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Manual de anestesiologia clinica
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/
M294 Manual de anestesiologia clínica [recurso eletrônico] / Paul G. Barash ... [et al.] ; revisão técnica : Luciana Cadore Stefani, Patrícia Wajnberg Gamermann. – 7. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8271-106-
CDU 612.887(035)
Tradução: Carlos Henrique de Araújo Cosendey Paulo Henrique Machado
Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED EDITORA LTDA., uma empresa do GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana 90040-340 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora.
Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 – Pavilhão 5 – Cond. Espace Center Vila Anastácio – 05095-035 – São Paulo – SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-
SAC 0800 703-3444 – www.grupoa.com.br
IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL
Obra originalmente publicada sob o título Handbook of clinical anesthesia, 7th Edition ISBN 9781451176155
Copyright © 2013 Lippincott Williams & Wilkins, a Wolters Kluwer business. Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health did not participate in the translation of this title.
Published by arrangement with Lippincott Williams & Wilkins/Wolters Kluwer Health Inc. USA.
Gerente editorial: Letícia Bispo de Lima
Colaboraram nesta edição:
Preparação de originais e leitura final: Heloísa Stefan
Capa: Paola Manica
Editoração: Techbooks
NOTA A medicina é uma ciência em constante evolução. À medida que novas pesquisas e a pró- pria experiência clínica ampliam o nosso conhecimento, são necessárias modificações na terapêutica, em que também se insere o uso de medicamentos. Os autores desta obra consul- taram as fontes consideradas confiáveis, num esforço para oferecer informações completas e, geralmente, de acordo com os padrões aceitos à época da publicação. Entretanto, tendo em vista a possibilidade de falha humana ou de alterações nas ciências médicas, os leitores devem confirmar essas informações com outras fontes. Por exemplo, e em particular, os lei- tores são aconselhados a conferir a bula completa de qualquer medicamento que pretendam administrar, para se certificar de que a informação contida neste livro está correta e de que não houve alteração na dose recomendada nem nas precauções e contraindicações para o seu uso. Essa recomendação é particularmente importante em relação a medicamentos introdu- zidos recentemente no mercado farmacêutico ou raramente utilizados.
Paul G. Barash, md Professor Department of Anesthesiology School of Medicine Yale University School of Medicine Attending Anesthesiologist Yale-New Haven Hospital New Haven, Connecticut
Bruce F. Cullen, md Emeritus Professor Department of Anesthesiology School of Medicine University of Washington Seattle, Washington
Robert K. Stoelting, md Emeritus Professor and Past Chair Department of Anesthesia School of Medicine Indiana University Indianapolis, Indiana
Michael K. Cahalan, md Professor and Chair Department of Anesthesiology School of Medicine The University of Utah Salt Lake City, Utah
M. Christine Stock, md Professor and Chair Department of Anesthesiology Feinberg School of Medicine Northwestern University Chicago, Illinois
Rafael Ortega, md Professor Department of Anesthesiology School of Medicine Boston University Boston, Massachussetts
Agradecemos os esforços de todos os coautores da 7ª edição do livro que deu origem a este Manual, o Clinical anesthesia, também 7ª edição.
Aaron Sandler, MD, PhD Aarti Sharma, MD Adam D. Lichtman, MD Adam K. Jacob, MD Albert C. Perrino, Jr., MD Albert Dahan, MD Alex S. Evers, MD Amalia Cochran, MD Ana Fernandez-Bustamante, MD, PhD Andrew F. Stasic, MD Andrew J. Pittaway, FRCA Andrew Shaw, MB, FRCA, FCCM Anthony Cunningham, MD Armagan Dagal, MD, FRCA Arthur M. Lam, MD, FRCPC Asokumar Buvanendran, MD Ban C.H. Tsui, MSc, MD, FRCP(C) Barbara M. Scavone, MD Ben Julian Palanca, MD, PhD Benjamin Sherman, MD Brenda Bucklin, MD Bruce D. Spiess, MD, FAHA C. Michael Crowder, MD, PhD C. Richard Chapman, PhD Catherine Kuhn, MD Charles D. Nargozian, MD Charles W. Otto, MD, FCCM Christer H. Svensén, MD, PhD, DEAA, MSc Christopher M. Bernards, MD* Christopher W. Connor, MD, PhD Dalia Banks, MD, FASE David A. Lubarsky, MD, MBA David F. Stowe, MD, PhD Dhanesh K. Gupta, MD Donald S. Prough, MD
Douglas R. Bacon, MD, MA Edmond Cohen, MD Erik Olofsen, MSc Ferne R. Braveman, MD François Donati, MD, PhD, FRCPC Frank J. Overdyk, MSEE, MD G. Alec Rooke, MD, PhD Gerard Manecke, MD Gina C. Badescu, MD Girish P. Joshi, MBBS, MD, FFARCSI Glenn Ramsey, MD Harriet W. Hopf, MD Harry A. Seifert, MD, MSCE Honorio T. Benzon, MD Hugh M. Smith, MD J. Lance Lichtor, MD J. Sean Funston, MD J. Steven Hata, MD, FCCP, MSc James B. Eisenkraft, MD Jan Ehrenwerth, MD Jay S. Grider, DO, PhD Jeana E. Havidich, MD Jeffrey J. Schwartz, MD Jerrold H. Levy, MD, FAHA, FCCM Jerrold Lerman, MD, FRCPC, FANZCA John H. Eichhorn, MD John P. Kampine, MD, PhD Jonathan D. Katz, MD Joseph P. Mathew, MD Karen B. Domino, MD, MPH Karen J. Souter, MB, BS, MSc, FRCA Karen L. Posner, PhD Kathryn E. Glas, MD, MBA Kathryn E. McGoldrick, MD Katie Schenning, MD, MPH Kevin Friede, BA Kevin J. Gingrich, MD Kevin T. Riutort, MD, MS Larry Lindenbaum, MD
viii Coautores
Laurence M. Hausman, MD Lee A. Fleisher, MD Levon M. Capan, MD Loreta Grecu, MD Louanne M. Carabini, MD Lucy S. Hostetter, MD Lynne R. Ferrari, MD Marcelle E. Blessing, MD Marie Csete, MD, PhD Marieke Niesters, MD Mark Stafford-Smith, MD, CM, FRCPC Matthew R. Eng, MD Matthew R. Hallman, MD Meg A. Rosenblatt, MD Merriam Treggiari, MD Michael A. Fowler, MD, MBA Michael B. Dorrough, MD Michael J. Murray, MD, PhD, FCCM, FCCP Michael L. Ault, MD, FCCP, FCCM Michael P. Hutchens, MD, MA Michael S. Mazurek, MD Michelle Y. Braunfeld, MD Mihai V. Podgoreanu, MD Nathan Leon Pace, MD, MStat Nikolaos J. Skubas, MD, FASE Paul C. Tamul, DO Paul S. Pagel, MD, PhD Peter G. Moore, MD, PhD Randal O. Dull, MD, PhD Randolph H. Steadman, MD
Richard W. Rosenquist, MD Robert S. Holzman, MD Robert W. Hurley, MD, PhD Saint Adeogba, MD Sandra L. Kopp, MD Sanford M. Miller, MD Santhanam Suresh, MD Scott M. Fishman, MD Shamsuddin Akhtar, MD Simon C. Hillier, MB, ChB Spencer S. Liu, MD Stanley H. Rosenbaum, MA, MD Stephen F. Dierdorf, MD Stephen J. Thomas, MD Stephen M. Macres, PharmD, MD Steven C. Hall, MD Steven Deem, MD Steven I. Gayer, MD, MBA Steven M. Neustein, MD Tara M. Hata, MD Terese T. Horlocker, MD Terry Smith, PhD Thomas J. Ebert, MD, PhD Thomas K. Henthorn, MD Timothy E. Miller, MBChB, FRCA Timothy R. Deer, MD Todd J. Smaka, MD Tong J. Gan, MD Wanda M. Popescu, MD Wariya Sukhupragarn, MD William H. Rosenblatt, MD Yi Lin, MD, PhD
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1 História da Anestesia 1
2 Particularidades da Especialidade 7
3 Saúde Ocupacional 15
4 Risco Anestésico, Melhorias na Qualidade e na Responsabilidade 29
5 Mecanismos da Anestesia e da Consciência 39
6 Base Genômica da Medicina Perioperatória 50
7 Princípios Básicos da Farmacologia Clínica 65
8 Segurança Elétrica e Contra Incêndios 80
9 Delineamento Experimental e Estatística 94
10 Anatomia e Fisiologia do Coração 99
11 Função Respiratória e Anestesia 112
12 A Resposta Alérgica 129
13 Inflamação, Cicatrização das Feridas e Infecção 139
14 Fisiologia dos Líquidos, dos Eletrólitos e do Equilíbrio Acidobásico 154
15 Sistema Nervoso Autônomo: Fisiologia e Farmacologia 179
16 Hemostasia e Medicina Transfusional 204
SEÇÃO VII ANESTESIA PARA SUBESPECIALIDADES
53 Atendimento Emergencial em Calamidades Públicas
xiv Sumário
54 Recuperação Pós-Anestésica 903
55 Medicina Intensiva 918
56 Tratamento da Dor Aguda 942
57 Tratamento da Dor Crônica 964
58 Reanimação Cardiopulmonar 982
A Fórmulas 1005
B Atlas Eletrocardiográfico 1009
C Protocolos para Marca-Passos e Desfibriladores Cardíacos Implantáveis 1041
D Protocolos de Ressuscitação da American Heart Association (AHA) 1057
E Normas, Orientações e Parâmetros Práticos da American Society of Anesthesiologists 1078
F Algoritmos de Abordagem da Via Aérea e da Via Aérea Difícil 1095
G Protocolo de Atendimento à Hipertermia Maligna 1097
H Medicamentos Fitoterápicos 1100
Índice 1109
2 Barash, Cullen, Stoelting, Cahalan, Stock, Ortega
ceu no Bullfinch Amphitheater do Massachusetts General Hospital, em 16 de outubro de 1846, tornou-se inesquecível pela declaração do cirurgião à sua audiência, no final do procedimento: “Senhores, isto não é charlatanice”. D. Clorofórmio e Obstetrícia
1. James Young Simpson, obstetra bem-sucedido de Edimburgo, Es- cócia, foi um dos pioneiros no uso do éter para aliviar a dor em obstetrícia. A insatisfação com o uso do éter foi um grande incen- tivo para a utilização de clorofórmio. 2. A aprovação da rainha Vitória à anestesia obstétrica resultou na aceitação do uso da anestesia nos trabalhos de parto. 3. John Snow interessou-se pela prática anestésica imediatamente após a divulgação das notícias da anestesia com éter na Inglaterra em dezembro de 1846. Snow desenvolveu uma máscara que se as- semelhava às máscaras faciais modernas e, além disso, introduziu um inalador de clorofórmio.
II. PRINCÍPIOS ANESTÉSICOS, EQUIPAMENTOS E NORMAS
A. Controle das Vias Aéreas
1. O controle definitivo das vias aéreas, habilidade considerada im- prescindível pelos anestesiologistas, foi desenvolvido somente depois que muitos episódios dolorosos e apneicos incentivaram o desenvolvimento de técnicas mais seguras de tratamento. 2. Joseph Clover, um cidadão inglês, foi o primeiro indivíduo a reco- mendar a prática de tracionar a mandíbula para evitar obstrução das vias aéreas pela língua. B. Intubação Traqueal 1. O desenvolvimento de técnicas e instrumentos para intubação está entre os avanços mais importantes registrados na história da anes- tesiologia. 2. Joseph O’Dwyer, um cirurgião norte-americano, desenhou vários tubos laríngeos metálicos, que eram inseridos às cegas, entre as cordas vocais de crianças com crises diftéricas. 3. Em 1895, em Berlim, Alfred Kirstein projetou o primeiro laringos- cópio com visão direta.
TABELA 1.1 Os primeiros analgésicos e soporíferos Mandrágora (esponja soporífera) Álcool Éter dietílico (conhecido no século XVI e, possivelmente, desde o século VIII) Óxido nitroso (preparado por Joseph Priestly em 1773)
Manual de Anestesiologia Clínica 3
Introdução à Anestesiologia
4. Antes da introdução dos relaxantes musculares na década de 1940, a intubação traqueal era um grande desafio. Entretanto, esse de- safio tornou-se muito mais fácil com o advento de laringoscópios com lâminas especificamente desenhadas para aumentar a visuali- zação das cordas vocais. 5. Em 1926, Arthur Guedel iniciou uma série de experimentos que resultaram na introdução do tubo com balonete. 6. Em 1953, os tubos de lúmen único foram complementados por tu- bos endotraqueais de duplo lúmen. C. Dispositivos Avançados para as Vias Aéreas. Os laringoscópios con- vencionais são comprovadamente inadequados para pacientes com vias aéreas difíceis. O Dr. A. I. J. “Archie” Brain identificou, pela primeira vez, em 1981, o princípio da máscara laríngea. D. Primeiros Sistemas de Aplicação de Anestesia. John Snow criou inaladores de éter, e Joseph Clover foi o primeiro indivíduo a admi- nistrar clorofórmio, em concentrações conhecidas, através da “bolsa de Clover”. O desenvolvimento de um aparelho capaz de administrar quantidades calibradas de gás e de anestésicos voláteis (incluindo ab- sorção de dióxido de carbono, vaporizadores e ventiladores) foi extre- mamente importante para aumentar a segurança dos pacientes. E. Dois cirurgiões norte-americanos, George W. Crile e Harvey Cushing, defendiam a monitorização da pressão arterial sistêmica durante a anestesia. Em 1902, Cushing utilizou o manguito de Riva Rocci para medições da pressão arterial que foram registradas em um relatório de anestesia. 1. O uso difundido de técnicas como eletrocardiografia, oximetria de pulso, gasometria, capnografia e monitorização do bloqueio neu- romuscular reduziu o nível de morbidade e mortalidade e revolu- cionou a prática da anestesia. 2. A monitorização contínua dos movimentos respiratórios e a visua- lização em forma de onda da concentração de dióxido de carbono expirada (absorção infravermelha) confirmam a intubação endo- traqueal (excluem a hipótese de intubação esofágica acidental). F. Normas de Segurança. A introdução das características de segurança foi coordenada pelo American National Standards Institute Committee Z79, com patrocínio da American Society of Anesthesiologists, durante o período de 1956 a 1983. Desde 1983, representantes da indústria, do governo e dos profissionais da área de assistência médica têm partici- pado de reuniões conhecidas como Comitê Z79 da American Society for Testing and Materials. Essa organização delibera normas que se transformam em normas nacionais para a segurança dos equipamentos de anestesia.
Manual de Anestesiologia Clínica 5
Introdução à Anestesiologia
F. Antieméticos. A evolução na eficácia dos tratamentos de pacientes com náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO) é recente e ganhou força com os incentivos para limitar as despesas hospitalares e melho- rar a satisfação dos pacientes. Os efeitos antieméticos dos corticoste- roides foram reconhecidos pela primeira vez por oncologistas que tra- tavam pacientes com edema intracraniano provocado por tumores. O reconhecimento do papel da via serotoninérgica (5-HT 3 ) no manejo de NVPO resultou em uma incomparável classe de fármacos (incluindo o ondansetron em 1991) dirigida a esse problema específico.
IV. SUBESPECIALIDADES ANESTÉSICAS
A. Anestesia Regional. A expressão “anestesia raquidiana” foi criada em 1885 por um neurologista, Leonard Corning, embora, na realidade, seja mais provável que ele tenha aplicado uma injeção peridural. Em 1944, Edward Tuohy, da Clínica Mayo, introduziu o uso da agulha de Tuohy para facilitar a aplicação de técnicas espinais contínuas. Em 1949, Martinez Curbelo, de Havana, Cuba, usou a agulha de Tuohy e um cateter ureteral para aplicar o primeiro anestésico peridural con- tínuo. As várias contribuições de John J. Bonica para a anestesiologia durante os períodos de serviço militar, civil e acadêmico na Univer- sidade de Washington incluíram o desenvolvimento de uma clínica multidisciplinar para tratamento da dor e na publicação do texto The Management of Pain. B. Anestesia Cardiovascular. Muitas pessoas acreditam que o sucesso da ligação feita por Robert Gross no ducto arterial patente de uma garota de 7 anos de idade, em 1938, tenha sido o marco inicial da cirurgia car- díaca moderna. A primeira utilização bem-sucedida em humanos do aparelho de circulação extracorpórea de Gibbon, em maio de 1953, foi um avanço extraordinário no tratamento cirúrgico de patologias cardía- cas complexas. Em 1967, J. Earl Waynards publicou um dos primeiros artigos sobre o manejo anestésico de pacientes submetidos ao tratamen- to cirúrgico da doença arterial coronariana. A ventilação mecânica pós- -operatória e as unidades cirúrgicas de tratamento intensivo surgiram no final da década de 1960. Posteriormente, a ecocardiografia transeso- fágica ajudou a definir a subespecialidade de anestesia cardíaca. C. Neuroanestesia. Embora a introdução de agentes como tiopental, curare e halotano tenha produzido avanços na anestesiologia em geral, o desenvolvimento de métodos para medir a atividade elétrica cere- bral, o fluxo sanguíneo cerebral e a taxa metabólica colocou a prática da neuroanestesia em um patamar científico. D. Anestesia Obstétrica. As atitudes sociais em relação à dor associada ao parto começaram a mudar a partir da década de 1860, e as mulheres passaram a exigir a anestesia. O sistema de Virginia Apgar para avalia- ção de recém-nascidos, desenvolvido em 1953, demonstrou que havia
6 Barash, Cullen, Stoelting, Cahalan, Stock, Ortega
uma diferença nos neonatos de mães que haviam sido anestesiadas. Na última década, as mortes relacionadas à anestesia durante cesarianas sob anestesia geral tornaram-se mais prováveis do que as mortes rela- cionadas à anestesia neuroaxial, fato que transformou a anestesia regio- nal no método de escolha. Com a disponibilidade de opções seguras e eficazes para o alívio da dor durante o trabalho de parto e o parto propriamente dito, o foco atual é melhorar a qualidade da experiência do nascimento para pais expectantes.
V. PROFISSIONALISMO E PRÁTICA ANESTÉSICA A. Anestesiologia Organizada. A Long Island Society of Anesthetists, primeira organização médica norte-americana de anestesiologia, foi fundada por nove médicos em 6 de outubro de 1905. Os membros tinham obrigações anuais de U$ 1,00. Uma das figuras mais notáveis na luta para profissionalizar a anestesiologia foi Francis Hoffer McMe- chan, que se tornou editor da primeira revista especializada em anes- tesia, Current Researches in Anesthesia and Analgesia, precursora da Anesthesia and Analgesia, revista mais antiga da especialidade. Ralph Waters e John Lundy, entre outros, participaram no processo evolutivo da organização da especialidade. B. Anestesiologia Acadêmica. Em 1927, Erwin Schmidt, professor de cirurgia na Faculdade de Medicina de Wisconsin, incentivou Dean Charles Bardeen a recrutar Dr. Ralph Waters para a primeira posição acadêmica norte-americana em anestesiologia. C. Constituindo uma Sociedade. Em 1936, a New York Society of Anesthetists alterou a denominação social para American Society of Regional Anesthesia. Em 1938, a American Board of Anesthesiology, em combinação com a American Society of Regional Anesthesia, foi organizada como uma diretoria subordinada à American Board of Surgery, tornando-se uma entidade independente a partir de 1940. Em 1945, Ralph Waters foi eleito o primeiro presidente da nova entidade, que passou a se chamar American Society of Anesthesiologists.