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Cartas de Controle
Material Complementar Exclusivo
Índice Conceitos Básicos Por que um Gráfico de Controle é importante? Quando um processo está fora de controle? Qual a aparência de uma Carta de Controle? Etapas de construção e utilização de uma Carta de Controle Passo a passo no Software Minitab Interpretações de um Gráfico de Controle Planejamento para construção de uma carta de controle Problemas da suposição de normalidade Limites de controle vs Especificação Planilha QFD
Conceitos Básicos
Introdução
Conceitos Básicos de Cartas de Controle
É de conhecimento geral que todos os processos apresentam uma determinada variabilidade. Quando fabricamos
qualquer produto (ou realizamos uma prestação de serviço), as características desse produto vão sofrer uma variação inevitável. Logo, surge a necessidade de controlarmos a variabilidade no produto final, nas características que ele vai apresentar. Daí a importância e a grande utilização da ferramenta “Cartas de Controle”.
“ As cartas de controle conseguem verificar a estabilidade de um processo e portanto, são
ferramentas que vai nos ajudar a monitorar as variabilidades.
Para entendermos melhor as variabilidades e conseguirmos verificar a estabilidade do nosso processo, precisamos destacar que existem dois tipos de causas para a variação na qualidade dos produtos:
- Causas Comuns ou também conhecidas como Aleatórias;
- Causas Especiais ou também conhecidas como Assinaláveis;
Um gráfico de controle não vai te demonstrar quais são as causas que irão resultar nas variabilidades do seu processo, mas vai apontar o momento que ela ocorreu. Dessa forma, torna-se mais fácil uma investigação precisa de toda variabilidade ocorrendo em nosso processo. Um gráfico de controle vai ser sempre uma representação visual de uma característica da qualidade medida ou calculada para uma amostra de itens, grafada em função do número da amostra. Quais os componentes de um Gráfico de Controle?
O gráfico (carta) de controle é composto por quatro componentes:
- Uma linha media (LM);
- Limite de controle superior (representado por uma linha acima da linha media - LSC);
- Limite de controle inferior (representado por uma linha abaixo da linha média - LIC);
- Valores da característica da qualidade traçados no gráfico, ponto a ponto.
Quando um processo está fora de controle? A linha média de um gráfico de controle representa o valor média da característica da qualidade correspondente à situação do processo sob controle, isto é, sob a atuação de apenas causas de variação aleatórias. Os valores da característica da qualidade traçados no gráfico indicam então uma situação do processo no que diz respeito ao controle estatístico. Em suma, um processo vai ser considerado fora do controle quando:
- Pontos caem fora dos limites de controle;
- Pontos apresentam alguma configuração especial (configuração não aleatória). Ainda podemos citar que existe dois tipos de cartas de controle que são amplamente utilizadas: gráfico de controle para variáveis e para atributos. Quais são as características de cada gráfico de controle? Bem, se você tem uma medida (ou uma característica) que é expressa por um número uma escala contínua, deve-se utilizar carta de controle para variáveis. Se... Você utiliza uma contagem, como por exemplo, quantidade de peças boas, representando uma característica de interesse (atributo), devemos utilizar cartas de controle para atributos. Quais os gráficos mais utilizados para cada tipo de carta de controle? Para atributos:
- Gráfico da proporção de defeituosos p. (Carta P)
- Gráfico de números de defeitos c. (Carta C) Para variáveis:
- Gráfico da média Xbarra.
- Gráfico da amplitude R.
- Gráfico do desvio padrão (s).
- Gráfico de medidas individuais (x).
As cartas de controle são
consideradas as ferramentas mais
efetivas para controle estatístico de
um processo!
Qual a aparência de uma carta de controle?
Perceba que, nós não iremos entrar nos detalhes do cálculos dos limites de controle. Essa teoria foi desenvolvida por W. A. Shewhart e baseia-se na ideia de que, sendo o processo estudado estável, então uma estatística qualquer calculada com base nos dados fornecidos terá uma probabilidade próxima a um de estar no intervalo de mais ou menos três desvios-padrões, a partir da média da população. Se o valor observado for como o indicado na figura abaixo, fora dos limites de controle podemos assumir que esse processo já não apresenta estabilidade estatística (há presença de causas especiais na amostra)
*CAUSA ESPECIAL ATUANDO NO PROCESSO
*** Ponto encontra-se fora dos limites de controle, indicados pela linha vermelha. Dessa forma, assumimos que nosso processo não apresenta estabilidade. Precisamos atuar no sistema para determinar a provável causa raiz da variabilidade.**
Passo a passo no Software Minitab®
- Abra o arquivo que se deseja construir o gráfico de carta de controle;
- Clique em “Estat”;
- Clique em “Cartas de Controle”;
- Clique em “Cartas de Variáveis para Subgrupos”
- Clique em “Xbarra-R...”;
- Selecionar a opção “Todas as observações de uma carta estão em uma coluna:”
- Selecionar com dois cliques, na coluna da esquerda, qual a variável que será mostrada no gráfico;
- Em “Tamanhos dos subgrupos:”, escreva o tamanho da amostra;
- Clique em “OK”.
A CARTA DE CONTROLE DEVERÁ SER APARECER NA TELA PRINCIPAL
- Sequência Uma sequência é uma configuração em que vários pontos consecutivos do gráfico de controle aparecem em apenas um dos lados da linha média. O número de pontos nessa situação é denominado comprimento da sequência. Apresentamos a seguir os tipos de sequências considerados anormais,, de acordo com Kume,H.: Uma sequência de SETE ou MAIS PONTOS; Uma sequência de menos de sete pontos; Dessa interpretação, podemos citar: pelo menos 10 de 11 pontos consecutivos aparecem de um mesmo lado da linha média, 12 de 14 pontos consecutivos aparecem de um mesmo lado ou 16 de 20 pontos consecutivos aparecem de um mesmo lado. Uma sequência indica uma mudança no nível do processo. Essas mudanças podem resultar, por exemplo, da introdução de novos operadores, matérias primas, etc.
- Tendência Consiste em um movimento contínuo dos pontos do gráfico de controle em uma direção (ascendente ou descendente). A ocorrência de uma tendência constituída por sete ou mais pontos consecutivos ascendentes ou descendentes é uma indicação de falta de controle do processo. As tendências são geralmente provocadas pelo desgaste ou deterioração graduais de ferramentas ou de equipamentos, mas também podem ser devidas a fatores humanos.
- Aproximação dos limites de controle A aproximação dos limites de controle corresponde à ocorrência de dois de três pontos consecutivos fora dos limites 2Sigma, apesar dos pontos estarem dentro dos limites 3Sigma. É importante ressaltar que algumas vezes esse tipo de configuração pode resultar do excesso de controle (superajuste), quando os operadores fazem reajustes no processo muito frequentemente, em lugar de responder apenas às variações resultantes da atuação de causas especiais.
O que devemos planejar para construir uma carta de controle? Quando estamos planejando um gráfico de controle Xbarra- R, devemos especificar dois itens Título, tamanho da amostra, período de coleta, nome do processo e do produto, método de medição, etc.
- Tamanho da amostra;
- A frequência da amostragem. Para especificar esses dois pontos importantes devemos possuir informações detalhadas sobre as características estatísticas do processo e os fatores econômicos que afetam o problema (custo de amostragem, custo da investigação, etc.). Em relação à determinação do tamanho da amostra para o gráfico das médias, é possível dizer que, para detectar mudanças moderadas ou grandes na média do processo, pequenas amostras (4, 5 ou 6) já são suficientes. Por consequência, para detectar ocorrência de pequenas mudanças talvez seja necessário coletar valores amostrais maiores (15 à 20). Quanto a determinação da amostra para a construção do gráfico das amplitudes, é importante destacar que, quando são empregadas pequenas amostras, o gráfico R é relativamente pouco sensível para mudanças que ocorram no desvio padrão do processo. Para n = 5 (número de amostras igual a 5), temos 40% de chance de que seja detectada uma mudança no desvio padrão do processo de Sigma para 2Sigma. No entanto, sabemos que a amplitude amostral R perde muito de sua eficiência como estimador do desvio padrão Sigma à medida que o tamanho n da amostra aumenta. Por isso, que para amostras maiores que 10, provavelmente devemos utilizar a carta de controle Xbarra-S. Outro ponto importante é considerar o tamanho da amostra e a frequência de coleta. Sobre isso, pode-se recomendar:
- Coletar pequenas amostras extraídas com elevada frequência ou;
- Grandes amostras extraídas com baixa frequência.
O que acontece quando supomos a normalidade dos dados? Nessa situação, estaremos interessados em conhecer os efeitos dos desvios da normalidade sobre os gráficos de controle Xbarra-R. É possível mostrar que:
- Os limites de controle são pouco afetados pela violação da suposição de normalidade e podem ser empregados a não ser que a população seja extremamente diferente da normal.
- Na maioria dos casos, subgrupos racionais de tamanhos 4 ou 5 já são suficientes para garantir que a distribuição amostral de Xbarra possa ser bem aproximada por uma distribuição normal, para efeito de construção dos gráficos de controle.