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interlocuções entre “Bate-se numa criança” e “Fantasias, Resumos de Psicanálise

“Bate-se numa criança” e “Fantasias de surra e devaneios”. 2 de 3. Freud, S., & Freud, A. (2020). Bate-se numa criança (1a ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar ...

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Analytica | São João del-Rei | v. 10 | n. 18 | janeiro/junho de 2021 |
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Dois ensaios, diferentes perspectivas: interlocuções entre
“Bate-se numa criança” e “Fantasias de surra e devaneios”
Renato Jesus Aparecido de Praga Palma1
1 Psicanalista; Doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ); Membro associado do Corpo Freudiano – Escola de Psicanálise – seção Rio de Janeiro.
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Analytica | São João del-Rei | v. 10 | n. 18 | janeiro/junho de 2021 |

Dois ensaios, diferentes perspectivas: interlocuções entre

“Bate-se numa criança” e “Fantasias de surra e devaneios”

Renato Jesus Aparecido de Praga Palma^1

(^1) Psicanalista; Doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Membro associado do Corpo Freudiano – Escola de Psicanálise – seção Rio de Janeiro.

Analytica | São João del-Rei | v. 10 | n. 18 | janeiro/junho de 2021 | PALMA, R. J. A. de P. Dois ensaios, diferentes perspectivas: interlocuções entre “Bate-se numa criança” e “Fantasias de surra e devaneios” Freud, S., & Freud, A. (2020). Bate-se numa criança (1a ed.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obras originais publicadas em 1919 e 1922) O mais novo volume da coleção “Freud e seus Interlocutores”, intitulado “Bate-se numa criança”, reúne dois ensaios que à primeira vista são independentes: “Bate-se numa criança: contribuições ao conhecimento da origem das perversões sexuais”, publicado em 1919 por Sigmund Freud, e “Fantasias de surra e devaneios”, de autoria de sua filha, Anna Freud, publicado três anos depois. Um dos pontos fulcrais desse volume visa apresentar a perspectiva inédita a respeito de ambos os trabalhos: que eles dialogam entre si. Marco Antônio Coutinho Jorge, coordenador da coleção, afirma que o leitor terá, com esse livro, a oportunidade de apreciar o grande interesse de fazer uma leitura conjunta desses textos, que abordam o tema da fantasia infantil sob dois pontos de vista, do analista e do analisando. Se, por um lado, Freud escreve o seu ensaio a partir do prisma do analista a respeito da presença recorrente de um determinado tipo de fantasia (fantasias de surra) na vida psíquica de seus analisandos, dentre os quais a sua própria filha; Ana Freud, por outro lado, aborda o mesmo tema e traz como exemplo uma fantasia de surra narrada por uma menina, que segundo análise minuciosa, histórica e crítica de diversos autores, como Elisabeth Young-Bruehl, Alexandrine Schniewind e outros, nada mais é do que uma investigação da sua própria análise com o pai. Antes dos dois trabalhos propriamente ditos, esse volume nos brinda com uma apresentação que situa o leitor no contexto histórico da vida pessoal de ambos os autores. Ela discorre sobre a intensa relação afetiva dos Freud com Lou Andreas-Salomé e a forte influência dessa última na escrita desse primeiro trabalho de Anna, que seria apresentado na Sociedade Psicanalítica de Viena, e que garantiria não só a admissão dela nessa instituição, como também a de Lou. A introdução supracitada permite ainda situar o leitor a respeito das indagações teóricas de Freud no momento do referido trabalho e a contribuição do seu texto para os desdobramentos teóricos futuros. Imerso nas interrogações sobre as fantasias de surra, o ensaio freudiano tematiza sobre a emergência da fantasia infantil como um substituto de um amor incestuoso que, segundo Anna Freud, é distorcido pelo recalcamento e encontra expressão em uma fantasia de espancamento. Ambos consideram as fantasias de surra como um retorno do recalcado e argumentam que não se tem conhecimento da fantasia em sua forma original. Mas na tentativa de investigar a sua natureza e o seu conteúdo, Freud vai desmembrar as fantasias em três fases, tanto nos meninos quanto nas meninas. Anna Freud, ao dialogar com o trabalho do pai, analisa a relação das ditas fantasias com o devaneio, isto é, com aquilo que ela chama de “histórias agradáveis”. Para ela, essas