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Manual de Adubação e Calagem - RS e SC, Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Recomendação de adubação e Calagem para RS e SC

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2012
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Compartilhado em 05/05/2012

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PARA OS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL E DE SANTA CATARINA

MANUAL DE ADUBAÇÃO

E DE CALAGEM

Sociedade Brasileira de Ciência do Solo - Núcleo Regional Sul

Comissão de Química e Fertilidade do Solo - RS/SC

Porto Alegre - 2004

MANUAL DE ADUBAÇÃO

E DE CALAGEM

PARA OS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL E DE SANTA CATARINA

ã dos editores 10ª edição: 2004 Tiragem: 2000 exemplares Direitos reservados desta edição: Núcleo Regional Sul - Sociedade Brasileira de Ciência do Solo Segunda reimpressão

Capa: Gabriel H. Lovato Fotos: Abóboras: Deon Staffelbach; Maçã: Sabine Simon; Milho: Luís Rock; Soja: Luiz Eichelberger; Trigo: Karsten W. Rohrbach Gravuras: Flávio A. de Oliveira Camargo Diagramação: Alessandra Gianello Revisão de Texto: Norma T. Zanchett Montagem: Clesio Gianello Revisão final: Os editores Revisão de provas: Comissão de Química e Fertilidade do Solo - NRS Fotolitos e impressão: Evangraf LTDA

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra por qualquer meio sem a autorização prévia do NRS-RS/SC - SBCS. Eventuais citações de produtos ou marcas comerciais têm o propósito de tão-somente orientar o leitor, mas não significam endosso aos produtos.

S678m Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Comissão de Química e Fertilidade do Solo

Manual de adubação e de calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina / Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Comissão de Química e Fertilidade do Solo. - 10. ed.

  • Porto Alegre, 2004.

400 p. : il.

  1. Solo : Adubação : Calagem : Fertilidade : Rio Grande do Sul : Santa Catarina. I. Título.

CDD: 631.

CATALOGAÇÃO INTERNACIONAL NA PUBLICAÇÃO

Catalogação na publicação: Vanesa Colares Maciel Bibliotecária CRB10/

  • APRESENTAÇÃO
  • AGRADECIMENTOS
  • INTRODUÇÃO
    • Evolução das recomendações de adubação e de calagem
    • Histórico dos projetos de manejo do solo
    • A ROLAS no contexto das recomendações de adubação e de calagem
    • Necessidade de revisão das recomendações de adubação e de calagem
  • O SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO E DE CALAGEM
    • Etapas do sistema
    • Aptidão agrícola das terras e o manejo do solo e das culturas
  • AMOSTRAGEM DE SOLO E DE TECIDO VEGETA L
    • Amostra representativa
    • Variabilidade do solo e número de subamostras
    • Época de amostragem
    • Amostradores de solo
    • Procedimento de coleta de amostras de solo
      • Subdivisão da propriedade em glebas homogêneas
      • Amostragem nos sistemas de preparo convencional e cultivo mínimo
      • Amostragem no sistema plantio direto
    • Amostragem do solo para agricultura de precisão
      • Procedimento de coleta de amostras de solo
    • Formulário de identificação.
    • Manuseio e armazenagem de amostras de solo
    • Amostragem de tecido vegetal
  • ORGÂNICOS E RESÍDUOS MÉTODOS DE ANÁLISE DE SOLO, PLANTAS, MATERIAIS
    • Análises de solo
      • Diagnóstico da fertilidade do solo (análise básica).
      • Diagnóstico da disponibilidade de enxofre e de micronutrientes
    • Análise de tecido de plantas
    • Análise de materiais orgânicos e de resíduos diversos
    • Controle de qualidade das análises
  • NUTRICIONAL DE PLANTAS DIAGNÓSTICO DA FERTILIDADE DO SOLO E DO ESTADO
    • Interpretação dos indicadores de acidez do solo
    • de troca de cátions Interpretação dos teores de argila e de matéria orgânica e da capacidade
    • Interpretação dos teores de fósforo e de potássio
      • Fósforo
      • Potássio.
    • Interpretação dos teores de cálcio, de magnésio e de enxofre
    • Interpretação dos teores de micronutrientes
    • Interpretação dos resultados de análises foliares
  • CALAGEM
    • Critérios para a recomendação de calagem
      • Critério do pH de referência
      • Critério da saturação por bases
    • Grãos
      • Sistema convencional
      • Sistema plantio direto
    • Arroz irrigado por inundação
    • Forrageiras
    • Hortaliças, tubérculos e raízes
    • Frutíferas e essências florestais
    • Qualidade do calcário
    • Aplicação dos corretivos da acidez do solo
      • Época de aplicação.
      • Distribuição
      • Calagem na linha de semeadura.
      • Deposição de calcário na lavoura
    • Efeito residual da calagem
    • Utilização dos indicadores da necessidade de calagem
  • RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO
    • Expectativa de rendimento das culturas
    • Representação gráfica do sistema de adubação
    • Conceito de adubação de manutenção (valor M)
    • Conceito de adubação de reposição (valor R)
    • Adubação de correção total
    • Adubação corretiva gradual
    • Adubação nitrogenada
    • Exemplo de utilização das tabelas de adubação
      • Interpretação de valores de pH do solo e necessidade de calagem
      • Interpretação dos teores de P e de K no solo
    • Alternativas para as recomendações de fósforo e de potássio
      • Estabelecimento do sistema plantio direto
      • Valores muito altos na análise
      • Fosfatos naturais
      • Relação entre preço de fertilizante e de produto
    • Manejo da adubação na propriedade
    • Adubação com micronutrientes
  • CORRETIVOS E FERTILIZANTES MINERAIS
    • Corretivos da acidez do solo
      • Teor e tipo de neutralizantes
      • Tamanho de partículas
      • Eficiência do corretivo (PRNT).
      • Legislação.
      • Uso de gesso agrícola
      • Outros aspectos referentes a corretivos de solo
    • Fertilizantes minerais
      • Fertilizantes nitrogenados
      • Fertilizantes fosfatados
      • Fertilizantes potássicos
      • Fórmulas NPK
      • Macronutrientes secundários e micronutrientes.
      • Fertilizantes foliares
  • ADUBAÇÃO ORGÂNICA
    • Concentração de nutrientes em adubos orgânicos.
    • Índices de eficiência dos nutrientes
    • Cálculo das quantidades de nutrientes a aplicar
    • Adubação orgânica e mineral
    • Fertilizantes organo-minerais
    • Manejo dos adubos orgânicos
    • Resíduos orgânicos e qualidade ambiental
    • Adubação orgânica e agricultura orgânica
  • GRÃOS
    • Amendoim.
    • Arroz de sequeiro
    • Arroz irrigado
    • Aveia branca.
    • Aveia preta
    • Canola
    • Centeio
    • Cevada
    • Ervilha seca e ervilha forrageira
    • Ervilhaca
    • Feijão
    • Girassol
    • Linho
    • Milho
    • Milho pipoca
    • Nabo forrageiro
    • Painço
    • Soja.
    • Sorgo
    • Tremoço
    • Trigo
    • Triticale
    • Cultivos consorciados.
  • FORRAGEIRAS
    • Gramíneas de estação fria.
    • Gramíneas de estação quente
    • Capim elefante.
    • Leguminosas de estação fria
    • Leguminosas de estação quente
    • Alfafa
    • Consorciações de gramíneas e de leguminosas de estação fria
    • Consorciações de gramíneas e de leguminosas de estação quente
    • Pastagens naturais (nativas ou naturalizadas)
    • Pastagens naturais com introdução de gramíneas e leguminosas
    • Milho e sorgo para silagem
  • HORTALIÇAS
    • Abóbora e moranga
    • Alcachofra
    • Alface, chicória, almeirão e rúcula
    • Alho
    • Aspargo
    • Beterraba e cenoura
    • Brócolo e couve-flor
    • Cebola
    • Ervilha
    • Melancia e melão.
    • Pepino
    • Pimentão
    • Rabanete
    • Repolho
    • Tomateiro
  • TUBÉRCULOS E RAÍZES
    • Batata-doce
    • Batata.
    • Mandioca
  • FRUTÍFERAS
    • Abacateiro.
    • Abacaxizeiro
    • Ameixeira
    • Amoreira-preta
    • Bananeira
    • Caquizeiro
    • Citros
    • Figueira
    • Macieira
    • Maracujazeiro
    • Mirtilo
    • Morangueiro
    • Nogueira pecã
    • Pereira
    • Pessegueiro e nectarineira
    • Quivizeiro
    • Videira
  • ESSÊNCIAS FLORESTAIS
    • Acácia-negra
    • Araucária
    • Bracatinga.
    • Erva-mate
    • Eucalipto
    • Pinus
  • PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES
    • Alfavaca
    • Calêndula
    • Camomila
    • Capim-limão, citronela-de-java e palma-rosa
    • Cardamomo
    • Carqueja
    • Chá
    • Coentro e salsa
    • Curcuma
    • Erva-doce
    • Estévia
    • Hortelãs
    • Gengibre
    • Piretro
    • Urucum
    • Vetiver
  • PLANTAS ORNAMENTAIS
    • Crisântemo de corte
    • Roseira de corte
  • OUTRAS CULTURAS COMERCIAIS
    • Cana-de-açúcar
    • Fumo
  • SISTEMAS ESPECIAIS DE PRODUÇÃO
    • Cultivos protegidos e hidroponia
      • Disponibilidade de água e instalações.
      • Manejo da cultura.
      • Solução nutritiva
      • Cuidados a observar no cultivo hidropônico
    • Cultivos em substratos
      • Escolha do substrato
      • Volume de substrato a utilizar
      • Instalação da cultura em substrato
      • Fertirrigação da cultura em substrato
      • Monitoramento da nutrição mineral
      • Reutilização do substrato

BIBLIOGRAFIA.............................. 331

ANEXO 1. APTIDÃO DE USO DAS TERRAS E SUA UTILIZAÇÃO

NO PLANEJAMENTO AGRÍCOLA.................. 339

ANEXO 2. ASPECTOS REFERENTES À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE

FERTILIZANTES E DE CORRETIVOS................ 367

ANEXO 3. RELAÇÃO DE CULTURAS ABORDADAS NESTE MANUAL....... 379

ANEXO 4. INSTITUIÇÕES E ENTIDADES QUE PARTICIPARAM NESTA EDIÇÃO. 383

ANEXO 5. LABORATÓRIOS PARTICIPANTES DA REDE ROLAS......... 385

ANEXO 6. RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES NA ELABORAÇÃO DAS

RECOMENDAÇÕES DA PRESENTE EDIÇÃO............. 387

ANEXO 7. FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DA AMOSTRA DE SOLO..... 389

ÍNDICE.................................. 391

Manual de Adubação e de Calagem ...

Manual de Adubação e de Calagem ...

AGRADECIMENTOS

A Comissão de Química e Fertilidade do Solo agradece a todos os profissionais

com atividades em pesquisa, ensino, assistência técnica, extensão rural e aos do setor

privado, pela colaboração na elaboração deste Manual. A efetiva participação de todos

demonstra o elevado espírito de cooperação e integração existente entre os profissio-

nais da área.

As seguintes instituições participaram efetivamente do processo de elaboração

do presente Manual:

  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA: Centro Nacional de Pesquisa de Trigo (Embrapa Trigo), Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (Embrapa Clima Temperado), Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho (Embrapa Uva e Vinho), Centro Nacional de Pesquisa de Florestas (Embrapa Florestas) e Centro de Pesquisa de Pecuária dos Campos Sulbrasileiros (Embrapa Pecuária Sul);
  • Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER, RS;
  • Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. - EPAGRI;
  • Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa da FECOTRIGO - FUNDACEP;
  • Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária - FEPAGRO, RS;
  • Instituto Rio Grandense do Arroz - IRGA: Estação Experimental do Arroz;
  • Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ: Faculdade de Agronomia;
  • Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC: Centro Agro-Veterinário - Departa- mento de Solos;
  • Universidade Federal de Pelotas - UFPEL: Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - Departa- mento de Solos;
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS: Faculdade de Agronomia - Departa- mentos de Solos, de Horticultura e Silvicultura e de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia;
  • Universidade Federal de Santa Maria - UFSM: Centro de Ciências Rurais - Departamentos de Solos, de Fitotecnia e de Ciências Florestais;
  • Universidade de Passo Fundo - UPF: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária;
  • Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul - SIARGS;
  • Sindicato da Indústria e da Extração de Mármore, Calcário e Pedreiras do Estado do Rio Grande do Sul - SINDICALC.

Comissão de Química e Fertilidade do Solo Núcleo Regional Sul – RS/SC Sociedade Brasileira de Ciência do Solo

INTRODUÇÃO

As recomendações de adubação e de calagem adotadas nos Estados do Rio

Grande do Sul e de Santa Catarina são embasadas na análise de solo e/ou de tecido

vegetal. A utilização da análise de solo na região se difundiu a partir da década de 60,

tendo sido importante, à época, o Programa Nacional de Análises de Solos do Ministé-

rio da Agricultura e a consolidação de uma equipe de pesquisadores em fertilidade de

solo das seguintes instituições: Departamento de Solos da UFRGS, Instituto de Pesqui-

sas Agropecuárias do Sul (IPEAS - sucedido pela Embrapa), Secretaria da Agricul-

tura-RS, Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Universidade Federal de Santa

Maria (UFSM), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e Associação Sulina de Crédito

e Assistência Rural (ASCAR-EMATER). Como resultado dessa integração, foram elabo-

radas as primeiras tabelas regionais de adubação para o Estado do RS.

1.1 - EVOLUÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DE ADUBAÇÃO E DE

CALAGEM

A primeira proposição de recomendação de adubação no Estado do Rio Grande

do Sul, com base na análise de solo, foi feita por Mohr (1950). Esse autor dividiu o

Estado do Rio Grande do Sul em quatro regiões fisiográficas e estabeleceu valores de

referência para as análises de solo em cada uma delas, sendo:

  1. planalto norte (solos formados sobre basalto);

  2. região sedimentar central (solos formados sobre arenito Botucatu);

  3. escudo sul-rio-grandense (solos formados sobre rochas graníticas); e,

  4. região da planície costeira (solos formados sobre areias e sedimentos recentes).

Capítulo 1

Os valores determinados nas análises químicas eram comparados com os valo-

res de referência estabelecidos (teor crítico ou nível de suficiência) para cada região,

sendo, então, fornecida uma recomendação descritiva para cada grupo de solos.

No final da década de 60 e início da década de 70, ocorreram grandes modifi-

cações na agricultura bem como no uso das recomendações de adubação e de cala-

gem, principalmente com a execução da "Operação Tatu" (Associação..., 1967, 1968;

Ludwick, 1968; Volkweiss & Klamt, 1969, 1971) realizada primeiramente no Estado do

Rio Grande do Sul e depois em Santa Catarina (SC), onde o projeto foi denominado

"Operação Fertilidade" (Pundek, 2000). Nesse período ocorreram importantes avanços

no sistema de adubação, tendo sido elaboradas a segunda (UFRGS, 1968) e a terceira

(Mielniczuk et al., 1969a,b) tabelas de recomendações. O sistema era constituído pela

adubação corretiva (para elevar os teores de P e de K ao teor crítico na primeira cul-

tura) e pela adubação de manutenção por cultura, visando manter os teores de P e de

K atingidos na adubação corretiva. Esse modelo de correção da fertilidade do solo era

baseado no conceito de "adubar o solo".

A recomendação de calagem era para elevar o pH do solo ao nível desejado em

uma única aplicação, inicialmente para pH 6,5 e, a partir de 1973, para pH 6,

(Reunião..., 1973), conforme o índice SMP (Murdock et al., 1969).

Outro aspecto importante desse período foi a criação da ROLAS (Rede Oficial

de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido Vegetal dos Estados do Rio Grande do

Sul e de Santa Catarina), em 1968, tendo sido esta a responsável pela revisão e pelos

aperfeiçoamentos nas recomendações até a versão de 1981 (ROLAS, 1981).

Na década de 70 ocorreu a adesão do Estado de Santa Catarina à ROLAS

(Tedesco et al., 1994) e o início do programa de controle de qualidade das análises

laboratoriais, ambos em 1972 e a elaboração da quarta (UFRGS, 1973) e da quinta

(UFRGS, 1976) tabelas de recomendação. Ainda devem ser citadas as tabelas elabora-

das isoladamente por Patella (1972), pois elas apresentavam, até certo ponto, analo-

gia com o sistema proposto em 1987 (Siqueira et al., 1987).

Na década de 80 foram elaboradas três atualizações nas tabelas. A sexta

versão (ROLAS, 1981) introduziu algumas modificações para várias culturas, tendo

sido a última versão elaborada pela ROLAS. Nas versões seguintes, a Comissão de Fer-

tilidade do Solo – RS/SC, do recém-criado Núcleo Regional Sul (NRS) da Sociedade

Brasileira de Ciência do Solo, assumiu essa incumbência. A versão adotada em 1987

(Siqueira et al., 1987) modificou a filosofia de recomendação, passando de um sistema

de adubação corretiva e de manutenção para um sistema misto (correção e reposição,

ou restituição), no qual o objetivo era atingir os níveis de suficiência de P e de K

Manual de Adubação e de Calagem …

executado a partir de 1969 e com duração prevista até 1975. Os trabalhos de campo

foram executados no município de Nova Veneza, região sul do Estado, em 1969, com a

instalação de 16 lavouras demonstrativas com a cultura do milho, seguindo as normas

técnicas preconizadas pelo "Plano", entre elas, adubação corretiva e de manutenção e

calagem pelo índice SMP para atingir pH 6,0. Nessas lavouras foram aplicadas, em

média, 8,1 t/ha de calcário. O rendimento médio dessas lavouras foi de 5.040 kg/ha.

Nos anos seguintes, o "Plano" se expandiu para todo Estado, e o consumo do calcário

atingiu aproximadamente 50 mil toneladas em 1970 e 300 mil toneladas em 1980

(Pundek, 2000). Os trabalhos de campo, a partir da safra de 1970/1971, foram execu-

tados pela Secretaria da Agricultura daquele estado e pela ACARESC.

A Operação Tatu manteve ações intensas até 1974 (Klamt & Santos, 1974),

estendendo-se, pelo menos, até 1976 (Volkweiss & Ludwick, 1976; Mielniczuk &

Anghinoni, 1976). Ela foi importante porque introduziu o princípio da calagem total, ou

seja, a aplicação, em uma só vez, da quantidade de calcário necessária para corrigir a

acidez do solo ao nível desejado (Volkweiss & Klamt, 1969). Uma avaliação dos efeitos

da Operação Tatu foi feita por Mielniczuk & Anghinoni (1976), em 20 lavouras, nos

municípios de Santa Rosa, de Tapera e de Espumoso (RS). Após um período de 5 a 7

anos da primeira aplicação de calcário, o pH médio passou de 4,8 para 5,6 e a necessi-

dade de calcário de 6,9 para 2,2 t/ha, o que correspondia a um efeito residual da pri-

meira calagem de 50%. Os teores de fósforo e de potássio estavam adequados, e os

produtores haviam corrigido o solo no restante de suas propriedades, obtendo altos

rendimentos dos cultivos; demonstravam também entusiasmo pela utilização de práti-

cas de melhoria da fertilidade e conservação do solo.

Na década de 80 e em seqüência à Operação Tatu, foi iniciado no RS o Projeto

Integrado de Uso e Conservação do Solo (PIUCS) visando a redução da intensidade de

preparo e de aumento da cobertura vegetal do solo. O projeto foi executado entre

1979 e 1985 (Mielniczuk et al., 2000). Esse trabalho contribuiu para o início de uma

agricultura com enfoque conservacionista em grande escala no Estado do RS, ado-

tando-se as práticas de eliminação da queima da resteva, a utilização de culturas de

cobertura, a redução do preparo do solo e o plantio direto. No Estado de Santa Cata-

rina o trabalho de manejo do solo foi centralizado em microbacias hidrográficas, que

também foi feito no Estado do RS pela EMATER.

Entre 1994 e 1998, a Embrapa Trigo conduziu o Projeto METAS, de pesquisa e

de difusão do sistema plantio direto no RS, com a participação da EMATER-RS e de

empresas privadas e de assistência técnica (Denardin & Kochhann, 1999). Nesse

período, observou-se rápida adoção do sistema plantio direto, sendo a área atual

nesse sistema de aproximadamente 3,8 milhões de hectares no RS e de 800 mil hecta-

res em SC (Wiethölter, 2002b).

Manual de Adubação e de Calagem …

Dessa forma, podem ser destacados três modelos ou "filosofias" de recomen-

dação de adubação: 1) um sistema simples de análise de solo e interpretação agronô-

mica (Mohr, 1950); 2) um sistema integrado de análise de solo, com recomendações

de calagem, adubação corretiva e de manutenção e um sistema intensivo de produção

agrícola (Mielniczuk et al., 1969a); e, 3) um sistema de adubação para uma sucessão

de três culturas e as primeiras recomendações para o sistema plantio direto (Siqueira

et al., 1987; CFS-RS/SC, 1989; 1995). De forma análoga, existiram três programas de

manejo do solo: 1) a Operação Tatu (décadas de 60 e 70), com a melhoria da quali-

dade química do solo e a utilização de melhores cultivares no Estado do RS, e a Opera-

ção Fertilidade no Estado de SC; 2) o PIUCS (década de 80), enfatizando a cobertura

vegetal do solo no inverno, o preparo reduzido do solo, a manutenção da palha e a

qualidade física do solo; e, 3) o METAS (década de 90), com ênfase no sistema plantio

direto em vários aspectos: adubação, calagem, semeadoras, controle de invasoras,

manejo da palha, etc.

Observa-se, a partir da exitosa experiência das últimas quatro décadas, que

novos programas interinstitucionais são necessários, visando o aperfeiçoamento e a

adoção do sistema plantio direto, com a otimização da combinação de fatores relacio-

nados à produtividade das culturas.

No Anexo 4, são listadas as entidades que participaram das edições anteriores

e da presente, deste Manual. No Anexo 5, é fornecida a relação dos laboratórios de

análises, seus endereços e os serviços prestados. No Anexo 6, é apresentada a relação

de pesquisadores que participaram da elaboração deste material.

1.3 - A ROLAS NO CONTEXTO DAS RECOMENDAÇÕES DE

ADUBAÇÃO E DE CALAGEM

A ROLAS (Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido Vegetal

dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina) é uma organização vinculada à

Seção de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, do Núcleo Regional Sul (NRS) da

Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. A rede é formada, atualmente, por 25 labora-

tórios (Anexo 5). Anualmente é feita uma reunião para analisar dados de pesquisa

sobre metodologias de análise de solo e de tecido bem como para deliberar sobre

assuntos relacionados à operacionalidade da rede. Entre os assuntos tratados inclui-se

também o sistema de controle de qualidade da análise básica e de micronutrientes.

Desde o ano de 2000, o controle é feito com a utilização da Internet. Amostras padro-

nizadas são analisadas por todos os laboratórios, utilizando-se parâmetros estatísticos

para caracterizar a exatidão analítica. Selos de qualidade são distribuídos anualmente

aos laboratórios que atingiram a exatidão mínima exigida, estabelecendo-se, assim,

Introdução