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Insuficiência Cardíaca Aguda, Notas de aula de Clínica médica

As causas, sintomas e tratamentos da insuficiência cardíaca aguda, uma emergência médica que pode levar à morte. São descritos casos em que a IC aguda é causada por descompensação de uma IC crônica, infecções, má adesão ao tratamento, infarto e arritmias. O diagnóstico é feito através de critérios de Framingham ou dosagem de BNP. O paciente é classificado de acordo com o perfil hemodinâmico e tratado com monitoramento, oxigenação, veia, abertura das vias aéreas, respiração e circulação. São realizados exames como BNP, glicemia, bioquímica, ECG, RX tórax e ecocardiograma.

Tipologia: Notas de aula

2022

À venda por 29/05/2022

gabrielacborges
gabrielacborges 🇧🇷

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Insuficiência Cardíaca Aguda
Por Gabriela Borges
imagine um paciente
com IC instalada, que não está sendo tratada e
está evoluindo para uma IC moderada. E imagine que
esse mesmo paciente resolveu ir jogar bola, e ao cor-
rer atrás da bola tem uma descompensação cardíaca.
E além disso, a congestão acontece de forma súbita,
de modo que o seu coração não consegue fazer quase
nada. Seu DC é mínimo. O paciente começa a ter sin-
tomas mais graves de forma súbita. E esse paciente
corre para o PS com queixa de dispneia. E ao chegar
no PS, ele chega mencionando um mal-estar súbito e
uma falta de ar que não passa. E ao conversar com
esse paciente você descobre que ele possui uma IC
crônica, que descompensou. É a causa mais comum
de IC aguda.
Outro exemplo, são as infecções que exigem uma
demanda maior do coração de modo que subita-
mente esse coração descompensa. Surge assim, um
quadro emergencial, no qual devemos agir rapida-
mente se não o coração para.
outra causa da IC
aguda é aquela onde paciente não faz o tratamento
adequadamente, a chamada IC refratária.
uma outra causa
é uma IC aguda em que o paciente não tem um diag-
nóstico prévio de IC, é o paciente que está bem e em
casa, mas infarta. E a partir desse infarto ele evolui
com IC aguda.
adesão ao tratamento,
HAS não controlada, infecções e arritmias.
Paciente na qual a queixa principal é de dispneia
(hipoxemia ou congestão), apresentando má perfu-
são e congestão. Após levantar a HD, devemos
confirmar essa hipótese e isso pode ser feito de duas
maneiras: (1) critérios de Framingham ou (2) dosa-
gem de BNP (>500 = IC).
Fechado o diagnóstico, precisamos classificar
esse paciente de acordo com o perfil hemodinâmico.
Essa classificação é feita através da avaliação de dois
itens: a presença (ou não) de congestão e a perfusão
capilar do paciente (adequada ou hipoperfusão).
O paciente “tipo” A tem um quadro mais leve,
enquanto o paciente “tipo” D tem um quadro mais
grave.
M.O.V monitor, oxigenação e veia (acesso ve-
noso).
A.B.C abertura das vias aéreas (cabeceira ele-
vada em 45), respiração (SatO2 < 90%) e circulação
(acesso venoso).
Podemos fornecer oxigênio a esse paciente de al-
gumas formas, tais como o cateter nasal, máscara,
VNI ou IOT. Paciente com a saturação entre 90-94%
o ideal é a monitoração.
BNP, glicemia, bioquímica, ECG, RX tórax, ecocar-
diograma.
Sem congestão e boa perfusão. É o paciente que
possui IC leve e resolveu fazer exercícios extenuantes,
sofreu uma leve descompensação cardíaca, sentiu
uma falta de ar e foi ao PS. Seu coração não está ruim
a ponto de desenvolver uma congestão ou uma má-
perfusão. É necessário orientar o paciente sobre o
ocorrido. É um paciente de perfil ambulatorial.
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Insuficiência Cardíaca Aguda

Por Gabriela Borges

  • imagine um paciente com IC já instalada, que não está sendo tratada e já está evoluindo para uma IC moderada. E imagine que esse mesmo paciente resolveu ir jogar bola, e ao cor- rer atrás da bola tem uma descompensação cardíaca. E além disso, a congestão acontece de forma súbita, de modo que o seu coração não consegue fazer quase nada. Seu DC é mínimo. O paciente começa a ter sin- tomas mais graves de forma súbita. E esse paciente corre para o PS com queixa de dispneia. E ao chegar no PS, ele chega mencionando um mal-estar súbito e uma falta de ar que não passa. E ao conversar com esse paciente você descobre que ele possui uma IC crônica, que descompensou. É a causa mais comum de IC aguda. Outro exemplo, são as infecções que exigem uma demanda maior do coração de modo que subita- mente esse coração descompensa. Surge assim, um quadro emergencial, no qual devemos agir rapida- mente se não o coração para.
  • outra causa da IC aguda é aquela onde paciente não faz o tratamento adequadamente, a chamada IC refratária.
  • uma outra causa é uma IC aguda em que o paciente não tem um diag- nóstico prévio de IC, é o paciente que está bem e em casa, mas infarta. E a partir desse infarto ele evolui com IC aguda. má adesão ao tratamento, HAS não controlada, infecções e arritmias. Paciente na qual a queixa principal é de dispneia (hipoxemia ou congestão), apresentando má perfu- são e congestão. Após levantar a HD, devemos confirmar essa hipótese e isso pode ser feito de duas maneiras: (1) critérios de Framingham ou (2) dosa- gem de BNP (>500 = IC). Fechado o diagnóstico, precisamos classificar esse paciente de acordo com o perfil hemodinâmico. Essa classificação é feita através da avaliação de dois itens: a presença (ou não) de congestão e a perfusão capilar do paciente (adequada ou hipoperfusão). O paciente “tipo” A tem um quadro mais leve, enquanto o paciente “tipo” D tem um quadro mais grave. M.O.V – monitor, oxigenação e veia (acesso ve- noso). A.B.C – abertura das vias aéreas (cabeceira ele- vada em 45), respiração (SatO 2 < 90%) e circulação (acesso venoso). Podemos fornecer oxigênio a esse paciente de al- gumas formas, tais como o cateter nasal, máscara, VNI ou IOT. Paciente com a saturação entre 90-94% o ideal é a monitoração. BNP, glicemia, bioquímica, ECG, RX tórax, ecocar- diograma.

Sem congestão e boa perfusão. É o paciente que possui IC leve e resolveu fazer exercícios extenuantes, sofreu uma leve descompensação cardíaca, sentiu uma falta de ar e foi ao PS. Seu coração não está ruim a ponto de desenvolver uma congestão ou uma má- perfusão. É necessário orientar o paciente sobre o ocorrido. É um paciente de perfil ambulatorial.

“A” de ambulatório – acompanhamento ambula- torial. Cardiologia – encaminhamento com especialista. IECA, BRA, BB (ao menos uma medicação que au- menta sobrevida).

Congestão e boa perfusão. É um paciente que seu coração está ruim, mas não está tão ruim assim. O que causa os sintomas e atrapalha o paciente é a con- gestão. O paciente teve uma descompensação cardí- aca que levou ao desenvolvimento de uma congestão de forma súbita. Assim, o que devemos fazer é tirar a congestão do paciente. Isso pode ser feito através de diuréticos. Podemos também fazer um vasodilatador nesse paciente, uma vez que a vasodilatação melhora a pós-carga desse paciente, de modo que esse cora- ção vai trabalhar mais tranquilamente. Diurético associado a vasodilatador (atua como uma ajuda a mais): Diurético de alça – Furosemida 20-40mg EV BO- LUS Vasodilatadores – Nitroglicerina (Tridil) 1AMP + SF 0,9% 250ml (BIC) ou Nitroprussiato (Nipride) 1AMP + SG 5% 250ml (BIC) Se a PA sistólica do paciente for <85, você não pode fazer vasodilatador nesse paciente, uma vez que os vasodilatadores causam uma hipotensão in- tensa e rápida. BIC – bomba de infusão contínua. SF – soro fisiológico SG – soro glicosado

Sem congestão e sem perfusão. O paciente está com IC e foi tratado da maneira inadequada, rece- bendo apenas furosemida. O coração continua a so- frer lesão e a doença continua a evoluir. O paciente continua seco. Vai chegar um momento, em que o pa- ciente chega seco (sob efeito da furosemida)mas o coração está tão fraco que descompensa. O paciente fica frio e seco. O tratamento desse paciente com IC é dar líquido para ele. Se esse paciente está perdendo líquido demais, o seu volume sanguíneo está ficando baixo o que faz com que a pré-carga também fique alterada (baixa) e por isso o paciente está piorando. É isso que pode até descompensar esse paciente. As- sim, precisamos melhorar a pré-carga desse paciente. É necessário aumentar o volume para que o coração trabalhe direito. Só que é um paciente com IC, cora- ção está fraco e descompensado. Uso inadequado de diuréticos. Dar volume sob supervisão: SF 0,9% 250mL (ACM) – tem que ser feita bem de- vagar e em baixa qtde. O risco de você dar volume para esse paciente e a pré-carga subir demais e o pa- ciente começar a ter uma pré-carga e volume aumen- tada, o paciente passa de seco para úmido, o paciente sai de um perfil C para um perfil D, um perfil mais grave. Dobutamina??? Noradrenalina??? Se o paciente passar de um perfil C para um perfil D. Só se o paci- ente ficar congesto. Esse perfil escorrega facilmente para o perfil D.

Congestão e baixa perfusão. É o paciente mais grave que nós temos. Esse paciente chega enxarcado, e aqui, o efeito hipotensor da furosemida pode com- plicar o quadro desse paciente que já muito grave. Esse paciente pode entrar em choque com a furose- mida. Assim, NÃO damos diurético para o paciente. Nesse caso, utilizamos vasoativas, drogas com ação inotrópica (a medicação faz o coração bater com uma força adequada). Melhoras o DC que antes estava muito baixo. A congestão será resolvida pela diurese. Pior prognóstico. Drogas vasoativas: Dobutamina 1 ampola + 230ml SF 0,9% (1mg/mL) (BIC) ou Noradrenalina 4 ampolas + 234ml SG 5% (BIC). A noradrenalina causa uma vasoconstrição que ajuda a elevar um pouco a PA do paciente.