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Manual de autoconstruçao com tijolos ecologicos UNB, Manuais, Projetos, Pesquisas de Arquitetura

Manual de autoconstruçao com tijolos ecologicos UNB

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 03/03/2021

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eliza-dias-7 🇧🇷

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Buson, Márcio Albuquerque B979 Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado / Márcio Albuquerque Buson.  Brasília / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, 2007. 100 p.: il.

Trabalho de extensão universitária da UnB com a participação e colaboração de alunos da FAU/UnB.

ISBN

  1. Sistemas Construtivos. 2. Arquitetura de terra. 3. Adobe. 4. Solo-cimento. I. Título.

CDU 691.

PREFÁCIO Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

Os moradores do Varjão, participantes da iniciativa, em sua maioria mulheres entre trinta e sessenta e cinco anos, orientadas pela psicóloga Soraia Melo, construíram muito: respeito, admiração, carinho, solidariedade e superação. Cada um dos mais de cem mil tijolos possui uma parte destas características. Sinto uma enorme alegria ao ver esta cartilha sendo publicada, pois foi com ela que trocamos informações, treinamos e construímos cada uma das unidades, cada um dos tijolos. Espero sinceramente que todo o material aqui exposto e já testado, aprimorado e em constante atualização seja de grande utilidade aos jovens arquitetos e engenheiros que desejem se iniciar na árdua, porém gratificante e infindável tarefa da construção de habitações de caráter social no Brasil, bem como, na pesquisa de novos materiais e sistemas construtivos. Espero também que ela seja útil a outras comunidades no país que desejem construir seus destinos começando por suas habitações.

Arquiteto Oscar Luís Ferreira Brasília, 25 de março de 2007.

INTRODUÇÃO

Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

Acreditamos que o objetivo social de professores e alunos de uma faculdade de arquitetura e urbanismo de uma universidade pública seja planejar e projetar para garantir qualidade, durabilidade, bem- estar e conforto com adequada utilização dos materiais e redução de desperdícios, para que possamos proporcionar um desenvolvimento sustentável ao respeitar tanto o homem quanto o meio ambiente.

Constatamos que por diversos problemas socioculturais e econômicos das populações de baixa renda do Distrito Federal e, principalmente, por total desconhecimento por parte desta parcela da comunidade do papel social que as universidades públicas devem desenvolver, a maioria das construções populares tem sido executadas sem um apoio técnico responsável e com materiais e técnicas inadequados, o que infelizmente resulta em construções de baixa qualidade e alto custo.

Propomos um trabalho que é resultado de um projeto de extensão universitária apoiado pelo Decanato de Extensão da Universidade de Brasília. A proposta visa atender a uma demanda da comunidade e suprir deficiências técnicas e tecnológicas presentes em projetos habitacionais de interesse social que utilizam regime de mutirão ou autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado.

No segundo semestre de 2000 fomos procurados por uma cooperativa habitacional de Samambaia – DF, a qual nos solicitou apoio técnico para adequação de projeto arquitetônico de uma casa popular para a utilização de tijolos prensados de solo estabilizado na construção.

Buscando cumprir com um dos objetivos da nossa instituição propomos não só ajustar o projeto apresentado, mas projetar e planejar material técnico adequado à realidade do Distrito Federal. Propomos a realização de um projeto arquitetônico, projetos complementares e de uma cartilha onde o construtor pudesse ser orientado sobre aspectos da construção desde a escolha do terreno até os serviços de acabamento da obra.

O projeto arquitetônico e os complementares foram desenvolvidos seguindo a modulação de um tipo de tijolo prensado de solo estabilizado muito utilizado no DF. Colocamos à disposição de interessados c[opias de três projetos arquitetônicos (plantas baixas) de possíveis fases para a construção de uma habitação. O anexo 1 é a unidade embrião com um quarto e um pavimento (42m²); o

SUMÁRIO

SUMÁRIO

  • PREFÁCIO Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado
  • INTRODUÇÃO
  • SUMÁRIO
  • 1 ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO TERRENO
  • 1.1 Nivelamento do terreno
  • 1.2 Orientação solar
  • 1.3 Dimensões e afastamentos
  • 1.4 Orientação quanto aos ventos
  • 2 SERVIÇOS PRELIMINARES
  • 2.1 Limpeza do terreno
  • 2.2 Cercamento do terreno
  • 2.3 Estudo da resistência do solo
  • 2.4 Instalações preliminares
  • 2.5 Aterros e escavações no terreno
  • 2.6 Organização do canteiro de obras
  • 3 LOCAÇÃO DA OBRA
  • 3.1 Conferência dos piquetes de locação
  • 3.2 Gabarito
    • 3.2.1 Colocação das estacas
    • 3.2.2 Colocação das tábuas
    • 3.2.3 Marcação das tábuas
  • 4 INFRA-ESTRUTURA / FUNDAÇÕES
  • 4.1 Locação das estacas ou blocos de coroamento
  • 4.2 Estacas tipo “trado” ou “broca”
    • 4.2.1 Problemas com água
    • 4.2.2 Problemas com o solo
  • 4.3 Bloco de coroamento
  • 4.4 Armações das fundações
  • 4.5 Concretagem das estacas e blocos de coroamento
    • 4.5.1 Como misturar o concreto
    • 4.5.2 Qualidade dos materiais
    • 4.5.3 Transporte e lançamento
    • 4.5.4 Cura do concreto
    • 4.5.5 Ensaios e testes
  • 4.6 Vigas baldrame e blocos pré-fabricados
  • 5 REGULARIZAÇÃO E CONTRAPISO
  • 5.1 Compactação do terreno
  • 5.2 Passagem de instalações
  • 5.3 Concretagem do contrapiso
  • 5.4 Desníveis no contapiso
  • 5.5 Soleiras e portais
  • 6 DIVISÓRIAS E PAREDES Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado
  • 6.1 Fiada guia
  • 6.2 Assentamento dos tijolos
  • 6.3 Espaçamento para dilatação entre tijolos
  • 6.4 Alinhamento horizontal das fiadas
  • 6.5 Alinhamento vertical ou “prumo”
  • 6.6 Colunas de sustentação
  • 6.7 Amarrações entre paredes
  • 6.8 Vergas e contra-vergas
  • 6.9 Cintas ou vigas de amarração
  • 6.10 Passagem de instalações prediais
    • 6.10.1 Instalações hidráulica e sanitária
    • 6.10.2 Instalações elétrica e telefônica
  • 6.11 Colocação de interruptores e tomadas
  • 6.12 Colocação de quadros de luz e caixas de passagem
  • 6.13 Colocação de esquadrias
    • 6.13.1 Esquadrias de madeira
    • 6.13.2 Esquadrias de metal
  • 6.14 Ligações entre paredes e lajes pré-fabricadas
  • 7 COBERTURA E TELHADO
  • 7.1 Estrutura da cobertura
  • 7.2 Empenas da cobertura
  • 7.3 Acabamento da cobertura
  • 8 REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS
  • 8.1 Acabamentos e revestimentos de paredes
    • 8.1.1 Rejunte
    • 8.1.2 Resina, tinta e argamassa com cactos
    • 8.1.3 Tinta à base de cal
    • 8.1.4 Reboco
  • 8.2 Acabamentos e revestimentos de pisos e tetos
    • 8.2.1 Mosaico de cacos cerâmicos
  • 8.3 Colocação de bancadas
  • 9 BIBLIOGRAFIA
  • 10 ANEXOS
    • Anexo 1 – Planta Baixa do Projeto embrião (42m²)
    • Anexo 2 – Planta Baixa do Projeto 2 (51m²)
    • Anexo 3 – Planta baixa do Projeto 3, térreo (102m²)
    • Anexo 4 – Planta baixa do Projeto 3, superior (102m²)

ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO TERRENO

Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

1.1 Nivelamento do Terreno

O projeto arquitetônico proposto considerou o terreno plano, ou seja, sem desníveis. Ao escolher o lote, o ideal é que este seja o mais plano possível para não ter que executar qualquer trabalho de aterro ou escavação e também para evitar problemas com as águas da chuva. Mas, como terrenos assim não são muito comuns, faremos alguns comentários sobre várias situações que podem ajudar ou orientar na escolha de um bom lote.

Existem terrenos em que o nível cai em direção a rua. Esta situação é boa, pois permite que a água da chuva escoe para fora do lote e seja captada pelos bueiros. Nesta situação devemos apenas fazer o nivelamento na área onde será construída a casa.

Fig. 01

Como o terreno considerado tem 7,5 metros de largura e a casa tem cerca de 6,5 metros, o ideal é executar o aterro de lado a lado do terreno. Para evitar que este aterro desmorone devem ser executados “muros de arrimo” em todos os lados do aterro em que não seja possível fazer um “talude”. Um muro de arrimo é algum tipo de parede estrutural que suporta o peso lateral do terreno. Pode ser feito de tijolos cerâmicos, de concreto armado, de pedra, de blocos de concreto, etc. Na figura encontramos arrimos nas duas laterais do aterro.

Talude é uma superfície inclinada de terreno que pode ser vista na figura acima na parte da frente do aterro.

Nos terrenos inclinados para o lado onde a casa encosta no lote vizinho as águas das chuvas podem empoçar perto do muro ou das paredes da casa e provocar problemas de infiltração ou excesso de umidade, o que compromete a aparência e a estabilidade das paredes e muros. O melhor a fazer é aterrar toda a área dos fundos

ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO TERRENO

Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

e onde a casa será construída e dar um pequeno caimento após a área da construção em direção à rua.

Fig. 02

Caso o fundo do terreno não seja nivelado, um dreno deverá ser feito por baixo das fundações para permitir que a água infiltre na terra e que o excesso escoe até a rua sem empoçar perto da casa.

Fig. 03

Caso a inclinação seja para o lado onde a casa vizinha encosta no seu terreno, deve-se fazer um aterro nos fundos e na área da construção. Caso não aterre os fundos deve-se executar um dreno ou canaleta como sugerido anteriormente.

Fig. 04

ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO TERRENO

Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

um segundo pavimento. Cabe lembrar que desta forma não se pode parar o carro dentro do lote, mas possibilita a criação de um quintal ou jardim interno que pode ser muito agradável.

Fig. 07

Os drenos sugeridos podem ser executados da seguinte forma:

  • Cava-se uma vala no terreno cobrindo-a com algum feltro ou manta de poliéster para facilitar a drenagem e não entupir o dreno com a parte fina do solo;
  • Coloca-se um pouco de brita em volta de um cano de PVC de 100 mm de diâmetro com vários furos ou tubulação para drenagem;
  • Envolve-se esta camada de brita com o feltro;
  • Colocam-se as camadas de areia, solo e grama.

Um dreno mais simples pode ser feito só com brita por baixo da terra e da grama.

Fig. 08

ESCOLHA E AVALIAÇÃO DO TERRENO

Autoconstrução com tijolos prensados de solo estabilizado

1.2 Orientação Solar

Tratando-se de terrenos com dimensões pequenas é extremamente importante conhecer e analisar a sua orientação para se posicionar a casa, os ambientes e possíveis protetores solares de acordo com o comportamento ou movimento do sol para se obter melhores condições de conforto térmico e luminoso e também para se evitar problemas com infiltrações ou excesso de umidade nas paredes.

A fachada voltada para o leste ou nascente recebe bastante sol pela manhã. Esta é uma boa orientação para os ambientes que são mais utilizados durante o dia, pois o sol da manhã não vai esquentá-los muito. Se uma família, por exemplo, utiliza os quartos durante todo o dia, estes devem ser os mais indicados para estarem voltados para o nascente. Outras famílias podem utilizar os quartos apenas de noite para dormir e a cozinha e a sala podem ser os mais visitados de dia. Neste caso não compensa localizar os quartos para o nascente.

A fachada oeste, voltada para o poente, recebe o sol forte da tarde. A tendência é que os ambientes fiquem bem quentes, por isso, estes devem ser bem ventilados e protegidos da ação direta do sol, caso sejam ambientes bem utilizados durante este período do dia. Plantar árvores e arbustos em frente a esta fachada é uma boa alternativa para barrar ou diminuir a passagem do sol e ainda permitir a passagem dos ventos. Outra opção é fazer cercas vivas ou caramanchões com uma armação de madeira, bambu ou outros materiais e plantar trepadeiras como, por exemplo, um pé de maracujá. Além da sombra pode-se colher os frutos.

Fig. 09