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(^1) Graduando do curso de Enfermagem UNIANDRADE, Curitiba - Paraná (^2) Enfermeira com graduação e docência na UNIANDRADE – Curitiba Paraná.
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM EM CRIANÇAS
COM ICTERÍCIA NEONATAL
Rosemari Costa Correa 1 Noeli T. S. Tomasi 2
RESUMO: Esta pesquisa tem por objetivo destacar a importância do atendimento imediato de enfermagem às crianças portadoras de icterícia neonatal. A icterícia é o evidente acúmulo de bilirrubina no organismo e caracteriza-se ao exame físico por coloração amarela da pele, mucosas e escleras. É freqüente no recém-nascido, principalmente prematuro, cujos sistemas e órgãos podem apresentar imaturidade, dificuldade ou demora em processar a bilirrubina. Se a icterícia acentuar-se exigirá tratamento, com fototerapia, onde as luzes convertem a bilirrubina, pela fotoisomerização em lumirrubina, sendo eliminada nas fezes. Torna-se evidente o trabalho do enfermeiro no cuidar do recém-nascido com presteza e precisão, que além da técnica, fortalece o vínculo entre pais e filho servindo de apoio durante o tratamento ou internação na unidade de terapia neonatal.
ABSTRACT: This research has objective to detach the importance of the immediate attendance of nursing to the carrying children of neonatal jaundice. The jaundice is the evident accumulation of bilirubin in the organism and characterizes it the physical examination for yellow coloration of the skin, mucosae and escleras. It is frequent in the just-been born one, mainly premature, whose systems and agencies can present immaturity, difficulty or delay in processing bilirubin. If the jaundice to accent itself will demand treatment, with phototherapy, where the lights convert bilirubin, for the photo isomeric in lumirrubin, being in excrements.The work of the nurse in taking care of just- been born with promptness and the precision becomes evident, that beyond the technique, it fortifies the bond between parents and son serving of support during the treatment or internment in the unit of neonatal therapy.
PALAVRAS CHAVE: Icterícia, recém nascidos, enfermeiro, fototerapia.
KEY WORDS: Jaundice, just-been born , nurse, phototherapy.
INTRODUÇÃO
É fato que no Brasil, aproximadamente 200 mil crianças nascem todo ano com índices anormais de bilirrubina no sangue, o que equivale a 5% dos nascimentos, onde a metade mereceria cuidados médicos mais intensivos, sendo importante ressaltar que a história obstétrica materna, e parto sejam analisados a fim de identificar com eficiência os fatores que estão contribuindo para a icterícia (FAPESP, 2006).
Torna-se evidente a necessidade de destacar a importância do pronto atendimento aos portadores de icterícia tendo em vista o alto índice de crianças acometidas pela doença. Dentro das condições normais, o organismo humano produz diariamente grandes quantidades de eritrócitos, que juntamente com outras substâncias irão formar o sangue, promovendo a funcionalidade dos diversos sistemas, órgãos e células presentes no organismo. É função vital, o transporte de oxigênio para todas as células do corpo humano, juntamente com a hemoglobina cujas funções são as de fixação do oxigênio atmosférico e sua transferência às células, além de manter a cor vermelha do sangue (SOARES, 2003). É de extrema importância a conscientização de que quanto mais cedo forem identificados fatores de risco para o recém nascido, melhores serão as condições para ajudá-los. Na assistência de enfermagem neonatal um aspecto importante é criar um ambiente propício ao seu tratamento, livre dos estímulos nocivos, e que favoreça o seu desenvolvimento minimizando os efeitos negativos das doenças e da ausência dos pais. Entre as várias funções da enfermagem, está o envolvimento com familiares do recém nascido. Neste período estaria fortalecendo-se o vínculo afetivo entre filho e mãe, porém, quando a criança precisa ser encaminhada à unidade neonatal para tratamento, logo após o parto, fica prejudicada esta ligação (TAMEZ, 2002). Os enfermeiros podem ajudar os pais no estabelecimento do vínculo com o seu filho, durante o tratamento ou internação na unidade de terapia neonatal. É importante e necessário explicar o tratamento e os procedimentos realizados reforçando continuamente as informações do médico do recém-nato em relação ao seu prognóstico e condição. Portanto, o enfermeiro constitui-se uma fonte de apoio para os pais do recém-nascido (DINIZ, 2001). Os glóbulos vermelhos ou eritrócitos possuem um tempo de vida útil aproximado de 120 dias após sua formação na medula óssea, e diariamente nosso organismo promove sua reposição. Glóbulos vermelhos anormais ou
recebendo sangue venoso proveniente do baço e intestinos pela veia porta. Logo abaixo do lobo direito localiza-se a vesícula biliar, uma bolsa de aproximadamente 9 cm, que possui a capacidade de coletar 50 ml de bile produzida pelo fígado (SHERLOCK & DOOLEY, 2002). Juntamente com o baço e medula óssea o fígado são os órgãos hematopoiéticos, responsáveis pela hematopoiese - a formação e desenvolvimento das células sanguíneas. O fígado é responsável por mais de 500 funções no organismo humano – mesmo quando é cortado pela metade, das quais se destacam as seguintes: Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo, metabolismo e armazenamento das vitaminas, produção e síntese de proteínas plasmáticas, desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo, desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo, filtragem mecânica de bactérias, controle do equilíbrio hidro-salínico normal, secreção da bile (FEVERY, et al, 2002). Icterícia é o evidente acúmulo de bilirrubina nos tecidos do organismo, e caracteriza-se no exame físico por coloração amarelada da pele, mucosas e escleras, colúria e acolia. A bilirrubina é um pigmento avermelhado originado pelo metabolismo das porfirinas no fígado, particularmente da hemoglobina. O aumento de bilirrubina no sangue ou hiperbilirrubinemia só leva ao reconhecimento clínico da icterícia quando atinge níveis séricos superiores à 3,0 mg/dl; o valor normal da bilirrubinemia total varia de 0,2 a 1,2mg/dl (SMP, 2005).
OBJETIVO DO TRATAMENTO DA FOTOTERAPIA
No Tratamento da Icterícia o objetivo principal é evitar o acúmulo de bilirrubina no cérebro, o que pode causar uma doença chamada kernicterus, que traz grandes problemas ao desenvolvimento da criança. Quando é identificada uma causa tratável de icterícia, esse tratamento específico é de extrema importância (ALMEIDA, 2002).
A FOTOTERAPIA
A primeira opção no tratamento da icterícia é a fototerapia. Deve ser realizada no hospital, é ideal nos casos em que a elevação da bilirrubina é mais lenta, e no tratamento da icterícia do prematuro. Consiste na exposição da criança à fonte de luz durante horas ou dias, os recém-nascidos permanecem no berço, apenas com fralda e venda nos olhos, submetidos à luz que sai de sete lâmpadas fluorescentes ou de 14 lâmpadas, metade colocada acima e metade embaixo do bebê, nos aparelhos de fototerapia dupla. A luz converte a bilirrubina, impregnada na pele e mucosas, em outra substância, e não acumula no cérebro (CARVALHO, 2001). Na fototerapia convencional existem as vantagens de iluminar grande parte da superfície corporal do recém nascido, e em qualquer ponto que estiver o recém nascido na isolete estaria recebendo luz. Por outro lado, tem as desvantagens de não poder ser usada em recém nascido sob berço de calor irradiante e apesar de ser uniforme possuir baixa irradiação. Na fototerapia convencional, a Luz Branca é a mais utilizada ao longo dos anos e constitui-se o único tipo de luz cuja segurança foi testada numa grande população de recém-nascidos acompanhados durante os seis primeiros anos de vida, o problema é que o espectro de emissão é muito amplo (380 a 770nm). Como o espectro de absorção de luz pela molécula de bilirrubina é relativamente curto (350 a 500nm), isso significa teoricamente, que a luz emitida fora deste espectro não teria nenhuma função na reação fotoquímica (SCHEIDT, 2000). A Lâmpada azul, Segundo Tan (2002), diversos estudos demonstraram que produzem queda mais rápida e acentuada dos níveis de bilirrubina do que a obtida com luz fluorescente branca. Entretanto, resiste-se ao uso da luz fluorescente azul em berçários por causa dos efeitos indesejáveis associados a ela. A equipe médica e de enfermagem queixa-se, com freqüência, de tonteiras, náuseas e vômitos após exposição prolongada a esse tipo de luz. Outro inconveniente é que o recém-nascido sob luz azul parece intensamente cianótico. Isso confunde e dificulta a avaliação clínica.
raios que partem de baixo para cima, pode ser colocado filme refletor nas paredes laterais e cúpula superior do recém-nascido. Dessa forma receberá luz de baixo para cima e indiretamente de cima, e dos lados, que além de aumentar a irradiância da fototerapia convencional, aumentaremos exposição de luz na superfície corporal (MURAHOVSCHI, 2002). A manta de fototerapia pode ser usada diretamente sobre a pele do bebê. É pequena, acoplada a um fio de fibras que fica distante do corpo, diminuindo riscos. Além do conforto, reduz custos hospitalares, filtra o calor e as faixas indesejáveis do espectro da luz, sobretudo a infravermelha e a ultravioleta, deixando passar apenas a azul, que resolve o problema da bilirrubina. A inovação é que foi fabricada com fibras ópticas modificadas, emissão de luz lateral de forma controlada ao longo da manta não existindo necessidade de interromper o tratamento para amamentação como no sistema convencional, é portátil pode ser usada em casa e dentro da incubadora em casos de bebês prematuros (CARVALHO, 2001). Fototerapia do próximo milênio. Está sendo desenvolvido na Califórnia um aparelho de fototerapia que utiliza lâmpadas de iodo, são frias, e podem ser colocadas muito próximas ao recém-nascido, operadas também com baterias. O recém nato “veste” essa fototerapia, inclusive a touca. Encontra-se em fases finais de teste com animais, comprovando ser bastante eficaz (SMP, 2005). A fototerapia é a modalidade terapêutica mais utilizada mundialmente no tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal. Os resultados da fototerapia dependem de transformação fotoquímica da bilirrubina em produtos hidrossolúveis nas áreas expostas à luz. As reações alteram a estrutura da molécula de bilirrubina permitindo que os fotoprodutos sejam eliminados pelos rins e fígado, sem sofrerem modificações metabólicas. A luz emitida penetra a epiderme atingindo o tecido subcutâneo, e dessa forma somente a bilirrubina que está próxima à superfície da pele até 2 mm será afetada diretamente pela luz (MAISELS, 2003).
A EXASANGUINEOTRANSFUSÃO
Outro método é a exasangüineotransfusão indicada para reduzir rapidamente a concentração de bilirrubina, quando há risco de acometimento do cérebro, especialmente se houver hemólise. O aparecimento de kernicterus é indicação absoluta para a realização desse tratamento. A exsangüinotransfusão consiste na retirada de todo o sangue da criança e a sua substituição por outro sangue, sem as concentrações altas de bilirrubina (CAMPOS, 2004).
COMPLICAÇÕES DA FOTOTERAPIA
As complicações da fototerapia incluem: Aumento do trânsito intestinal com presença de fezes semilíquidas e esverdeada; hipertermia pelo aumento do fluxo sangüíneo da pele e músculos; aumento da freqüência respiratória e cardíaca com conseqüente aumento de perda insensível de água; a oclusão dos olhos pode provocar irritabilidade, aerofagia e distensão abdominal transitória; eritema e bronzeamento da pele; em longo prazo não se evidencia nenhuma alteração (CARVALHO, 2001).
CUIDADOS COM O RECÉM NASCIDO EM FOTOTERAPIA
Cuidados com o recém-nascido em fototerapia envolvem observações rigorosas na proteção dos olhos com uma venda opaca e adequada; despir completamente o recém-nascido; expô-lo às luzes e anotar o início do tratamento; pesar diariamente; mudar decúbito e verificar temperatura 3/ horas; observar coloração da pele, erupções; observar características das fezes e urina; observar estado geral e de hidratação; observar atividade, reflexos umidade das mucosas torpor de pele; retirar o recém-nascido da fototerapia para higiene, alimentação, coleta de sangue, devendo ser transportado coberto para que não continue a ocorrer destruição de hemácias, levando a um resultado duvidoso; não usar pomadas, óleos, cremes, poderão provocar queimaduras; incentivar e orientar os pais sobre o procedimento (TAN, 2002).
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