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Livro - Prótese Total Convencional - Daniel Telles (1) (1), Notas de estudo de Odontologia

protese total

Tipologia: Notas de estudo

2018
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Download de Livros de Odontologia Convencional Daniel Telles +* * IG NMfjeEditora Grupo Editorial Nacional Convencional Daniel Telles vscses Odonto Jaz. Ors) Download de Livros de Odontologia Capítulo IV — O restabelecimento imediato das condições bucais ideais como com plementação diagnóstica e base do tratamento... 39 Condicionamento dos tecidos sob a base da prótese........ a seem 39 Materiais de revestimento resilientes para bases de próteses totais... 41 Lormeções mas Dasesdas PTÓLEIES asus gargalo SR E 52 Prótese com extensão inadequada... mma 52 Prótese com selamento periférico inadequado mia iara 55 Prótese com selamento posterior inadequado... mei 56 Correções do padrão oclusal........ iara 67 Restabelecimento da dimensão vertical de Oclusão... 61 Restabieci Eme ONG CEI TTLES! aguas pas Ge 64 ae E DE O RR 68 PARTE 2 PROCEDIMENTOS DE MOLDAGEM PARA OS PACIENTES EDENTADOS — BUSCANDO CONFORTO E FUNÇÃO: ousa eia AS SI 69 Capitulo; = Moidagem atiatópnfoa ico iguaria 7 Seleção da moldeira de ESTOU ca parasse e 71 E Ab RE A 74 ESA DR ars pr pe 19 COM SINES. corro ii a 81 RETEFÉNCIAS em eres imaaa ap ci Sn 84 Capitulo Vi=Moldagerm Pariora,.scegaspasssgs SS 85 Moldeiras iMcivithIaS osasco passasse 85 Resina acrílica autopolimerizável..... eee 88 Resina acrílica termopalimerizável. meses ensaia a 89 Resina composta fotopolimerizáve....... aee 89 PICA e NONO ane qria canecas esses sa to Vedamento POrÉICO sia ce SS a a DD Ea 96 REP rei re a 106 pica dE Ccje (emp 9, (6 15 7 nte RETENCAO 124 PARTE 3 ESTÉTICA E RELAÇÕES INTERMAXILARES — OS INSTRUMENTOS DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL... OS Capítulo VII — Estética e reintegração social - Conceitos fundamentais... 127 Qual a importância da educação no sucesso estético das próteses totais... 127 Qual a importância da auto-imagem na reintegração social do indivíduo? ima 199 Quais as diferenças fundamentais entre estética e bel 1381 Filosofias estéticas em próteses totais... 131 Por que trabalhar a estética das próteses totais em três sucessivas dimensões? men 139 BETE o an EE 133 Sumário ERR 11) Capítulo VIII — Bases de prova e planos de orientação... mera 135 DRE TENS nm a 135 LABS ea teL To q et Pra OUR ER JR 2 E DR ON 1067 O 140 RE epic lg a a a TÁ Capítulo IX — Individualização do plano de orientação superior... 147 Ejs oro pel Ele ei PR SS 7, Altura incisal.. eee 152 Wisige de (2 2/4 (e ON Corredor bucal er fiber rio fere ocre creo rem Abi (df me 4.08 Dol dora ça, 8 RALO MANIA O Biiafo panic st oao da cano dba A SM RR RU A RO NR INR RECO a Ra aero sra rnben RO Capítulo X — Individualização do plano de orientação inferior — O restabelecimento da posição ARS GOL free cocada Mora re de ir) id Does Tae a AE DD TR 224 A Dimensdo pertigal. anca nussa ea ss ae e acne nara ncaga sia caarançe 16] COCO sanita as paris OSSO a en TT Métodos de De a RELAÇÃO CONÚICA. seem ans Seca na aaa a nene vrseesemeo: HRS Conceito... di do MN e e e e gr di Pç e san | Métodos dE elton Peço, re Me de demo Min ope pç pe CESTO sais to na RR io aà io o 170 Capítulo XI - Montagem dos modelos em articulado... ama imeniêniiaianinamereeeea series 171 Tipos de articuladores para próteses LOtaiS.... mma eme seereemsersseseseaos 17 | Ajustes do articulador semi-ajustável........ messes ss RR Montagem do modelo superior — O arco o facial é mesmo indispensáielt A E Modelo E UA A 18 PREGA L Capítulo XII — Dentes artificiais... mean 183 Tipos de dentes artifciaiS...... merecer eram BB Dentes de porcelana... meme erriesas 84 [DJS giesigio (gi p= 7 Seleção dostentes aNGÍiCIaIS:. a assuass erica sesaeras sRaSEcapeca a aa tece TD AA Selecio dos dentes SMEENOTEE cana Uso ease a neces TO Selecao dos dentes PEsteriores..emeemmememereremiiiirematre er micose mceeeerrirem RAR [EN [= (cia [OF E 1, Capítulo XII - Montagem dos dentes artificiais — arranjos estéticos e oclusais em joips (casado. 5 FE TR O RR O Montagem dos dentes anteriores... RR Ds De are a Individualização do arranjo estético ndo dentes emificiaiga ape -.. 206 Qual a influência do biótipo no posicionamento dos dentes artificigis?... acima era mer N Como individualizar o arranjo dos dentes anteriores... imersa emearmeeeteereerseeseseos 208 O que deve ser observado nas provas estéticas dos dentes Eniados em eta screen 26] | Oclusão em próteses totais o sumário ER Como superar as dificuldades em moldar o rebordo remanescente e os dentes naturais concomitantemente?.... pasa its Rs Quais OS registros necessários para a Rontage dos dentes artificiais dei uma EETÓISE total imediata?.... - prega RR Mortagerá do modelo si superior no articulador é com o arco cal. Avaliação da DVO..c.. mms Estética... estan spc pp a asi Quais os cufelados especificas em uma cirurgia para a iris de uma a prótese total iimadirad. Farmacoterapia aplicada...... musa Res Quais os cuidados após a instalação da prótese... nem Prótese de transição com duplicação da deniiição é existente..... PARTE 6 SEQUENCIAS CLINICAS EM PRÓTESES TOTAIS aan saaisa pas Ta Capítulo XVIII - O passo-a-passo na confecção das próteses totais........... Próteses totais convencionais... aaa mera aa cen A oiee Com moldeira individual e e dep prova em resina cia autopolimerizável.... Com moldeira individual e base de prova prensada ou Co ms ee a SR cce SAD ass2 RR e CD, 325 Sem moldeira individual com moldagem funcional na base de prova... Casos com grandes defeitos ósseos... Próteses totais imediatas... a Prótese total imediata convencional... cacradir Ra Prótese de transição com duplicação dá dériticão existente... INDICE REMISSIVO seas AL] 289 omnrsreana DD esreeessae AD sas ass «296 asas 06 versos DOS «308 PAC) [e = 8 [e e o 313 sura PR o 316 317 NR | rss Odonto Jo2, Ort) Download de Livros de Odontologia PARTE 1 O EbentuLISMO — MAIS DO QUE UMA SimPLES CONDIÇÃO, UMA (QUESTÃO DE DIAGNÓSTICO Tabefa [-1 — Prevalência percentual do edentulismo por localizações e faixas etárias. País | Ano de publicação | Faixa etária Edentulismo Croácia? | 2005 58-99 anos . 45,3% Tailândia” 2001 60-74 anos 22,3% China” 2003 60+ anos 10,2% India” 2004 60+ anos 18,0% e EUAº 2000 65-74 anos 25,6% Alemanha? | 2001 65-74 anos 24,8% Noruega? 2003 67-79 anos 25,8% Suécia? 2006 70 anos 3,0% EUA“ 2000 | 75+ anos 39,5% Noruega” | “ 2003 80+ anos 48,7% Brasil! 2004 50+ anos 37,8% treinar profissionaisadeguadamente para fazê-lo. Esse treinamento deve ser focado tanto nos procedimentos reabilitadores, como nas possi- veis estratégias para prevenir as perdas dentárias e ajudar a diminuir os percentuais de edentulis- mo da população em geral. Embora a redução desses números esteja sendo esperada para os próximos anos nos paí- ses mais ricos da Europa”, estimativas a partir de dados epidemiológicos coletados nos EUA apontam para um aumento de 12,8% no núme- ro de indivíduos necessitando de PTs em 2020º. Apesar de o edentulismo vir declinando cer- ca de 10% a cada década nos últimos 30 anos, nesse mesmo período a população com mais de 55 anos de idade cresceu 79%. Isso justificaria a expectativa de um aumento do número de edentados nos EUA nos próximos anos. No Brasil, dados de projeções populacionais e de percentuais de edentulismo foram utiliza- dos para calcular o número absoluto de arca- das que demandarão próteses totais até 2050", Entretanto, como os dados fornecidos pelos le- vantamentos nacionais em saúde bucal foram obtidos por contagens em apenas três faixas etárias, não foi possível estimar o edentulismo para toda a população. Na faixa de idade mais alta pesquisada, que abrange os indivíduos entre 50 e 74 anos, o nú- mero de indivíduos necessitando de PTs cresce- rá em torno de 2,0% até 2020. Esse percentual representa um aumento de aproximadamente 300 mil indivíduos necessitando de PTs” (Fig. 1-1). Entretanto, esse número pode ser significa- tivamente maior se considerados os indivíduos com idade acima de 75 anos, dos quais ainda não existem números atualizados. QUAL A IMPORTÂNCIA DE SE ESTABELECER UM PLANO DE TRATAMENTO ADEQUADO? Durante o último século, a forma de trata- mento mais utilizada para reabilitar os edentados foi a Prótese Total (PT) suportada inteiramente pela mucosa que recobre o osso remanescente do rebordo alveolar. A retenção e a estabilidade dessas pró- teses — consideradas os pontos mais críticos desse tipo de tratamento — são influenciadas por muitos fatores, tais como a qualidade e a quantidade da saliva, a ação da musculatura e a oclusão. Além disso, nem sempre se conseguem Gu LATE TORTA &o O A) to) AS Q o AS ado YV SY Y AS População (em milhões) =-% de edentulismo necessidade = de PT (em 9) milhões S ) Figura |-1 — Gráfico comparando a variação populacional com o percentual de edentulismo na população brasileira entre 5Q e 74 anos, projetando essa relação a partir do ano de 2003. Apesar de esperada uma queda no percentual de eden- tulismo, o aumento da população compensará essa queda, mantendo o número de edentados quase constante. as condições ideais de rerenção e estabilidade devido a condições desfavoráveis, tais como anatomia do rebordo residual, problema de co- ordenação neuromuscular e intolerância ao uso de próteses por parte do paciente. Existem alternativas de tratamento para es- tas condições desfavoráveis, tais como cirurgia para aumento de rebordo ou aprofundamento do sulco vestibular, cujos resultados nem sem- pre são os esperados. Por outro lado, a utilização de implantes os- teointegráveis como ferramenta para solucionar os problemas funcionais das PTs tem proporcionado excelentes resultados para os pacientes. As evo- luções científicas e tecnológicas nessa área ofere- cem o respaldo necessário para que um número cada vez maior de profissionais sinta-se motivado a indicar as próteses sobre implantes como a me- lhor alternativa reabilitadora para os pacientes. Dessa forma, é de fundamental importân- cia a realização de um planejamento correto e minucioso para a reabilitação de um paciente edentado, especialmente com o uso de implan- tes osteointegráveis. No planejamento de uma reabilitação pro- tética, é essencial que seja estabelecida uma se- quência lógica de condutas clínicas que serão executadas desde o início do tratamento para reverter as situações desfavoráveis preexistentes, até a conclusão da prótese. Essa segiiência, cha- mada de plano de tratamento, deve ter como principal característica a prótese como seu ul- timo item e deve ser estabelecida, sempre que possível, visando as características estéticas e funcionais que se quer obter. O estabelecimento da segiuiência no plano de tratamento é calcado em condutas diagnósti- cas, as quais podem ser resumidas em: (1) história médica e dentária; (2) exame clínico; (3) exames de imagens e (4) análise de modelos de estudo. Dessa forma, no tratamento reabilitador protético, o CD não pode se furtar de seguir um plano de tratamento elaborado dentro de um conceito multidisciplinar, compartilhando a execução desse plano com outros profissionais quando necessário, sob pena de ser considerado culpado pelo eventual fracasso da prótese. Atualmente, a obtenção de benefícios so- ciais deve ser baseada na otimização do uso da mão-de-obra qualificada. O CD, para estar afina- do com essa realidade, deve estar apto a prever o êxito do tratamento que se propõe a executar, o que só é conseguido com a adoção de um pla- no de tratamento previamente estabelecido”. vv Odontoer, Org Download de Livros de Odontologia Capítulo | O ExamE DO PACIENTE EDENTADO O exame é a coleta das informações que vão orientar na determinação do plano de tratamento. Um planejamento mais complexo tende a aumentar o número de etapas do plano de tra- tamento e, por conseguinte, o custo e o tempo necessários para a execução do mesmo. Adicio- nalmente, e não raramente, tratamentos mais complexos necessitam de um número maior de profissionais envolvidos em sua realização. É mérito do profissional idealizar um pla- nejamento que atenda às necessidades do pa- ciente, aliando qualidade e simplicidade. Para isso, é necessária uma percepção profunda e abrangente dos problemas do indivíduo, con- textualizando o problema dentário em si. Di- daticamente, essa percepção pode ser definida como uma visão multidisciplinar dos problemas do indivíduo. Fica claro então que, quanto maior a quan- tidade de dados a respeito de paciente, maior é o potencial de o profissional ampliar sua visão e aprofundar sua percepção do caso. São usadas três estratégias para a coleta de dados: (1) questionamentos sobre o estado de saúde do paciente; (2) exames clínicos intra e extra-orais; e (3) exames complementares. Daniel Telles Henrique Hollweg Luciano Castellucci Ronaldo de Moraes Telles Aloísio Borges Coelho . Simone de Queiroz Chaves Lourenço Eduardo José Veras Lourenço O QUE DEVE SER PERGUNTADO? Os pré-requisitos do tratamento Ao iniciar uma reabilitação protética, o cirurgião-dentista (CD) deve saber que deter- minadas questões são fundamentais e devem ser positivamente respondidas, gerando uma expectativa tranquilizadora para o profissional e para o paciente. São elas': - O paciente está insatisfeito com a sua pró- tese atual? * | O paciente compreendeu as possíveis limita- ções estéticas e funcionais do seu caso? - O paciente está informado dos custos en- volvidos no tratamento? - O paciente foi avisado que serão necessá- rios ajustes subsegúentes à instalação da prótese? - O paciente foi avisado que o sucesso da reabilitação depende do estabelecimento e do cumprimento de um programa de manu- tenção após a Instalação da prótese? Respondidas essas questões, passa-se à co- leta de informações pertinentes à elaboração do plano de tratamento. — Download de Livros de Odontologia A anamnese Na primeira fase do exame do paciente deve-se pesquisar seu estado geral de saúde. Este desempenha um papel importante e deve sempre ser considerado antes do início do trata- mento, uma vez que nos permite tomar os cui- dados especiais exigidos para cada paciente. Em determinadas situações, deve-se pôr de lado, mesmo que momentaneamente, algumas mo- dalidades de tratamento, que a princípio seriam ideais, devido às condições físicas, emocionais ou à idade do paciente” Esta pesquisa dá-se principalmente através de uma conversa com o paciente, na qual deve ser mantida a postura e o sigilo profissionais, chamada de anamnese. Todas as informações coletadas devem ser anotadas em uma ficha clínica, que idealmente deve conter perguntas padronizadas para auxi- liar O profissional durante o exame, assegurando que pontos importantes não foram esquecidos ou deixaram de ser questionados. É importante estar atento à queixa principal do paciente, a qual revela o motivo que o levou a buscar O tratamento. Ao seu final, essa queixa deve estar atendida ou, se não pertinente, deve ser explicada ao paciente no início do tratamen- to para redimensionar suas expectativas, mes- mo que isso o leve a desistir do mesmo. Além dos aspectos relacionados à saúde, é muito importante a pesquisa de hábitos para- funcionais dos pacientes. Apertamento e bruxis- mo estão comumente associados a problemas prévios ao tratamento e que provavelmente vão se repetir após a reabilitação concluída. Como os dentes naturais não estão mais presentes, cujos aspectos poderiam revelar a presença prévia de hábitos parafuncionais, é necessário buscar essa informação através de questionamentos aos pacientes. A obtenção de todas estas informações, porém, não é completada na primeira visita do paciente. Nesta, obtém-se uma impressão clínica geral e o diagnóstico vai sendo com- plementado no decorrer do tratamento, prin- cipalmente nos casos mais complexos. Alguns procedimentos diagnósticos são concomitantes com os procedimentos clínicos, com cada ses- são terapêutica ensinando mais coisas a respeito do paciente. Desta forma, pode-se modificar a impressão inicial obtida durante os procedi- mentos diagnósticos”. O QUE DEVE SER OBSERVADO? Exame extra-oral Este exame inicia-se durante a anamnese. Enquanto o paciente relata a sua história, obser- va-se o seu aspecto facial, procurando verificar características tais como dimensão vertical, su- porte de lábio, linha do sorriso e altura incisal. A(s) prótese(s) que o paciente porventu- ra já utilize conta a história do relacionamento desse paciente com próteses dentárias. Uma observação atenta dessa(s) prótese(s) pode re- velar características relevantes ao tratamento, tais como: (1) grau de higiene e cuidados com as mesmas (Fig. I|-1); (2) espaço protético, pois a presença de prótese total (PT) inferior que não recubra a papila piriforme pode ser um indicador de falta de espaço nessa região (Fig. II-2); (3) área chapeável, pela extensão da base das próteses (Fig. |l-3); (4) tolerância relatada pelo paciente ao uso de próteses ou a uma ca- racterística específica de sua própria prótese; (5) características estéticas; (6) características dos dentes artificiais (Fig. I1-4); (7) hábitos parafun- cionais, pela presença de desgastes acentuados e/ou próteses danificadas (Fig. |1-5); e (8) rela- ções intermaxilares. - É uma conduta prudente reproduzir, nas próteses novas, características que estão ade- quadas nas próteses antigas, com as quais o pa- ciente já está acostumado. É importante avaliar também se o paciente apresenta alguma limitação funcional imposta pela presença prévia de disfunção temporo- mandibular ou dor orofacial. Deve ser feita a avaliação da musculatura e da articulação temporomandibular (ATM). Masseter, temporal, demais músculos da face, músculos cervicais e ATMs devem ser pal- pados (Fig. ||-6), e estas últimas auscultadas em busca de sinais ou sintomas preexistentes ain- da não manifestados ou percebidos como tais. O paciente deverá ser alertado para que não venha a relacionar um eventual aparecimento Convencional Figura II-5 — PT apresentando dentes artificiais com facetas de desgaste e um dente fraturado em decorrência de hábito parafuncional oclusal (bruxismo). desses sintomas, outrora subclínicos, com o tra- ramento que se pretende executar. Sensibilidade à palpação deve sempre ser levada em consideração quando se pretende executar tratamentos restauradores extensos. Esta pode ser o reflexo de alterações da toni- cidade muscular ou de problemas intra-articu- lares que, por sua vez, podem alterar a posição de repouso mandibular e/ou seu arco de fecha- mento, dificultando a execução e reprodução dos registros intermaxilares. Logo, para a execução de um trabalho de prótese, é necessário que o paciente encontre- se sem sinais e sintomas de disfunção temporo- mandibular ou dor orofacial?. Exame intra-oral Nesta fase inspecionam-se tecidos moles, músculos e rebordo remanescente. A possibili- dade de se atender à queixa principal do pacien- te deve ser reavaliada neste momento, todavia um exame sistemático de toda a cavidade bucal deve ser feito. - Esta avaliação deve começar pelos tecidos moles. Mucosas, lingua e tecidos de revestimen- to do rebordo devem ser inspecionados e pal- pados, uma vez que a prioridade de tratamento pode ser drasticamente alterada na presença de algum tipo de lesão como, por exemplo, um processo neoplásico?. Além disso, condições presentes, oriun- das do processo de invalidez iniciado com a extração dos dentes, tais como hipertrofias ou atrofias do rebordo ou das glândulas salivares, tecidos moles hiperplásicos e pontos sensíveis à palpação (Figs. I-7 a ||-12), podem interferir na “execução do caso, devendo ser corrigidas no ini- cio do tratamento. Quais AS PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO USO DE PRÓTESES MAIS COMUMENTE ENCONTRADAS NA CAVIDADE BUCAL DOS EDENTADOS? O uso de PTs pode levar a alterações nos tecidos de suporte e nos demais tecidos que as circundam. Como tais patologias são comuns e podem trazer dificuldades para a execução de novas próteses, o CD precisa compreender seus me- canismos de formação para devolver a situação de normalidade aos tecidos atingidos, quando possível, e traçar um planejamento que supere tais dificuldades, prevenindo a evolução dos processos. Figura 1-6 — Deve-se palpar tanto o aspecto lateral da ATM, com a boca fechada, como o aspecto posterior, com a boca aberta quando o côndilo assumiria a posição delineada em vermelho, em busca de sensibilidade dolorosa (à esquerda). Além disso, as ATMs devem ser auscultadas durante os movimentos de abertura e fechamento em busca de ruídos que sejam indicativos de alguma patologia articular preexistente (à direita). Figura 1-7 — Vista intra-oral de paciente com queixa de Figura II-8 — Parte de um cone de guta-percha colocado ponto doloroso à palpação sob PT inferior. No exame sobre a área pigmentada para servir de referência em clínico, evidenciou-se pequena área pigmentada na exame radiográfico. mucosa, coincidente com o ponto sensível relatado pelo paciente. Figura I1-9 — Radiografia periapical evidenciando a Figura 11-10 — Acesso cirúrgico para a remoção do presença de fragmento radiopaco no osso sob a área corpo estranho. dolorosa. Figura 11-12 — Aspecto da cirurgia terminada, devolvendo Figura 11-11 — Corpo estranho removido. as condições de uso da prótese. CC DE ; Paciente Edentado Um osso que recebe estímulos mecânicos constantes tende a manter uma atividade celu- lar equilibrada entre osteoclastos e osteoblastos. Entretanto, durante a mastigação e outros mo- vimentos mandibulares funcionais e, em espe- cial, parafuncionais os músculos da mastigação produzem forças na superfície oclusal dos den- tes artificiais, que são transmitidas para a base da prótese e, subsequentemente, para o rebor- do residual. Uma reabsorção exagerada em uma região específica pode ser creditada a tensões mecânicas exageradas nessa região (Fig. 11-15), como nos casos de sindrome da combinação descritos posteriormente neste capítulo. Adicionalmente, quando o tecido ósseo pára de receber estímulos, não consegue man- ter tal equilíbrio, o que pode resultar também em perda de massa calcificada, chamada de atrofia por desuso. O esqueleto humano acumula massa óssea até cerca dos 30 anos de idade, quando gradual- mente, começa a perder osso”. A partir daí, a reabsorção do rebordo residual também pode ser influenciada por fatores sistêmicos, como diabetes e osteoporose. A demora na cicatrização dos alvéolos den- tários após a extração, frequentemente observa- da em pacientes com diabetes mal controlada, resulta em maior perda óssea no rebordo rema- nescente (Fig. |1-16). Uma rede densa de fibrina normalmente preenche o alvéolo logo após as Figura 11-15 — Mandíbula apresentando reabsorção severa do rebordo, com persistência das linhas obliquas internas e externas (inserções musculares), configurando um rebordo côncavo ou invertido extrações, formando a matriz para a aposição óssea, de modo diferente do que ocorre em um processo de ossificação endocondral no qual a matriz é formada por tecido cartilaginoso. Isso não acontece integralmente nos pacientes dia- béticos, devido à redução na produção de co- lágeno que normalmente ocorre em indivíduos com essa patologia. A osteoporose é uma condição caracteri- zada por perda de densidade óssea e pode ser classificada em tipos le Il. A osteoporose tipo | é uma conseguén- cia específica da diminuição de estrogênio na menopausa e afeta o osso trabecular. A osteo- porose tipo Il é um resultado conjunto do en- velhecimento das funções intestinais, renais e hormonais, que afeta tanto o osso trabecular quanto o cortical. Em ambos os tipos, uma manifestação clí- nica importante da osteoporose é a observação Figura 11-16 - Mandíbula apresentando reabsorção severa em todo o rebordo, sugerindo uma influência significativa de fatores sistêmicos no processo. Notar a localização dos forâmens mentonianos sobre o rebordo, consequência do processo de remodelação óssea. radiográfica da diminuição da densidade óssea. Obviamente, só as mulheres estão sujeitas aos efeitos dos dois tipos de osteoporose e como o rebordo residual é composto de osso cortical e trabecular, a condição sistêmica da osteoporo- se tipo | (que afeta somente o osso trabecular) pode contribuir para que ocorram diferenças na velocidade de reabsorção dos dois tipos de ossos, aumentando a reabsorção do osso trabe- cular em relação ao cortical, razão pela qual as mulheres tenham a tendência a apresentarem LA RA Re pd sr 2 E a dA TST EE maiores perdas na maxila (Fig. |-17) e rebordo em lâmina de faca na mandíbula (Fig. 11-18). Há indícios que sugerem que os fatores sistêmicos controlam os estágios finais da reab- sorção do rebordo residual, enquanto os fatores locais medeiam a fase inicial após as extrações”. Candidíase eritematosa ou candidíase atrófica crônica Muitos usuários de PTs desenvolvem uma resposta inflamatória na mucosa relativa à área de suporte das próteses, especialmente no pala- to. As lesões podem ser localizadas ou difusas e apresentarem-se com a superfície lisa (Fig. 11-19) e/ou papilomatosa (Fig. ||-20). Figura 11-17 — Maxila severamente reabsorvida, pro- vavelmente com considerável influência de fatores sistêmicos. Figura 11-19 — Mucosa avermelhada e edemaciada, com pontos de sangramento, em usuário de PT. Os fatores que predispõem essas lesões são: (1) a presença da própria prótese, que diminui a ação antimicrobiana da saliva na mucosa sob a base da mesma; (2) a má higienização, que permite que se estabeleçam as condições para a proliferação de microrganismos, principalmente Candida albicans; e (3) o uso contínuo da pró- tese, especialmente à noite quando a produção de saliva diminui. A saliva move-se em diferentes velocidades (0,8 a 80 mm/min.), de acordo com a região da boca. Quanto mais lentamente o filme de sa- liva se move sobre a placa bacteriana, menos eficiente é a remoção dos metabólitos bacteria- nos, como os ácidos. A presença de uma PT pra- - ticamente mantém o filme de saliva estagnado sob sua base. Figura 11-18 — Mandíbula apresentando rebordo em lâmina de faca, típico da condição da osteoporose em mulheres. Figura 11-20 — Área inflamada sob base de PPR, com superfície papilomatosa, condição difícil de regredir com um simples condicionamento tecidual.