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Guia
Prático
Em
Papelão
Ondulado
ÌNDICE
1 – Embalagem ............................................................................................
Introdução
Tipos de Embalagens
Embalagens de Papelão Ondulado
2 – O Papelão Ondulado .............................................................................
Matéria-Prima
Tipos de ondas
Chapa de papelão
3 – Caixas de papelão ondulado................................................................
Tipos de caixas
Tipos de acessórios
4 – Dimensionamento ................................................................................
Compensações
Dimensões Internas – Caixas Normais
Dimensões Internas – Caixas Corte-Vinco
5 – Desenvolvimento de nova embalagens ............................................
Resistência a compressão
Cálculo de tara
6 – Controle de Qualidade .......................................................................
Controle de papéis
Controle de chapas
Testes físicos
7 – Produção de uma embalagem ...........................................................
Onduladeira
Clichês
Formas Corte e vinco
Palletização
8 – Acondicionamento,Manuseio e Estocagem ....................................
Tipos de Arranjos
Estocagem
9 – Fator de Segurança ...........................................................................
Fatores de perda resistência de uma caixa papelão ondulado
Como calcular o fator de segurança e a resistência da caixa
2 – O PAPELÃO ONDULADO
O papelão ondulado é a estrutura em forma de placa composta por um ou dois elementos ondulados (miolos)
fixados a um ou mais elementos planos (capa), por meio de adesivo aplicado no topo das ondas em equipamento
automático.
O processo de fabricação das chapas de papelão ondulado chama-se ondulação.
A composição do papelão ondulado é obtida através das várias combinações de papéis capa e miolo,
definidas através de testes físicos os quais determinarão o desempenho que se espera da embalagem projetada.
Estas “receitas” de qualidades de papelão ondulado estão descritas em nossa tabela de especificação (Anexo 01)
que define ainda as gramaturas e respectivos testes de resistência física para cada composição existente.
É comum relacionar a coloração do papelão com sua eficiência. É importante salientar que as
tonalidades dos papéis capa são conseqüências dos diferentes tipos de matéria-prima e processo de fabricação,
não implicando em conceito de qualidade, pois é possível obter papéis com variação de tonalidades com as
mesmas características físicas e vice-versa.
Capa Externa
Miolo
Capa Interna
MATÉRIA-PRIMA
Como descrito anteriormente, as embalagens de transporte papelão ondulado
são utilizadas em praticamente todos os seguimentos da indústria e vem ganhando
espaço em substituição de outros tipos de embalagens que utilizam matéria-prima de
extração como é o caso da madeira ou que contaminam o meio ambiente, podemos
citar o isopor e o plástico. Mesmo a extração com reflorestamento, interfere no
equilíbrio ambiental, pois se trata de um processo cíclico não permitindo o
desenvolvimento de espécies nativas de forma contínua.
Tem sido cada vez mais difundida a idéia de utilização de embalagens que
possam ser recicladas e utilizadas como insumo na fabricação de novas embalagens
e no desenvolvimento de alternativas para a substituição de matérias-primas
tradicionais.
A Paraibuna desenvolve um papel que possui como alternativa em sua
composição a reciclagem de papel. Por mês, reutilizamos cerca de 7 mil toneladas
de aparas, deixando de derrubar 150 mil árvores.
A cada 1 tonelada de papel reciclado e biodegradável deixam de ser cortadas 15 a
20 árvores adultas, o que poupa 400 m³ de água e economiza mais de 500 kwh de
energia.
Todos estes números contribuem também para o desenvolvimento sócio-econômico,
na geração de três mil empregos indiretos, além da oportunidade de reinserção
social e profissional.
O esquema a seguir demonstra de forma bem simplificada a formação da chapa na onduladeira onde
são combinados os papéis da composição a ser produzida. A máquina possui cilindros corrugadores para
formação de onda “B”, onda “C”,onda “ E “ e a chapa parede dupla onda “BC” é a junção destas duas ondas + a
capa intermediária que é colada entre as duas ondas.
As chapas com parede múltipla, podem ser fabricadas em onduladeira com mais cabeçotes de
corrugadores ou com a colagem sucessiva entre face simples e uma parede simples.
O processo de corrugação do miolo é a moldagem do papel por ação do calor, os cilindros corrugadores
trabalham a uma temperatura de 160 a 180 graus secando o papel e induzindo a formação da onda.
Na saída da onduladeira existe o processo de corte e vincagem da chapa, nesse estágio é onde se
determina o comprimento e largura da chapa.
Miolo
Face
simples
Capa
Face
simples
Cilindro
Prensa
Cilindros
Corrugadores
Miolo
Cilindros
Corrugadores
Esquema com Cilindro Prensa Esquema com Cinta
Belt
3 – CAIXAS DE PAPELÃO ONDULADO
O critério utilizado na classificação dos diferentes estilos de caixas de papelão ondulado foi dar a cada
caixa um número, de acordo com norma ABPO-PO/C1 de 1995. Comercialmente para as caixas normais foram
definidos nomes conforme a posição e dimensão de abas, que foram abaixo descritos.
CAIXAS TIPO NORMAL – GRUPO 02
São as caixas mais utilizadas no transporte de produto de qualquer segmento da indústria. É designada
deste modo devido a ser a forma mais simplificada de transformação de uma chapa de papelão em uma
embalagem tridimensional utilizando os recursos básicos de produção dentro do processo de fabricação de
embalagens de papelão ondulado.
Dentro as caixas normais as mais conhecidas são:
(0200) MCN – Meia caixa normal
(0201) CN – Caixa normal (as abas externas se encontram na parte superior e
inferior da caixa)
(0202) CNSP – Caixa normal com sobreposição parcial ou total de abas
(0205) CNAII – Caixa normal com abas internas igualadas
(0209) CNAR - Caixa normal com abas reduzidas
CAIXAS TIPO GAVETA – GRUPO 05
Consistem de várias cintas que se introduzem em diferentes direções, umas nas outras. Este grupo
também inclui cintas externas para outras caixas.
CAIXAS TIPO RÍGIDO – GRUPO 06
São caixas de duas peças separadas para formação das testeiras e um corpo que requerem
grampeamento, ou operação semelhante, para montagem da caixa. Normalmente são caixas grandes que
ultrapassam os limites de fabricação de chapa.
(
( c
c o
o d
d 0
0 5
5 1
1 2
2 )
)
CAIXAS TIPO PRÉ-MONTADO – GRUPO 07
São caixas basicamente de uma peça com fundo automático ou semi-automático. Estas
caixas podem ter ou não junta de fabricação e são fabricadas com a utilização de ferramentas corte-
vinco. A colagem do fundo é feito manualmente ( Sob consulta ).
ACESSÓRIOS INTERNOS – GRUPO 09
ACESSÓRIOS
Normalmente as embalagens possuem acessórios que tem a função de auxiliar na resistência da caixa,
separar as embalagens intermediárias ou melhorar a acomodação do produto. Qualquer que seja a sua função é
importante conhecer bem a nomenclatura dos acessórios para facilitar o seu dimensionamento e determinação
do sentido de onda, que é responsável da resistência do acessório.
Estes acessórios são produzidos com a utilização de vincadores, máquinas sloteadeiras ou facas corte-
vinco quando se tratar de um calço com encaixes e cortes peculiares ao produto.
( (ccoodd 00771122 ))
Igualador de Abas
( (ccoodd 00990000 ))
Tabuleiro
c
c o
o d
d 0
Separador altura-largura
c
c o
o d
d 0
4 – DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento de caixas de papelão ondulado, seja para normais ou corte-vinco sempre terá como
base a transformação do sistema tridimensional ( comprimento, largura e altura internos ) em um sistema de
coordenadas ( comprimento e largura de chapa), ou seja planificando a caixa e a transformando em chapa com
os respectivos ajustes e compensações.
Todo o processo produtivo da embalagem de papelão ondulado já está dimensionado para ter como
base estas duas dimensões, porém é importante salientar que sempre teremos como ponto de partida as
medidas internas da embalagem.
COMPENSAÇÕES
Ao dobrar-se uma chapa de papelão ondulado, a medida interna resultante não é a mesma medida entre
os vincos marcados na chapa plana, isso porque nos vincos, o amassamento que se verifica, leva o ponto de
vincagem (P) para o interior da espessura da chapa. Em virtude disso, na chapa plana, é necessário que a
dimensão de vinco a vinco na chapa seja maior que a medida interna desejada. Esse acréscimo na medida da
chapa planificada, é denominado compensação. Por convenção o valor da compensação para cada dobra na
chapa de papelão corresponde a ½ espessura dessa mesma chapa. Por conseqüência um painel de uma caixa
qualquer que é formado por duas dobras consecutivas terá acrescido em sua medida planificada o valor de (01)
uma espessura. Observe desenho abaixo.
Essa análise é feita para todo dimensionamento de embalagem, seja ela corte-vinco ou normal. Uma vez
planificada a caixa com a junção de todos os painéis que compõe a embalagem já com as respectivas
compensações é determinada à área liquida da caixa ( comprimento de chapa × largura de chapa ). O
comprimento da chapa é obtido pela somatória das dimensões compensadas (de vinco a vinco) de cada painel
que compõe esta dimensão de chapa. Para a largura da chapa é utilizado o mesmo processo. Quando se tratar
de uma embalagem corte-vinco o dimensionamento origina um desenho técnico da embalagem que será utilizado
para determinação do custo da ferramenta de corte que normalmente é incluído no primeiro pedido do cliente.
DIMENSÕES INTERNAS - CAIXAS NORMAIS
O dimensional interno da caixa que origina todo o dimensionamento pode ser obtido através de uma
amostra fornecida pelo cliente, que atualmente é o mais usual, ou pelo fornecimento do produto a ser embalado.
Em alguns concorrentes é comum a obtenção do dimensional interno da caixa medindo as arestas das abas que
determinam o entalhe (sloter) da caixa e as considerando como comprimento e largura internos. Porém em nossa
análise as diferenças entre as espessuras das facas de sloteamento e as variações das compensações de
fabricante para fabricante nos leva a crer que este não é o procedimento mais adequado para a obtenção destas
dimensões. E até mesmo a altura interna da caixa segue critérios que estaremos discutindo mais adiante.
A obtenção das dimensões em caixas normais tomando como base a amostra do concorrente é feita da
seguinte maneira na Paraibuna.
1- Desmontagem da junta de fabricação da caixa para fazer o dimensionamento com a embalagem
planificada.
2- Identificação do tipo de onda que a embalagem será dimensionada. Se houver dúvidas de qual é a onda da
amostra do concorrente, utilize a tabela da página 04 e observe a quantidade de ondas existentes em 100
mm e qual a onda correspondente.
3- Comprimento interno – Com a caixa planificada, considere os dois painéis centrais da embalagem, o maior
corresponde a lateral da caixa (comprimento), obtenha a dimensão de vinco a vinco com a escala
posicionada paralelamente aos vincos das abas da caixa, e subtraia o valor da compensação que
corresponde a uma espessura da chapa conforme observado no item 2.
4- Largura interna – Considere o mesmo procedimento, porém medindo o painel menor que corresponde a
testeira (largura).
5- Altura interna – Para esta dimensão é necessário observar que após a montagem da caixa as abas internas
ocupam espaço na altura, por isso a compensações nesta dimensão é maior que na outras dimensões.
Considere as seguintes compensações onda ”B” =5 mm, onda ”C” =7 mm, onda ”BC” =12 mm. Pois bem,
obtenha a distância entre os vincos das abas, posicionando a escala paralelamente aos vincos verticais da
caixa, depois subtraia o valor da compensação correspondente de acordo com o tipo de onda da chapa.
Observe abaixo o desenho da planificação da caixa normal com nomenclatura das partes que a compõe.
ENTALHES
DIMENSÕES INTERNAS CAIXAS CORTE-VINCO
A obtenção das medidas internas das caixas corte-vinco, são obtidas de maneira semelhante, porém considerando os
painéis da caixa que melhor representam estas dimensões depois da montagem. A importância da definição das dimensões
internas para as corte-vinco é a possibilidade de utilização das ferramentas de corte já existentes na fábrica em referências de
novos clientes que tenham dimensional semelhante.
5 - DESENVOLVIMENTO DE NOVAS EMBALAGENS
Altura
ABAS INFERIORES
TESTEIRA
LATERAL
Comprimento
No tópico anterior vimos como é realizado o dimensionamento da embalagem considerando as grandezas escalares
para fabricação da caixa. Agora incluiremos em nossa análise grandezas vetoriais relacionadas à resistência física, umidade,
temperatura e tempo.
O objetivo do desenvolvimento é projetar a embalagem que assegure a integridade do produto durante o transporte e
tempo de armazenagem nas diversas condições climáticas e inúmeros manuseios desta embalagem. Para isto, o projetista
deverá conhecer todas as variáveis necessárias para elaboração de um bom projeto.
- Característica do produto: tipo, dimensões, peso, quantidade, arranjo.
- Condições de armazenagem e transporte da embalagem com produto.
- Empilhamento : quantidades de caixas no deposito, no transporte e no destino.
- Condição de estocagem das embalagens vazias.
- Meio de transporte : rodoviário, aéreo ou marítimo.
- Mercado a que se destina : doméstico ou exportação
- Condições climáticas : antes, durante a até após o transporte.
- Condições de movimentação : mecânica ou manual.
- Montagem e fechamento das caixas : mecânica ou manual.
RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO
A resistência da caixa á compressão é atualmente um dos parâmetros mais utilizados para
determinação do material que deve ser constituída a embalagem. A determinação desta resistência, depende
basicamente do peso a ser embalado e da quantidade de caixas que serão empilhadas na estocagem com
produto até o ponto de venda.
Podemos utilizar o auxílio de equipamento para teste de compressão em amostras com a composição a
ser indicada e fazer a verificação da resistência desta embalagem. Ou ainda, dimensionar a resistência da caixa
através de calculo teórico conhecido como Fórmula de Mackee.
RC = K. C. Raiz(e. P)
RC
C = ---------------------
K. Raiz( e. P)
Onde: RC = Resistência à compressão..........................................(kgf)
K = Constante 5,6 para onda B ou C / 4,9 para onda BC
C = Resistência de coluna ..............................................(kgf/cm)
E = Espessura do papelão....................................................(cm)
P = Perímetro da caixa ( 2 x C + 2 x L ).............................(cm)
Quando se deseja encontrar o valor da resistência à coluna ao invés a resistência à compressão, deve-
se levar em conta a quantidade de embalagens a serem empilhadas no armazenamento do produto e o peso que
a embalagem comporta. Estes dois valores multiplicados resultam no peso que a pilha de caixas terá, e será
considerado valor da RC para cálculo da coluna, que posteriormente será utilizado para definir o papelão mais
adequado para a embalagem a ser desenvolvida por intermédio de nossa tabela de composições de papelão
ondulado.
É bom lembrarmos que o valor da RC estimado em função do peso do conteúdo e quantidade de
empilhamento não são os únicos fatores que interferem na performance da embalagem como já vimos
anteriormente. Por isso mesmo é que a RC, no cálculo para determinação da coluna (C), deve ser
( C x L ) x G
T (LÍQ) = -------------------
1, 025
T (LÍQ) =[ ( C x L )-Aentalhes ] x G
Onde : T(LIQ)= Tara líquida da caixa...................................................(g)
C = Comprimento da chapa sem refile...................................(m)
L = Largura da chapa sem refile............................................(m)
G = Gramatura da chapa...................................................(g/m²)
Aentalhes = Somatória das áreas dos entalhes e furos ...........(m²)
1,025 = Fator que corresponde a – 2,5% de entalhes e sobras
O fator de – 2,5% utilizado no desconto de entalhes para caixas normais é referente a uma média
encontrada em nossa produção, o valor correspondente à tara da caixa normal utilizando este cálculo varia entre
6 – CONTROLE DE QUALIDADE
A diferença básica existente entre os papéis está no processo de fabricação.
Os papeis de “vida curta”, tais como papel jornal, lenço, guardanapo e os sanitários, são fabricados pelo
processo mecânico, ou seja, os vegetais utilizados na fabricação do papel são cozidos lentamente e em seguida,
mecanicamente, são moídos até se transformarem em uma pasta para a transformação do papel.
Alguns produtos necessitam de papéis mais resistentes porém com custo baixo para seu embalamento.
É o caso, por exemplo, de sacos para cimento, sacolas para uso diverso, pacotes para mantimentos, e o próprio
papelão ondulado. Esses papéis são fabricados a partir de um rápido cozimento das fibras vegetais, e adiciona-
se ao seu processo produtos químicos. Daí o nome, químico ou semiquímico.
Na fabricação do papelão ondulado, esses papéis precisam ter certas características que garantam um
produto final de acordo com as especificações do cliente. Por isso passam pro vários ensaios de laboratório, para
verificação de não-conformidades.
CONTROLE DE PAPÉIS
Abaixo são descritos os testes que normalmente são feitos em recebimento do papel. Os procedimentos
dos testes realizados não serão descritos aqui, pois este manual tem o objetivo de fornecer conhecimentos
genéricos, caso haja interesse as normas da ABPO para estes ensaios estão disponíveis no Setor de Controle de
Qualidade.
Compressão de caixas - Teste efetuado para medir a resistência á compressão da embalagem de
papelão ondulado. O resultado é expresso em Kgf, N , kN.
Gramatura – Peso de um metro quadrado (m²) de papel expresso em gramas(g) , é utilizado para este
ensaio um corpo de prova que corresponde a um décimo desta área para facilitar a pesagem da amostra. A
unidade desta grandeza é expressa em (g/m²).
Umidade – Quantidade de água contida em um metro quadrado do papel expressa em porcentagem. Esse
ensaio é realizado com a utilização da balança analítica e da estufa para secagem do papel, a diferença entre as
pesagens, antes e depois da estufa, determina a umidade do papel.
Caixa
Força
Norma: NBR 11950
Norma: NBR 6739