
















Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
estudo das tecnicas de lagrange e hamiltom na física
Tipologia: Notas de estudo
1 / 24
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Juazeiro do Norte - CE Fevereiro de 2008
Inicialmente vamos apresentar de forma breve as no¸c˜oes matem´aticas apropriadas para desenvolver o formalismo lagrangiano. Estas no¸c˜oes fazem parte do chamado C´alculo Variacional que, a grosso modo, ´e o C´alculo Diferencial de funcionais. Dessa forma enquanto o C´alculo Diferencial usual trata, por exemplo, do problema de determinar pontos de m´aximo ou de m´ınimo local (ou, em geral, pontos cr´ıticos) de uma fun¸c˜ao de v´arias vari´aveis g : D ⊂ Rm^ −→ R, o C´alculo Variacional permite determinar pontos de m´aximo ou de m´ınimo (ou, em geral, pontos estacion´arios) de um dado funcional A : F −→ R, onde F ´e um espa¸co vetorial de fun¸c˜oes suficientemente comportadas. Assim os “pontos”(elementos) de F s˜ao fun¸c˜oes, como por exemplo q : [t 1 ; t 2 ] −→ Rn que a cada t ∈ [t 1 ; t 2 ] associa q(t) ≡ (q 1 (t), ..., qn(t)) ∈ Rn.
Na formalismo lagrangiano, como veremos, a dinˆamica de um sistema f´ısico ´e de- scrita em termos de um funcional A, chamado a¸c˜ao do sistema, o qual est´a definido sobre fun¸c˜oes q que representam as poss´ıveis trajet´orias deste sistema no espa¸co de configura¸c˜oes.
Funcionais
Neste contexto os funcionais de interesse s˜ao usualmente dados por integrais. Por exemplo: considere um espa¸co de fun¸c˜oes suficientemente diferenci´aveis, digamos
F = {q : [t 1 ; t 2 ] −→ Rn^ | q diferenci´avel Ck},
e defina o funcional A : F −→ R por
A[q] =
∫ (^) t 2 t 1
∑^ n i=1^ qi(t)[ ˙qi(t)]
(^2) dt
onde ˙q = dq/dt ´e a derivada de q. Note que para cada q no espa¸co F temos que A[q] ´e um n´umero real bem definido e, ent˜ao, A ´e de fato um funcional. Note que o valor do funcional A no “ponto”(fun¸c˜ao ou curva de Rn) q, denotado por A[q], depende em geral n˜ao apenas de um valor espec´ıfico q(t) (de q em um certo t) mas de todos os valores da fun¸c˜ao q.
Especificamente os funcionais que descrevem os sistemas mecˆanicos s˜ao da forma
A[q] =
∫ (^) t 2 t 1 L(q(t),^ q˙(t), t)^ ·^ dt^ (2-1) onde L(q, q, t˙ ) ≡ L(q 1 , ...qn, q˙ 1 , ... q˙n, t) ´e uma fun¸c˜ao diferenci´avel a valores num´ericos (em R). No contexto da mecˆanica, como veremos mais adiante, L ´e a lagrangiana do sistema em considera¸c˜ao.
Derivada Funcional
O conceito chave no C´alculo Diferencial de fun¸c˜oes ´e o de derivada; no contexto das fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis surgem as derivadas parciais e, em geral, as derivadas dire- cionais ou derivadas de Gateaux (as derivadas parciais s˜ao derivadas direcionais par- ticulares) al´em do conceito mais forte de diferenciabilidade (de Frechet). No C´alculo Variacional h´a o conceito de derivada de um funcional (derivada funcional), o qual desempenha para os funcionais o mesmo papel que as derivadas direcionais desempen- ham para fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis (Gelfand-Fomin, Calculus of Variations, Dover inic., 2000, pg. 27). Vejamos o conceito de derivada funcional e a no¸c˜ao de ponto cr´ıtico (ou estacion´ario) de um funcional.
Lembremos que no caso de uma fun¸c˜ao g : D ⊂ Rm^ −→ R a derivada direcional de g no ponto x = (x 1 , ..., xm) ∈ D relativamente ao vetor v = (v 1 , ..., vm) ∈ Rm, ´e denotada
considere o funcional A : F −→ R,
A[q] =
∫ (^) t 2 t 1 L(q(t),^ q˙(t), t)^ ·^ dt^ (2-4) onde L(q, q, t˙ ) ≡ L(q 1 , ...qn, q˙ 1 , ... q˙n, t) ´e uma fun¸c˜ao diferenci´avel a valores num´ericos. Dentre todas as “curvas”q conectando os pontos q(t 1 ) = (q 1 (t 1 ), ..., qn(t 1 )) e q(t 2 ) = (q 1 (t 2 ), ..., qn(t 2 )) qual delas maximiza ou minimiza (ou, em geral, torna estacion´ario) o valor do funcional A.
Para encontrar esta curva ou, pelo menos, caracteriza-la matematicamente de alguma maneira, vamos a seguir calcular a derivada funcional δηA[q] e, na sequˆencia, fazˆe-la igual a zero. O resultado, como veremos a seguir, ser´a constitu´ıdo pelas chamadas equa¸c˜oes de Euler do C´alculo Variacional.
As Equa¸c˜oes de Euler
Vamos primeiramente calcular a derivada do funcional dado pela equa¸c˜ao (2-4), usando a defini¸c˜ao (2-3) que acabamos de apresentar:
δηA[q] = (^) d≤d{A[q + ≤η]}
∣∣≤=0 = (^) d≤d^ {∫^ t 1 t^2 L(q + ≤η, q˙ + ≤ η, t˙ ) · dt^ }∣∣∣∣ ≤=^. Tendo em vista que esta derivada ´e relativa a ≤ e que a integral ´e com respeito a t podemos derivar sob o sinal de integra¸c˜ao e, em seguinda, aplicar a regra da cadeia. Denotando Q = q + ≤η e ˙q + ≤ η˙ = Q˙, temos
δηA[q] =
∫ (^) t 2 t 1
i
∂Qi
∂Qi ∂≤ +^
∂ Q˙i
∂ Q˙i ∂≤
≤=
dt =
=
∫ (^) t 2 t 1
i
∂qi^ ·^ ηi^ +^
∂ q˙i^ ·^ η˙i
dt
Realizando uma integra¸c˜ao por partes e usando o teorema fundamental do c´alculo
temos
δηA[q] =
∫ (^) t 2 t 1
i
∂qi^ −^
d dt
∂ q˙i
ηi · dt + ∑ i
∂ q˙i^ ηi
∣t 2 −^ ∂∂L q˙i^ ηi
∣t 1
Lembremos que a defini¸c˜ao de derivada do funcional envolve a express˜ao A[q + ≤η], de modo que, por consistˆencia, q + ≤η deve residir no espa¸co F das fun¸c˜oes que descrevem curvas conectando os extremos fixos q(t 1 ) e q(t 2 ); logo
q(t 1 ) + ≤η(t 1 ) = q(t 1 ) =⇒ η(t 1 ) = 0, q(t 2 ) + ≤η(t 2 ) = q(t 2 ) =⇒ η(t 2 ) = 0.
A´ı est˜ao os η’s admiss´ıveis: eles devem ser tais que η(t 1 ) = η(t 2 ) = 0. Assim
δηA[q] =
∫ (^) t 2 t 1
i
∂qi^ −^
d dt
∂ q˙i
ηi · dt.
Se “a curva q(t)”que liga q(t 1 ) `a q(t 2 ) torna estacion´ario o valor de A ent˜ao
δηA[q] =
∫ (^) t 2 t 1
i
∂qi^ −^
d dt
∂ q˙i
ηi · dt = 0,
para todo vetor admiss´ıvel η (tal que η(t 1 ) = η(t 2 ) = 0). Mas como η ´e bastante arbitr´ario isto nos leva a suspeitar que
d dt
∂ q˙i
− ∂L∂qi = 0, i = 1, ..., n;
esta conclus˜ao ´e na verdade consequˆencia do lema mostrado a seguir.
Lema: Se f : [t 1 ; t 2 ] −→ R ´e cont´ınua e ∫ (^) t 2 t 1 f^ (t)η(t)dt^ = 0 para qualquer η : [t 1 ; t 2 ] −→ R cont´ınua satisfazendo η(t 1 ) = η(t 2 ) = 0 ent˜ao f (t) = 0 para todo t ∈ [t 1 ; t 2 ].
Coordenadas Generalizadas
Em geral, os sistemas f´ısicos est˜ao sujeitos a condi¸c˜oes denominadas v´ınculos os quais restringem o n´umero de coordenadas necess´arias para descrever o movimento destes sistemas. Se considerarmos um sistema de N part´ıculas cujo movimento ´e descrito por {~ra}a=1,...,N e se este sistema est´a submetido a K v´ınculos, K < 3 N , equacionados por
ψβ (~r, t) = 0, β = 1, ..., K,
os quais s˜ao chamados v´ınculos holonˆomicos, podemos notar que das 3N coordenadas (xa, ya, za), a = 1, ..., N , podemos selecionar 3N −K ≡ n coordenadas independentes (o n´umero n ´e chamado n´umero de graus de liberdade). Mais ainda, o uso de coordenadas cartesianas n˜ao ´e obrigat´orio: Podemos escolher n = 3N − K coordenadas, digamos
{q ≡ (q 1 , ..., qn)},
que possibilite descrever completamente o movimento do sistema. Tais coordenadas s˜ao englobadas sob o nome de coordenadas generalizadas e uma escolha conveniente de tais coordenadas depende de cada problema espec´ıfico.
Princ´ıpio de Hamilton e Equa¸c˜oes de Euler-Lagrange
Uma configura¸c˜ao (ou estado) do sistema ´e definido por um conjunto de valores que suas coordenadas generalizadas (q 1 , ..., qn) podem assumir. Uma tal configura¸c˜ao ´e imaginada como sendo representada por um ponto q = (q 1 , ..., qn) no chamado espa¸co de configura¸c˜oes do sistema. A medida que o tempo t vai passando o sistema pode
“evoluir”ou “se mover”de uma configura¸c˜ao q(t 1 ) = (q 1 (t 1 ), ..., qn(t 1 )) para outra con- figura¸c˜ao q(t 2 ) = (q 1 (t 2 ), ..., qn(t 2 )).
♣ O problema geral da mecˆanica passa ser formulado nos seguintes termos: dentre todas as trajet´orias ligando q(t 1 ) `a q(t 2 ) no espa¸co de configura¸c˜oes do sistema, qual ´e aquela que o sistema segue. O guia para resposta ´e o Princ´ıpio de Hamilton:
♣ Princ´ıpio de Hamilton: A trajet´oria q(t) = (q 1 (t), ..., qn(t)) que descreve o movi- mento do sistema da configura¸c˜ao q(t 1 ) para a configura¸c˜ao q(t 2 ) ´e tal que o funcional a¸c˜ao do sistema, A[q] =
∫ (^) t 2 t 1 L(q,^ q, t˙ )dt, assume um valor m´ınimo (mais geralmente, estacion´ario). Aqui a fun¸c˜ao L(q, q, t˙ ) ´e uma fun¸c˜ao que caracteriza o sistema, chamada lagrangiana deste sistema, a qual ´e usualmente dada por L = T − V
onde T ´e a energia cin´etica e V ´e a energia potencial do sistema em considera¸c˜ao. Estamos nos referindo a um sistema que admitam uma fun¸c˜ao energia potencial V , por exemplo um sistema conservativo.
Pelo que vimos anteriormente, a “trajet´oria q(t)”que “mapeia”o movimento do sistema no espa¸co das configura¸c˜oes, a qual torna estacion´ario o valor do funcional a¸c˜ao deste sistema, deve ser solu¸c˜ao das equa¸c˜oes de Euler, d dt
∂ q˙i
− ∂L∂qi = 0, i = 1, ..., n, (3-6)
com as condi¸c˜oes de contorno que fixam os pontos extremos q(t 1 ) e q(t 2 ). Estas equa¸c˜oes passaram ent˜ao a se chamar equa¸c˜oes de Euler-Lagrange (o nome Euler est´a
Preliminares. O Momento Canˆonico e a Hamiltoniana
Ainda no contexto do formalismo lagrangiano, temos que para um sistema mecˆanico com n graus de liberdade descrito pela lagrangiana L(q, q, t˙ ) as equa¸c˜oes de movimento s˜ao as equa¸c˜oes de Euler-Lagrange (3-6):
d dt
∂ q˙i
− ∂L∂qi = 0, i = 1, ..., n.
Note que se a lagrangiana L n˜ao depender explicitamente de uma coordenada qj (chamada coordenada c´ıclica), embora dependa de ˙qj para n˜ao modificar o n´umero de graus de liberdade, ent˜ao a correspondente equa¸c˜ao de movimento nos fornece uma quantidade conservada durante o movimento do sistema:
d dt
∂ q˙j
= 0 =⇒ (^) ∂∂L q˙j = const. de movim.
A quantidade ∂L/∂ q˙i recebe uma denomina¸c˜ao especial, mesmo que n˜ao se conserve, ou seja, mesmo que qi esteja explicita em L (ou, que qi n˜ao seja c´ıclica). Tal quantidade ´e denominada momento generalizado canˆonico conjugado `a coordenada qi e denotada como
pi = ∂L∂ q˙i. (4-7)
Por outro lado se L n˜ao depender explicitamente do tempo (tempo c´ıclico!) temos ∂L/∂t = 0 e, ent˜ao, levando em conta as equa¸c˜oes de Euler-Lagrange,
dL dt =^
j
∂qjq^ ˙j^ +^
∂ q˙jq^ ¨j
= ∑ j
[ (^) d dt
∂ q˙j
q ˙j + (^) ∂∂L q˙jq ¨j
= ∑ j dt^ d
∂ q˙jq^ ˙j
de modo que, considerando a defini¸c˜ao de momento canˆonico,
d dt
j
∂ q˙jq^ ˙j^ −^ L
=⇒ ∑ j^ ∂L∂ q˙jq ˙j − L = ∑ j pj q˙j − L = const. de movim.
A quantidade ∑ j pj q˙j − L, independente de se conservar ou n˜ao (L sem dependˆencia ou com dependˆencia expl´ıcita de t ), ´e chamada hamiltoniana do sistema:
H = ∑ j pj q˙j − L. (4-8)
A hamiltoniana se identifica com a energia total do sistema se supormos que a energia cin´etica ´e quadr´atica nas velocidades generalizadas e o potencial depende apenas das coordenadas generalizadas:
L =^12 ∑ i^ ∑ j aij (q) ˙qi q˙j − V (q) ≡ 12 ∑ ij aij q˙i q˙j − V (q).
De fato H = ∑ i^ ∂L∂ q˙iq ˙i − L = ∑ i q ˙i^12 ∑ jl ajl∂^ ∂ q˙i ( ˙qj q˙l) − L =
=^12 ∑ i q ˙i
l^ ail^ q˙l^ +^
j^ aji^ q˙j
= ∑ ij aij q˙i q˙j −
ij^ aij^ q˙i^ q˙j^ −^ V
∴ H =^12 ∑ ij aij q˙i q˙j + V = T + V,
que ´e a energia total do sistema.
at´e em pontos que n˜ao constituem a trajet´oria seguida pelo sistema. Mas se consider- armos somente os pontos da trajet´oria seguida pelo sistema ent˜ao, pelas equa¸c˜oes de Euler-Lagrange (3-6), temos
dH = ∑ j q ˙j dpj − ∑ j dt^ d
∂ q˙j
dqj − ∂L∂t dt ∴
∴ dH = ∑ j q ˙j dpj − ∑ j p ˙j dqj − ∂L∂t dt.
Por outro lado, sendo H(p, q, t), temos
dH = ∑ j^ ∂H∂pj dpj + ∑ j^ ∂H∂qj dqj + ∂H∂t dt.
Comparando estas duas ´ultimas equa¸c˜oes
q˙j = ∂H∂pj , (4-10) p˙j = ∂H∂qj , (4-11) −∂L∂t = ∂H∂t. (4-12)
A terceira destas equa¸c˜oes ´e uma consequˆencia da defini¸c˜ao de H:
∂H ∂t =^
∂t
j^ pj^ q˙j^ (q,^ q, t˙ )^ −^ L(q,^ q˙(p, q, t), t)
= ∑ j
pj^ ∂∂t^ q˙ − (^) ∂∂L q˙j^ ∂ ∂t^ q˙j
− ∂L∂t ;
tendo em vista a defini¸c˜ao de momento canˆonico (4-7), obtemos portanto
∂H ∂t =^ −
∂t.
As duas outras equa¸c˜oes, (4-10) e (4-11),
q˙j = ∂H∂pj ,
p˙j = ∂H∂qj , j = 1, ..., n,
s˜ao as equa¸c˜oes de Hamilton que correspondem as equa¸c˜oes de movimento no formal- ismo hamiltoniano para o sistema em considera¸c˜ao. Neste formalismo os estados do sistema s˜ao representados por pontos (p, q) no chamado espa¸co de fases deste sistema. Note que as equa¸c˜oes hamiltonianas formam um sistema de 2n equa¸c˜oes diferenciais de primeira ordem em (p, q) de modo que sua solu¸c˜ao geral, digamos
pj = pj (t; C 1 , ..., Cn), qj = qj (t; D 1 , ..., Dn),
envolve 2n constantes de integra¸c˜ao, as quais podem ser determinadas univocamente mediante condi¸c˜oes iniciais, como p(t 0 ) = P e q(t 0 ) = Q.
O quadro abaixo compara paralelamente os formalismos lagrangiano e hamiltoniano: (figura)
Daqui podemos obter quantidades importantes como o momento relativ´ıstico e a en- ergia relativ´ıstica da part´ıcula. Vejamos primeiro o momento relativ´ıstico. Notando que v^2 = ∑^3 j=1 x˙^2 j temos
pi = (^) ∂∂L x˙i = −mc^2 ∂∂ x˙i
∑ j x˙ (^2) j c^2
= −mc^2
∑ j x˙ (^2) j c^2
)− 1 / (^2) (−2 ˙xi) c^2 ∴ ∴ pi = √ 1 m−^ x ˙vi (^2) /c 2 i = 1, 2 , 3 =⇒ ~p = √ 1 −m v (^2) /c 2 ~v.
A energia desta part´ıcula ´e identificada com a sua hamiltoniana (note que a lagrangiana desta part´ıcula n˜ao depende explicitamente do tempo e, ent˜ao, a sua hamiltoniana ´e uma constante de movimento). Temos:
H = ~p ¶ ~v − L = √ 1 mv− v^22 /c 2 + mc
1 − v c^22 ∴ ∴ H = √ 1 mc− v^22 /c 2.
Part´ıcula Carregada num Campo Eletromagn´etico
Vamos encontrar a lagrangiana e a hamiltoniana para uma part´ıcula com carga e movendo-se em uma regi˜ao onde h´a um campo eletromagn´etico, descrito pelos vetores E^ ~ e B~. Para isto precisamos saber qual a fun¸c˜ao energia potencial V que fornece a for¸ca de Lorentz sobre a part´ıcula,
F^ ~ = e^ (E^ ~ + ~vc × B~^ ) (unidades gaussianas),
que ´e uma for¸ca dependente da velocidade! No formalismo lagrangiano este potencial ´e obtido de forma natural da maneira descrita a seguir. Pondo L = T −V nas equa¸c˜oes de Euler -Lagrange (3-6), temos d dt
∂ q˙j
− (^) ∂q∂Tj = (^) dtd
∂ q˙j
− ∂V∂qj ,
em que a express˜ao do lado direito define a for¸ca generalizada:
Qi = (^) dtd
∂ q˙j
− (^) ∂q∂Vj. (5-13)
A id´eia ´e a seguinte: escrever a express˜ao da for¸ca de Lorentz F~ em termos dos potenciais eletromagn´eticos, mediante
E^ ~ = −∇~Φ − (^1) c∂ ∂t A~, B~ = ∇ ×~ A,~
e ent˜ao colocar F~ numa forma que permita compara-la com a express˜ao da for¸ca gen- eralizada Qj e da´ı identificar o potencial V. Vamos proceder desta forma. Inicialmente temos: F^ ~ = e^ (E^ ~ + ~vc × B~^ ) = e
−∇~Φ − (^1) c∂ ∂tA~ + ~vc × (∇ ×~ A~)
Vamos manipular o termo ~v × (∇ ×~ A~) usando a identidade vetorial
∇^ ~(~a ¶ ~b) = (~a ¶ ∇~)~b + (~b ¶ ∇~)~a + ~a × (∇ ×~ ~b) + ~b × (∇ ×~ ~a)
pondo ~a = A~ e ~b = ~v e tendo em vista que ~r e ~v representam vari´aveis independentes, temos
∇^ ~( A~ ¶ ~v) = ( A~ ¶ ∇~)~v + (~v ¶ ∇~) A~ + A~ × (∇ ×~ ~v) + ~v × (∇ ×~ A~) =⇒ =⇒ ∇~( A~ ¶ ~v) = (~v ¶ ∇~) A~ + ~v × (∇ ×~ A~) ∴ ∴ ~v × (∇ ×~ A~) = ∇~( A~ ¶ ~v) − (~v ¶ ∇~) A.~
Com isto temos
F^ ~ = e
−∇~Φ − (^1) c∂ ∂tA~ + ~vc × (∇ ×~ A~)
= e
−∇~Φ − (^1) c∂ ∂tA~ +^1 c [∇~( A~ ¶ ~v) − (~v ¶ ∇~) A~]