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Eventos que marcaram os retrocessos na evolução da mecanização agrícola em Moçambique
Tipologia: Trabalhos
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2 o^ Ano Engenharia Agronómica 2 o^ ciclo, 2o^ módulo UC: Mecanização Agrícola TEMA: HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Discentes:
**- Costa Domingos
3 o^ Ano, Engenharia Agronómica 1 o^ semestre UC: Mecanização Agrícola TEMA: HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Discentes:
**- Costa Domingos
BAD – Banco Africano De Desenvolvimento CAIA - Complexo Agroindustrial da Angônia CAIC - Complexo Agroindustrial do Chokwe CAP - Censo Agro-Pecuário DSE - Direção de Serviços de estatística EEA - Empresas Estatais Agrícolas EUA - Estados Unidos D América FAO - Organização da Alimentação e Agricultura JICA – Agencia de Cooperação Internacional do Japão RDA - República Democrática Alemã SARL – Sociedade Anônima de Responsabilidade Limitada USAID – Agencia do Estados Unidos para o Desenvolvimento internacional Mecanagro – Empresa Nacional de Mecanização Agrícola
1.1 Objetivo Geral Apresentar o historial e evolução da Mecanização Agrícola. 1.2 Objetivos Específicos Contextualizar a história e evolução da Mecanização Agrícola em Moçambique. 1.4 Metodologia A metodologia utilizada neste trabalho é a de raciocínio dedutivo e pesquisa bibliográfica.
2.1 Contextualização Houveram várias especulações que a agricultura começou a cerca de 10,000 anos atrás quando primeiros forrageadores mudaram de forrageamento para o cultivo. Evidencias do início da agricultura foram relatadas o oriente dos Estados Unidos Da América (EUA), os vales Tehuacan e Oaxaca no México (chamados de Mesoamerica), nos planaltos do sul da América, nos rios Amarelo (Yellow River) e Yangtze na China e nos planaltos da Nova Guiné (geralmente conhecido como o local do nascimento da agricultura) (Bello, 2014, p.7). Evidencias paleontropológicas mostram que com o advento da revolução da agricultura no século XVIII, houve um declínio na estatura, capacidade do crânio e musculatura, juntamente com um declínio geral na saúde e nutrição humana (Bello, 2014, p.7). A história da agricultura está estreitamente ligado às mudanças climáticas, isto através das evidencias ambientais e arqueológicas. Depois da Idade do Gelo o hemisfério norte do planeta começou a aquecer (Aquecimento Global). Os glaciares recuaram para os polos e áreas florestais começaram a desenvolver onde outrora fora tundra (Bello, 2014, p.7). Bello (2012, p.1-2) definiu mecanização agrícola como a introdução e da assistência mecanizada em todas as formas e em todos níveis de sofisticação na produção agrícola com o intuito de melhorar a eficiência humana, o tempo de operação e envolvimento de trabalho. A mecanização da agricultura nos países em desenvolvimento tem sido muito desiquilibrado. Em certas partes de África produtores ainda trabalham seus campos com ferramentas de mão apesar de lavoura através de animais serem comuns em outras partes do mundo por milhares de anos. Enquanto que os animais de tração desapareceram completamente na América do Norte, Europa e Japão, eles têm sido amplamente aceites no Senegal só em poucas décadas passadas. Mesmo em países onde o cultivo começou a ser mecanizado, motocultivadoras e tratores ainda estão restritos a lavoura e a outras poucas operações (Binswanger, 2014, p.27).
Figura 2 : Semeadora de Jethro Tull em perspectiva horizontal. Fonte: thoughco.com Figura 3 : Arado de tração animal de Jethro Tull. Fonte: sitesgoogle.com A mecanização teve início durante a revolução industrial, que foi uma transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840, em que o homem passou a deixar de utilizar métodos de produção artesanais e começou a se importar com métodos de produção por máquinas. Mas, antes deste evento, até o século XVIII, os implementos agrícolas ainda eram rudimentares. Com a população mundial aumentando, e cada vez mais demandando mais alimento, era necessário aumentar a produtividade agrícola para suprir a necessidade de subsistência mundial, desta e das futuras gerações (CARPANEZZI, S/D). Nesse momento o Homem passou a dar mais atenção a agricultura, e viu que ela deveria se expandir em larga escala, e ao mesmo tempo as indústrias agrícolas surgiram, criando
maquinas para ajudar a aumentar a produção de alimentos. A mecanização teve grande impulso a partir das semeadoras, já que este tipo de cultivo, para grãos economizava 54, litros de sementes e elevava a produtividade da colheita em 10,5 hectolitros por hectare. Outra máquina que foi considera uma autentica inovação daquela época, foi a máquina de descaroçar o algodão (cf. figura 5), projetada por Eli Whitney (cf. figura 5), foi um dos principais avanços no período, pois, para descaroçar o algodão, era um processo que demandava grande contingente de mão-de-obra, e esta máquina foi de grande ajuda para o seu cultivo e gerou grande aumento na produtividade naquela cultura. Em 1830 e 1860, as ceifadeiras e segadeiras, para feno, foram as grandes inovações da época. Com isso, foi possível gerar espaço para que novos equipamentos de colheita fossem desenvolvidos. Os anos foram passando e novos equipamentos com novas funções para o cultivo foram sido desenvolvidos, para diminuir a mão-de-obra, assim, facilitando o trabalho de quem o utiliza (CARPANEZZI, S/D). Figura 4 : Eli Whitney. Fonte: www.greelane.com
dependeram em diferentes meios ecológicos para expandir seus ganhos agrícolas. Binswanger (2014) apud. Hayami et. al (1975) e Binswanger e Ruttan (1978) estabeleceram que o Japão a já muito tempo que enfatizava a tecnologia de cultivo biológico maior parte dele suportado pelo forte investimento na irrigação. Esse ênfase continuou com o investimento sistemático na pesquisa agrícola iniciada depois de 1868. Até aos1950 a mecanização estava com um papel inferior. A ênfase na tecnologia biológica era suportada pela escolha consciente do governo: nos finais do século XIX Japão importou maquinaria dos Estados Unidos, mas não encontrou uso neles. Depois contratou biólogos da Alemanha para ajudarem no desenvolvimento do programa de pesquisa biológica, nisso tiveram sucessos. Os Estados Unidos, contudo, enfatizaram a tecnologia mecânica mesmo depois de 1880. Apesar da publicidade devido a pesquisa ser iniciada nos anos 1870, não produziu rendimentos até 1930, bem depois da maior parte das terras fronteiriças serem fechadas e a mecanização estar muito avançada. A Europa também seguiu a tecnologia biológica depois de ter aventurado na mecânica (Binswanger, 2014, p.28). 2.2.2 África Durante décadas, a mecanização permaneceu como um elemento negligenciado das políticas de agricultura e de desenvolvimento rural em África. Só um progresso limitado na mecanização agrícola foi alcançado em termos de aumento de maquinas e expansão do mercado na África pós independência. Consequentemente, por décadas, sistemas de produção em maior parte de África dependeu numa força muscular esmagadora dos Homens, baseado em operações que dependiam da enxada e de outras ferramentas manuais. Tais ferramentas implicaram limitações em termos de energia e ganhos operacionais. Estes métodos também colocaram limitações severas na quantidade de terra que uma família podia cultivar. Adiante, eles reduziram o tempo de operações no campo e limitaram a eficácia das atividades essenciais como o cultivo e a lavoura, daí reduzindo a produtividade (Kirui e Braun, 2018, p.3). Estimativas recentes mostram que os sistemas de produção Africanos continuam nos menos mecanizados de todos continentes – 70% dos produtores cultivam em parcelas com menos de dois hectares com auxílio de enxada. Estimativas da Organização da Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que África tem menos de dois tratores por 1000ha de terra arável (Kirui e Braun, 2018, p.3).
2.3 Padrões de Mecanização – evolução O aspecto mais dramático da mecanização é a mudança de uma fonte de energia para outra. Na China ancestral o gado começou a substituir o trabalho humano a mais de 3,200 anos atrás. Entre o século II e IV d.C. o uso bastante difundido da força de agua é reportado na China para o trituramento do arroz, moagem e para o levantamento de agua. Energia hidráulica foi amplamente usada para a moagem na Europa durante a Era Media; ao mesmo tempo que energia eólica é reportada sendo usada por ambos China e Europa (Binswanger, 2014, p.38). No século XIX, Europa e América do Norte, usava-se cavalos castrados, o que provia energia para muitos dispositivos mecânicos dentre 1850 à 1965. Motores a vapor foram amplamente usados só cinquenta anos entre 1850 e 1920. Depois de 1900, foram rapidamente substituídos por motores de combustão interna e elétricos (Binswanger, 2014, p.38). Tratores vieram à tona nos EUA depois de 1920, mas coexistiu com cavalos aproximadamente vinte à trinta anos. Exceto na Grã Bretanha, onde tratores começaram a ser adotados nos anos 1930, a agricultura Europeia e Japonesa só os introduziram a partir de 1955, mas foram mais rápidos (Binswanger, 2014, p.38). 2.3.1 Evolução das maquinas agrícolas 2.3.1.1 Tratores Os tratores foram feitos para substituir os animais, para facilitar o trabalho. O trator era muito semelhante às maquinas movidas a vapor, charrua, usada na agricultura, que foram muito usadas pelos agricultores americanos e canadenses no século passado. A fabricação de tratores atingiu seu auge em 1913, quando dez mil tratores foram fabricados. O primeiro trator a gasolina foi construído em 1892 na indústria de Froelich, nos Estados Unidos (cf. figura 6). Por volta de 1920, permaneceu o mesmo tratar durante duas décadas, a partir dele foi sendo incorporados avanços técnicos como o modelo fordson. Entre 1920 a 1940 foram lançadas outras novidades, o jonh deere introduziu o modelo “D” com custo menor que o fordson (CARPANEZZI, S/D).
Figura 7 : Colhedeira SLC modelo 65-A. Fonte: mafiacanavieira.blogspot.com 2.3.1.3 Semeadoras Anterior a 1900 Até o início do século XX, o método de plantas era manual ou com tração animal, o uso de máquinas era ainda rudimentar, algumas tecnologias já estavam presentes no campo, um exemplo disso foi o saraquá (cf. figura 8). Em 1900 – 1920, as novas máquinas com rodagem permitiram que uma mesma força fizesse mais trabalho, e então o uso de tração animal se intensificou, em 1920 - 1950 os tratores foram de difundindo e isso deu liberdade à evolução das semeadoras, que foram se tornando maiores e mais pesadas. Em 1970 o sistema de cultivo era exclusivamente convencional, mas depois nessa época, teve o surgimento do plantio direto; ele obrigou as semeadoras a serem mais pesadas e eficientes no processo de abrir o solo, distribuir as sementes e adubo, e fechá-lo. Em 1978 a Embrapa importou uma semeadora dinamarquesa de cultivo mínimo, a Nordestern (cf. figura 9) e em seguida a Bettison-3D da Inglaterra, depois em 1980 a semeadora TD, foi o primeiro projeto nacional de máquina para plantio direto e que na época era sinônimo de culturas de inverno.
Figura 8 : Saráqua (semeadora de grãos). Fonte: saráqua.com.br Figura 9 : Semeadora Nordsten. Fonte: librafoto.com 2.3.2 De acordo com as práticas agrícolas Operações podem ser agrupadas em termos de intensidade de necessidade de energia relativo às funções de controlo da mente humana (ou julgamento). Independentemente da fase da mecanização, novas fontes de energia são usadas em primeiro para operações de energia
primeira lavoura e nas seguintes continuaram a ser usados os animais. (Binswanger, 2014, p.42). c) Transporte. Carregar cargas é primeiro uso de animais domésticos para trabalho, mesmo precedendo a lavoura. A carroça e o arado são os implementos básicos da mecanização por tração animal, quando a energia mecânica torna-se disponível, é logo usado para trajetos campo-mercado. Os primeiros tratores não tinham pneus e em 1920 raramente eram usados para o transporte campo-mercado, nos EUA ou Grã Bretanha. Americanos continuaram a usar cavalo bem nos anos 1940. Na Ásia os pneus de borracha tiveram imensa vantagem sobre os outros meios daquele tem o que facilitava o aluguer porque a maioria não possuía condições para comprar os tratores (Binswanger, 2014, p.43-44). d) Colheita. Sem maquinaria, a colheita é bastante trabalhoso. Plantações diferentes variam amplamente, contudo, no de trabalho querido, isto é, na sua intensidade de controlo e de energia. A colheita de plantações de raiz é provavelmente a que requer maior intensidade de energia mas também precisa de um controlo significativo. Por outro lado, algodão, frutas e vegetais requerem controlo intensivo: no caso das maçãs, o risco de danificar é tão grande que até agora não é possível mecanizar (Binswanger, 2014, p.44-45). e) Sacha. A limpeza e retirada de ervas nas plantações, campos e pomares são operações de controlo intensivo. Nos sistemas animais, pessoas retiram à mão as ervas muito depois da introdução do arado e a carroça tornarem herbicida lucrativos. A limpeza mecânica torna-se viável só quando planta-se em linhas. (Binswanger, 2014, p.46). f) Sementeira e plantação. Tração animal e tratores têm mais capacidade de precisão do que métodos manuais para só algumas práticas, especialmente sementeira e plantação. Meios mecânicos são atrativos por unidade de área, especialmente para quem cultiva intensivamente. A primeira semeadora foi desenvolvida na China e na Mesopotâmia no terceiro milênio d.C. A semeadora mesopotâmica necessitava de três trabalhadores, um para dirigir o boi, um para inserir grãos no funil e o terceiro para manter a semeadora direita. Este processo só era efetuado na mesopotâmia
onde solos eram férteis e havia muito trabalho, mais tarde a semeadora caiu no oblívio (Binswanger, 2014, p.47). g) Aplicação de fertilizantes e pesticidas. Apesar de ser possível espalhar fertilizante maunualmente, produz maiores rendimentos quando feito com precisao. Portanto, maquinas de tração animal para a aplicação de fertilizantes foram desenvolvidos juntamente com aumento do uso de fertilizantes. Desde que o fertilizante foi mais usado intensivamente na Europa num período de intervalo, usava-se bastante fertilizantes (Binswanger, 2014, p.48). 2.4 Mecanização agrícola no contexto moçambicano: histórico e evolução Atualmente, existem no país cerca 3.725.042 produtores rurais, 21.693 podem ser considerados médios (com mais de 10 hectares cultivados), sendo os restantes 3.703. produtores, compostos por pequenas explorações que trabalham em regime de subsistência, cuja contribuição para o mercado é de apenas 20% para o milho, 15.8% do arroz, 4% da mapira e 28.6% do amendoim (Fagilde, 2018, p.2). De acordo com Fagilde (2018) apud. Censo Agro-Pecuário (CAP -2009-10), existem no país cerca de 3.8 milhões de pequenas e médias explorações, cultivando cerca de 5.6 milhões de hectares de culturas alimentares e não alimentares. Não obstante o potencial, a agricultura em Moçambique ainda é caracterizada por baixo nível de utilização de tecnologias melhoradas, apenas 5% dos produtores, dos 3.7 milhões de produtores existentes no país usam semente melhorada, 2.5% pesticidas e 3.7% fertilizantes. O nível de utilização da tracção animal situa-se à volta de 5%, o nível de mecanização por tratores situa-se abaixo de 2%, o país possuí um potencial de irrigação de cerca 3 milhões de hectares e 120 mil hectares infra-estruturados, neste momento, apenas 62 mil estão operacionais representando 1% da área irrigada com culturas alimentares e de rendimento, maioritariamente a cana de açúcar (Fagilde, 2018, p.3). 2.4.1 Período colonial