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manutenção aeronautica, Notas de estudo de Engenharia Aeronáutica

apostila em partes sobre aviação

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 27/09/2009

edson-santos-23
edson-santos-23 🇧🇷

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Não perca as partes importantes!

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2-1
CAPÍTULO 2
DESENHO TÉCNICO DE AERONAVES
INTRODUÇÃO
A troca de idéias é essencial para todos,
não importando sua vocação ou posição. Nor-
malmente, essa troca é executada através da
palavra falada ou escrita, mas sob algumas
condições o uso dela sozinha é impraticável. A
indústria descobriu que ela não poderia depen-
der inteiramente das palavras escritas ou faladas
somente para troca de idéias, pois desentendi-
mentos e interpretações errôneas aparecem fre-
qüentemente.
Uma descrição escrita de um objeto pode
ser mudada em sentido apenas pela colocação
de uma vírgula em lugar errado; o significado
de uma descrição oral pode ser completamente
mudado pelo uso de uma palavra errada. Para
evitar esses possíveis erros, a indústria usa de-
senhos para descrever objetos. Por esta razão,
desenho é chamado de "linguagem do de-
senhista".
Desenho, como nós usamos, é um méto-
do de transposição de idéias que dizem respeito
a construção ou montagem de objetos. Isto é
feito com a ajuda de linhas, notas, abreviações e
símbolos. É muito importante para o mecânico
de aviação, que tenha que fazer ou montar o
objeto, entender o significado das diferentes li-
nhas, notas, abreviações e símbolos, que são
usados em desenhos. (Veja especialmente "O
significado das linhas" neste capítulo).
PLANTAS
As plantas são o elo entre os engenhei-
ros, que projetam o avião; e entre os homens,
que o constrói, mantém e consertam-no. Uma
planta pode ser a cópia de um desenho de traba-
lho para uma peça de um avião, ou para um
grupo de peças; ou para um modelo de um sis-
tema, ou grupo de sistemas.
Elas são feitas pela colocação de traços
de desenhos sobre uma folha de papel quimica-
mente tratado, expondo-o a uma intensa luz por
um curto período de tempo.
Quando o papel exposto é revelado, ele
fica azul onde a luz penetrou.
Como as linhas do desenho bloqueiam a
luz, elas se mostram como linhas brancas sobre
o fundo azul.
Outros tipos de papel sensibilizado têm
sido desenvolvidos; a planta pode ter um fundo
branco com linhas coloridas ou fundo colorido
com linhas brancas.
Uma planta mostra os vários passos ne-
cessários em construir qualquer coisa; desde um
simples componente, até um completo avião.
DESENHOS DE TRABALHO
Desenhos de trabalho têm que dar infor-
mações como: o tamanho do objeto e todas as
suas partes; seu formato e todas as suas partes;
especificações, como: o material a ser usado,
como ele deve ser acabado, como suas partes
devem ser montadas; e qualquer outra informa-
ção essencial a manufatura e montagem do obje-
to em particular.
Desenhos de trabalho podem ser dividi-
dos em três partes:
(1) Desenhos de detalhes
(2) Desenhos de conjuntos
(3) Desenhos de montagens
Desenhos de detalhes
Um desenho de detalhe é a descrição de
uma peça simples, dada de forma a descrever
através de linhas, notas, símbolos, especifica-
ções como tamanho, formato, material e método
de manufatura, que devem ser usados para fazer
a peça. Desenhos detalhados são, normalmente,
simples; e, quando peças simples são pequenas,
muitos desenhos detalhados podem estar numa
mesma folha ou planta.
Desenhos de conjuntos
Um desenho de conjunto é uma descri-
ção de um objeto, feito de duas ou mais partes
(veja o desenho de montagem no centro da figu-
ra 2-1). Ele descreve o objeto, dando em forma
geral, o tamanho e formato.
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CAPÍTULO 2

DESENHO TÉCNICO DE AERONAVES

INTRODUÇÃO

A troca de idéias é essencial para todos, não importando sua vocação ou posição. Nor- malmente, essa troca é executada através da palavra falada ou escrita, mas sob algumas condições o uso dela sozinha é impraticável. A indústria descobriu que ela não poderia depen- der inteiramente das palavras escritas ou faladas somente para troca de idéias, pois desentendi- mentos e interpretações errôneas aparecem fre- qüentemente. Uma descrição escrita de um objeto pode ser mudada em sentido apenas pela colocação de uma vírgula em lugar errado; o significado de uma descrição oral pode ser completamente mudado pelo uso de uma palavra errada. Para evitar esses possíveis erros, a indústria usa de- senhos para descrever objetos. Por esta razão, desenho é chamado de "linguagem do de- senhista". Desenho, como nós usamos, é um méto- do de transposição de idéias que dizem respeito a construção ou montagem de objetos. Isto é feito com a ajuda de linhas, notas, abreviações e símbolos. É muito importante para o mecânico de aviação, que tenha que fazer ou montar o objeto, entender o significado das diferentes li- nhas, notas, abreviações e símbolos, que são usados em desenhos. (Veja especialmente "O significado das linhas" neste capítulo).

PLANTAS

As plantas são o elo entre os engenhei- ros, que projetam o avião; e entre os homens, que o constrói, mantém e consertam-no. Uma planta pode ser a cópia de um desenho de traba- lho para uma peça de um avião, ou para um grupo de peças; ou para um modelo de um sis- tema, ou grupo de sistemas. Elas são feitas pela colocação de traços de desenhos sobre uma folha de papel quimica- mente tratado, expondo-o a uma intensa luz por um curto período de tempo. Quando o papel exposto é revelado, ele fica azul onde a luz penetrou.

Como as linhas do desenho bloqueiam a luz, elas se mostram como linhas brancas sobre o fundo azul. Outros tipos de papel sensibilizado têm sido desenvolvidos; a planta pode ter um fundo branco com linhas coloridas ou fundo colorido com linhas brancas. Uma planta mostra os vários passos ne- cessários em construir qualquer coisa; desde um simples componente, até um completo avião.

DESENHOS DE TRABALHO

Desenhos de trabalho têm que dar infor- mações como: o tamanho do objeto e todas as suas partes; seu formato e todas as suas partes; especificações, como: o material a ser usado, como ele deve ser acabado, como suas partes devem ser montadas; e qualquer outra informa- ção essencial a manufatura e montagem do obje- to em particular. Desenhos de trabalho podem ser dividi- dos em três partes:

(1) Desenhos de detalhes (2) Desenhos de conjuntos (3) Desenhos de montagens

Desenhos de detalhes

Um desenho de detalhe é a descrição de uma peça simples, dada de forma a descrever através de linhas, notas, símbolos, especifica- ções como tamanho, formato, material e método de manufatura, que devem ser usados para fazer a peça. Desenhos detalhados são, normalmente, simples; e, quando peças simples são pequenas, muitos desenhos detalhados podem estar numa mesma folha ou planta.

Desenhos de conjuntos

Um desenho de conjunto é uma descri- ção de um objeto, feito de duas ou mais partes (veja o desenho de montagem no centro da figu- ra 2-1). Ele descreve o objeto, dando em forma geral, o tamanho e formato.

A sua principal finalidade é mostrar o re- lacionamento das várias partes. Um desenho de conjunto é, normalmente, mais complexo que um desenho detalhado e, é freqüentemente, acompanhado de desenhos detalhados de várias partes.

Figura 2-1 Desenho de Montagem.

Desenhos de montagem

Um desenho de montagem é aquele que inclui todas as informações necessárias para a montagem das peças em sua posição final na

aeronave. Ele mostra as medidas necessárias para a localização de peças específicas, com re- lação às outras peças e dimensões de referên- cias, que são de ajuda em posterior trabalho na oficina. (Veja desenho de montagem na da figu- ra 2-1.)

CUIDADOS E USO DE DESENHOS

Desenhos são caros e valiosos; em con- sequência, eles devem ser manuseados com cui- dado. Abra os desenhos lenta e cuidadosamente para evitar que o papel se rasgue. Quando o de- senho estiver aberto, alise as linhas das dobras, ao invés de dobrá-las para trás. Para proteger os desenhos, nunca os es- palhe no chão ou os coloque em superfícies co- bertas de ferramentas ou outros objetos, que possam fazer buracos no papel. As mãos devem estar livres de óleo, graxa, ou outras substâncias que possam manchar ou borrar a planta. Nunca faça notas ou marcas em uma planta, uma vez que elas possam confundir ou- tras pessoas e conduzir ao trabalho incorreto. Somente pessoas autorizadas têm permissão para fazer notas ou mudanças de plantas, tendo que assinar e datar qualquer mudança que fize- rem. Quando terminar com um desenho, do- bre e devolva-o ao devido lugar. As plantas são normalmente dobradas num tamanho certo para arquivamento; o cuidado deverá ser tomado para que a dobragem original seja sempre usada.

BLOCO DE TÍTULOS

Toda planta tem que ter alguns meios de identificação. Isto é provido por um bloco de título (veja figura 2-2). O bloco de título consis- te do número do desenho e de algumas outras informações concernentes a ele, e ao objeto que o representa. Esta informação é agrupada em um local proeminente na planta, normalmente no canto inferior direito. Algumas vezes o bloco de título é na forma de uma linha que se estende por quase toda a base da folha. Embora blocos de títulos não sigam uma forma padrão, no que diz respeito ao formato, todos irão apresentar, essencialmente, a seguinte informação:

de material necessário e a origem da peça ou material. Em desenhos, que não dão lista de mate- rial, a informação pode ser observada direta- mente no desenho. Em desenhos de montagem, cada item é identificado por um número em um círculo, ou em um quadrado. Uma seta ligando o número ao item, ajuda a localização na lista de materiais.

Figura 2-4 Lista de material.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Bloco de revisão

Revisões em um desenho são necessárias para mudança de dimensões, modelo ou materi- ais. As mudanças são normalmente listadas em colunas adjacentes ao bloco de título, ou em um canto do desenho. Todas as mudanças aprovadas para um desenho devem ser cuidadosamente anotadas, em todas as plantas existentes daquele desenho. Quando o desenho contém correções, as mudanças são classificadas por letras ou núme- ros; e listadas, após estes símbolos, em um blo- co de revisão (figura 2-5). O bloco de revisão, contém o símbolo de identificação (letra ou número), a data, a nature- za da revisão; quem autorizou a mudança, e o nome do desenhista, que efetuou a mudança. Para diferenciar o desenho corrigido de sua versão original, muitas firmas estão inclu- indo, como parte do bloco de título; um espaço para colocar o símbolo apropriado, para esclare- cer que o desenho foi mudado ou revisado.

Figura 2-5 Bloco de revisão.

Notas

Notas são acrescentadas aos desenhos por várias razões. Algumas dessas notas referem-se aos métodos de montagem ou de construção. Outras dão alternativas, para que o desenho possa ser usado em diferentes estilos do mesmo objeto. Ainda outras, enumeram as modificações que estão disponíveis. As notas podem ser encontradas ao lado do item, ao qual elas se referem. Se as notas fo- rem muito longas, podem ser colocadas em ou- tros lugares do desenho e identificadas por le- tras ou números. As notas são usadas, quando a informação não pode ser transmitida, na manei- ra convencional, ou quando é desejável evitar o enchimento do desenho. A figura 2-1 ilustra um método de apresentação de notas. Quando a nota se refere a uma peça es- pecífica, traça-se uma seta da nota até a peça. Se a nota se aplica a mais de uma peça, ela deve ser explícita, a fim de que não deixe dúvidas quanto as peças nas quais ela se aplica. Quando existi- rem muitas notas, normalmente elas deverão ser mantidas juntas e numeradas consecutivamente.

Zoneamento

O zoneamento em desenho, é semelhante aos números e letras impressos nas bordas de um mapa. Eles estão ali, para auxiliar a locali- zação de um determinado ponto. Para encontrar um ponto, mentalmente trace uma linha hori- zontal e uma vertical, partindo dos números e letras especificados. O ponto de intercessão é a área procurada. Use o mesmo método para localizar par- tes, seções e vistas em desenhos grandes, parti- cularmente desenhos de conjuntos. Peças nume- radas no bloco de títulos podem ser localizadas nos desenhos, procurando-se os números nos quadrados ao longo da borda inferior. Os núme- ros de zoneamento são lidos da direita para a esquerda.

Números de estação

Um sistema de numeração é usado em grandes conjuntos da aeronave para localizar es- tações como as cavernas da fuselagem. Caverna da estação da fuselagem 185 (Fuselage Frame - Sta 185) indica que a caverna está a 185 polega- das do ponto de referência da aeronave. A medi- ção é normalmente tirada a partir do nariz ou estação zero; mas em alguns casos, pode ser ti- rada da parede de fogo, ou algum outro ponto escolhido pelo fabricante. O mesmo sistema de numeração de esta- ção é usado para asas e estabilizadores. A medi- da é tirada da linha de centro ou estação zero da aeronave.

Marcas de acabamento

Marcas de acabamento são usadas para indicar as superfícies que devem ter um acaba- mento por máquina. As superfícies acabadas têm uma aparência melhor e permitem um en- caixe mais justo com outras peças. Durante o processo de acabamento, os limites e tolerâncias requeridos devem ser observados. Não confun- dir "acabamento por máquina" com aqueles "por pintura, esmalte, cromagem e coberturas seme- lhantes".

Figura 2-6 Desenho pictorial.

Tolerâncias

Quando uma dimensão dada em uma planta mostra uma variação permitida, o sinal mais (+), indica o máximo; e o sinal menos (-), indica a mínima variação permitida. A soma dos sinais indica a tolerância. Por exemplo, usando .225 + .0025 - .0005; os sinais mais (+) e menos (-) indicam

que a peça será aceitável se não for .0025 maior do que a dimensão dada .225, ou não mais do que .0005 menor do que a dimensão .225. A to- lerância neste exemplo, é de .0030 (.0025 max + .005 min). Se as tolerâncias a mais ou a menos fo- rem iguais, você as encontrará assim: .224 + .0025. A tolerância seria então .0050. A tole- rância pode ser indicada de forma fracionária ou decimal. Quando forem necessárias dimensões muito precisas, serão usados decimais. Tolerân- cias em fração são suficientes quando não são necessárias dimensões precisas. Tolerâncias pa- drão de -.010 ou -1/32 podem ser dadas no blo- co título de muitos desenhos, para aplicação nos mesmos.

MÉTODOS DE ILUSTRAÇÃO

Inúmeros métodos são usados para ilus- trar objetos graficamente. Os mais comuns são desenhos, projeções ortográficas e diagramas.

Desenhos pictoriais

Um desenho pictorial (fig 2-6), é similar a uma fotografia. Mostra o objeto como ele apa- rece aos olhos, mas não é satisfatório para mos- trar formas e formatos complexos. Desenhos pictoriais são úteis para mostrar a aparência de um objeto, e são muito usados com projeções ortográficas. Desenhos pictoriais são usados em manutenção, revisões gerais e número de partes (P/N).

Desenhos de projeção ortográfica

Para mostrar o exato tamanho e forma de todas as peças de objetos complexos, são neces- sárias mais de uma vista. Este é o sistema usado na projeção ortográfica. Em projeções ortográficas, existem seis vistas possíveis de um objeto, porque todos os objetos têm seis lados (frente, cima, parte de baixo, traseira, lado direito e lado esquerdo). A figura 2-7 (A) mostra um objeto colo- cado em uma caixa transparente. As projeções, nos lados da caixa, são como se o objeto fosse visto diretamente através de cada lado.

Figura 2-8 Desenho de uma face.

As meias secções são usadas com vanta- gem em objetos simétricos, para mostrar a parte interior e exterior.

Figura 2-9 Objeto simétrico com meia face exterior.

Figura 2-10 Vista de detalhe.

Figura 2-11 Vista seccional de um conector de cabo.

A figura 2-12 é uma vista de meia sec- ção de uma desconexão rápida, usada num sis- tema de fluido de uma aeronave.

Secção rebatida

A secção rebatida, desenhada diretamen- te na vista exterior, mostra a forma de corte transversal da parte, como o raio da roda. Um exemplo da secção rebatida é mostrado na figu- ra 2-13.

Secção removida

Secções removidas mostram particulari- dades do objeto. Elas são desenhadas como as seções rebatidas, exceto que estão colocadas de um lado e destacam detalhes pertinentes e são freqüentemente, desenhadas em uma escala mai- or que a vista, na qual elas são indicadas.

Figura 2-14 é uma ilustração de seção removida. A seção A.A. mostra a forma do corte transversal do objeto cortado pela linha do pla- no A.A. A seção B.B. mostra a forma do corte transversal cortado pela linha do plano B.B. Estas vistas seccionadas são desenhadas na mesma escala da vista principal; no entanto, como já mencionado, elas são freqüentemente desenhadas numa escala maior para destacar de- talhes pertinentes.

O SIGNIFICADO DAS LINHAS

Todo desenho é composto de linhas. Li- nhas marcam fronteiras, bordas e intercessões de superfícies. Linhas são usadas para mostrar dimensões e superfícies ocultas, e para indicar centros. Obviamente, se a mesma espécie de li- nha for usada para mostrar todas essas coisas, um desenho viria a ser uma coleção de linhas. Por essa razão, várias espécies de linhas padro- nizadas são usadas em desenhos de aeronaves. Essas linhas estão ilustradas na figura 2-15 e, seus empregos corretos são mostrados na figura 2-16. Muitos desenhos usam três larguras, ou intensidades de linhas: fina, média ou grossa. Estas linhas podem variar um pouco em dese- nhos diferentes, mas haverá sempre uma notável diferença entre uma linha fina e uma linha gros- sa, com a largura de uma linha média em algum lugar entre as duas.

Figura 2-12 Meia secção.

Figura 2-13 Secção rebatida.

Figura 2-14 Secção removida.

Linhas de centro

Linhas de centro são constituídas de tra- ços longos e curtos. Elas indicam o centro do objeto ou parte do objeto. Onde as linhas de centro se cruzam, os traços curtos se cortam, simetricamente. No caso de pequenos círculos, as linhas de centro podem ser mostradas inteiras (não devem ser interrompidas).

Linhas de cota

A linha de cota é uma linha sólida inter- rompendo no ponto médio para colocação da indicação de medidas, e tendo ponta de setas opostas a cada final, para mostrar a origem e o fim da medida. Elas são geralmente paralelas à linha em que a dimensão é dada e, são usual- mente colocadas na parte externa da linha de

Linhas líderes

Líderes são linhas sólidas, com uma seta numa das pontas, e indicam uma parte ou por- ção de uma nota, número, ou uma outra referên- cia.

Linhas de ruptura

Linhas de ruptura indicam que uma por- ção do objeto não é mostrada no desenho. Para pequenas rupturas as linhas são feitas sólidas, e à mão livre. Longas rupturas são feitas com linhas sólidas, com régua e ziguezagues intercalados.. Eixos, hastes, tubos e outras partes que têm uma porção de seu comprimento interrom- pido, têm o final da interrupção como indica a figura 2-16.

Linhas fantasmas

Linhas fantasmas indicam a posição al- ternada de partes do objeto, ou da posição rela- tiva de uma parte perdida. Linhas fantasmas são compostas de um longo e dois curtos traços, espaçados regular- mente.

Linhas de hachuras

Linhas de hachuras indicam superfícies expostas do objeto, na vista seccionada. Elas são geralmente finas, cheias, mas devem variar com a espécie de material mostrado na seção. As meias secções são usadas com vanta- gem em objetos simétricos, para mostrar a parte interior e exterior.

Linhas ocultas

Linhas ocultas indicam margens invisí- veis ou contornos. Linhas ocultas são feitas de traços curtos espaçados regularmente e, são fre- qüentemente, classificadas como linhas traceja- das.

Linhas de contorno ou de arestas visíveis

Linhas de contorno ou de arestas são usadas em todas as linhas do desenho, represen- tando as linhas visíveis do objeto.

Linhas ponteadas ou interrompidas

Linhas ponteadas (pontos de costura) ou interrompidas, ou ainda costuradas, consistem de uma série de pequenos traços, espaçados re- gularmente.

Linhas de corte e vista de corte

Linhas de corte indicam o plano no qual uma vista seccional do objeto é tomada. Na fi- gura 2-16, a linha de corte A-A indica o plano no qual a seção A-A foi tomada. Vista de corte indica o plano do qual uma superfície é vista.

INTERPRETANDO DESENHOS

Um desenho não pode ser interpretado todo de uma vez, do mesmo modo que, uma planta inteira não pode ser interpretada numa olhadela. Ambos devem ser interpretados uma li- nha de cada vez. Interpretar um desenho, efeti- vamente, segue um procedimento sistemático. Na abertura de um desenho, leia o núme- ro do desenho e a descrição do artigo. Depois cheque qual é o modelo, a última alteração, e o próximo conjunto listado. Tendo determinado que o desenho está correto, prossiga na leitura das ilustrações. Na interpretação de um desenho de mui- tas vistas, primeiro pegue a idéia geral da forma do objeto pela discriminação de todas as vistas, então selecione uma vista para um estudo mais cuidadoso. Checando a vista adjacente várias vezes, será possível determinar o que cada linha representa. Cada linha de uma vista representa uma troca na direção da superfície, mas outra vista deve ser consultada para determinar qual foi a troca.Por exemplo, um círculo sobre uma vista pode significar um furo ou uma saliência, como na vista superior do objeto na figura 2-18. Olhando a vista superior, vemos dois círculos; no entanto a outra vista deve ser con- sultada para determinar o que cada círculo re- presenta. Uma olhada em outra vista nos infor- ma que o pequeno círculo representa um furo; e o grande representa uma saliência. -Do mesmo modo, a vista superior deve ser consultada para determinar a forma do furo e da saliência.

Pode ser visto neste exemplo, que uma pessoa não pode interpretar um desenho com uma simples olhada, quando mais de uma vista é dada. Duas vistas nem sempre descreverão o objeto e, quando três vistas são dadas, todas três devem ser consultadas para se ter certeza de que a forma está sendo interpretada corretamente. Após determinar a forma de um objeto, determine seu tamanho. Informação de dimen- são e tolerância são dadas para se ter certeza que o desenho correto será encontrado.

Figura 2-18 Interpretando desenhos.

As dimensões são indicadas por algaris- mos, com ou sem marcas de polegadas. Se as marcas de polegadas são usadas, a dimensão é em polegadas. É costume dar as dimensões das partes e a dimensão geral, que dá a maior largu- ra da parte. Se não for apresentada a dimensão geral, ela pode ser determinada pela soma das dimensões das partes separadas. Desenhos podem ser dimensionados em decimais ou frações. Isto é especialmente verda- deiro com referência às tolerâncias. Muitas fir-

mas, ao invés de usar sinais de mais (+) ou me- nos (-) para tolerância, fornecem a dimensão completa para ambas as tolerâncias. Por exemplo, se uma dimensão é duas polegadas com um mais (+) ou menos (-) tole- rância de 0.01, o desenho deveria mostrar a di- mensão total como: 2.01 e 1.99. A tolerância isenta (normalmente achada no bloco de título) é uma tolerância geral que pode ser aplicada para partes onde as dimensões não são críticas. Onde a tolerância não é mostrada na linha de cota, aplica-se a tolerância da planta. Para completar a interpretação de um desenho, lê-se as notas gerais e o conteúdo do bloco de material; cheque e ache as várias modi- ficações incorporadas, e leia as informações es- peciais dadas nas, ou próximas das vistas e se- ções.

DIAGRAMAS

Um diagrama deve ser definido como uma representação gráfica de um conjunto ou sistema; indicando as várias partes e, expressa- mente, os métodos ou princípios de operação. Há muitos tipos de diagramas; no entan- to os com que os mecânicos da aviação terão de se preocupar durante o desempenho de seu tra- balho podem ser agrupados em duas classes ou tipo: diagramas de instalação e diagramas es- quemáticos.

Diagramas de instalação

A figura 2-19 é um exemplo de diagrama de instalação. Esse é um diagrama do sistema de travas de comando de uma aeronave. Ele identi- fica cada componente no sistema e mostra sua localização na aeronave.

Figura 2-20 Esquema de sistema hidráulico de aeronave.

Diagramas esquemáticos desse tipo são usados, principalmente na solução de proble- mas. Note que cada linha é codificada para faci- litar a leitura e seguir o fluxo. Cada componente é identificado pelo nome, e sua localização no sistema pode ser verificada observando-se as linhas que entram e saem da unidade. Ao seguir o fluxo do fluido através do sistema, pode ser visto que as bombas, impulsi- onadas pelo motor, recebem um suprimento de fluido vindo do reservatório. Uma válvula de cheque unidirecional é instalada em ambas as linhas de pressão das bombas direita e esquerda, de maneira que a falha de uma delas não faça com que a pressão da outra se torne ineficaz.

Os fluidos escoam para o lado aliviado do sistema, para a válvula de alívio; e, através da válvula de cheque, a qual manterá a pressão que estiver além deste ponto. A pressão é então direcionada através de todas as linhas condutoras para cada válvula seletora, onde é checado se nenhuma unidade está sendo operada. A pressão aumenta na linha de condução para a abertura de controle da válvula de descarga, e começa a carregar o sistema a- cumulador. A pressão para carregar o acumulador do freio é conduzida, através da válvula de cheque incorporada. Na válvula de alívio térmico; isto

impede que a pressão retorne para o sistema geral.

Figura 2-21 Etapas de um esboço.

Embora o acumulador do sistema geral inicie o carregamento ao mesmo tempo, ele não carregará tão rápido, porque o fluido passa atra- vés de uma válvula limitadora. A pressão do sis- tema geral sangrará para o sistema de freios, sempre que a pressão dos mesmos cair abaixo da do sistema. Tão logo a pressão alcance o limite da válvula de alívio, esta abrirá ligeiramente. A pressão do sistema geral aumenta até alcançar o valor estabelecido como pressão operacional do sistema. Neste ponto, através da linha de condu- ção para o componente de controle da válvula de descarga, a pressão manterá a válvula de alí- vio e descarga completamente aberta. A pressão armazenada no sistema pela válvula de cheque unidirecional mantém a vál- vula aberta para criar um circuito inativo, o qual prevalecerá até que alguma unidade do sistema hidráulico seja operada. Diagramas esquemáticos, como diagra- mas de instalação, são usados extensivamente em manuais de aeronaves.

ESBOÇOS DE DESENHO

Um esboço é um simples desenho de rascunho, que é feito rapidamente e sem muito detalhe. Esboços podem ter muitas formas de uma sim- ples apresentação fotográfica até uma projeção ortográfi- ca com várias vistas. Um esboço é freqüentemente desenhado para uso na fabricação de um componente subs- tituído.

Como tal, um esboço deve prover todas as informações necessárias para aqueles que fa- bricarão a peça. O mecânico não precisa ser um artista de renome. Entretanto, em muitas situações ele precisará preparar um desenho para apresentar uma idéia a um novo projeto, uma modificação ou um método de reparo. O meio termo na con- fecção do esboço é um excelente meio para con- seguir isto. As regras e práticas convencionais para a confecção de desenhos mecânicos são seguidas, de forma que, todas as vistas necessárias para representar um objeto com precisão são mos- trados em suas devidas proporções. Também é necessário observar as regras para o uso correto das linhas (figuras 2-15 e 2-

  1. e as dimensões. Para fazer um esboço, primeiro deter- mine quais as vistas necessárias para representar o objeto; então esboce estas vistas, usando li- nhas leves de construção.

Figura 2-22 Símbolos dos materiais. Em seguida complete os detalhes, escu- recendo o contorno do objeto, e esboce as linhas de extensão e de cota. Complete o desenho adicionando obser- vações, dimensões, títulos, datas; e, quando ne- cessário, o nome de quem fez o esboço. Os pas- sos na confecção do esboço de um objeto são ilustrados na figura 2-21.

Ele pode colocar o rolo do microfilme no projetor, localizar o desenho ou informação de- sejada, e pesquisar a referida área. Se ele tiver que estudar um detalhe do desenho, ou trabalhar com ele por um longo tempo, uma reprodução fotográfica ampliada pode ser feita usando-se o microfilme como um negativo.

Figura 2-23 Símbolos das formas.

Figura 2-24 Símbolos elétricos. O microfilme de desenho tem muitas ou- tras utilidades e vantagens. No entanto, o mi- crofilme não pode substituir o desenho original, especificamente onde os originais estão modifi- cados e mantidos, atualizados por um longo tempo. Quando os desenhos são filmados em

rolos contínuos, correções podem ser feitas, cor- tando os desenhos a serem substituídos e emendando os revisados em seu lugar. Quando estas correções tornam-se numerosas, este pro- cedimento torna-se impraticável e descartado,

em favor de uma nova filmagem de todos os desenhos relacionados. Um método, o qual permite que as corre- ções sejam feitas facilmente, é fotografar os de- senhos, cortar o filme em slides, colocando-os dentro de envelopes e protetores transparentes e, arrumá-los em sequências, para que os desenhos desejados possam ser localizados rapidamente.

Com isto, desenhos de grande tamanho podem ser reproduzidos em moldes individuais ou slides, e guardados em envelopes de papel regular mantidos em arquivo comum. Quando colocado contra a luz, este largo microfilme pode ser lido a olho nu.