Universidade Federal do Oeste da Bahia Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias Disciplina: Química Analítica – 1º/ Prof. Dr. Jonatas Gomes da Silva

História da Química Analítica

Faça um histórico da química analítica da antiguidade aos dias atuais, em duas páginas. Os primeiros registros do uso da Química Analítica datam 2000 anos atrás, feito por Plinio, o Idoso. O teste tinha o objetivo de detectar a presença de sulfato de ferro em acetato de cobre e consistia em tratar uma tira de papiro embebida em extrato de noz de galha com a solução sob exame. Se a tira adquirisse a coloração preta indicava a presença de ferro. Na Idade Média os processos analíticos usados eram principalmente físicos e aplicados a metais, até que tornou possível o uso dos ácidos. Os ácidos foram utilizados para análise do ouro e da prata, no qual uma mistura de ácido clorídrico com ácido nítrico dissolvia o ouro e formava um precipitado da prata e somente o ácido nítrico dissolvia a prata, podendo assim obter um método de separação entre ouro e prata. No período da Iatroquímica, XVI e XVII, período em que a análise química por via úmida teve um grande crescimento, Robert Boyle estudou o uso de reações para identificação de várias substâncias, sendo o primeiro a empregar sulfeto de hidrogênio para testar a presença de chumbo e estanho em água. Também foi o precursor no uso de substâncias orgânicas em reações de identificação, tendo introduzido o uso de indicadores em reações ácido- base. Em 1745, Sigismund Andréas Marggraf, adaptou a reação “Azul de Prússia” para fins analíticos a fim de testar a presença de ferro em água. Também realizou um teste de chama aplicado à análise, descobrindo que o cloreto de sódio e o nitrato de potássio apesar de semelhantes não eram a mesma substância, pois apresentavam cristais diferentes e quando postos na chama produziam cores diferentes: amarelo e azulada respectivamente.

Os trabalhos do químico Torbern Olof Bergman sobre análise química é considerado a base para o surgimento da Química Analítica como um ramo separado da Química. O seu livro, Opuscula physica et chimica , continha além da descrição detalhada do uso do maçarico de sopro, a classificação e descrição de reagentes e processos analíticos qualitativos e quantitativos por via úmida. Em seu livro Analysi Aquarum encontram-se as descrições de todos os reagentes analíticos conhecidos na época. Graças aos trabalhos de Kirchhoff e Bunssen utilizando a espectroscopia como um instrumento analítico, descobriram o Césio e o rubídio. Esta observações impulsionaram as investigações através de teste por via seca. Já o Fritz Feigl, desenvolveu técnicas de identificação de substâncias a partir de diminutas quantidades de substâncias. Ele também introduziu termos importantes em Química Analítica: sensibilidade, especificidade, limite de identificação, mascaramento, seletividade, entre outros. No final do século XIX a utilização do microscópio possibilitou uma análise mais minuciosa dos elementos, que ficou conhecida como microanálise qualitativa. No final do século XX também houve uma expansão da aplicação das análises química nas ciências forenses, médicas e industriais. A partir de 1940, os trabalhos publicados na área da química analítica, tiveram seu foco voltado para as atividades de ensino. Estes propunham esquemas alternativos de separação de cátions, comunicação de novos reagentes e novos testes para detecção de um íon em particular ou de íons de um mesmo grupo analítico. Contudo, surge nas últimas décadas, uma nova visão da química integrada a um desenvolvimento sustentável: a Química Verde voltada ao desenvolvimento de processos que reduzam ou eliminem a geração de substâncias ambientalmente perigosas.

Referências ANDRADE, J. C., ALVIM, T. R., Química Analítica Básica: Uma visão histórica da análise qualitativa clássica. Chemkeys , 2009. VASCONCELOS, N. M. S., Fundamentos de Química Analítica Quantitativa , 2011.