roma, eleita no ano de 476 – ano da deposição do último imperador romano por Odoacro, rei dos Hérulos – como o marco que separava o mundo antigo da idade média. Essa visão de ruptura foi influenciada pela visão renascentista de que a idade média foi um período obscuro e seria necessário resgatar os valores culturais da antiguidade clássica. Isso foi acentuado com os iluministas, que viam nas idéias religiosas um entrave ao progresso das qualidades humanas. Na segunda metade do século XIX, quando o progresso era claro e povoava as mentes humanas com o ideal de uma história progressiva linear ininterrupta, o fim do mundo antigo atraiu mais ainda a atenção, pois tratava-se de um recuo histórico dessa linha.

No limiar da ruptura

Diante da sua ineficácia em explicar vários fatos do passado, visto que a história ainda se prendia aos acontecimentos políticos, essa historiografia passou a ser criticada pois não acompanhava os avanços metodológicos de outras ciências, como a sociologia, economia e demografia. Os trabalhos de Marx e Engels surgem como uma inovação nos métodos de investigação histórica, pois constituía o estudo de uma história onde os fatos ocorridos faziam parte de um quadro social amplo, determinados, em última instancia, por uma infraestrutura econômica preponderante. Entretanto, com o advento da revolução russa e instauração da união soviética, surge uma historiografia marxista que, baseada num determinismo econômica,

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demonstra toda a influencia que recebe da história tradicional. Pois enxerga a história, ao invés de uma sucessão de impérios, como uma sucessão constante de modos de produção econômicos. Visão que só será redefinida após 1950, com a morte de Stalin e abertura política da União Soviética.

Para uma nova história

Paralelamente ao marxismo surge, na França, a Escola dos Annales, liderada por Marc Bloch e Lucien Febvre, aparece como grande crítica do positivismo e historicismo tradicionais, construído um novo aparato teórico da fundamentação das investigações históricas. Passa-se então a entender a sociedade como um todo heterogêneo, tudo que é froto da ação humana é passível de investigação histórica. Ou seja, nota-se que as mudanças em um determinado setor social não implicam na mudança de outros elementos, percebe-se que muitas características de uma cultura permanecem mesmo com uma profunda mudança nas suas diretrizes principais. Portanto, a passagem da antiguidade para a Idade Média passou a ser vista não mais como um período de decadência, mas sim de uma renovação nos moldes culturais, fruto da fusão acima citada, contribuindo para derrubar uma visão “sinistra” do fim da antiguidade.

Conclusão

Conclui-se que o fim do império é um acontecimento de natureza política, fruto de vários elementos que contribuíram para sua desagregação. Sejam os conflitos internos na disputa pelo poder, o avanço dos bárbaros sobre as províncias fronteiriças, o embate das culturas pagãs e germânicas com a ascensão do cristianismo, a extensão territorial do império que se tornou ingovernável. Enfim, a abordagem política se faz eficiente porque o entendimento da queda de Roma se faz quando not6amos a perda de seu referencial como unidade polítco- administrativa forte e eficientemente centralizadora. No entanto, deve-se levar em conta que o assunte ainda não está esgotado, visto a sua importância e os vários pontos de vista a seu respeito, é uma matéria que tende a render muitos trabalhos historiográficos.

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