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Saiba como o processo complexo e extenso de gênese de um fármaco no brasil é fundamental para sua comercialização, passando por etapas pré-clínicas e clínicas, envolvendo identificação de alvos terapêuticos, testes in vitro e in vivo, e fases de estudos clínicos. Com a grande biodiversidade do país, o brasil possui grande potencial para descobrir novos princípios ativos.
Tipologia: Trabalhos
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Gênese de Fármacos no Brasil É notável que as inúmeras etapas envolvendo o processo de gênese de um fármaco são fundamentais para sua comercialização. Afinal, são fármacos que tratarão enfermidades e sua utilização indiscriminada ou errônea podem causar fatalidades. Por isso, o processo de desenvolvimento de um fármaco é complexo e extenso, sendo dividido em duas fases: Fase Pré-Clínica e Fase Clínica. Na Fase Pré-Clínica, há o reconhecimento da necessidade de novas terapias, bem como adequar outros tratamentos já existentes. Logo, é preciso identificar e validar o alvo terapêutico (DNA, receptores nucleares e hormonais, enzimas, células). Tudo isso contribui para o melhor direcionamento dos estudos, a fim de evitar “tiros no escuro” com a incerteza de que o medicamento pode ou não trazer bons resultados. Os passos a seguir consistem em identificar as substâncias que possuem atividades in vitro. Posteriormente, estes precisam ser validados e otimizados em testes in vivo. Depois, são sintetizadas estruturas análogas para maximizar o efeito e só então, será feita a seleção dos compostos descobertos, sendo estes os “líderes”. Estes irão passar por testes toxicológicos em animais e se aprovados, irão para uma agência reguladora que autorizará ou não o seguimento para a fase clínica. Vale lembrar que 90% das substâncias testadas durante a gênese são reprovadas devidos aos efeitos tóxicos e baixa atividade farmacológica. Como os testes clínicos necessitam de grandes quantidades da substância para formulação e estudos clínicos, geralmente, a síntese em larga escala é realizada por grandes empresas do ramo farmacêutico em parcerias com instituições. Se tratando da Fase Clínica, o intuito principal é aprimorar os efeitos farmacocinéticos e farmacêuticos para o uso clínico do composto. Tal fase é subdividida em outras quatro fases. A Fase I, é onde são realizados testes em indivíduos saudáveis a fim de avaliar a dose tolerante, menor dose efetiva, relações de efeito-dose, duração e efeitos colaterais da substância. Além disso, é observado como é feita a absorção, distribuição, metabolismo e excreção no corpo humano. Etapa fundamental uma vez que dependendo dos efeitos adversos, o composto deve ser imediatamente reformulado ou até mesmo descartado. Enquanto isso, na Fase II (Estudo Terapêutico Piloto) o objetivo é demonstrar a atividade da substância e estabelecer a segurança a curto prazo. Nessa fase, são selecionados cerca de 100 a 200 pacientes com a enfermidade ou condição patológica
desejada. Além disso, observa-se as relações dose-resposta como iniciação da eficácia, biodisponibilidade e bioequivalência. Já na Fase III (Estudo Terapêutico Ampliado), é observado o perfil das reações adversas mais frequentes, bem como as interações clínicas mais relevantes. Também são realizados muitos estudos como risco benefício a longo prazo, valor terapêutico, indicações, vantagens, comercialização e qualidade de vida. Vale lembrar que esta fase ocorre a nível internacional, sendo realizada em grandes centros de pesquisa e atinge um número superior de pessoas (> 800). Se aprovado em todos os estes, este seguirá para a Fase IV. Por fim, na Fase IV ocorre a vigilância pós-comercialização realizando o monitoramento do fármaco produzido. Nesse caso, observa-se o surgimento de novas reações adversas, é dado um suporte de marketing para o medicamento, além de serem realizados estudos adicionais e comparativos e até mesmo novas formulações do medicamento. Como pode-se perceber, o desenvolvimento de um fármaco é um processo longo e de grande risco. Por isso, é importante realizar inúmeras pesquisas e testes laboratoriais até o estágio de comercialização. A maioria dos fármacos leva entre 12 e 24 anos para o lançamento levando em conta todo o processo. Infelizmente, apenas uma pequena parcela desses medicamentos sobrevivem aos testes de segurança e eficácia – em média 1 a cada 15 - 25 fármacos sobrevivem. Com o crescimento dos centros de estudos clínicos em países emergentes, é esperado que novos fármacos venham a ser descobertos devido à diversidade de substâncias naturais que ainda não foram exploradas. Países como o Brasil possuem grande potencial para se descobrir novos princípios ativos, uma vez que a grande biodiversidade permite um leque gigantesco de formulações químicas. Entretanto, as pesquisas ainda são restritas pela falta de investimentos que muitas vezes é dependente de setores estrangeiros. Se houvesse maior incentivo por parte das políticas públicas, para exploração sustentável dos recursos naturais, certamente vários fármacos para tratamento de diversas doenças já estariam no mercado atual. Aos poucos isso tem mudado, mas ainda há muito o que investir. Contudo, é necessário implementar novas medidas que estimulem a indústria a trabalhar com esses recursos, respeitando a natureza conforme as leis ambientais de cada país, assim como respeitar a patenteabilidade daqueles que formularam a substância e se dedicaram a este importante trabalho. Desse modo, haveria um crescimento ainda maior nesse setor, gerando empregos, desenvolvimento científico e saúde para as pessoas.