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Guia prático de cirurgia, Notas de estudo de Cirurgia Geral

Principais procedimentos práticos em cirurgia

Tipologia: Notas de estudo

2020

Compartilhado em 14/10/2020

emellyne-olinto-7
emellyne-olinto-7 🇧🇷

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Guia Prático de Cirurgia Aula Prática 26/04/19
1. IOT
2. Drenagem de Tórax
3. LPD
4. Acesso Venoso Central
5. Cricotireoidostomia
6. Uretrocistografia Retrógrada
7. Sutura
A primeira coisa a se fazer, sempre, é o ABCDE!!
Para todos os procedimentos é necessária a paramentação. Sendo assim, na prova prática, em todos
eles dizer que está de luvas, mascara, gorro...
Caso 1: Pct 27 anos, vitima de trauma por acidente de moto, deu entrada no hospital com ferimento em região
parietal. À avaliação, ele estava com resposta verbal com sons, resposta motora com extensão patológica e não
abria o olho ao estímulo doloroso. Quais os diagnósticos desse paciente?
TCE grave (Glasgow 5) e lesão em região parietal.
O que fazer para esse paciente?
ABCDE. É o que deve ser feito para todos os pacientes.
A: colar cervical + via aérea definitiva devido ao TCE grave. Se não houver colar cervical perto deve-se
estabilizar a coluna cervical manualmente, pedindo ajuda de alguém. Posteriormente deve-se tentar IOT.
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL - IOT
Indicações:
o TCE grave (Glasgow ≤ 8)
o Proteção contra aspiração de sangue e secreções gástricas
o Incapacidade de manter oxigenação por meio de outros dispositivos
o Comprometimento iminente das vias aéreas (inalação, sinais indicativos de queimadura em face)
o Apneia
o FR > 35
o PO₂ < 60
o PCO₂ > 55
o FIO₂ / PO₂ < 300
o Sat O₂ < 90
Materiais necessários:
Antes de iniciar o procedimento deve-se testar os materiais.
o Laringoscópio
o Lâmina do laringoscópio: tem até o tamanho 6.
Curva: usada em adultos. Normalmente usa-se 3 ou 4. Chega até a valécula.
Reta: usada para crianças. Normalmente usa-se 2 ou 3. Chega até a glote.
Seja direto ao escolher
o tamanho do tubo, não
fale “de tal a tal
tamanho”, fale
diretamente “quero um
tubo 7,5”, por exemplo.
São critérios para IOT porque o paciente
está entrando em insuficiência respiratória.
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Guia Prático de Cirurgia – Aula Prática 26/04/

1. IOT

  1. Drenagem de Tórax
  2. LPD
  3. Acesso Venoso Central
  4. Cricotireoidostomia
  5. Uretrocistografia Retrógrada
  6. Sutura

 A primeira coisa a se fazer, sempre, é o ABCDE!!

 Para todos os procedimentos é necessária a paramentação. Sendo assim, na prova prática, em todos

eles dizer que está de luvas, mascara, gorro...

 Caso 1: Pct 27 anos, vitima de trauma por acidente de moto, deu entrada no hospital com ferimento em região parietal. À avaliação, ele estava com resposta verbal com sons, resposta motora com extensão patológica e não abria o olho ao estímulo doloroso. Quais os diagnósticos desse paciente?  TCE grave (Glasgow 5) e lesão em região parietal.  O que fazer para esse paciente?  ABCDE. É o que deve ser feito para todos os pacientes.  A: colar cervical + via aérea definitiva devido ao TCE grave. Se não houver colar cervical perto deve-se estabilizar a coluna cervical manualmente, pedindo ajuda de alguém. Posteriormente deve-se tentar IOT.

INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL - IOT

• Indicações:

o TCE grave (Glasgow ≤ 8) o Proteção contra aspiração de sangue e secreções gástricas o Incapacidade de manter oxigenação por meio de outros dispositivos o Comprometimento iminente das vias aéreas (inalação, sinais indicativos de queimadura em face) o Apneia o FR > 35 o PO₂ < 60 o PCO₂ > 55 o FIO₂ / PO₂ < 300 o Sat O₂ < 90

• Materiais necessários:

→ Antes de iniciar o procedimento deve-se testar os materiais. o Laringoscópio o Lâmina do laringoscópio : tem até o tamanho 6. ▪ Curva: usada em adultos. Normalmente usa-se 3 ou 4. Chega até a valécula. ▪ Reta: usada para crianças. Normalmente usa-se 2 ou 3. Chega até a glote. Seja direto ao escolher o tamanho do tubo, não fale “de tal a tal tamanho”, fale diretamente “quero um tubo 7,5”, por exemplo. São critérios para IOT porque o paciente está entrando em insuficiência respiratória.

o Tubo com balonete : ▪ Mulher: 7 ou 7, ▪ Homem: 8 ou 8, o Seringa (para insuflar o balonete) o Ambu e máscara (para pré-oxigenar o paciente) o Drogas: devem ser feitas nessa ordem. ▪ Analgesia  Fentanil : dose 3 mcg/kg Efeitos adversos: insuficiência respiratória e miocárdica ▪ Sedação  Midazolam : dose 0,3 mg/kg Efeitos adversos: bradicardia e broncoespasmo  Etomidato : dose 0,3mg/kg Efeitos adversos: náuseas, vômitos e mioclonias ▪ Bloqueio Neuromuscular  Quelicin ( Succinilcolina ): dose 1,5 mg/kg Efeitos adversos: bradicardia, e não pode ser usado em paciente com aumento da PIC (pressão intracraniana pois ele a eleva ainda mais.  Rocurônio : usado principalmente em crianças. Dose 1 mg/kg

  • Técnica: o Paramentar + Assepsia e antissepsia o Testar a luz do laringoscópio e o balonete o Pré oxigenar o paciente (sem apertar o ambu). Para liberar a via aérea dele nesse momento, como ele já vai estar inconsciente, pode-se fazer o chin lift ou jaw thrust. Se o paciente estiver com o colar cervical, pode retirá-lo e pedir para alguém fazer a estabilização. O paciente deve ser pré oxigenado até atingir Sat O₂ > 90% o Enquanto você pré-oxigena o paciente já pede à enfermeira para fazer as drogas. o Pegar o laringoscópio com a mão esquerda o Inserir a lâmina do laringoscópio na rima labial direita, deslocando a língua para a esquerda e avançando até a valécula, sem fazer o movimento de báscula (dobrar o punho), porque se fizer quebra os dentes do paciente. Eleva o laringoscópio, fazendo força para frente e para cima. o Ao visualizar as cordas vocais, não tirar o olho delas e pedir o tubo para quem estiver te auxiliando. o Passar o tubo entre as cordas vocais, e inseri-lo até a marca 20 ou 22 (ela fica para fora) porque nessa altura ele fica mais ou menos na altura da carina, então se ele for inserido mais do que isso, ficará seletivo. É mais comum ficar seletivo no brônquio principal direito. o Insuflar o balonete. o Auscultar para conferir se foi intubado corretamente: primeiro região epigástrica, depois bases pulmonares e depois ápices. o Fixar o tubo com esparadrapo o Para conferir se o paciente está ventilando bem também pode ser feita capnografia em forma de onda, para ver a funcionalidade da intubação o Para ver a posição do tubo, sempre faz Raio X (só faz na prova, na prática quando certeza de IOT correta nem faz). → Se a IOT não for realizada em 30 segundos deve interromper o processo e ventilar o paciente com ambu e máscara. Oxigenar x Ventilar Ventilar é fazer pressão positiva no paciente. Oxigenar é conectar o ambu no oxigênio e É nessa ponta mais deixar. fina que se conecta a fonte de O₂ no ambu. Não precisa saber a dose para a prova. → Para saber se o paciente já pode ser intubado, ele fascicula, relaxa, é sempre caudal para cefálico, ele “treme” levemente.

o Para fazer a respiração → 4 : 1 → coloca o dedo por 1 segundo, e solta por 4 segundos. o Se você só deixar a fonte de O₂ ligada e não regular a respiração, vai estar entrando oxigênio o tempo inteiro, não vai ser possível fazer a expiração, então vai ser feita hiperventilação e o paciente vai entrar em hipercapnia devido à grande quantidade de oxigênio. → Pode ser usada por no máximo 35 - 45 minutos. CRICOTIREOIDOSTOMIA CIRÚRGICA

  • Indicações: o Indicação de via aérea definitiva, mas impossibilidade de realizar IOT por distorção anatômica cervical, trauma maxilofacial extenso ou acumulo de grande quantidade de sangue na cavidade com impossibilidade de visualizar cordas vocais.  Contraindicada em < 12 anos e trauma de laringe.
  • Materiais necessários: o Lâmina e cabo de bisturi o Anestesia o Cânula de cricotireoidostomia : 6,5 para mulheres e 7,5 para homens. o Campo cirúrgico o Kelly curva
  • Técnica: o Paramentar + assepsia e antissepsia + campo cirúrgico o Anestesia local na pele o Realizar incisão transversal de 1,5 a 2 cm com bisturi na pele entre a cartilagem tireoide e cricoidea, na membrana cricotireoidea o Divulsionar com pinça Kelly até chegar na membrana o Introduzir a cânula e insuflar o balão o Fixar o tubo e conectar ao respirador  Caso 3: pct 40 anos sofreu um acidente de colisão entre caminhões. Chegou ao hospital queixando muita dor torácica (ou seja, pelo menos a via aérea está pérvea). Ao exame físico: FR: 38 irpm. Abaulamento em tórax. À palpação presença de fratura de costelas e pouca crepitação. Foi colocada máscara de O₂ no paciente e ele melhorou, mas iniciou quadro de dispneia e foi feita gasometria do paciente: PO₂: 40 PCO₂: 60. FR 37 irpm. Ao Raio X presença de fratura de costela. Quais os diagnósticos desse paciente? Trauma torácico com provável contusão pulmonar. Esse paciente não tem pneumotórax nem hemotórax por causa do exame físico. Não foi dito se está com macicez ou hipertimpanismo à percussão, e nem ausculta diminuída.  No Raio X de tórax além da fratura havia áreas hipotransparentes difusas (são imagens brancas), semelhantes a consolidação. É compatível com contusão pulmonar.  Se houvesse área hipertransparente (preto) homogênea em todo hemitorax, seria compatível com pneumotórax.  Se houvesse área hipotransparente (branco) homogênea em hemitorax seria compatível com hemotórax. No cateter nasal coloca-se até 3L/min Na máscara de O₂ coloca-se de 10 a 15L/min.

 Conduta para esse paciente: Analgesia pesada Já está sendo ofertado O₂, mas o paciente não está melhorando. Está entrando em insuficiência respiratória. Deve-se intubar esse paciente. Esse paciente tem que ficar em observação por 48h, porque a tendência da contusão pulmonar é piorar em 48h.  Caso 4: paciente vítima de acidente de moto, com impacto em hemitorax direito, teve transfixação do hemitorax, chegou queixando muita dor e dispneia. Ao exame havia orifício de entrada e saída, traumatopneia. À ausculta MV diminuído, à percussão havia macicez em hemitorax direito. Quais as hipóteses diagnósticas? Trauma torácico com hemotórax  O que fazer para esse paciente? ABCDE A: via aérea pérvea, porque o paciente chegou queixando. B: toracostomia e drenagem em selo d’agua. DRENAGEM DE TÓRAX

  • Indicações: o TTO definitivo do pneumotorax hipertensivo o Pneumotórax simples com necessidade de ventilação mecânica ou transporte aéreo. o Hemotórax o TTO definitivo do pneumotórax aberto
  • Materiais necessários: o Lâmina e cabo de bisturi o Pinça Kelly curva e reta o Lidocaína a 2% o Seringa e agulha o Dreno de tórax : entre 28 e 32 o Frasco de drenagem o Porta agulha o Nylon 0 ou 2. o Pinça dente de rato ▪ Se certeza de hemotórax colocar dreno mais grosso para facilitar.
  • Técnica: o Paramentar + assepsia e antissepsia + campo cirúrgico o Anestesia local com lidocaína a 2% sem vaso (dose máxima 4 mg/kg) na borda superior da costela inferior (porque na borda inferior passa o feixe neurovascular) o Incisão no 5º espaço intercostal entre linha axilar média e anterior. o Divulsionar com pinça Kelly, entrar com ela fechada e sair com ela aberta. o Quando fura a pleura da pra escutar um barulho, parece um balão furando. Quando fura já entra com a pinça aberta o Realizar exploração digital pra alargar mais um pouco e ver se cabe o dreno no local (o dreno tem mais ou menos a espessura de um dedo) o Pinçar a ponta do dreno com a Kelly curva

→ Trauma de bexiga retroperitoneal: o contraste cai na região da pelve. Deixa o pct com sonda vesical por 21 dias no mínimo se não houver trauma uretral. Se trauma uretral associado faz cistostomia. Não está indicada cirurgia. → Trauma de bexiga intraperitoneal: o contraste cai no abdome. Faz laparotomia e rafia. → Trauma uretral: a bexiga cora com o contraste e vai haver descontinuidade da uretra.  Caso 6: paciente realizou cirurgia abdominal devido a trauma, foi para UTI, foi realizado todo suporte de trauma, não tinha mais por onde o paciente estar sangrando e houve necessidade de dar droga vasoativa para esse paciente. É indicado acesso venoso central. ACESSO VENOSO CENTRAL

  • Posicionamento de um dispositivo apropriado de acesso vascular cuja extremidade atinja a veia cava inferior ou superior independente do local de inserção periférica.
  • Indicações: o Monitoração hemodinâmica invasiva (PVC, PAP) o Acesso vascular para infusão de soluções causticas, irritantes ou hiperosmóticas o Administração de drogas vasoativas o Hemodiálise o Nutrição parenteral o Reposição rápida de fluidos ou sangue o Acesso em pacientes com veias periféricas ruins
  • Dispositivos: o Plástico sobre agulha: o orifício na parede vascular é menor que o calibre do cateter. Discrasias sanguíneas. o Plástico por dentro da agulha (Intracath): orifício feito na parede vascular é maior que o calibre do cateter, facilitando vazamentos em torno do mesmo. Distúrbios da coagulação. o Inserção sobre o fio guia: agulha longa de pequeno calibre por dentro da qual avança um fio guia. Um dispositivo de dilatação venosa é introduzido vestindo-o. Em seguida é passado o cateter vestindo o fio guia.
  • Local da punção: o Jugular interna o Subclávia: risco de pneumotórax o Femoral: não faz pelo maior risco de infecção
  • A jugular interna tem a desvantagem da localização ser muito móvel, e o acesso ser difícil em obesos.
  • Já a subclávia possui anatomia mais fixa e o local relativamente imóvel, porém possui desvantagem de alto risco de complicações graves.
  • Ambas são feitas do lado direito porque do lado esquerdo passa o ducto torácico, então o paciente pode fazer quilotorax. Técnica de Seldinger
  • Materiais: o Seringa o Agulha o Dilatador o Cateter o Fio guia o Borboleta Não é possível comprimir se sangrar.

❖ Veia Jugular Interna

  • Via de acesso preferencial. Apresenta baixos índices de complicações graves. Alta taxa de sucesso.
  • Contraindicações : discrasias sanguíneas, anticoagulação terapêutica
  • Referencias anatômicas : vai do processo mastoide até a inserção esternal do músculo esternocleidomastoideo. Localizar o ápice do triangulo formado pelas 2 cabeças do musculo esternocleidomastoideo. Posicione a agulha o mais próximo possível do ápice do triangulo, distanciando da clavícula para evitar lesão pleural.
  • Técnica : o Paramentar + assepsia e antissepsia + campo cirúrgico o Anestesia o Pct em posição de Trendelemburg e face voltada para o lado oposto da punção o Palpa o m. esternocleidomastoideo e localiza o triângulo de Sedillot. o Pega a agulha (18-22) conectada na seringa com SF. Insira a agulha no ápice do triangulo em um ângulo de 30-45° em relação à pele, em direção ao mamilo ipsilateral. Inserir aspirando a seringa. o Desconectar a seringa da agulha e ocluir o orifício com o dedo o Inserir fio guia e retirar a agulha. o Passar dilatador venoso, removê-lo e comprimir o orifício para evitar sangramento. o Vestir o fio guia com o cateter e retirar o fio guia. Realizar o teste do refluxo. o Fixá-lo com nylon o Raio X para confirmar se está bem localizado

❖ Veia Subclávia

  • Não deve ser o procedimento de 1ª escolha.
  • Referencia anatômica : a veia subclávia passa embaixo da clavícula, anterior à artéria e ao plexo braquial. Deve-se identificar e demarcar a linha coraco-clavicular e ainda demarcar a linhainfraclavicular. 1, cm para fora do cruzamento das duas linhas ou localizar o triangulo delto peitoral.
  • Contraindicação : discrasia sanguínea, DPOC, trauma clavicular.
  • Complicações frequentes : pneumotórax e hemotórax.
  • Técnica : o Paramentar + assepsia e antissepsia + campo cirúrgico o Anestesia o Pct em posição de Trendelemburg e face voltada para o lado oposto da punção o Inserir agulha 18 conectada a seringa rente à borda inferior da clavícula, direcionando para a fúrcula esternal. Inserir aspirando a seringa. o Desconectar a seringa da agulha e observar se não há fluxo (para conferir se não puncionou artéria). Pode também conferir, ainda com a seringa, se o fluxo de sangue empurra o êmbolo. o Ocluir o orifício externo com o dedo. o Inserir o fio guia e retirar a agulha o Passar dilatador venoso, removê-lo e comprimir o orifício para evitar sangramento. o Vestir o fio guia com o cateter e retirar o fio guia o Realizar teste do refluxo o Fixar com nylon o Raio X para confirmar boa localização do acesso.