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Epidemiologia
Tipologia: Notas de estudo
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Hepatites virais
Introdução
As hepatites virais são doenças infecciosas causadas por vírus que tem tropismo hepático primário. Representam a causa mais comum de doença hepática infecciosa, ictérica ou não. As manifestações clínicas são semelhantes, mas a evolução e o prognóstico variam na dependência do agente etiológico. Os principais dados histopatológicos são processo inflamatório difuso, comprometimento panlobular, celularidade aumentada e necroses focais disseminadas no parênquima hepático. A fonte principal de infecção é o próprio homem. A transmissão dos tipos de hepatite se dá por transmissão direta (circuito fecal – oral) por mãos, água e alimentos contaminados, transmissão parenteral e sexual, sendo também uma dst.
Hepatite A
Conceito
A Hepatite do tipo A é uma infecção causada pelo vírus da hepatite A (HAV), um RNA vírus, que tem um período de incubação de 2 a 6 semanas, durante o qual se reproduz no fígado, sendo eliminados nas fezes duas semanas antes e até uma semana depois do início do quadro clínico; também podem ser encontrados no soro e na saliva, embora em uma concentração muito menor do que nas fezes.
Epidemiologia
É freqüente em todas as regiões do país, na forma endêmica ou em surtos. Predomina em crianças e adultos jovens, principalmente em áreas com saneamento básico precário.
É transmitido de pessoa a pessoa, fecal-oral ou de forma hídrica, por alimentos contaminados e objetos inanimados. Transmissão pericutanea e parenteral são raras, em virtude do curto período de viremia.
Seu período de transmissibilidade é desde a segunda semana antes dos sintomas até o final da segunda semana após a doença.
Prevenção
A forma de transmissão mais comum é oro-fecal, ou de pessoa para pessoa nos contatos sexuais ou intradomiciliares, ou por alimento ou água contaminada. Como a viremia ocorre durante a fase aguda, a transmissão sangüínea raramente ocorre. Embora o HAV esteja presente em baixas concentrações na saliva de pessoas infetadas, não há nenhuma evidência de transmissão por essa forma.
Com base nestes conhecimentos pode-se afirmar que apenas medidas gerais, como por exemplo, manter bons hábitos de higiene pessoal, são insuficientes para interromper surtos da doença.
A imunização é a forma mais efetiva de prevenção da infecção pelo HAV; há dois tipos de produtos:
pessoas que têm ou tiveram contato sexual ou intradomiciliar com portadores da hepatite A. A proteção tem uma duração de 3 a 6 meses.: tem uma eficácia de 85% quando administrada via intramuscular (0, ml/kg) antes da exposição ao HAV, ou dentro das 2 semanas posteriores à exposição. É recomendada especialmente para pessoas que têm ou tiveram contato sexual ou intradomiciliar com portadores da hepatite A. A proteção tem uma duração de 3 a 6 meses.
Quadro Clínico
Dos portadores de hepatite A na fase aguda, 20% requerem hospitalização. Pode ocorrer um quadro de hepatite fulminante, com falência total do fígado em 0,1% dos casos. A letalidade por hepatite A aguda é de 0,3%, sendo porém mais alta (1,8%) em pessoas maiores de 49 anos. A infecção pelo HAV não está associada à hepatite crônica. A prevalência da infecção pelo HAV nos EUA é da ordem de 33%. Vários surtos de hepatite A entre homens que fazem sexo com homens foram notificados; a prevalência nesse grupo é significativamente mais alta (30%) do que entre homens heterossexuais (12%).
Tratamento
Pelo fato da infecção pelo HAV ser autolimitada e normalmente não se tornar crônica, o tratamento deve ser apenas de suporte. A hospitalização pode ser necessária para pacientes desidratados por causa de vômitos ou com indícios de falência hepática. Medicamentos que sejam metabolizados pelo fígado devem ser usados com precaução. Não são necessárias dietas específicas ou restrições de atividade.
Hepatite B
Conceito
É definida como inflamação do fígado causada pela infecção com Vírus da Hepatite B (HBV), agente infeccioso da família Hepdnaviridae, cujo material genético é constituído por DNA.
Epidemiologia
É de média endemicidade no Brasil, com alguns bolsões de alta endemicidade (Amazônia, Espírito Santo, Santa Catarina). Ocorre mais frequentemente em adultos jovens. Seu período de transmissibilidade é de 2 a
Outros testes refletem a lesão hepatocelular na hepatite viral aguda:
Diagnóstico diferencial
Tratamento
De modo genérico, o indivíduo com hepatite viral aguda, independentemente do tipo viral que o acometeu, deve ser acompanhado ambulatorialmente, na rede de assistência médica. Basicamente o tratamento consiste em manter repouso domiciliar relativo, até que a sensação de bem- estar retorne e os níveis das aminotransferases (transaminases) voltem aos valores normais. Em média, este período dura quatro semanas. Não há nenhuma restrição de alimentos no período de doença. É aconselhável abster- se da ingestão de bebidas alcoólicas.
Os pacientes com hepatite causada pelo HBV poderão evoluir para estado crônico e deverão ser acompanhados com pesquisa de marcadores sorológicos (HBsAg e Anti-HBs) por um período mínimo de 6 a 12 meses. Aqueles casos definidos como crônicos, pela complexidade do tratamento, deverão ser encaminhados para serviços de atendimento médico especializados.
Vacina para Hepatite B
Uma das principais medidas de prevenção da infecção é a vacinação para hepatite B pré-exposição. É uma vacina extremamente eficaz (90 à 95% de resposta vacinal em adultos imunocompetentes) e que não apresenta toxicidade; os efeitos colaterais são raros e usualmente pouco importantes, entre os quais destacam-se: dor discreta no local da aplicação (3 a 29%), febre nas primeiras 48-72 horas após a vacinação (1 a 6%) e excepcionalmente fenômenos alérgicos relacionados a determinados componentes da vacina.
A aplicação da vacina deverá ser realizada sempre por via intra-muscular, em região de músculo deltóide, ou no vasto lateral da coxa, em crianças pequenas, isto porque a aplicação em glúteos comprovadamente tem menor eficácia (menor frequência de detecção do anti-HBs). A dose para adultos é de 1,0 ml e para crianças menores de 12 anos de 0,5 ml. O intervalo entre as doses preconizado pelo Ministério da Saúde, independente da gravidade do acidente, deverá ser de zero, um e seis meses.
A gravidez e a lactação não são contra-indicações para a utilização da vacina.
A vacinação tem por objetivo eliminar a transmissão do HBV na população em geral, no entanto, algumas populações específicas devem ser priorizadas:
Gamaglobulina hiperimune
A gamaglobulina hiperimune deve também ser aplicada por via intramuscular. A dose recomendada é de 0,06ml/kg de peso corporal. Se a dose a ser utilizada ultrapassar 5ml, dividir a aplicação em duas áreas diferentes. Maior eficácia na profilaxia é obtida com uso precoce da HBIG (dentro de 24 à 48 horas após o acidente). Não há benefício comprovado na utilização da HBIG após 1 semana do acidente.
Exposição acidental a fluidos corporais
A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição percutânea é significativamente maior que o HIV, podendo atingir até 40% em exposições em que o paciente-fonte apresente sorologia HBsAg reativa. Para o vírus da hepatite C, o risco médio é de 1,8%, dependendo do teste utilizado para diagnóstico de hepatite C, o risco pode variar de 1 a 10%.
Após exposição ocupacional a material biológico, mesmo para profissionais não imunizados, o uso da vacina, associado ou não a gamaglobulina hiperimune para hepatite B, é uma medida que comprovadamente reduz o risco de infecção. É importante ressaltar que não
resultados ELISA, com o objetivo de evitar a administração desnecessária de HBIG.
Acompanhamento sorológico
A solicitação de testes sorológicos para o profissional de saúde acidentado deve ser realizada no momento do acidente:
Os profissionais de saúde que apresentarem HBsAg positivo (no momento do acidente ou durante o acompanhamento) deverão ser encaminhados para serviços especializados para realização de outros testes, acompanhamento clínico e tratamento quando indicado.
Gestante
Não sendo possível a pesquisa rotineira no pré-natal, a sorologia pode ser solicitada para as gestantes consideradas de risco.
Nas gestantes com sorologia positiva, a cesárea parece não reduzir a transmissão vertical do HVB. No caso do parto ser via vaginal, deve-se evitar o contato do sangue materno com a criança, por meio da proteção da episiotomia (que, quando possível, deve ser evitada), do clampeamento rápido do cordão umbilical e da aspiração efetiva porém delicada do recém-nascido.
Para a profilaxia da infecção do recém-nascido, este deve receber a primeira dose da vacina e também a gamaglobulina hiperimune logo após o nascimento (preferivelmente nas primeiras 12 horas de vida).
Portador de hiv
Pacientes HIV positivos com HVB, tendem a cronificar esta infecção. A infecção pelo HIV pode, ainda, prejudicar a resposta vacinal para Hepatite B. Por conseguinte, portadores do HIV, ao serem vacinados, devem ser testados para HBsAg (antígeno de superfície de Hepatite B), 1 a 2 meses após a 3ª dose da vacina. Revacinação (com três doses adicionais) pode ser considerada para os que não responderam ao esquema inicial. Portadores do HIV que não respondem ao segundo esquema vacinal devem ser advertidos de que permanecem suscetíveis a infecção pelo HBV.
Hepatite C
Conceito e epidemiologia
É predominante em adultos com antecedentes de exposição parenteral ou sexual (sangue e derivados, tatuagens, drogas injetáveis,m hemodiálise). Em 30 % dos casos a fonte de contaminação não é identificada. É um vírus oncogênico, com evolução para forma crônica em 10 a 50% dos casos. Dos infectados, 70% a 85% desenvolvem a forma crônica, mantendo um processo inflamatório hepático por mais de seis meses. Destas, 20% a 30% evoluem para cirrose e, dos cirróticos, 1,0% a 5,0% desenvolvem hepatocarcinoma.
É uma inflamação do fígado provocada por um vírus, que quando crônica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro. Durante vários anos foi conhecida sob a designação de hepatite não-A e não-B, até ser identificado, em 1989, o agente infeccioso que a provoca e se transmite, sobretudo, por via sanguínea. É conhecida como a epidemia silenciosa pela forma como tem aumentado o número de indivíduos com infecção crônica em todo o mundo e pelo fato de os infectados poderem não apresentar qualquer sintoma, durante dez ou 20 anos, e sentir-se de perfeita saúde.
Calcula-se que existam 170 milhões de portadores crônicos (cerca de três por cento da população mundial), dos quais nove milhões são europeus, o que faz com que o VHC seja um vírus muito mais comum que o VIH, responsável pela SIDA. Segundo a Organização Mundial de Saúde, é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos no planeta. A prevalência do vírus difere de acordo com a região geográfica; enquanto na Europa e na América do Norte os índices de contaminação rondam os dois por cento, em África, no Sudeste Asiático, no Pacífico Ocidental e no Leste do Mediterrâneo as taxas de prevalência são superiores.
No mundo ocidental, os toxicodependentes de drogas injetáveis e inaláveis e as pessoas que foram sujeitas a transfusões de sangue e derivados e/ou a cirurgias antes de 1992, são os principais atingidos. Com a descoberta do vírus da imunodeficiência humana responsável pela SIDA, na década de 80 do século passado, foram adotadas novas medidas de prevenção e hoje, a possibilidade de contágio com o VHC, numa transfusão de sangue ou durante uma intervenção cirúrgica nos hospitais, é praticamente nula. Esta segurança
Por vezes, são detectados anticorpos nos filhos de mães portadoras, o que não significa que a criança esteja contaminada. Normalmente, os anticorpos acabam por desaparecer ao fim de 12 ou 18 meses, pelo que só depois desse período devem ser feitos testes para perceber se o bebê foi de fato, infectado.
Em cerca de um terço dos casos não é possível determinar a origem do contágio.
Como prevenir?
Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando, acima de tudo, o contacto com sangue contaminado. Alguns dos cuidados passam por não partilhar escovas de dentes, lâminas, tesouras ou outros objetos de uso pessoal, nem seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis, desinfetar as feridas que possam ocorrer e cobri-las com pensos e ligaduras. Devem ser sempre usados preservativos nas relações sexuais quando existem múltiplos parceiros, mas, como a transmissão por via sexual é pouco freqüente, o uso nas relações entre cônjuges habitualmente não se justifica.
Vacinação
Não existe vacina para a hepatite C
Tratamento
A eficácia do tratamento é, em termos globais, de cerca de sessenta por cento; isto é, mais de metade dos doentes deixam de ter o vírus no sangue quando se procede à sua determinação seis meses após a conclusão do tratamento. Mas a taxa de resposta não é igual para todos os genótipos, varia entre 45 e 55 por cento no genótipo 1 e ronda os oitenta por cento nos genótipos 2 e 3. Existe hoje um recuo de tempo suficientemente longo após o tratamento para se poder falar em cura da infecção nos doentes que obtêm resposta. A rediciva da infecção habitualmente ocorre nos seis meses imediatamente após a conclusão da terapêutica, sendo excepcional depois desse período.
Como todos os medicamentos,os fármacos usados no tratamento da hepatite C provocam efeitos secundários, sobre os quais os doentes devem esclarecer-se e aconselhar-se com o seu médico.
Grupos de risco
Os grupos de mais elevado risco são os toxicodependentes e ex- toxicodependentes que utilizam drogas injetáveis e inaláveis e pessoas que receberam transfusões de sangue ou que foram sujeitos a intervenções cirúrgicas antes de 1992.
Hepatite D
Conceito e epidemiologia
Co-infecção ou superinfecção com o vírus B, sendo endêmica na Amazônia Ocidental (febre negra de Lábrea).
A hepatite D foi conhecida em 1977, ano em que foi descoberto o vírus que a provoca, o VHD ou vírus Delta como também é designado. A hepatite D só se manifesta em conjunto com a hepatite B, isto é, surge por co-infecção ou por superinfecção.
Ocorre na zona do Mediterrâneo, no Médio Oriente, na Ásia Central, na África Ocidental, na América do Sul e em algumas ilhas do sul do Pacífico. No sudeste asiático, permanece em Taiwan, na China e na Índia. Também se registraram casos, muitas vezes mortais, entre a população indígena da Venezuela, Colômbia, Brasil e Peru.
Provoca, por vezes, epidemias de que são exemplo as verificadas em Nápoles, no ano de 1977 e entre os índios Yupca da Venezuela em 1981.
O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B. No caso de uma co-infecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante, no entanto, raramente evolui para uma forma crônica ao contrário do que sucede com a superinfecção que provoca hepatite crônica em 80 por cento dos casos, dos quais 40 por cento evoluem para cirrose.
O Vírus
O VHD ou Delta é o agente infeccioso da chamada hepatite D, tem 35 nm, pertence à família dos Viróides e o seu genoma é constituído por ácido ribonucleico (ARN) circular, de uma só cadeia. É único no seu gênero em patologia humana e não se consegue multiplicar senão na presença do vírus da hepatite B.
O período de incubação dura entre 15 a 45 dias e a sua presença no sangue é prolongada, podendo mesmo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves de doença hepática.
Encontra-se, com maior incidência, na bacia do Mediterrâneo, no Médio Oriente, na Ásia Central, na África Ocidental, na bacia do Amazonas, na América do Sul, e em algumas ilhas do Pacífico Sul.
Quais são os sintomas?
A hepatite D aguda revela-se após um período de incubação de três a sete semanas. A fase pré-icterícia, que pode durar entre três a sete dias, começa com sintomas de fadiga, letargia, falta de apetite e náuseas, depois a pele ganha um tom amarelado que é o sinal de icterícia e, então, os outros sintomas desaparecem, com exceção da fadiga e das náuseas, a urina torna- se escura e as fezes claras, enquanto os níveis de bilirrubina no sangue sobem.
Como a superinfecção causa, geralmente, uma hepatite aguda grave, com um período de incubação lento, os sinais são idênticos aos das duas doenças (hepatite D e hepatite B). Nos casos em que evolui para hepatite crônica, os sintomas são menos intensos do que na hepatite aguda. A evolução para cirrose acontece em 60 a 70 por cento dos casos e demora entre cinco a dez anos, mas pode ocorrer 24 meses após a infecção.
A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite viral e caracteriza-se por encefalopatia hepática: mudanças de personalidade, distúrbios do sono, confusão e dificuldade de
Tratamento
Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento cem por cento eficaz, apenas o interferon alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente num em cada dois casos se assiste a uma redução significativa da multiplicação do vírus mas, geralmente, a doença recidiva quando se interrompe o tratamento.
Hepatite E
Seu risco é maior nas gestantes com mortalidade de 10 a 20%. Seu período de transmissibilidade e evolução são semelhantes aos da hepatite A. Raramente é diagnosticada no Brasil.
Hepatite G e TT
Sua distribuição geográfica e evolução ainda não são bem definidas
Sintomatologia
Hepatite aguda (A, B, C, D e E)
A maioria das infecções são anictéricas, oligo ou assintomáticas
Período prodrômico (1 a 2 semanas) – mal estar, náuseas e vômitos; dor abdominal, inapetência, astenia, febre baixa e artralgia.
Posteriormente surgem icterícia, prurido, colúria e hipocolia fecal, com evolução média de 4 a 6 semanas.
Hepatoesplenomegalia
Nas formas graves – sinais e sintomas de falência hepática aguda (distúrbios da coagulação/sangramentos, colestase acentuada, edema, ascite, encefalopatia hepática).
As manifestações clínicas são mais exuberantes nas hepatites A e B em comparação com a C. as manifestações extra – hepáticas são mais comuns nas hepatites B e C.
Hepatite crônica (B, C, D)
Sua evolução é lenta, em geral assintomática durante muitos anos. Predominam manifestações inespecíficas e extra – hepáticas: Fadiga, anorexia, náuseas, desconforto abdominal, prurido, artralgia/artrite e pancitopenia.
Ao evoluir para cirrose, os sintomas se intensificam.
Exame físico normal na fase crônica compensada.
Ao evoluir para cirrose, aparecem icterícia, hiperpigmentação da pele, perda de massa muscular, edema periférico, ascite, aranhas vasculares, eritema palmar, ginecomastia, tremor das extremidades, encefalopatia, vrizes do esôfago, hemorragia digestiva, hepatomegalia e esplenomegalia.
Diagnóstico diferencial
Hepatite aguda – infecções (CMV – citomegalovírus, vírus de Epstein – Baar, dengue, febre amarela, hantavírus, paramixovírus, malária, toxoplasmose, leptospirose, sepse), doenças hemolíticas, síndrome de Gilbert, obstrução de vias biliares, hepatopatia alcoólica, exposição a fármacos, alterações metabólicas (esteatose aguda da gravidez, tireotoxicose), hepatite auto – imune, infiltração metastásica do fígado.
Hepatite crônica
Hepatopatia e/ou cirrose alcoólica, auto – imune, cirrose biliar primária, colangite esclerosante primária, doença de Wilson, deficiência de alfa- antitripsina, porfiria cutânea tardia, síndrome de Budd – Chiari, insuficiência cardíaca direita, doença venoclusiva e cirrose idiopática.
Diagnóstico
Exames complementares
Aminotransferases (ALT e AST – TGO/TGP) – acima de 500 a 1000 UI/l (persistência de ALT elevada por período superior a 6 meses indica cronificação). Na hepatite crônica, valores de ALT e AST menos elevados.
Bilirrubinas (BD > BI), fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase (valores mais elevados nas formas colestáticas, nos quadros obstrutivos e na hepatite alcoólica).
Inversão albumina/globulina – hepatite crônica e cirrose
Tempo de protrombina aumentado – formas agudas graves e nas crônicas descompensadas
Marcadores sorológicos específicos para cada tipo de hepatite viral
Ultra – sonografia abdominal, TC de abdome, colangiografia
Biopsia hepática
Confirmação
Se dá pelos dados clínicos e epidemiológicvos associados ao aumento dos níveis séricos de aminotransferases (ALT e AST) associado com a presença de marcadores sorológicos ou virológicos indicativos de infecção virótica. A biópsia hepática nas hepatites B, C, D, G com duração superior a 6 meses, formas crônicas persistentes, crônicas ativas, cirrose e hepatocarcinoma.
Sistematização da Assistência de Enfermagem nas hepatites virais
Em maio de 2005, o Governo federal lançou a Campanha Nacional de hepatites Virais com ações de prevenção e controle, objetivando identificar os portadores de hepatites B e C crônicas, para acompanhamento clínico, tratamento e educação para a saúde. Em todo o Brasil foi introduzida a testagem das hepatites nas rotinas dos Centros de Testagem Anônimas (CTA), considerando-se a existência de portadores que desconhecem sua situação, perpetuando a cadeia de transmissão da doença.
Todos os indivíduos com sorologia não-reativas ao HBV e HCV são orientadas sobre prevenção, vacinação anti-hepatite B e encaminhadas à Unidade Básica de Saúde, responsável pelo seu atendimento e alta. As pessoas com sorologias compatíveis com HBV e HCV são encaminhadas aos SAE de referência. (BRASIL, 2005).
A assistência de enfermagem se inicia no acolhimento. Acolher significa oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico; proteger, abrigar, amparar. O acolhimento é considerado central nas propostas de reorientação da atenção à saúde.
Sendo assim, o enfermeiro é responsável pelo acolhimento do usuário do sistema, considerando-o sujeito das ações de prevenção e controle da doença e transformador de seu cuidado. Desta forma, o mesmo solicitará os testes sorológicos para os grupos suspeitos de contaminação pelas hepatites virais. Além disso, o enfermeiro desenvolve as ações de vigilância epidemiológica, bem como dos casos notificados. Sendo assim, o enfermeiro desenvolve ações de prevenção e acompanhamento da evolução da infecção, com participação efetiva da equipe de saúde. O mesmo deverá coletar dados na Ficha de Acolhimento de Enfermagem, assim como registrar no livro da instituição. Notificações
O enfermeiro deve estar atento, pois todos os casos suspeitos de hepatites virais devem ser notificados, bem como deverá ser realizada investigação de co – infecção VHB, VHC e HIV.
Considerações finais
As hepatites virais são doenças transmissíveis, porém existem formas de preveni-las, que deverão ser informadas tanto aos usuários do sistema como aos profissionais de saúde e grupos susceptíveis, afim de que a prevenção seja a melhor forma de combate destas patologias, ao invés de assisti-las apenas quando o indivíduo já se encontra infectado e necessita de cuidados mais complexos.
Referências Bibliográficas