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Controle de Plantas Daninhas na Soja: Herbicidas e Semeadura, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Este documento discute sobre o controle de plantas daninhas na cultura da soja, enfatizando o papel dos herbicidas e dos diferentes sistemas de semeadura. O texto aborda a importância da ausência de plantas daninhas, as características do solo, o manejo mecânico e químico, e o impacto do sistema de semeadura direta na dinâmica de plantas daninhas. Além disso, são apresentados estudos relacionados à eficácia de herbicidas e à redução de custos.

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 18/12/2009

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MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS NA
CULTURA DA SOJA
NÚBIA MARIA CORREIA1
PEDRO MILANEZ DE REZENDE2
1. INTRODUÇÃO
A cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill], desde a sua introdução
no Brasil, tem sido conduzida com alto nível técnico em todas as suas ope-
rações. Mesmo assim, vem passando por diversas mudanças, como altera-
ções nas técnicas de manejo, a exemplo do sistema de semeadura direta, e
também nas áreas de cultivo.
Por causa do mercado favorável, a cultura se expandiu da Região Sul
para o Sudeste do Brasil, atingindo até o norte do País. A soja é hoje a se-
gunda cultura em área plantada no Brasil e, no âmbito mundial, é o segundo
maior produtor dessa leguminosa.
Entretanto, a presença de plantas daninhas na cultura causa proble-
mas que se refletem em perdas na qualidade do produto, no rendimento e até
mesmo na inviabilização da colheita. Vários métodos de controle estão dis-
poníveis, sendo o químico o preferido pelos agricultores. Segundo Gazziero
et al. (1994), do total de vendas faturadas no Brasil com produtos fitossani-
tários, 22% ou duzentos e setenta milhões de dólares referem-se a herbicidas
1Engenheira Agrônoma, Doutoranda do Curso de Produção Vegetal. Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias/UNESP. nubiamc@bol.com.br
2Engenheiro Agrônomo, PhD, Professor. Departamento de Agricultura, Universidade Fede-
ral de Lavras. Caixa Postal 37. Lavras, MG 37.200-000. pmrezend@ufla.br
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MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS NA

CULTURA DA SOJA

NÚBIA MARIA CORREIA^1 PEDRO MILANEZ DE REZENDE^2

1. INTRODUÇÃO

A cultura da soja [ Glycine max (L.) Merrill], desde a sua introdução no Brasil, tem sido conduzida com alto nível técnico em todas as suas ope- rações. Mesmo assim, vem passando por diversas mudanças, como altera- ções nas técnicas de manejo, a exemplo do sistema de semeadura direta, e também nas áreas de cultivo.

Por causa do mercado favorável, a cultura se expandiu da Região Sul para o Sudeste do Brasil, atingindo até o norte do País. A soja é hoje a se- gunda cultura em área plantada no Brasil e, no âmbito mundial, é o segundo maior produtor dessa leguminosa.

Entretanto, a presença de plantas daninhas na cultura causa proble- mas que se refletem em perdas na qualidade do produto, no rendimento e até mesmo na inviabilização da colheita. Vários métodos de controle estão dis- poníveis, sendo o químico o preferido pelos agricultores. Segundo Gazziero et al. (1994), do total de vendas faturadas no Brasil com produtos fitossani- tários, 22% ou duzentos e setenta milhões de dólares referem-se a herbicidas

(^1) Engenheira Agrônoma, Doutoranda do Curso de Produção Vegetal. Faculdade de Ciências

2 Agrárias e Veterinárias/UNESP. nubiamc@bol.com.br Engenheiro Agrônomo, PhD, Professor. Departamento de Agricultura, Universidade Fede- ral de Lavras. Caixa Postal 37. Lavras, MG 37.200-000. pmrezend@ufla.br

na cultura da soja, o que evidencia a importância do problema. Em relação aos custos de produção, o controle das invasoras representa um dos itens que mais oneram o produtor, variando desde 15% até 40% do total utilizado com insumos.

A expectativa é de que a soja mantenha o significante mercado de herbicidas, com muitos novos compostos sendo corretamente desenvolvidos e comercializados. A necessidade de controle das plantas daninhas na fase inicial da cultura tem feito da cultura da soja um dos maiores segmentos da indústria de herbicidas.

No entanto, são diversas as possibilidades de manejo das plantas da- ninhas na cultura da soja. As diferentes formas de manejo podem ser utili- zadas isoladamente ou em combinação de duas ou mais, visando à eficácia, economicidade e praticidade (Deuber, 1997).

2. INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS NA

CULTURA DA SOJA

O grau de interferência das plantas daninhas nas culturas depende da comunidade vegetal infestante (espécie, densidade e distribuição), da cultura (cultivar, espaçamento e densidade), do ambiente (solo, clima e manejo) e do período de convivência (Pitelli, 1985).

Chemale & Fleck (1982) observaram que 12 e 52 plantas por m^2 de Euphorbia heterophylla L., convivendo com a soja durante 45 dias, reduzi- ram o rendimento em 6% e 16%, respectivamente, e as mesmas densidades, convivendo durante 115 dias, reduziram o rendimento em 22% e 50%.

Estudos de matocompetição na cultura da soja, realizados por Duri- gan (1983), evidenciam que as características morfológicas podem ser alte-

sifolia (L.) rwin & Barneby (15,9 plantas por m^2 ) e Ipomoea grandifolia O’Donnel (8,5 plantas por m^2 ) reduziram o rendimento da cultivar Invicta (60 plantas por m^2 ) em 12%, 13% e 5%, respectivamente.

Em trabalho similar, Karam et al. (1994) verificaram que o rendi- mento da cultivar BR-29 (50 plantas por m^2 ) foi reduzido em 15,4% na con- vivência com três plantas de Acanthospermum hispidum por m^2. Quanto à interferência de Ipomoea grandifolia , observou-se uma redução de aproxi- madamente 6,6 kg ha-1^ a cada 1,0 g de biomassa seca acumulada por essa espécie por m^2.

Melhorança (1994), avaliando os efeitos da densidade de Desmodi- um tortuosum (Sw.) DC. sobre a produtividade da soja, verificou que duas plantas daninhas dessa espécie, quer estejam na linha ou na entrelinha, re- duzem a produção em 9%. Essa redução atingiu 40% quando a densidade chegou a 25 plantas por m^2.

De acordo com Fleck & Candemil (1995), as gramíneas [papuã ( Brachiaria plantaginea ) ou milhã ( Digitaria ciliaris Retz.) Kael)] apresen- taram maior potencial de dano do que as dicotiledôneas caruru ( Amaranthus lividus L. e A. viridis L.), picão-preto ( Bidens pilosa L.), guanxuma ( Sida rhombifolia. L.), beldroega ( Portulaca oleracea ) e poaia-branca ( Richardia brasiliensis Gomez), pois causaram perdas médias na ordem de 42% e 23%, respectivamente.

A esse mesmo respeito, Fleck (1996) verificou que a interferência causada pela presença de Brachiaria plantaginea na soja atingiu reduções no rendimento de grãos de 18% a 82%, decorrentes da densidade da planta daninha de 70 a 780 plantas por m^2. Ocorreram perdas de 4,8% no rendi- mento de grãos de soja para cada incremento de 100 plantas por m^2. O ga-

nho de produtividade obtido pelo controle de Brachiaria plantaginea variou entre 675 a 3710 kg ha-1^ de grãos.

3. MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS NA

CULTURA DA SOJA

3.1 MANEJO PREVENTIVO

O manejo preventivo envolve a utilização de sementes puras e pro- gramas de redução de sementes de plantas daninhas na entressafra, por meio de práticas diversas e da rotação de culturas.

3.1.1 SEMENTES PURAS

O primeiro cuidado que se deve ter na implantação da cultura da soja é realizar a semeadura com sementes isentas de dissemínulos de espécies não desejadas. Ao se adquirir as sementes, é importante verificar se as mes- mas são certificadas e garantidas quanto a sua qualidade e sua pureza. Da mesma forma, se o próprio agricultor produz a sua semente, deve-se ter todos os cuidados na sua descontaminação, com uso de peneiras adequadas e ventilação (Deuber, 1997).

3.1.2 MANEJO NA ENTRESSAFRA

Este manejo preventivo pode ser realizado por meios mecânicos, químicos e culturais. Havendo cultura na entressafra, em sucessão, como o trigo ou o sorgo, o manejo desta cultura, qualquer que seja o método, já é um fator positivo de redução de sementes que germinam e vegetam o ano todo, como é o caso de picão-branco ( Galinsoga parviflora Cav.) ou falsa-

Figura 1 – Diferença na densidade de infestação em dois sistemas de mane- jo das plantas daninhas com e sem frutificação (Fonte: Skóra Neto, 1993).

suficiente, recomendam-se herbicidas sistêmicos, capazes de translocar seu ingrediente ativo na planta (Gassen & Gassen, 1996)

Essas operações de manejo são a base do sucesso do sistema de se- meadura direta que, se for bem realizada, vai proporcionar um melhor con- trole em pós-emergência, evitando que algumas plantas daninhas, como a guanxuma ( Sid a spp.), a trapoeraba ( Commelina benghalensis L.), a erva- quente (S permacoce latifolia Aubl.) e a poaia-branca ( Richardia brasilien- sis ) venham causar problemas futuros, comprometendo toda a estratégia de controle de plantas daninhas no sistema de semeadura direta (Buzatti, 1999).

No caso da semeadura convencional, os restos vegetais devem ser do menor porte possível e estar bem desintegrados. Com isso, o processo de

sem frutificação com frutificação

plantas/m

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infestação inicial após 4 anos

decomposição da massa vegetal se fará mais rapidamente, com mais facili- dade e menor dispêndio de energia pela incorporação ao solo com o proces- so de aração e gradagem. Essas operações visam também à eliminação de sementeiras de plantas daninhas.

3.1.3 ROTAÇÃO E SUCESSÃO DE CULTURAS

Com um programa de rotação e sucessão de culturas, é possível alte- rar o ambiente comparativamente a um processo de monocultura. A rotação de culturas também permite a rotação de herbicidas, e com a sucessão de culturas, tem-se a possibilidade de manter a área ocupada pela espécie dese- jada, não permitindo a infestação por espécies daninhas (Gazziero, 1998).

Associar a rotação de culturas com o sistema de semeadura direta tem sido a prática mais eficaz do ponto de vista do manejo de plantas dani- nhas. O não-revolvimento do solo mantém muitas sementes no perfil a pro- fundidades nas quais não germinam. A palha ou restos culturais proporcio- nam a cobertura da superfície, evitando a germinação de diversas espécies que aí se localizam, além de proteger o solo (Deuber, 1997).

Estudo conduzido por Ruedell (1995) durante nove anos em áreas de rotação de culturas, utilizando a proporção de 1/3 de milho e 2/3 de soja, mostrou redução na densidade de dicotiledôneas e aumento na densidade de gramíneas na cultura da soja. Isso significa que em áreas infestadas de gra- míneas, quando cultivadas com milho, o controle das mesmas é suficiente para evitar perdas no rendimento de grãos da cultura, porém não impede sua infestação tardia, deixando a cultura no "mato". Esse fato levou a um au- mento da densidade de gramíneas na cultura da soja no verão seguinte (Fi- gura 2).

Por outro lado, a presença de capim-marmelada ( Brachiaria plan- taginea ) após a cultura do milho, além de proporcionar uma boa cobertura de solo, pode ser aproveitada como pastagem para bovinos.

3.2 MANEJO CULTURAL

O manejo cultural se faz por meio da escolha de cultivares, do manejo populacional e de práticas fitotécnicas, especialmente aquelas rela- cionadas com a fertilidade do solo.

3.2.1 ESCOLHA DE CULTIVARES

A escolha correta de cultivares é, na realidade, o primeiro passo no estabelecimento de uma cultura. E, no caso da soja, há um grande núme- ro de cultivares adaptadas para as diferentes regiões do Brasil.

3.2.2 MANEJO POPULACIONAL

Este tipo de manejo cultural consiste no arranjo espacial das plantas da cultura, em função do porte da cultivar utilizado, e também por meio de mudanças no número de plantas por área, podendo-se alterar tanto o espa- çamento entre as linhas quanto o número de plantas por linha. Com isso, planeja-se a ocupação ideal do solo, buscando-se o potencial produtivo da cultivar e reduzindo-se o espaço disponível a outras plantas não desejáveis. Para cada condição de solo e clima, existem hoje cultivares adaptadas e que devem ser escolhidas com bastante critério.

Brizuela (1994), trabalhando com as cultivares de soja IAC-5 e IAC- 8, nos espaçamentos de 34 cm e de 51 cm, nas condições de Capitan Miran- da (Paraguai) e de Jaboticabal, SP (Brasil), não verificou diferença estatisti-

camente significativa entre os espaçamentos utilizados, quanto à produção de grãos, porém houve melhor controle das plantas daninhas no menor es- paçamento.

Em trabalho similar, Braz (1996) observou que para Bidens pilosa , Alternanthera tenella e Mimosa invisa , ocorreram reduções populacionais de 39,1%, 58,7% e 79,3%, respectivamente, com apenas a redução do espa- çamento de 51 para 34 cm, em função do maior sombreamento proporcio- nado pela cultura da soja. Salientou o autor que nos espaçamentos normal- mente indicados para a semeadura da soja, a penetração de luz na entrelinha é relativamente grande até os dois primeiros meses.

3.2.3 PRÁTICAS FITOTÉCNICAS

A correção do solo, neutralizando o teor de alumínio e elevando o pH, favorece a cultura e pode desfavorecer determinadas espécies daninhas adaptadas a condições de acidez e elevados teores de Al. A adubação que é feita acompanhando a linha de semeadura já é prática rotineira, é também favorece a soja, não ficando o fertilizante tão próximo às plantas daninhas das entrelinhas.

3.3 MANEJO MECANIZADO

Após a instalação da cultura, o manejo das plantas daninhas pode ser feito com o uso de cultivadores, no entanto, o uso desses implementos é viável economicamente, desde que haja adequado dimensionamento entre a área, a cultivar, o tamanho e o rendimento dos equipamentos utilizados (Deuber, 1997).

Para a cultura da soja, já existe a possibilidade de controle de algu- mas espécies, como o leiteiro ( Euphorbia heterophylla ), com o uso de mi- coherbicidas pelo fungo Helminthosporium sp., já tendo sido alcançado ní- vel superior a 60% de controle com o uso desse fungo (Deuber, 1997).

3.5 MANEJO QUÍMICO

O manejo químico é o mais utilizado na cultura da soja. As aplica- ções de herbicidas podem ser feitas antes da semeadura, com a incorpora- ção ao solo (PSI) somente no sistema convencional de semeadura; após a semeadura, mas antes da emergência das plantas daninhas (PRÉ) e, após a emergência das plantas daninhas e da cultura (PÓS).

3.5.1 APLICAÇÃO DE HERBICIDAS EM PSI

Alguns herbicidas necessitam ser incorporados ao solo em conse- qüência de sua sensibilidade à radiação ultravioleta, como é o caso daqueles que pertencem ao grupo das dinitroanilinas. Quando a aplicação é feita antes ou durante as horas de maior insolação, a incorporação deve ser realizada o mais breve possível. Se for realizada à tardinha ou no início da noite, pode- se aguardar até a manhã do dia seguinte para realizar a incorporação (Deu- ber, 1997).

A incorporação ideal para os herbicidas do grupo das dinitroanilinas deve atingir, no mínimo, cinco centímetros e, no máximo, dez centímetros de profundidade. Assim, o produto fica bem protegido da radiação solar e não se dilui demais na camada do solo, tornando-se eficiente no controle de maior espectro de plantas daninhas. Essas operações podem ser feitas com

antecipação de 15 a 20 dias, em condições de seca, esperando-se por uma chuva para realizar a semeadura.

São poucos os herbicidas de PSI indicados para a cultura da soja disponíveis atualmente. Na Tabela 1, estão listados os herbicidas aplicados em PSI e PRÉ registrados para a cultura da soja.

Como o metribuzin é eficiente no controle de dicotiledôneas, pode ser misturado com o trifluralin ou pendimethalin, no sentido de ampliar o espectro de controle das plantas daninhas, sendo ideal, nesse caso, a incor- poração a uma profundidade de 5 a 6 cm.

3.5.2 APLICAÇÃO DE HERBICIDAS EM PRÉ

 3.5.2.1 PRÉ-EMERGENTES APLICADOS EM MISTURA COM DESSE- CANTES NO SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA

Esta operação é realizada quando, por ocasião da aplicação do des- secante, é necessário o controle de plantas daninhas que germinarem após a dessecação da cobertura.

Para a realização dessa operação, deve-se observar o tipo de herbici- da pré-emergente a ser utilizado (solubilidade, retenção pela palha, etc.) e também a porcentagem de cobertura verde sobre o solo. Na maioria dos casos, não é recomendado utilizar dessecante junto com o herbicida residual quando a cobertura verde ocupar mais de 30% da superfície do solo. Por- centagens maiores podem comprometer a eficácia do herbicida residual por causa da retenção pela cobertura verde (Buzatti, 1999).

FIGURA 4 – Porcentagem de controle de Bidens pilosa e Sida rhombi- folia , quando o flumetsulam é aplicado em mistura em tanque com her- bicidas dessecantes e em aplicação seqüencial (Fonte: Marochi, 1994).

 3.5.2.2 PRÉ-EMERGENTES APLICADOS APÓS A DESSECAÇÃO OU

PREPARO DO SOLO

Esta operação é realizada após o manejo ou preparo do solo e após a implantação da cultura, na semeadura ou logo após a semeadura, entretanto, antes da emergência da cultura e da planta daninha.

No sistema de semeadura direta, a origem e a quantidade da cobertu- ra morta sobre a superfície do solo podem comprometer a capacidade de um herbicida residual atingir o solo em virtude da retenção do produto pela pa- lha, não permitindo o contato do produto com o solo (Rodrigues, 1993; Bu- zatti, 1999).

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Bidens pilosa Sida rhombifolia

Dependendo das características físico-químicas dos produtos, a pa- lha terá uma maior ou menor influência na sua eficácia. Alguns autores ci- tam que a solubilidade em água é a principal característica, a qual confere maior ou menor capacidade de um herbicida em atingir o solo no sistema de semeadura direta. Outras características, no entanto, podem exercer essa influência, como a pressão de vapor e o coeficiente de partição octanol-água (Kow).

O Kow refere-se à medida da intensidade da afinidade da molécula pela fase polar (representada pela água) e apolar (representada pelo octa- nol). Por ser uma medida da lipofilicidade da molécula, está sendo utilizada como medida da interação entre herbicidas e material orgânico (Oliveira et al., 2001)

Pode-se observar, na Tabela 2, a solubilidade, a pressão de vapor e o Kow de alguns herbicidas aplicados em PSI e PRÉ.

Buzatti & Santos (1999) observaram que os herbicidas diclosulam e flumetsulam proporcionaram controle das espécies Amaranthus sp., Sida sp. e Bidens pilosa , independente da presença ou não da palha de aveia–preta na superfície do solo. Em outro trabalho, a aplicação do flumetsulam resul- tou em controle superior a 95% para Bidens pilosa , Euphorbia heterophylla e Sida rhombifolia , independente da quantidade de palha de aveia–preta (3865 e 7314 kg ha -1^ ) e das doses de 120 ou 240 g ha -1^ do herbicida (Maro- chi et al., 1995).

Outros fatores que exercem influência na retenção dos herbicidas pe- la palha são a quantidade e a época das chuvas que ocorrem após a aplica- ção (Rodrigues, 1993).