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Insuficiência cardíaca congestiva, Resumos de Ciências Médicas

Definições, classificações, etiologias, fisiopatologia e tratamento da ICC

Tipologia: Resumos

2023

À venda por 05/09/2023

rodrigo-cassemiro-alves-marani
rodrigo-cassemiro-alves-marani 🇧🇷

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Insuficiência cardíaca
DEFINIÇÃO
-A IC é uma síndrome clínica complexa, na qual
comprometimento estrutural ou funcional das funções sistólica ou
diastólica, e com isso, a ejeção sanguínea e o enchimento
ventricular ficam prejudicados, e o coração se torna incapaz de
bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas
tissulares, ou pode fazê-lo com elevadas pressões de
enchimento !
-O termo IC crônica reflete a natureza progressiva e persistente do
quadro, enquanto o termo IC aguda fica reservado para as
alterações rápidas de sinais e sintomas que requerem terapia
urgente !
EPIDEMIOLOGIA
-Afeta +20 milhões de pessoas no mundo !
-A prevalência aumenta com a idade!
-Incidência relativa menor nas mulheres !
-Alta frequência de comorbidades associadas !
-Elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar - no Brasil, essa taxa é
uma das maiores !
-Mortalidade aumenta a medida que a fração de ejeção sanguínea
diminui !
ETIOLOGIAS
-Diversas condições clínicas podem culminar em IC por alterar a
estrutura ou função do VE!
-DAC e HAS são as principais etiologias, e interagem junto com a
DM para aumentar as alterações cardiovasculares e o risco de IC !
-Causas de IC que ocasionam baixo DC (reduzem a fração de
ejeção)
-DAC!
-HAS !
-Doença valvar !
-Shunt cardíaco !
-Doenças pulmonares !
-Miocardiopatia dilatada !
-Miocardiopatia chagásica !
-Arritmias crônicas !
-Causas de IC que prejudicam o miocárdio, mas preservam a
fração de ejeção
-Miocardiopatia hipertrófica (primária ou secundária por HAS) !
-Miocardiopatia restritiva (doenças infiltrativas como amiloidose, ou
de armazenamento como hemocromatose) !
-Fibrose !
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Insuficiência cardíaca

DEFINIÇÃO

  • (^) A I C é u m a s í n d ro m e c l í n i c a c o m p l e x a , n a q u a l h á comprometimento estrutural ou funcional das funções sistólica ou diastólica, e com isso, a ejeção sanguínea e o enchimento ventricular ficam prejudicados, e o coração se torna incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou só pode fazê-lo com elevadas pressões de enchimento
  • (^) O termo IC crônica reflete a natureza progressiva e persistente do quadro, enquanto o termo IC aguda fica reservado para as alterações rápidas de sinais e sintomas que requerem terapia urgente EPIDEMIOLOGIA
  • (^) Afeta +20 milhões de pessoas no mundo
  • A prevalência aumenta com a idade
  • Incidência relativa menor nas mulheres
  • Alta frequência de comorbidades associadas
  • (^) Elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar - no Brasil, essa taxa é uma das maiores
  • (^) Mortalidade aumenta a medida que a fração de ejeção sanguínea diminui ETIOLOGIAS
  • (^) Diversas condições clínicas podem culminar em IC por alterar a estrutura ou função do VE
  • DAC e HAS são as principais etiologias, e interagem junto com a DM para aumentar as alterações cardiovasculares e o risco de IC - (^) Causas de IC que ocasionam baixo DC (reduzem a fração de ejeção)
  • (^) DAC
  • HAS
  • Doença valvar
  • Shunt cardíaco
  • Doenças pulmonares
  • (^) Miocardiopatia dilatada
  • (^) Miocardiopatia chagásica
  • (^) Arritmias crônicas - (^) Causas de IC que prejudicam o miocárdio, mas preservam a fração de ejeção
  • (^) Miocardiopatia hipertrófica (primária ou secundária por HAS)
  • (^) Miocardiopatia restritiva (doenças infiltrativas como amiloidose, ou de armazenamento como hemocromatose)
  • Fibrose
  • Envelhecimento
  • (^) Distúrbios endomiocárdicos - (^) Causas de IC que exigem alto DC
  • (^) Distúrbios metabólicos (principalmente tireotoxicose)
  • (^) Distúrbios nutricionais (principalmente beri-béri)
  • (^) Shunts sistêmicos
  • Anemia crônica
  • OBS: as condições de alto DC desencadeiam IC principalmente em corações com cardiopatia estrutural subjacente, e raramente atuam no desenvolvimento de IC em corações normais. Por isso, as condições de baixo débito têm seus mecanismos mais elucidados FISIOPATOLOGIA
  • (^) Fator etiológico => lesão do miocárdio (evento-índice) => disfunção contrátil => ativação de mecanismos compensatórios => danos secundários ao miocárdio => remodelamento ventricular => descompensação - (^) Evento-índice
  • Se refere à lesão primária ao miocárdio
  • Pode ter instalação súbita (como nos casos de IAM por DAC) ou insidiosa (como nos casos de hipertrofia patológica por HAS) - (^) Disfunção contrátil
  • Declínio inicial na capacidade de bombear sangue
  • (^) Diminuição do DC => descarga dos barroreceptores pressóricos - (^) Ativação de mecanismos compensatórios
  • (^) A descarga dos barroreceptores leva à perda do tônus parassimpático inibitório e aumenta o tônus simpático
  • (^) Aumento do tônus simpático => vasoconstrição periférica + ativação do SRAA + aumento da contratilidade miocárdica
  • Vasoconstrição periférica => aumento da RVP para tentar manter a PA e assim o DC
  • (^) Ativação do SRAA => retenção de água e sal => manutenção da volemia para manter o VS e tentar recuperar o DC
  • (^) Aumento da contratilidade miocárdica para tentar manter o DC

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

- (^) Ocorrem devido à congestão pulmonar:

  • Dispneia (que pode se manifestar também como ortopneia, dispneia paroxística noturna e tosse noturna)
  • (^) Respiração de Cheyne-Stokes (apneia => hiperventilação => apneia)
  • Edema agudo de pulmão - (^) Ocorrem devido à congestão sistêmica:
  • Aumento da pressão venosa => estase jugular; refluxo hepatojugular
  • Edema de membros inferiores
  • Edema da parede intestinal => anorexia; náuseas; saciedade precoce; sensação de plenitude; dor abdominal
  • (^) Hepatomegalia dolorosa
  • (^) Noctúria (contribuindo para insônia) - (^) Ocorrem devido à hipoperfusão periférica:
  • (^) Fadiga da musculatura periférica
  • Sintomas cerebrais (confusão; desorientação; distúrbios do sono; distúrbios do humor) - (^) Ocorrem devido ao aumento do tônus adrenérgico:
  • Taquicardia sinusal
  • Vasoconstrição periférica => esfriamento das extremidades; cianose de lábios e leitos ungueais ACHADOS AO EXAME FÍSICO
  • (^) Estertores crepitantes (devido a congestão)
  • (^) Derrame pleural (geralmente bilateral)
  • Ictus cordis desviado e impulso sistólico na linha paraesternal esquerda (devido a cardiomegalia)
  • Bulhas patológicas B3 e B
  • (^) Sopros de insuficiência mitral e tricúspide
  • (^) Estase jugular
  • (^) Refluxo hepatojugular
  • (^) Hepatomegalia (que pode ser dolorosa)
  • Ascite
  • Icterícia
  • Edema periférico (pele endurecida e pigmentada se edema de longa duração)
  • (^) Extremidades frias

DIAGNÓSTICO

  • (^) A chave para o diagnóstico é a manutenção de alto grau de suspeição, em particular nos pacientes com risco elevado. Quando tais pacientes apresentam sinais e sintomas de IC, devem-se solicitar exames complementares:
    • ECG
    • (^) RX torácico
    • (^) Ecocardiograma transtorácico bidimensional com Doppler (exame de imagem de escolha para DX e seguimento)
    • (^) Exames laboratoriais
      • Biomarcadores (BNP e NT-pro-BNP)
      • Hemograma
      • Eletrólitos
      • (^) Ureia
      • (^) Creatinina
      • (^) Enzimas hepáticas
      • Urina 1
      • Glicemia em jejum ou TOTG
      • Perfil lipídico
      • (^) Hormônios tireoidianos
  • (^) OBS: apesar do ecocardiograma ser o exame de escolha para avaliação estrutural, da FEVE e da função diastólica, o exame padrão-ouro é a RM cardíaca
  • OBS 2: testes de esforço não são recomendados rotineiramente na avaliação da IC
  • OBS 2: hidralazina + nitrato se houver contraindicação a IECA/BRA (insuficiência renal ou hipercalemia), para negros, e caso a terapêutica otimizada falhar
  • (^) OBS 3: Sacubitril/valsartan em substituição ao IECA/BRA se não se mostrarem eficientes
  • OBS 4: iniciar terapia diurética com diuréticos de alça, e se congestão persistir, associar tiazídicos
  • (^) OBS 5: na ICFEp, usar diuréticos para aliviar congestão, espironolactona para reduzir hospitalizações, e tratar comorbidades associadas - (^) TRC (terapia de ressincronização cardíaca)
  • (^) Indicada para:
    • (^) IC sintomática, com FEVE ≤ 35%, em ritmo sinusal, com morfologia de bloqueio completo de ramo esquerdo e duração de QRS ≥ 130 ms, apesar de terapêutica otimizada
    • ICFEr com BAV avançado, necessitando de estimulação ventricular - (^) CDI (cardioversor desfibrilador implantável)
  • (^) Indicado para:
    • (^) Sobreviventes de parada cardíaca devido à fibrilação ou TVS com instabilidade hemodinâmica grave, excluindo-se causa totalmente reversível
    • Pcts com doença cardíaca estrutural e documentação de TVS espontânea estável ou instável - Pcts com síncope recorrente, clinicamente relevante com indução de taquicardia ventricular instável ou FV no estudo eletrofisiológico invasivo - (^) Pcts com disfunção sistólica (FEVE ≤ 35%) sintomática em classe funcional II-III (NYHA), de etiologia isquêmica, pelo menos 40 dias após infarto e 90 dias após cirurgia de revascularização miocárdica, com terapêutica otimizada e com boa expectativa de vida em 1 ano - (^) Pcts com disfunção sistólica (FEVE ≤ 35%) sintomática em classe funcional II-III (NYHA), de etiologia não isquêmica, com terapêutica otimizada e com mais de 6 meses de evolução MEDIDAS PREVENTIVAS
  • (^) Tratamento da hipertensão - manter PAS < 120 mmHg se hipertenso com alto RCV
  • (^) Interrupção do tabagismo
  • Redução da ingesta alcoólica
  • Uso de estatinas para pcts com DAC ou elevado RCV
  • Tratamento da DM - uso de empagliflozina
  • (^) IECA + BB se disfunção assintomática de VE confirmada
  • (^) Antagonista mineralocorticoide (espironolactona) em pcts pós- infarto com disfunção de VE (FEVE < 40%) + DM

IC aguda

DEFINIÇÃO

  • O termo IC aguda é reservado para casos de alterações rápidas no quadro dos portadores de IC, que requerem terapia urgente EPIDEMIOLOGIA
  • (^) É uma das principais causas de internação hospitalar no Brasil e no mundo
  • Aprox 190.000 internações por ano no Brasil
  • Alta taxa de mortalidade intra-hospitalar
  • Média de idade de 64 anos
  • (^) 60% dos pcts são mulheres
  • (^) 59% dos pcts apresentam insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida PRINCIPAIS ETIOLOGIAS
  • DAC
  • (^) HAS
  • (^) Miocardiopatia dilatada idiopática
  • (^) Doença valvar
  • Doença de Chagas FATORES DE DESCOMPENSAÇÃO CLASSIFICAÇÃO - (^) De acordo com o tempo de evolução:
  • IC aguda nova
  • (^) IC crônica agudizada - (^) De acordo com a síndrome clínica de apresentação:
  • (^) Insuficiência ventricular esquerda
  • (^) Insuficiência cardíaca congestiva
  • (^) Choque cardiogênico
  • Edema agudo de pulmão

- (^) De acordo com o tipo de disfunção ventricular:

  • ICFEp - FEVE > 50%
  • ICFEi - FEVE entre 40% e 50%
  • ICFEr - FEVE < 40% - (^) De acordo com o perfil clínico-hemodinâmico:
  • Quente-congesto - DC normal com congestão
  • (^) Quente-seco - DC normal sem congestão
  • (^) Frio-congesto - DC baixo com congestão
  • (^) Frio-seco - DC baixo sem congestão **ABORDAGEM INICIAL DOS PACIENTES COM SUSPEITA DE IC AGUDA
  1. Definição do risco imediato de vida e abordagem terapêutica
  2. Diagnóstico de ICA** - (^) Identificação de congestão pulmonar e/ou sistêmica e sinais de baixo DC
  • Anamnese + exame físico + RX tórax + ECG + biomarcadores + ECO - (^) Aplicação dos critérios de Framingham - (^) Pesquisa de fatores de descompensação e comorbidades descompensadas associadas - (^) ECG - (^) ECO - RM cardíaca (suspeita de miocardite aguda ou sd. Takotsubo) - Angiocoronariografia (suspeita de SCA ou sd. Takotsubo) - US de tórax - (^) Exames laboratoriais