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Hobsbawm sobre historia, Notas de estudo de Teoria Política

fichamento de leitura. Bien resumido

Tipologia: Notas de estudo

2018

Compartilhado em 22/10/2018

albitasalinas
albitasalinas 🇧🇷

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HOBSBAWM, Eric. Sobre História.
10 – O que os historiadores devem a Karl Marx?
No século XIX houve um recuo da história, o único avanço foi no método e na crítica
das fontes.
Contrapondo-se aos fatos não confiáveis, Ranke prendeu-se apenas aos fatos
verdadeiros, o que não contribuiu muito para o avanço da história.
Historiadores do século XIX passaram a aceitar acriticamente uns fatos em detrimento
de outros.
História no singular: não era apenas política, mas se preocupava principalmente com
essa: “[...] as hipóteses brotam automaticamente do estudo dos ‘fatos’, a explicação
consiste de um conjunto de cadeias de causa e efeito, ou conceitos de determinismo,
evolução e assim por diante”. Essa história era retrógrada para sua época.
Momgliano, em meados do século XX, definia o estado da história até então:
1. Direcionamento sócio-econômico das análises e causalidades históricas.
2. Ideias não eram mais utilizadas como explicação histórica.
3. “Forças sociais” explicavam as relações entre acontecimentos e indivíduos.
4. Já se tornava difícil falar em progresso.
Em 1910 já se notava a sobreposição de um referencial materialista sobre o idealista,
com a introdução de um modelo socioeconômico, contudo, os rankeanos se retiraram
definitivamente apenas após a Segunda Guerra Mundial.
Qual a contribuição de Marx para essa mudança?
Inicialmente a contribuição foi do positivismo, que introduziu métodos das ciências
naturais para análise social, contudo não contribuiu para a compreensão das mudanças.
O marxismo erroneamente foi identificado com o determinismo econômico.
Na França não houve muita influência direta de Marx, mas ainda assim houve uma
história socioeconômica.
Em outros países, foi o marxismo que orientou a própria formação de uma
historiografia.
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HOBSBAWM, Eric. Sobre História.

10 – O que os historiadores devem a Karl Marx?

  • No século XIX houve um recuo da história, o único avanço foi no método e na crítica das fontes.
  • Contrapondo-se aos fatos não confiáveis, Ranke prendeu-se apenas aos fatos verdadeiros, o que não contribuiu muito para o avanço da história.
  • Historiadores do século XIX passaram a aceitar acriticamente uns fatos em detrimento de outros.
  • História no singular: não era apenas política, mas se preocupava principalmente com essa: “[...] as hipóteses brotam automaticamente do estudo dos ‘fatos’, a explicação consiste de um conjunto de cadeias de causa e efeito, ou conceitos de determinismo, evolução e assim por diante”. Essa história era retrógrada para sua época.
  • Momgliano, em meados do século XX, definia o estado da história até então:
    1. Direcionamento sócio-econômico das análises e causalidades históricas.
    2. Ideias não eram mais utilizadas como explicação histórica.
    3. “Forças sociais” explicavam as relações entre acontecimentos e indivíduos.
    4. Já se tornava difícil falar em progresso.
  • Em 1910 já se notava a sobreposição de um referencial materialista sobre o idealista, com a introdução de um modelo socioeconômico, contudo, os rankeanos se retiraram definitivamente apenas após a Segunda Guerra Mundial.
  • Qual a contribuição de Marx para essa mudança?
  • Inicialmente a contribuição foi do positivismo, que introduziu métodos das ciências naturais para análise social, contudo não contribuiu para a compreensão das mudanças.
  • O marxismo erroneamente foi identificado com o determinismo econômico.
  • Na França não houve muita influência direta de Marx, mas ainda assim houve uma história socioeconômica.
  • Em outros países, foi o marxismo que orientou a própria formação de uma historiografia.
  • Contudo , os historiadores foram influenciados por ideias não maduras de Marx, no chamado marxismo vulgar : 1. (^) Determinação econômica; 2. Modelo “base / superestrutura”; 3. História da luta de classes; 4. Leis históricas e inevitabilidade histórica; 5. Interesses de pesquisa derivados diretamente das preocupações de Marx; 6. Temas históricos surgidos das lutas influenciadas por Marx; 7. Modelo “base / superestrutura” como garantia de cientificidade;
  • Muitos estudos foram derivados das lutas sociais e influenciados pelo evolucionismo.
  • O marxismo vulgar apresentou força para tencionar a história e iluminar lugares obscuros.
  • Houve uma força liberadora a partir de ‘simples descobertas’ do ‘marxismo vulgar’;
  • O marxismo vulgar não tem nenhuma ligação com o pensamento de Marx. As principais contribuições de Marx devem ser buscadas em suas proposições sobre a história e não sobre a sociedade em geral.
  • História como ciência social: “reconhecimento de que as sociedades são sistemas de relações entre seres humanos, das quais as mantidas com finalidades de produção e reprodução são essenciais para Marx”.
  • (^) Marxismo: Primeira teoria estrutural e funcionalista da história, com hierarquização das funções e observação das contradições internas da sociedade que impulsionam a mudança. Assim, as relações entre seres humanos se tornam primordiais para a história a partir de Marx. Ele pensava que nesse contexto era central a preocupação com as relações de produção.
  • Maior contribuição de Marx: “dinâmica interna de mudança” , ao contrário de estruturalistas e funcionalistas da década de 1960, que não observavam a mudança.
  • Estruturalismo-funcionalismo: foram criticados pelo marxismo por negarem a historicidade, mas ao mesmo tempo o influenciaram, pois o libertaram do evolucionismo e da noção de progresso.
  1. Estudou a história tomando o capitalismo como ponto de partida, do presente para o passado.
  • (^) Conceito de trabalho: É central, mas o trabalho de Marx não diz se uma análise futura poderia gerar um novo conceito central.
  • Algumas questões de Marx devem ser solucionadas pelos historiadores.
  • Grande parte do conhecimento histórico de Marx era limitado e datado.
  • Processo real de produção: conjunto complexo de relações dependentes entre natureza, trabalho, trabalho social e organização social. Não apenas a produção material em si mesma.
  • “Os seres humanos produzem tanto com a mão quanto com a cabeça”.
  • A concepção materialista é uma base de explicação histórica, não a história em si.
  • O materialismo histórico não é determinismo econômico, há uma dialética entre real e simbólico. Porém, toda análise deve ser iniciada pelo modo de produção.
  • A questão é se o avanço do controle sobre a natureza representa uma evolução universal, ou seja, há ou não estágios de desenvolvimento?
  • Nem todas as sociedades evoluem no sentido de avanço da tecnologia de produção e das contradições insuperáveis. Assim, fica comprometido um prognóstico do fim do capitalismo a partir de suas contradições internas.
  • O modo de produção continua sendo o conceito central, e este é diferente de sociedade. Por isso é possível a coexistência de modos de produção em uma mesma sociedade.
  • [...] a análise dos modos de produção deve se basear em estudo das forças materiais disponíveis de produção: em outras palavras, estudo tanto da tecnologia e sua organização quanto da economia.
  • Elementos desestabilizadores são potenciais de mudança, não certeza. E a mudança é limitada no interior do próprio modo de produção.
  • Contribuição de Marx: Tentar analisar a história como um todo e compreender os mecanismos essenciais de transformação.
  • Os homens fazem a história, mas sob circunstâncias já definidas de antemão.
  • Impactos de Marx sobre a historiografia:
  1. Fonte de renovação da historiografia ocidental, com grande influência nos países não socialistas.
  2. (^) Marx como ponto de partida, não de chegada. Pois seu conhecimento sobre as várias épocas e sociedades era limitado.
  3. Pluralismo da história marxista, com várias tendências que muitas vezes não dialogam entre si.
  1. História marxista não se isola mais das outras correntes historiográficas, na verdade levam em conta quando as contribuições são válidas. 14. A volta da Narrativa
  • Laurence Stone: Volta da narrativa se deve ao fracasso dos modelos de análise econômico-sociais.
  • Questões: O que vem ocorrendo? Como explicar?
  • Provavelmente houve uma mudança, mas certos aspectos que foram valorizados não eram negligenciados antes.
  • Sujeitos e fatos não são mais rejeitados, pois ajudam a esclarecer um problema, mas não são um fim em si mesmo.
  • Alargamento do campo da história.
  • Problema da apresentação do objeto levou historiadores a buscar formas na literatura.
  • No pós-guerra, a simplificação dos métodos da história havia se dado à custa da narrativa.
  • Nova História: Narrativa complementa uma história analítica.
  • A narrativa surge como ponto de partida para análises mais amplas. Ginzburg é um exemplo.
  • A micro-história não rompe com as análises, apenas modifica seu olhar.
  • As novas abordagens não rompem nem invalidam estudos anteriores, apesar de alguns pensarem isso, como Stone.