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Guias e Dicas
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Manual de nutrição em diabete mellitus (6/7), Manuais, Projetos, Pesquisas de Nutrição

manual em 7 volumes;

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2010

Compartilhado em 04/06/2010

Osvaldo_86
Osvaldo_86 🇧🇷

4.5

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Manual de Nutrição
Profissional
Capítulo 6
Plano Alimentar em algumas
complicações metabólicas do
Diabetes Mellitus: Hipoglicemia,
Nefropatias e Dislipidemias.
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Baixe Manual de nutrição em diabete mellitus (6/7) e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Nutrição, somente na Docsity!

Manual de Nutrição

Profissional

Capítulo 6

Plano Alimentar em algumas

complicações metabólicas do

Diabetes Mellitus: Hipoglicemia,

Nefropatias e Dislipidemias.

Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, macronutrientes e micronutrientes

Anelena Soccal Seyffarth

  • Nutricionista Especialista em Nutrição Humana
  • Preceptora da Residência em Nutrição da Secretaria de Saúde do Dis- trito Federal
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis

Deise Regina Baptista Mendonça

  • Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde Pública
  • Professora -adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR;
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar

Anita Sachs

  • Nutricionista Mestre em nutrição humana pela London School Hygie- ne and Tropical Medicine
  • Professora adjunta e chefe da disciplina de Nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP,
  • Doutora em Ciências pela UNIFESP
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 1

Luciana Bruno

  • Nutricionista Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Unifesp com treinamento na Joslin Diabetes Center
  • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde /SP
  • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2

Celeste Elvira Viggiano

  • Nutricionista clínica e sanitarista
  • Educadora e especialista em diabetes, obesidade e síndrome metabó- lica.
  • Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul-SP
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias

Marlene Merino Alvarez

  • Nutricionista do grupo de Diabetes da Universidade Federal Fluminen- se (UFF);
  • Mestra em Nutrição Humana pela UFRJ
    • Especialista em Educação e Saúde pela UFRJ
    • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/

Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e dias de doença Gisele Rossi Goveia

  • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Associação Brasi- leira de Nutrição - ASBRAN
  • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde/SP;
  • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo
  • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD
    • 2006/

Colaboradoras: Ana Cristina Bracini de Aguiar

  • Especialista em Nutrição Clínica
  • Pós graduação em Administração Hospitalar.
  • Nutricionista Clínica do Instituto da Criança com Diabetes, do Rio Grande do Sul.
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/ Clarissa Paia Bargas Uezima
  • Nutricionista
  • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Josefina Bressan Resende Monteiro
  • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Fe- deral do Rio de Janeiro
  • Professora-adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Univer- sidade Federal de Viçosa (DNS/UFV)
  • Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
  • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD
    • 2004/ Juliane Costa Silva Zemdegs
  • Nutricionista
  • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Kariane Aroeira Krinas
  • Nutricionista
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/ Marisa Sacramento Gonçalves
  • Nutricionista Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia
  • Residência em Nutrição Clínica - Hospital Universitário Antonio Pedro, Niterói/RJ
  • Especialista em Controle e Qualidade de Alimentos UFBA 1989
  • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/

MaNual de Nutrição

teMas e autores

INTRODUÇÃO

o Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que atinge vários órgãos do corpo e tem como características al- terações no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Essas alterações metabólicas, quando não controladas, levam a complicações agudas e/ou crô- nicas. As complicações agudas, como a hipoglicemia e a hiperglicemia ocorrem eventualmente, enquanto que as crônicas (nefropatia, retinopatia e neuropatia) são geralmente ocasionadas pelo mau controle meta- bólico e demoram vários anos para se manifestarem. As dislipidemias no DM podem ser secundárias ao mau controle metabólico. Na presença de algumas complicações do diabetes, como hipoglicemia, nefropatia e dislipidemias, a te- rapia nutricional passa a ter a função de tratamento além de ter que atender às necessidades nutricionais basais.

HIPOglICemIA É a diminuição da glicose no sangue para menos de 50mg/dl, sendo a complicação aguda mais comum no DM. As causas mais comuns que favorecem a hipo- glicemia são: Atraso em se alimentar, muito exercício físico sem monitorar a glicemia, erro na administra- ção da medicação (hipoglicemiante ou insulina). os sintomas da hipoglicemia podem variar de pes- soa para pessoa, mas em geral existe uma sensação de fome importante, o raciocínio começa a ficar lento, há sensação de fraqueza, suor exagerado, tremores nas extremidades (mãos e pernas), bocejos, coração acelerado, visão dupla, podendo haver perda total da consciência. Em algumas pessoas esses sintomas podem passar despercebidos. Além do autoconheci- mento, é importante o envolvimento da família, dos colegas do trabalho e da escola no sentido de também conhecerem os sinais e ficarem atentos às manifes- tações da hipoglicemia, para assim intervirem logo.

A pessoa com diabetes precisa sempre andar com o cartão que a identifica como portadora de DM. A hipoglicemia deve ser corrigida rapidamente para evitar possíveis danos cerebrais e o nutriente mais adequado para aumentar a glicemia é a saca- rose.

  • oferecer 1 colher de sopa de açúcar (15g de carboidrato) misturado com água ou
  • outros alimentos com 15g de carboidratos como suco de laranja (um copo de 150ml), caramelos (três unidades) ou refrigerante co- mum (um copo de 150ml).

A hipoglicemia precisa ser monitorizada e a glice- mia capilar (ponta de dedo) deve ser realizada após 15 minutos da administração da sacarose ou similar. Caso a glicemia não tenha voltado a meta do trata- mento, deve-se voltar a oferecer 15g de carboidrato e antecipar a refeição. Nas hipoglicemias graves existem outras formas de se corrigir a glicemia mas que necessitam de orien- tação prévia do médico (ex: uso de glucagon). Na ausência desses conhecimentos e no caso da corre- ção feita com a alimentação não ter sido suficiente, deve-se levar o indivíduo para uma emergência hos- pitalar. Na vigência da hipoglicemia deve-se evitar produ- tos como biscoitos e chocolates ou outros alimentos ricos em gorduras, pois são absorvidos mais lenta- mente provocando demora no aumento da glicemia e um aumento excessivo na glicemia horas após a sua administração. os alimentos citados podem ser incluídos no plano alimentar em um outro momento, desde que quan- tificados e orientados pelo nutricionista. E vale lem- brar que a hipoglicemia é um momento em que o corpo está debilitado e as funções normais não estão plenas, por isso o prazer da alimentação também fica prejudicado.

Plano alimentar em algumas comPlicações

metabólicas do diabetes mellitus: HiPoglicemia,

nefroPatias e disliPidemias

Autora: Marlene Merino Alvarez

Objetivo: Promover o restabelecimento da saúde através de um plano alimentar específico, visando retardar ou estacionar a progressão das complicações metabólicas do Diabetes Mellitus.

Capítulo 6 – Plano Alimentar em algumas complicações metabólicas do Diabetes Mellitus: Hipoglicemia, Nefropatias e Dislipidemias. – 5

NefROPATIA DIAbéTICA A nefropatia diabética é uma doença que acomete os rins e é a sídrome clínica que ocorre em conseqü- ência do processo de microangiopatia, acometendo pacientes com DM 1 e 2, e que tem a capacidade de evoluir com o tempo, danificando de modo progres- sivo e irreversível os rins e reduzindo a expectativa de vida dos indivíduos afetados. A nefropatia diabética se dá em conseqüência a um processo de hiperglicemia crônica. A identifica- ção do início da nefropatia não é muito fácil, mas em geral ela é diagnosticada pela microalbuminú- ria, mostrando que o nefro está começando a falhar. Com o aumento da gravidade da lesão no nefro, a quantidade de proteínas na urina e a pressão arte- rial sistêmica se elevam. Sinais e sintomas surgem e a nefropatia diabética está estabelecida. o plano alimentar na nefropatia diabética, além de ser individualizado, irá variar de acordo com o estágio da falência renal. o nutriente mais afetado é a proteína, e com a progressão da doença há neces- sidade também de controlar alguns minerais (sódio, potássio, etc). o tratamento da nefropatia diabética pode ser di- vidido em três etapas (primária, secundária e terciá- ria), de acordo com o comprometimento dos rins. Na primária deve-se se ter preocupação com os seguintes itens: controle rigoroso da glicemia, con- trole da pressão arterial, controle da dislipidemia e suspensão do tabagismo. Na secundária entram todos os itens da primária e mais: plano alimentar com quantidade controlada de proteínas. Essa recomendação visa não sobrecar- regar ainda mais os rins e a restrição proteica (carnes, leites, ovos, leguminosas, etc.) pode variar de 0,8 a 0,6/kg/dia em adultos. o plano alimentar fica bem restrito e as substitui- ções passam também a respeitar a quantidade de pro- teína do alimento. As fontes de proteínas de alguns vegetais como a soja e frango parecem ser menos agressivas ao rim, no entanto existem poucos estudos que suportam tal teoria. A restrição proteica em crianças e adolescentes, cujo crescimento ainda não se completou, deve res- peitar a recomendação nutricional normal para a ida- de. o ajuste das proteínas no plano alimentar deve ser reavaliado juntamente com a progressão da do- ença renal. Na fase terciária da nefropatia diabética há a perda irreversível da função renal, devendo-se introduzir métodos de substituição do rim: hemodiálise, diálise e transplante. o plano alimentar fica menos rigoroso

e a ingestão proteica precisa ser corrigida de acordo com as perdas no processo de filtração artificial.

DIslIPIDemIAs As dislipidemias têm importante papel na acelera- ção do aparecimento das doenças cardiovasculares na pessoa com diabetes. os indivíduos com diabetes mellitus têm duas a três vezes maior chance de apre- sentar problemas cardiovasculares do que pessoas não-diabéticas. o padrão mais comum de dislipidemia em diabé- ticos do tipo 2 é a hipertrigliceridemia associada a ní- veis baixos de HDL-colesterol. o LDL-colesterol tam- bém pode se apresentar alto e possui características específicas com predomínio de partículas pequenas e densas, que estão associadas a aumento de ateroge- nicidade e risco cardiovascular. No diabético tipo 1, a ocorrência de dislipidemia está geralmente associada ao controle glicêmico. Em pacientes bem controlados não há diferença na característica das gorduras (LDL- colesterol) e o perfil lipídico no sangue é normal. Nas dislipidemias, os valores desejáveis para dia- béticos maiores de 20 anos são: LDL < 100mg/dl; co- lesterol total < 200mg/dl; HDL-colesterol ≥ 60mg/dl e triglicérides < 150mg/dl. o tratamento dietético das dislipidemias deve le- var em consideração a mudança no estilo de vida, incluindo hábitos alimentares saudáveis, com restri- ção de gordura saturada e colesterol, incentivo a gor- dura monoinsaturada e controle do excesso de peso corporal. A abstenção do consumo de álcool é recomendada em todos os casos de dislipidemia. A atividade física regular deverá ser sempre estimulada, pois aumenta o HDL-colesterol e favorece o controle do peso. A alimentação recomendada para prevenir e tratar a dislipidemia deve conter, por exemplo, carnes ma- gras, leite desnatado, cereais integrais, legumes, ver- duras e frutas. Dessa forma é possível fornecer uma quantidade adequada de vitaminas, minerais e fibras, que são importantes no combate às dislipidemias. As fibras solúveis representadas pela pectina (fru- tas) e pelas gomas (aveia, cevada e leguminosas: fei- jão, grão-de-bico, lentilha e ervilha) reduzem o tem- po de trânsito intestinal e ajudam na eliminação do colesterol. As fibras insolúveis, representadas por celulose (trigo), hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças) não atuam diretamente sobre a hipercolesterolemia, no entanto aumentam a sensação de saciedade, au- xiliando na redução do peso. Na alimentação diária, a gordura saturada deve