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Situação agravente em muro de arrimo
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
LAUDO DE VISTORIA – PATOLOGIA APRESENTADA EM
MURO DE ARRIMO E MURO DE DIVISA DO IMÓVEL:
SRA. ELIZABETH FERREIRA DE SOUZA
Manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado correspondem a danos, falhas, anomalias ou defeitos que determinam um desempenho inadequado de uma parte, ou componente especifico da estrutura, ou da estrutura como um todo. Segundo Souza e Ripper (2009), o surgimento de problema patológico em dada estrutura indica, de maneira geral, a existência de uma ou mais falhas durante a execução de um ou mais etapas da construção. Inúmeras podem ser as categorias de falha inerentes às obras civis, tais como falhas em projetos, falhas na execução, falhas no concreto, falha nas armaduras, no solo e no sistema drenante. Após análise in loco , foi possível determinar que o muro de arrimo em estudo se enquadra em falhas no solo e no sistema drenante.
2.3 PATOLOGIAS DE SOLOS E NOS SISTEMAS DRENANTES
Os problemas relacionados aos solos são classificados em dois fundamentos, a deformação e a rutura. No primeiro caso abrange os estudos dos recalques e no segundo são relacionados a capacidade de carga do solo, a estabilidade do maciço e aos empuxos de terra. Aterros insuficientemente compactados são definidos quando o solo é retirado e transportado para o futuro aterro, fica em um estado relativamente fofo e heterogêneo se tornando pouco resistente e muito deformável. Sua má compactação pode ocasionar grandes recalques diferencias na estrutura já que o processo de compactação tem objetivo de eliminar os vazios, aumentar rigidez, reduzir permeabilidade e melhorar a resistência. O processo de compactação depende do tipo de solo e umidade, porem aterros recentes mesmo compactando-os em camadas não atingem seu assentamento definitivo assim, por isso o estudo do solo e seu comportamento se faz necessário (Logeais, 1971). A presença de água de forma fortuita pode ser um inconveniente para alguns tipos de solo, em especiais, os argilosos que em contato com a água resulta em acréscimos de assentamentos causando anomalias às edificações e em terrenos inclinados possíveis escorregamentos (Logeais, 1971). Outro ponto que devemos considerar são fissuras de tração ocorridas no solo, estas são formadas normalmente em solos de granulometria fina e elas modificam o plano de deslizamento. Isto pode ser agravado se águas preencherem as fissuras, pois efeitos de tensão é imposta sobre o muro ao longo da profundidade da fissura de tração. Budhu (2013) explica que o solo numa condição de instabilidade, próximo a região da fissura perde resistência, podendo desencadear rutura da estrutura, as falhas cuja a génese é o solo forma sumarizadas na Tabela 1.
Esse incremento nas tensões e assentamento do solo da edificação vizinha podem causar recalques expressivos, inclinação no terreno e problemas nas fundações como superposição do bulbo de pressão. (Milititsky, Schnaid e Consoli, 2005). Para Gerscovich (2010), as falhas provocadas pela deficiência do sistema drenante podem ter um efeito direto, resultante do acúmulo de água junto ao tardoz interno do muro, ou indireto, produzindo uma redução da resistência ao cisalhamento do maciço em decorrência do acréscimo das pressões intersticiais. Quando há falha, ou obstrução, no sistema drenante ocasiona um empuxo adicional no tardoz do muro em razão das águas represadas, nestas situações, o muro passa a suportar também o empuxo hidrostático devido à água, que pode motivar seu colapso. Também é válido adotar solos de granulometria grossa para o reaterro a fim de dissipar rapidamente o excesso de pressões. Pois possuem características superiores de drenagem em relação aos solos de granulometria fina, Budhu (2013). Vale lembrar que a impermeabilização do muro não isenta a utilização de uma camada drenante em seu tardoz, para Geofoco (2014) aplicar somente o método de barreira, ou seja, a impermeabilização pode acarretar sérios danos na estrutura dos arrimos, sendo, portanto, necessário à utilização de método de condução, drenando e conduzindo a água a pontos de saída pré-definidos. Torna-se conclusivo que o sistema de drenagem deve avaliar tanto a drenagem superficial quanto a drenagem subsuperficial, visto que os danos ocasionados por deficiências nesses sistemas são de grande avalia ao sistema de contenção, incidindo nas questões de segurança de quem faz uso da estrutura. Assim as falhas inerentes ao sistema drenante foram destacadas em função se sua forma de deteção, prevenção e incidência conforme Tabela 2.
Conceitualmente o FMEA é um procedimento analítico usado para identificar os modos de falha dos componentes de um sistema, e por consequência, o seu efeito na confiabilidade Toledo e Amaral (2006). Por ser um método, segue um conjunto de procedimentos pré-definidos relacionando todos os tipos de falhas que podem ocorrer descrever uma anomalia, ou um grupo de patologias, a suas possíveis causas e efeitos são vinculadas as medidas de detecção e prevenção das falhas apontam Toledo e Amaral (2006).
Os procedimentos propostos relacionam os procedimentos típicos existentes na FMEA:
a) Objeto: identificar o objeto em estudo. b) Função: identificar as funções que o objeto em causa tem de desempenhar. c) Falhas: identificar as potenciais falhas que podem diminuir a capacidade do objeto de desempenhar as suas funções corretamente. d) Efeitos das Falhas: identificar os potenciais efeitos que poderão decorrer de cada falha. e) Causa de Falhas: identificar as causas de cada falha. f) Mecanismos de Controle: examinar os mecanismos de controle a pôr em prática para eliminar ou mitigar probabilidade de ocorrência de eventuais falhas. g) Ações Recomendadas: identificar ações corretivas necessárias para eliminar ou mitigar o risco associado a cada modo de falha. h) Estabelecer Prioridades: estabelecer prioridades para as ações corretivas de acordo com um conjunto de critérios consistentes. O método mais frequentemente utilizado é o Risk Priority Number (RPN) (número de prioridade de risco).
3.2 APLICAÇÃO DE ANÁLISE DO RISCO EM ESTRUTURAS DE ARRIMO FERRAMENTA
Constata-se que as estruturas de contenção, particularmente muros de arrimo em concreto armado, muitas vezes estão sujeitas a ações diversas que podem promover a sua instabilidade, tais como os agentes agressivos, erros de projeto e execução, além de falhas de sobrecarga proporcionadas, muitas vezes, pela mudança de uso. Com o objetivo de agregar mecanismos de Análise do Risco como abordagem técnica, foi proposto nesse trabalho utilizar a ferramenta de cálculo de risco FMEA. Tal ferramenta permite avaliar níveis de risco a que estão submetidos diversos tipos de situação, a partir de uma
avaliação da severidade das consequências de determinadas falhas e anomalias, a probabilidade de sua ocorrência e forma de detecção. No caso desse laudo, foi usado como objeto de estudo a análise as estruturas de arrimo em muro de divisa, com base nas características e patologias apontadas na revisão bibliográfica. Espera- se avaliar o risco inerente a cada patologia que está submetida uma estrutura desse porte, e assim apontar situações que necessitam de um maior nível de precaução na fase pré-executiva, e de inspeção durante seu uso. Tais premissas servirão de auxílio no embasamento técnico pois diagnosticará os pontos de risco relevantes, e determinará quais cuidados deveriam ser tomados para evitar que ocorresse o fato. Isto posto, o cálculo do FMEA nesse laudo foi dividido em seções que objetivaram o melhor entendimento dos passos necessários para obtenção do grau de risco, já aplicando a ferramenta e assim estabelecer os critérios para cada situação envolvida, que são, grau de severidade, grau de ocorrência, grau de detecção. A associação deste três critério permitirá o cálculo e avaliação dos riscos conforme o FMEA. Ainda, destaca-se que o valor obtido pelo produto dessas três variáveis representará o Número de Prioridade de Risco conforme Equação
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑆𝑆 × 𝑂𝑂 × 𝐷𝐷 (1)
3.3 GRAU DE SEVERIDADE (S)
Os critérios de severidade apresentados nesse trabalho têm por base a revisão de literatura sobre as manifestações patológicas em muros de arrimo de concreto armado, por onde se evidenciou a origem, falhas, seus locais típicos de ocorrência, bem como as formas de prevenção.
A próxima etapa da análise compete avaliar cada falha identificada pelo estudo exploratório em seus níveis de severidade correspondentes. Pela gama de falhas evidenciadas propôs-se classificar aquelas que representam danos estéticos, sem comprometimento da estrutura, como nível mínimo de severidade. Há aquelas de danos estéticos, que, todavia, comprometem em um menor nível a estrutura, para tais definiu-se o critério de pequena severidade, conforme Tabela 3.
O estudo de ocorrências nas estruturas de arrimo de concreto armado, demanda um levantamento probabilístico avaliando a incidência das falhas apontadas como oriundas de sua instabilidade ou ruína, visando a obtenção de dados estatísticos. A revisão de literatura não constatou estudos probabilístico de casos atuais referente a falhas em estrutura de arrimo, muito embora estas demostram-se recorrente. Uma das poucas fontes identificadas trata-se do trabalho do Professor Costa Nunes, publicado na revista Estruturas, edição 72 de 1975 - Nunes (1975), na qual foi apresentada uma análise de trezentos casos de sinistros em estruturas de arrimo categorizadas em sete grupos diferentes, sendo eles: deficiência de drenagem 33%, dimensionamento de base insuficiente 25%, insuficiência estrutural 19%, falhas de execução durante o aterro 10%, acidentes de trabalho 5% e causas diversas 3%, estes dados associados aos acidentes registados na Policia Civil do Estado de São Paulo, sumarizam a incidência de cada tipo de falha dentro de um total de acidentes registados, a incidência probabilística foi apontada na Tabela 4.
O estudo de detecção baseou-se em níveis de dificuldades de avaliação, e a forma como os diferentes tipos de patologias apresentados nesse trabalho podem ser evidenciados. Detectar a falha e classifica-la de acordo com seu grau de percepção, está diretamente relacionado ao nível de inspeção que uma estrutura necessita diante da apuração dos fatos que a comprometeram, portanto, o índice está submetido ao sentido humano e os equipamentos necessários para constatação. As formas de análise e os procedimentos de inspeção das falhas apontadas, foram extraídas do estudo de patologias expostos nesse trabalho, e permitiram sua sumarização na Tabela 5.
Dessa forma, os critérios de detecção foram determinados em identificação visual de fácil acesso, até patologias que necessitam de ensaios específicos, e auxílio de um especialista.
O resultado do produto das variáveis severidade, ocorrência e detecção, é o grau de risco, que foi classificado em quatro níveis, sendo baixo, médio, alto e muito alto, e sua pontuação foi definida, conforme Tabela 7.
Então para cada grupo de falhas, e seu respetivo efeito é possível hierarquizar os níveis de atenção para cada efeito como resultado da multiplicação do índice de severidade, ocorrência e detecção, com base aos critérios já apresentados neste laudo.