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O presente manual resulta da revisão e fusão do Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes Ofídicos (1987) com o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos (1992). Destina-se, principalmente, aos profissionais da área da saúde, contendo informações atualizadas que visam fornecer subsídios técnicos para identificação, diagnóstico e conduta deste tipo de agravo à saúde. Os procedimentos e a bibliografia aqui referidos representam uma linha de orientação básica, se
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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(^) VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos nesses 14 anos de existência vem se consolidando no país, envolvendo a política de coordenação da produção e distribuição de antivenenos, capacitação de recursos humanos e vigilância epidemiológica dos acidentes em esfera nacional. Esse trabalho conjunto coordenado pelo Ministério da Saúde e envolvendo as secretarias estaduais e municipais de saúde, centros de informações toxicológicas, centros de controle de zoonoses e animais peçonhentos, núcleos de ofiologia, laboratórios produtores, sociedades científicas e universidades, tem por objetivo maior a melhoria do atendimento aos acidentados por animais peçonhentos. O presente manual resulta da revisão e fusão do Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes Ofídicos (1987) com o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos (1992). Destina-se, principalmente, aos profissionais da área da saúde, contendo informações atualizadas que visam fornecer subsídios técnicos para identificação, diagnóstico e conduta deste tipo de agravo à saúde. Os procedimentos e a bibliografia aqui referidos representam uma linha de orientação básica, sem contudo esgotar o assunto. Os dados apresentados referem-se às notificações encaminhadas pelas secretarias estaduais de saúde à Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) do Ministério da Saúde. Ainda que, em determinadas regiões, ocorra subnotificação, é possível hoje dimensionar e construir um perfil epidemiológico dos acidentes no país.
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2.2. DistribuiÁ„o mensal dos acidentes
A ocorrência do acidente ofídico está, em geral, relacionada a fatores climáticos e aumento da atividade humana nos trabalhos no campo (gráfico 2). Com isso, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, observa-se incremento do número de acidentes no período de setembro a março. Na região Nordeste, os acidentes aumentam de janeiro a maio, enquanto que, na região Norte, não se observa sazonalidade marcante, ocorrendo os acidentes uniformemente durante todo o ano.
Gr·fico 2 DistribuiÁ„o mensal dos acidentes ofÌdicos - Brasil, 1990 a 1993
2.3. GÍnero da serpente
Em 16,34% das 81.611 notificações analisadas, o gênero da serpente envolvida não foi informado (tabela 2). Nos 65.911 casos de acidentes por serpente peçonhenta, quando esta variável foi referida, a distribuição dos acidentes, de acordo com o gênero da serpente envolvida, pode ser observada no gráfico 3. Tabela 2 DistribuiÁ„o dos acidentes ofÌdicos, segundo o gÍnero da serpente envolvido Brasil, 1990 - 1993
%
73,
6,
1,
0,
16,
3,
n∫ acidentes
939
281
DistribuiÁ„o
Bothrops
Crotalus
Lachesis
Micrurus
N„o informados
N„o peÁonhentos
nº de casos
meses
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Gr·fico 3 DistribuiÁ„o dos acidentes ofÌdicos segundo o gÍnero da serpente peÁonhenta Brasil, 1990 - 1993
2.4. Local da picada
O pé e a perna foram atingidos em 70,8% dos acidentes notificados e em 13,4% a mão e o antebraço. A utilização de equipamentos individuais de proteção como sapatos, botas, luvas de couro e outros poderia reduzir em grande parte esses acidentes.
2.5. Faixa et·ria e sexo
Em 52,3% das notificações, a idade dos acidentados variou de 15 a 49 anos, que corresponde ao grupo etário onde se concentra a força de trabalho. O sexo masculino foi acometido em 70% dos acidentes, o feminino em 20% e, em 10%, o sexo não foi informado.
2.6. Letalidade
Dos 81.611 casos notificados, houve registro de 359 óbitos. Excluindo-se os 2.361 casos informados como “não peçonhentos”, a letalidade geral para o Brasil foi de 0,45%. O maior índice foi observado nos acidentes por Crotalus, onde em 5.072 acidentes ocorreram 95 óbitos (1,87%) (tabela 3).
Tabela 3 Letalidade dos acidentes ofÌdicos por gÍnero de serpente Brasil, 1990 - 1993
GÍnero n^
o Casos
n o ”bitos
Letalidade (%) Bothrops Crotalus Lachesis Micrurus N„o informado
939 281
185 95 9 1 69
0, 1, 0, 0, 0, Total 79.250 359 0,
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3.2.2. Fosseta loreal ausente
As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal (fig. 4) e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca (fig. 5).
A identificação entre os gêneros referidos também pode ser feita pelo tipo de cauda (fig.3).
3.2. CaracterÌsticas dos gÍneros de serpentes peÁonhentas no Brasil
3.2.1. Fosseta loreal presente
A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas” (fig. 1). Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar (fig. 2).
Olho
Narina
Fosseta Loreal Fig. 1 (^) Fig. 2
Presas
Cauda lisa Guizo ouChocalho Escamas eriçadas
Fig. 3 Bothrops (^) Crotalus Lachesis
Fig. 4
Olho
Narina
Presas
Fig. 5
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3.3. DiferenciaÁ„o b·sica entre serpentes peÁonhentas e n„o peÁonhentas
O reconhecimento das cobras venenosas, segundo o gênero, pode tornar-se mais simples utilizando-se o esquema abaixo:
Fluxograma 1 DistinÁ„o entre serpentes peÁonhentas e n„o peÁonhentas
3.4. CaracterÌsticas e distribuiÁ„o geogr·fica das serpentes brasileiras de import‚ncia mÈdica
3.4.1. FamÌlia Viperidae
a) Gênero Bothrops (incluindo Bothriopsis e Porthidium )
Compreende cerca de 30 espécies, distribuídas por todo o território nacional (figs. 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12). São conhecidas popularmente por: jararaca , ouricana , jararacuçu , urutu-cruzeira , jararaca-do-rabo-branco , malha- de-sapo , patrona , surucucurana , combóia , caiçara , e outras denominações. Estas serpentes habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos como matas e áreas cultivadas e locais onde haja facilidade para proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha). Têm hábitos predominantemente noturnos ou crepusculares. Podem apresentar comportamento agressivo quando se sentem ameaçadas, desferindo botes sem produzir ruídos.
Fosseta Loreal
Ausente Presente
PeÁonhentasN„o*^ PeÁonhentas
Cauda com Chocalho
Cauda com Escamas Arrepiadas
Cauda Lisa
Com AnÈis Coloridos (Pretos, Brancos e Vermelhos)
Micrurus ** Bothrops Lachesis Crotalus
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Fig. 9. a) Bothrops jararaca. (Foto: G. Puorto) b) Distribuição da espécie no Brasil.
Fig. 10. a) Bothrops jararacussu. (Foto: A. Melgarejo) b) Distribuição da espécie no Brasil.
Fig. 11. a) Bothrops alternatus. (Foto: G. Puorto) b) Distribuição da espécie no Brasil.
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Fig. 12. a) Bothrops moojeni. (Foto: A. Melgarejo) b) Distribuição da espécie no Brasil.
b) Gênero Crotalus
Agrupa várias subespécies, pertencentes à espécie Crotalus durissus (fig. 13). Popularmente são conhecidas por cascavel, cascavel-quatro-ventas, boicininga, maracambóia, maracá e outras denominações populares. São encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas e raramente na faixa litorânea. Não ocorrem em florestas e no Pantanal. Não têm por hábito atacar e, quando excitadas, denunciam sua presença pelo ruído característico do guizo ou chocalho.
Fig. 13. a) Crotalus durissus. (Foto G. Puorto) b) Distribuição da espécie no Brasil.
c) Gênero Lachesis
Compreende a espécie Lachesis muta com duas subespécies (fig. 14). São popularmente conhecidas por: surucucu, surucucu-pico-de-jaca, surucutinga, malha-de-fogo. É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, atingindo até 3,5m. Habitam áreas florestais como Amazônia, Mata Atlântica e algumas enclaves de matas úmidas do Nordeste.
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3.4.3. FamÌlia Colubridae
Algumas espécies do gênero Philodryas ( P. olfersii, P. viridissimus e P. patogoniensis ) (fig. 18) e Clelia ( C. clelia plumbea ) (fig. 19) têm interesse médico, pois há relatos de quadro clínico de envenenamento. São conhecidas popularmente por cobra-cipó ou cobra-verde ( Philodryas ) e muçurana ou cobra-preta ( Clelia ). Possuem dentes inoculadores na porção posterior da boca e não apresentam fosseta loreal. Para injetar o veneno, mordem e se prendem ao local.
Fig. 16. a) Micrurus frontalis. (Foto: A. Melgarejo) b) Distribuição da espécie no Brasil.
Fig. 17. a) Micrurus lemniscatus. (Foto: A. Melgarejo) b) Distribuição da espécie no Brasil.
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Fig. 18. Philodryas olfersii. (Foto: A. Melgarejo).
Fig. 19. Clelia clelia. (Foto: G. Puorto).