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Informações sobre o mapeamento geológico da folha formiga, localizada na região de minas gerais, brasil. O trabalho se concentra na identificação e mapeamento de enxames de diques das famílias de diques do complexo metamórfico divinópolis e do gnaisse itapecerica, além da inferência dos contatos transicionais e difusos entre essas unidades e outras rochas da região. O documento também discute a nomenclatura adotada pelo instituto mineiro de gestão de áreas (igam) e as características das rochas aflorantes na área mapeada.
Tipologia: Teses (TCC)
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UNIVERSIDADEINSTITUTO FEDERAL DE GEOCIÊNCIAS DE MINAS GERAIS CENTRO DE PESQUISA PROFESSOR MANOEL TEIXEIRA DA COSTA
(Contrato CODEMIG 3473, FUNDEP 19967)
Autores: Marcos Santos Campello Bárbara Barreto Vaz Moisés Abraão Suleimam Oliveira Moisés Augusto Bacellar Ávila
Coordenação Geral: Antônio Carlos Pedrosa Soares
Coordenação de Geoprocessamento: Eliane Voll e André Luiz Profeta
Agosto/
Este relatório apresenta os resultados do trabalho de mapeamento geológico da Folha Formiga na escala 1:100.000, contrato CODEMIG-UFMG. Os dados e interpretações geológicas são em parte o resultado dos trabalhos de campo que incluíram o levantamento de cerca de 950 pontos. Informações contidas em diversos trabalhos anteriores foram somadas às coletadas em campo e às interpretações dos dados dos sensores remotos principalmente os levantamentos aerogeofísicos da CODEMIG/CPRM áreas II e VII, os quais foram utilizados como ferramentas para a identificação e para os mapeamentos dos enxames das famílias de diques assim como a inferência dos contatos transicionais e difusos do Complexo Metamórfico Divinópolis com os Gnaisses Itapecerica e Candeias. Na porção noroeste da folha, foi desenvolvido Trabalho de Graduação abrangendo o município de Santo Antônio do Monte e municípios adjacentes. Este último foi realizado pelos(a) geólogos(a) também coautores deste trabalho: Abraão, Ávila e Barreto (2013) orientados pelo coordenador da presente folha, o geólogo Marcos Campello.
1.1. Localização e vias de acesso A Folha Formiga escala 1:100.000 (SF.23-V-B-3) localiza-se no centro-oeste mineiro (Figura 1), estando limitada pelos meridianos definidos pelas coordenadas UTM 7790000 e 7733000 e pelos paralelos UTM 448000 e 500000, sendo sua área correspondente a aproximadamente 2880 km^2.
Figura 1. Mapa de localização da Folha Formiga.
A área envolve totalmente o município de Pedra do Indaiá e parcialmente os municípios de Lagoa da Prata, Japaraíba, Arcos, Santo Antônio do Monte, Sebastião do Oeste, Divinópolis, Formiga e Itapecerica.
São diversas as alternativas viárias para se acessar a área. A mesma dista aproximadamente 180km da cidade de Belo Horizonte, sendo o melhor acesso a partir da capital, feito inicialmente pela BR-262 sentido oeste do estado, até o entroncamento com a MG-050. Segue-se pela mesma, passando pela cidade de Divinópolis, até entroncamento com a MG-164 que se encontra posicionado na porção centro-sul da folha. Além disso, existem inúmeras estradas vicinais bem conservadas, que ligam municípios, distritos, vilarejos e propriedades rurais, as quais se mostraram acessos promissores que permitiram uma ampla distribuição dos pontos de investigação/amostragem durante as etapas de campo.
também apresenta padrão dendrítico. Localmente ocorrem diques máficos com comprimento variando de dezenas de metros a quilômetros;
Figura 2. Modelo digital de terreno da Folha Formiga.
Domínio 3: ocorre na região central do mapa, com orientação N-S, e corresponde às áreas de maior altitude da região, alcançando até 1100m. Na porção centro-sul, observa-se uma predominância de rochas do Gnaisse Itapecerica e secundariamente as do Complexo Divinópolis nesse domínio. No entanto, ilhas de pelito podem ser verificadas nas altitudes mais altas (entre 1000 e 1180m) no extremo oeste e noroeste da área. O fato das rochas pelíticas da Formação Serra de Santa Helena se encontrarem em altitudes mais baixas do que as rochas do Complexo Divinópolis é interpretado como uma evidência do basculamento ocorrido na região.
A figura 2 ilustra as elevações encontradas na área por meio de um Mapa de Elevação, em destaque para as altas altitudes que podem chegar a mais de 1100 metros em relação ao nível do mar na região central do mapa.
2.2. Solos Encontram-se na área uma grande diversidade de latossolos, cujas características estão principalmente condicionadas aos litotipos. O solo resultante da alteração das rochas gnáissicas- migmatíticas possui coloração preferencialmente rosa, podendo também apresentar-se amarelado e branco. Os solos derivados da alteração dos diques máficos e outras rochas básicas apresentam cor vermelho escuro. Os quartzitos, quando intemperizados, resultam em solo arenoso de cor branco acinzentado, onde se desenvolve vegetação de baixo porte.
2.3. Vegetação Utilizando como referência o trabalho desenvolvido pela UFLA (SCOLFORO, CARVALHO & OLIVEIRA, 2008) e o Manual Técnico da Vegetação do IBGE (1992), os biomas para o Estado de Minas Gerais podem ser subdivididos nas seguintes categorias: Cerrado e Mata Atlântica. De acordo com o estudo, a área da Folha Formiga envolve principalmente ambos os biomas supracitados, sendo o Cerrado o mais abundante. Ainda a região mapeada constitui um mosaico de fitofisionomias remanescentes que englobam Campo, Campo Cerrado, Cerrado e Floresta Estacional Semidecidual Montana.
2.4. Hidrografia Uma alta densidade de drenagens irriga toda a área da Folha Formiga, que se encontra posicionada entre o divisor de águas de duas grandes bacias hidrográficas brasileiras: a do Rio São Francisco e a do Rio Grande, sendo a primeira correspondendo a grande parte da área mapeada.
De acordo com a nomenclatura adotada pelo Instituto Mineiro de Gestão de Áreas (IGAM), na região da Folha Formiga, a Bacia do Rio São Francisco divide-se em duas sub- bacias, a do Alto São Francisco SF1 e a do Rio Pará SF2. Na área, os principais cursos representantes destas sub-bacias são o Rio Santana e o Rio Lambari respectivamente, correndo de sudeste para noroeste e de sul para o norte da Folha.
A Sub-bacia do Entorno do Reservatório de Furnas GD3 da Bacia do Rio Grande, corresponde à parte menos expressiva da área, estando posicionada no extremo NW da Folha, envolvendo parcialmente os municípios de Formiga e Itapecerica, sendo na região do mapeamento o Rio Formiga o curso mais expressivo que desemboca na Represa de Furnas a SW da Folha.
O padrão geral de drenagem é do tipo dendrítico, entretanto na porção nordeste da Folha o padrão de drenagem aproxima-se do paralelo.
A região da Folha Formiga é compreendida principalmente pela unidade gnáissica do Complexo Divinópolis e pelo Gnaisse Itapecerica, os quais correspondem à crosta siálica que aflora a sudoeste do Quadrilátero Ferrífero e do Complexo Metamórfico Bonfim, englobando os antigos complexos Divinópolis e Barbacena (Teixeira et al. , 1996; Fernandes & Carneiro, 2000). São constituídos por rochas gnáissicas com restos de anfibolitos e rochas metaultramáficas. Localmente são encontrados relictos supracrustais (Teixeira et al. , 2000), que podem corresponder às sequências arqueanas e/ou às sequências paleoproterozoicas correlacionáveis ao Quadrilátero Ferrífero. Todo esse conjunto encontra-se cortado por diques máficos de várias gerações (Chaves, 2013).
4.1. O Embasamento Machado Filho et al. (1983) dividiram a crosta siálica em dois Complexos: Complexo Divinópolis e Complexo Barbacena. O Complexo Divinópolis é um conjunto de granitoides com estrutura plástica (fluidal), distribuindo-se predominantemente na porção Oeste do Cráton São Francisco, ocorrendo em algumas áreas restritas a leste. Tal complexo foi posicionado no Arqueano, considerando que este foi parcialmente afetado pelo Ciclo Transamazônico. Já o Complexo Barbacena corresponde às litologias do Complexo Divinópolis, com maior porcentagem de enclaves supracrustais. É constituído por metatexitos com paleossomas xistosos básicos e ultrabásicos e neossomas granodioríticos e graníticos, de idade fundamentalmente arqueana. Assim como no Complexo Divinópolis, tais rochas são parcialmente retrabalhadas no Ciclo Transamazônico.
Teixeira et al. (1996) engloba ambos complexos acima descritos em apenas um, denominado Complexo Campo Belo. Tais autores afirmam que esse Complexo é composto por ortognaisses cinza-esverdeados da fácies anfibolito, além de granitoides rosados. Ainda o complexo inclui extensos afloramentos de migmatitos que contêm corpos lenticulares de metabasitos e são frequentemente cortados por aplitos graníticos e pegmatitos. Gnaisses da fácies granulito ocorrem subordinadamente nesse complexo. Tal complexo apresenta as idades mais antigas do embasamento. Esses autores dataram os migmatitos através do método U-Pb apresentando uma idade de 3116 ± 10 Ma, interpretando-a como a idade de cristalização da rocha.
Fernandes & Carneiro (2000) englobaram as rochas do Complexo Campo Belo em sete unidades litodêmicas distintas: Unidade Gnáissica, Unidade Anfibolítica, Unidade Metaultramáfica, Unidade Quartzítica, Unidade Gabronorítica, Unidade Granítica e Unidade
Gabroica. A Unidade Gnáissica é caracterizada por variar, petrograficamente, de tonalito a granito, sendo classificada em quatro tipos: 1) hiperstênio-biotita-hornblenda gnaisse tonalítico;
Romano (2007, p. 20) utiliza o termo Complexo Divinópolis para as rochas da Folha Pará de Minas, individualizando três litotipos representantes deste Complexo, sendo eles: gnaisse milonítico, gnaisse migmatítico e leucognaisse ortoderivado.
O gnaisse milonítico é caracterizado por possuir granulação fina e anastomosada, apresentar uma conspícua lineação de agregados minerais ferromagnesianos, biotita e hornblenda de forte pleocroísmo verde azulado e, sobretudo, por conter sillimanita fibrosa. O contato entre essa rocha é difuso e de difícil separação e, por esse motivo, as mesmas foram descritas como gnaisses migmatíticos indivisos. Apresentam predominantemente estrutura estromática, grão muito grosso e presença de grandes mobilizados de feldspato potássico de cor rósea, caracterizada mineralogicamente por "quartzo, microclina em maior quantidade que o plagioclásio, biotita quase que inteiramente cloritizada, e alanita e zircão entre os minerais acessórios; anfibólio verde escuro" (ROMANO, op. cit.). Secundariamente ocorre litotipo caracterizado pela ausência de feldspatos potássicos róseos, porém é mais rica em estruturas migmatíticas diversas, nessas rochas são frequentes estruturas migmatíticas mais evoluídas: do tipo schollem , estromática, schlieren , flebítica e dobrada, além de porções nebulíticas.
Por fim, têm-se o leucognaisse ortoderivado que possui um caráter mais leucocrático que as outras litologias citadas e apresenta um grau de fusão parcial, considerado incipiente, apresentando forte bandamento.
4.2. Enxame de diques máficos Oliveira & Montes (1984, p. 4144) denominaram os diques máficos do setor meridional do Cráton São Francisco de Pará de Minas e Lavras. O "enxame" Pará de Minas é descrito como diques de diabásios a gabros, fracamente metamorfizados, com espessuras decimétricas a métricas e alcançando até 25km de extensão. "As rochas que constituem este feixe de diques apresentam coloração escura, granulação média a grossa e aspecto isotrópico. Ostentam textura porfirítica com fenocristais de plagioclásio...". Já os diques denominados de Lavras compreendem diabásios a gabros, com direção N40o-60oW. Tais diques cortam as rochas do Complexo Barbacena e Divinópolis, não interferindo nas rochas do Grupo Bambuí. Tratam-se de rochas de granulação fina à média, maciças, apresentando texturas porfirítica, subofítica e intergranular.
cráton homônimo, marcando o que alguns autores denominam “Bacia Sedimentar do São Francisco” (MARTINS-NETO & ALKMIM, 2001).
Na porção oeste da Folha Formiga, o Supergrupo São Francisco é representado por parte do Grupo Bambuí. Verificam-se afloramentos principalmente da Formação Serra de Santa Helena e raros afloramentos de calcarenitos.
Os dados aerogeofísicos são ferramentas indispensáveis para os mapeamentos geológicos regionais e de semidetalhe. Os dados gerados pelo Programa de Levantamento Aerogeofísico do Governo de Minas Gerais/CODEMIG, cujo levantamento e relatório foram realizados pela empresa Lasa (2001) foram amplamente empregados para identificação, interpretação e mapeamento das unidades presentes na área da Folha Formiga. Foram empregados os métodos gamaespectrométrico e magnetométrico a partir de sobrevoos de 100m de altura com linhas espaçadas em 250m.
Os dados gamaespectrométricos foram utilizados em larga escala sobretudo, o diagrama ternário RGB obtido a partir das contagens totais dos canais K, Th, U – Figura 4. Este produto teve papel norteador para a inferência dos contatos transicionais e difusos mapeados entre o Complexo Divinópolis, Gnaisse Candeias, Gnaisse Itapecerica e suas subunidades: o Gnaisse Peraluminoso e a Sequência Paraderivada. A partir desse diagrama, foi verificado que as rochas pertencentes ao Gnaisse Candeias apresentam “assinaturas” características cujas tonalidades variam entre o amarelo-claro e verde-claro a médio.
Figura 4. Levantamento aerogeofísico da Folha Formiga -Diagrama ternário RGB - K,Th,U. Fonte: CODEMIG
Os dados magnetométricos, sobretudo referentes à primeira e à segunda derivada do campo magnético total foram utilizados para a delineação das feições estruturais (lineamentos e contatos), bem como para a definição das diferentes famílias de diques presentes na área do mapeamento (Figura 5).
Este item tem por objetivo apresentar cronologicamente as litologias presentes na área da Folha Formiga, informando sobre suas regiões de ocorrência, percentagem correspondente à área mapeada e suas relações de contato com as demais unidades mapeadas.
6.1. Complexo Divinópolis
O Complexo Divinópolis (CD) é a unidade litológica mais abundante na área mapeada, aflorando em cerca de 58% da Folha Formiga, distribuído principalmente nas regiões norte, nordeste e noroeste da área. É constituído por um conjunto litológico bastante diversificado e de difícil separação na escala mapeada que envolve leucognaisses, gnaisses migmatíticos e granitos homogêneos ortoderivados.
O contato entre as demais unidades litológicas do embasamento (Gnaisse Candeia e o Gnaisse Itapecerica) é difuso, tendo sido norteado pelos dados gamaespectrométricos, sendo representado em mapa por linhas pontilhadas. Apresentam espesso manto de intemperismo, podendo o mesmo ultrapassar 30m de espessura. Os solos residuais são arenosos apresentando colorações que variam do rosa ao amarelo pálido.
Os granitos homogêneos são classificados segundo a sua composição modal estimada em quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio, em granitos e granodioritos.
Os leucogranitoides são os litotipos de maior abundância na área. Essa unidade tende a aflorar em encostas e topos de morros. Há uma fartura de afloramentos in situ , sendo observados em diversos pontos. Tipicamente, os afloramentos frescos constituem, em sua maior parte, lajedos cujas dimensões variam de dezenas a centenas de metros, posicionados em sua maioria, nas regiões compreendidas entre os terços superiores e os topos dos morros. Secundariamente, tem-se campos de blocos, com calhaus a matacões subangulosos. Exemplos de tais afloramentos são os pontos TG 252 (Coordenadas UTM 470616E e 7770642N) e TG 249 (Coordenadas UTM 468992E e 7771422N), que representam tais morfologias (Figura 6).
Figura 6. Afloramentos-tipo da Unidade Leucognaisse. A) Ponto TG 252, trata-se de um lajedo de dimensões hectométricas.
Além dos numerosos afloramentos de rocha sã, os leucogranitoides podem ser reconhecidos no campo também pelos solos e saprolitos originados da sua decomposição. Tais rochas desenvolvem solos de cor clara, geralmente de coloração rosa, arenosos e pouco férteis. Assim como o solo originado por tal unidade, o saprolito dessas rochas, aflora em cortes e pisos de estrada, comumente apresenta-se rosado a esbranquiçado com textura areno-silto-argilosa, sendo facilmente desagregáveis.
Ao microscópio petrográfico, os leucogranitoides apresentam textura do tipo granoblástica, granulação média a grossa, sendo compostos principalmente por quartzo, plagioclásio, microclina e biotita. Apresentam-se isotrópicos ou, localmente, com foliação denotada pelas biotitas, sendo este o principal critério utilizado para sua individualização.
Em lâmina delgada, a textura é granoblástica e a mineralogia principal é representada por quartzo, plagioclásio, microclina e biotita. A granulação da rocha é média. Clorita e sericita ocorrem na rocha como minerais secundários, enquanto titanita, zircão e apatita estão presentes como minerais acessórios. O quartzo apresenta-se em cristais anédricos a subédricos, exibe extinção ondulante praticamente em sua totalidade e está presente geralmente em alta quantidade na rocha, entre 30 e 50%. Há alguns casos em que o quartzo ocorre abaixo desse limite (aproximadamente 25%), mas tal mudança não afeta a classificação da rocha, que é consistentemente classificada como monzogranito. Os plagioclásios ocorrem em cristais anédricos a subédricos, variando de 1,0 a 2,5mm. Apresenta-se altamente saussuritizado. A microclina comumente apresenta-se pertítica no contato entre plagioclásio e feldspato alcalino. A
metros podendo chegar a mais de 20 metros de espessura. Possuem a estrutura da rocha original preservada, sendo caracterizado pela presença de bandamentos nos quais se pode notar camadas rosadas e as camadas mais claras. A textura das porções “camadas” leucocráticas do saprolito tende a ser mais grosseira, pela predominância de quartzo, enquanto as porções melanocráticas apresentam tonalidades rosadas sendo a textura silto-argilosa, por concentrarem os minerais máficos alterados.
Figura 9. Saprolito típico de gnaisse migmatítico do Complexo Divinópolis, correspondente ao ponto TG 17 (Coordenadas UTM 468206E e 7780179N).
Os gnaisses encontrados na área possuem composição monzogranítica, sendo predominantemente leucocráticos. Possuem textura granoblástica e lepidoblástica, apresentando bandas milimétricas a centimétricas, com porções onde há concentração de feldspato potássico rosado (Figura 10). Algumas porções dessa rocha podem dar lugar a corpos graníticos e migmatíticos de pequenas dimensões, no qual não há critérios para separá-los e diferenciá-los considerando a escala do mapeamento.
Em lâmina delgada, observa-se textura granoblástica a lepidoblástica, e granulação média à grossa. A mineralogia principal é composta por quartzo, plagioclásio e microclina. Clorita ocorre como mineral secundário enquanto os minerais acessórios mais comuns são biotita, epidoto, anfibólio, apatita, titanita, zircão e opacos (Figura 11). Os cristais de quartzo ocorrem em cristais anédricos a subédricos, apresentam extinção ondulante e aparecem frequentemente como feições mimerquíticas. O plagioclásio encontra-se em sua maior parte saussuritizado, enquanto a microclina apresenta-se pertítica. A biotita ocorre em pequenas quantidades (geralmente abaixo de 10%), e apresenta-se frequentemente alterada para clorita. O contato entre os grãos de quartzo
e plagioclásio é sinuoso, enquanto as biotitas apresentam contato esgarçado com os minerais adjacentes. Há predominância de fraturas intragranulares, com raras fraturas intergranulares.
Figura 10. Gnaisse do ponto TG 295 (Coordenadas UTM 471531E e 7762991N), com bandas de melanossoma milimétricas a centimétricas ricas em biotita, e leucossoma centimétrico a decimétrico rico em K-feldspato.
Figura 11. Fotomicrografia da lâmina do Ponto TG 220 (Coordenadas UTM 450598E e 7763331N), mostrando cristais anédricos de plagioclásio saussuritizados, além de microclina e quartzo. Minerais acessórios são anfibólio e titanita. A) nicóis descruzados; B) nicóis cruzados. Aumento: 2,5x.
De forma menos abundante os gnaisses migmatíticos ocorrem também relacionados aos leucognaisses. Afloram principalmente na forma de lajedos de dimensões variando entre dezenas e centenas de metros, presentes em topos de morros e em alguns cursos d'água. O ponto TG 384 (Coordenadas UTM 459778E e 7763329N) é um afloramento-tipo da unidade.
Seu manto de intemperismo é espesso, alcançando mais de 15m de espessura. Comumente o saprolito apresenta cor rosada à esbranquiçada sendo comum a preservação das estruturas bandadas, denotadas pelas alternâncias das camadas rosadas e as camadas mais claras. A textura das camadas mais claras do saprolito tende a ser mais grosseira, pela predominância quartzo de granulação areia grossa a granulo, enquanto as camadas mais rosadas possuem textura siltosa,