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Conceitos básicos de diferenciabilidade de funções de várias variáveis, Notas de estudo de Engenharia Aeronáutica

Este documento aborda os conceitos de diferenciabilidade de funções de várias variáveis, estabelecendo as noções para os casos de funções de duas e três variáveis, e observando que eles podem ser estendidos para funções com mais variáveis. A noção de conjunto aberto e ponto interior são introduzidas, bem como a derivada parcial de funções de duas variáveis.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 25/09/2011

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alessandro-goncalves-da-silva-6 🇧🇷

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Derivadas parciais M´
ODULO 1 AULA 5
Aula 5 Derivadas parciais
Objetivos
Aprender a calcular as derivadas parciais de fun¸oes de arias vari´aveis.
Conhecer a interpreta¸ao geom´etrica desse conceito.
Introdu¸ao
Ao longo das quatro ´ultimas aulas vocˆe aprendeu os conceitos asicos da
teoria das fun¸oes de arias vari´aveis, incluindo o conceito de continuidade.
Nesta aula, iniciaremos uma nova etapa, o estudo das no¸oes de di-
ferenciabilidade das fun¸oes de arias vari´aveis. Na verdade, esse assunto
ocupar´a todas as nossas aulas, de agora em diante.
As derivadas parciais desempenham um papel relevante nesse contexto,
especialmente do ponto de vista pr´atico; por´em, como veremos um pouco
mais adiante, ao completamente decisivo. Mas estamos antecipando demais
nossa hist´oria. Tudo a seu tempo.
Seguindo a pr´atica a rotineira, estabeleceremos os conceitos para os
casos das fun¸oes de duas e de trˆes vari´aveis, observando que eles podem ser
estendidos para fun¸oes com mais vari´aveis.
Antes de atacarmos o nosso tema principal, no entanto, precisamos de
um novo conceito sobre conjuntos.
Conjuntos abertos
Essa no¸ao caracterizar´aosdom´ınios das fun¸oes que estudaremos de
agora em diante.
Intuitivamente, podemos dizer que um subconjunto do plano lR 2ou do
espa¸co lR 3´e aberto se for um conjunto sem fronteiras ou bordos. Exemplos
ıpicos ao
D={(x, y)lR 2;(xa)2+(yb)2<r},
o disco de centro em (a, b)eraior, aberto em lR 2,
B={(x, y, z )lR 3;(xa)2+(yb)2+(zc) <r},
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Baixe Conceitos básicos de diferenciabilidade de funções de várias variáveis e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Aeronáutica, somente na Docsity!

Derivadas parciais (^) M ODULO 1´ – AULA 5

Aula 5 – Derivadas parciais

Objetivos

  • Aprender a calcular as derivadas parciais de fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis.
  • Conhecer a interpreta¸c˜ao geom´etrica desse conceito.

Introdu¸c˜ao

Ao longo das quatro ´ultimas aulas vocˆe aprendeu os conceitos b´asicos da teoria das fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis, incluindo o conceito de continuidade.

Nesta aula, iniciaremos uma nova etapa, o estudo das no¸c˜oes de di- ferenciabilidade das fun¸c˜oes de v´arias vari´aveis. Na verdade, esse assunto ocupar´a todas as nossas aulas, de agora em diante.

As derivadas parciais desempenham um papel relevante nesse contexto, especialmente do ponto de vista pr´atico; por´em, como veremos um pouco mais adiante, n˜ao completamente decisivo. Mas estamos antecipando demais nossa hist´oria. Tudo a seu tempo.

Seguindo a pr´atica j´a rotineira, estabeleceremos os conceitos para os casos das fun¸c˜oes de duas e de trˆes vari´aveis, observando que eles podem ser estendidos para fun¸c˜oes com mais vari´aveis.

Antes de atacarmos o nosso tema principal, no entanto, precisamos de um novo conceito sobre conjuntos.

Conjuntos abertos

Essa no¸c˜ao caracterizar´a os dom´ınios das fun¸c˜oes que estudaremos de agora em diante.

Intuitivamente, podemos dizer que um subconjunto do plano lR 2 ou do espa¸co lR 3 ´e aberto se for um conjunto sem fronteiras ou bordos. Exemplos t´ıpicos s˜ao

D = { (x, y) ∈ lR 2 ; (x − a)^2 + (y − b)^2 < r },

o disco de centro em (a, b) e raio r, aberto em lR 2 ,

B = { (x, y, z) ∈ lR 3 ; (x − a)^2 + (y − b)^2 + (z − c) < r },

Derivadas parciais

a bola de centro em (a, b, c) e raio r > 0, aberta em lR 3.

Um detalhe importante: a no¸c˜ao conjunto aberto ´e uma no¸c˜ao relativa. Isto ´e, depende do ambiente. Veja, a sintaxe ´e: A ´e aberto em lR 2. Para tornarmos este conceito mais preciso, introduziremos a no¸c˜ao de

ponto interior ponto interior. Dizemos que um ponto (a, b)^ ∈^ A^ ⊂^ lR^2 ´e um ponto interior do conjunto A se existe um disco aberto D de centro em (a, b) e raio r > 0 contido em A. Em s´ımbolos matem´aticos, (a, b) ∈ D ⊂ A ⊂ lR 2. Analogamente, um ponto (a, b, c) ∈ A ⊂ lR 3 ´e um ponto interior de A se existe uma bola aberta B de centro em (a, b, c) e raio r > 0 contida em A. Intuitivamfente, um ponto (a, b) ´e um ponto interior de A se todos os pontos de lR 2 que o cercam tamb´em s˜ao pontos de A. Exemplo 5. Seja H = { (x, y) ∈ lR 2 ; y ≥ 1 }. O ponto (1, 2) ´e um ponto interior de H, pois o disco aberto de centro em (1, 2) e raio 1/2, por exemplo, est´a contido em H. J´a o ponto (2, 1) ∈ H n˜ao ´e ponto interior de H, pois qualquer disco que tomarmos, com centro em (2, 1), conter´a pontos do tipo (2, b), com b < 1 e, portanto, pontos que n˜ao pertencem a H. Em outras palavras, (2, 1) pertence a H mas n˜ao est´a envolvido por pontos de H. Veja a ilustra¸c˜ao a seguir.

H

Derivadas parciais

A uni˜ao qualquer de conjuntos abertos ´e um conjunto aberto, mas, surpreendentemente, a interse¸c˜ao infinita de conjuntos abertos pode n˜ao ser um conjunto aberto. Terminamos agora essa conversa, que est´a um pouco longa, e vamos ao nosso tema principal.

Derivadas parciais

Seja f : A ⊂ lR 2 → lR uma fun¸c˜ao tal que A ´e um subconjunto aberto de lR 2 , e seja (a, b) ∈ A. Ent˜ao, existe um certo n´umero r > 0, tal que, se x ∈ (a − r, a + r), ent˜ao f (x, b) est´a bem definida. Assim, z = f (x, b), com x ∈ (a−r, a+r), ´e uma fun¸c˜ao de uma vari´avel e podemos, portanto, considerar a existˆencia da derivada de tal fun¸c˜ao em x = a. Isto ´e, considere

xlim→a^ f^ (x, b x)^ −−^ fa^ (a, b) =^ hlim→ 0 f^ (a^ +^ h, b h)^ −^ f^ (a, b). Se esse limite for um n´umero real, ele ser´a chamado derivada parcial de

O s´ımbolo ∂ ´e chamado derronde, que ´e uma corruptela do francˆes de rond que quer dizer dˆe redondo. Isso se deveu ao fato de os franceses, na ´epoca da Revolu¸c˜ao Francesa, adotarem essa forma especial de escrever a letra d. Esse s´ımbolo ´e particularmente ´util para diferenciar a derivada parcial de uma fun¸c˜ao de v´arias vari´aveis, em rela¸c˜ao a alguma delas

“ (^) ∂f ∂x

” , da derivada de uma fun¸c˜ao de uma vari´avel

“ (^) df dx

” .

f em rela¸c˜ao a x, no ponto (a, b). Nesse caso, usamos as seguintes nota¸c˜oes para represent´a-lo: ∂f ∂x (a, b)^ =^

∂z ∂x (a, b)^ =^ fx(a, b). Analogamente, podemos considerar a derivada parcial de f em rela¸c˜ao a y no ponto (a, b). Nesse caso, tomamos

ylim→b^ f^ (a, y y) −−^ fb (a, b) =^ lim h→ 0 f^ (a, b^ +^ h h)^ −^ f^ (a, b), e, caso o limite seja um n´umero, denotamos por ∂f ∂y (a, b)^ =^

∂z ∂y (a, b)^ =^ fy^ (a, b). Exemplo 5. Vamos calcular a derivada parcial da fun¸c˜ao f (x, y) = sen xy, em rela¸c˜ao a x, no ponto (a, b). ∂f ∂x (a, b)^ =^ lim h→ 0

f (a + h, b) − f (a, b) h = = lim h→ 0 sen (a^ +^ h) hb^ −^ sen ab =

= lim h→ 0 sen^ ab^ cos^ hb^ + cos h^ ab sen^ hb^ −^ sen^ ab =

= lim h→ 0 sen^ ah^ (cos^ hb^ −^ 1) + sen h hb^ cos^ ab.

Derivadas parciais (^) M ODULO 1´ – AULA 5

Observe que lim h→ 0 cos^ hb^ −^1 h

= 0 e (^) hlim→ 0 sen^ hb h

= b. Assim,

∂f ∂x (a, b)^ =^ hlim→ 0

[sen ah (cos hb − 1) h +^

sen hb h cos^ ab

]

= b cos ab.

Na verdade, podemos concluir que, se f (x, y) = sen xy, ent˜ao, subs- titutindo o termo gen´erico a por x e b por y, temos

∂f ∂x

(x, y) = y cos xy.

As fun¸c˜oes

∂f

∂x

∂f

∂y

Seja z = f (x, y) uma fun¸c˜ao definida num subconjunto aberto A de lR 2. Suponha que f admita derivadas parciais, em rela¸c˜ao a x e a y, em todos os

pontos (x, y) ∈ A. Nesse caso, obtemos duas fun¸c˜oes, denotadas por ∂f ∂x e ∂f ∂y , definidas em^ A. As nota¸c˜oes^

∂z ∂x e^

∂z ∂y tamb´em s˜ao muito usadas para representar essas fun¸c˜oes.

De maneira an´aloga, se w = g(x, y, z), usamos ∂w ∂x , ∂w ∂y e ∂w ∂z para

denotar as respectivas fun¸c˜oes obtidas pela deriva¸c˜ao parcial, no caso das fun¸c˜oes de trˆes vari´aveis.

Exemplo 5.

Seja f (x, y, z) = xy^2 + z sen xyz.

Esta fun¸c˜ao est´a definida no espa¸co lR 3. Vamos calcular ∂f ∂x , ∂f ∂y e ∂f ∂z.

Isto ´e, queremos calcular as derivadas parciais de f. Podemos fazer isso di- retamente, usando as regras de deriva¸c˜ao aprendidas no C´alculo I. Basta que derivemos em rela¸c˜ao `a vari´avel indicada, considerando as outras vari´aveis como constantes. ∂f ∂x (x, y, z)^ =^ y

(^2) + yz (^2) cos xyz.

Veja que usamos a Regra da Cadeia na segunda parcela.

∂f ∂y (x, y, z)^ =^2 xy^ +^ xz

(^2) cos xyz.

Derivadas parciais (^) M ODULO 1´ – AULA 5

Esse exemplo nos reserva uma surpresa. Vamos calcular ∂f ∂x

∂f ∂x (0,^ 0)^ =^ hlim→ 0

f (h, 0) − f (0, 0) h =

= (^) hlim→ 0

h^3 h^2

h = lim h→ 0 1 =^1.

No entanto,

∂f ∂y (0,^ 0)^ =^ hlim→ 0

f (0, h) − f (0, 0) h =

= (^) hlim→ 0

3 h^2 h^2 −^0 h = lim h→ 0

h.

Como a fun¸c˜ao g(x) =^2 x, definida em lR − { 0 }, n˜ao admite limite quando x → 0, dizemos que a fun¸c˜ao f n˜ao admite derivada parcial em rela¸c˜ao a y no ponto (0, 0).

Interpreta¸c˜ao geom´etrica da derivada parcial

Vamos usar o fato de que a derivada g′(a), de uma fun¸c˜ao y = g(x), no ponto a, pode ser interpretada geometricamente como o coeficiente angular da reta tangente ao gr´afico de g no ponto (a, b), para uma interpreta¸c˜ao geom´etrica para as derivadas parciais.

Seja z = f (x, y) uma fun¸c˜ao que admite derivadas parciais, em rela¸c˜ao a x e em rela¸c˜ao a y, num dado ponto (a, b) de seu dom´ınio. Ao fixarmos uma das vari´aveis, digamos y = b, estamos considerando a restri¸c˜ao da fun¸c˜ao f sobre a reta y = b. Geometricamente, estamos considerando a interse¸c˜ao do gr´afico de f com o plano y = b. Essa interse¸c˜ao ´e uma curva do plano e pode ser vista como o gr´afico da fun¸c˜ao z = f (x, b).

Derivadas parciais

Na figura da esquerda, vemos o gr´afico de f com o plano y = b e, na figura da direita, vemos o plano y = b com curva obtida da sua interse¸c˜ao com o gr´afico de f.

A derivada parcial de f , em rela¸c˜ao a x, no ponto (a, b), pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente `a curva de interse¸c˜ao do plano com o gr´afico de f , no ponto (a, b, f (a, b)). Veja, a seguir, mais uma ilustra¸c˜ao.

x y

z z

x

Chegamos ao fim da aula. Aqui est´a uma s´erie de exerc´ıcios para vocˆe colocar em pr´atica os conceitos e t´ecnicas que aprendeu.

Exerc´ıcios

Exerc´ıcio 1

Calcule ∂f ∂x (x, y) e ∂f ∂y (1, −1), onde f (x, y) = 3 x sen (x + y).

Solu¸c˜ao:

∂f ∂x

(x, y) = 3 sen (x + y) + 3x cos(x + y). ∂f ∂y (x, y) = 3x^ cos(x^ +^ y)^ =⇒^

∂f ∂y (1,^ −1)^ = 3.

Exerc´ıcio 2

Em cada um dos seguintes exerc´ıcios, calcule a derivada parcial indi- cada.

a) f (x, y) = 2 xy + y^2 ; ∂f ∂x (x, y), ∂f ∂y (x, y).

b) f (x, y, z) = 2xy(1 − 3 xz)^2 ; ∂f ∂x , ∂f ∂y , ∂f ∂z.

c) z = x ln

( (^) x y

; ∂z ∂x

, ∂z ∂y

Derivadas parciais

As derivadas parciais s˜ao usadas para expressar um par de equa¸c˜oes muito importantes, na teoria das fun¸c˜oes de vari´avel complexa, chamadas Equa¸c˜oes de Cauchy-Riemann.

Um par de fun¸c˜oes u(x, y) e v(x, y) que satisfazem as equa¸c˜oes ∂u ∂x =^

∂v ∂y e^

∂u ∂y =^ −^

∂v ∂x

s˜ao, respectivamente, a parte real e a parte complexa de uma fun¸c˜ao dife- renci´avel (num sentido complexo) de uma vari´avel complexa.

Exerc´ıcio 6

Mostre que cada par de fun¸c˜oes de duas vari´aveis a seguir satisfaz as Equa¸c˜oes de Cauchy-Riemann.

a) u(x, y) = x^2 − y^2 ; v(x, y) = 2 xy.

b) u(x, y) = ex^ cos y; v(x, y) = ex^ sen y.

c) u(x, y) = x^3 + x^2 − 3 xy^2 − y^2 ; v(x, y) = 3 x^2 y + 2xy − y^3.

d) u(x, y) = x x^2 + y^2

; v(x, y) = −y x^2 + y^2

e) u(x, y) = 12 ln (x^2 + y^2 ); v(x, y) = arctg y x.