






















Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Livro que permeia a realidade de uma escola legal
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
1 / 30
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Este livro é dedicado a todas as pessoas que acreditam – e lutam, participam, vivenciam – a construção de uma sociedade mais humana, mais igualitária, com maior acesso a tudo, ou seja, mais inclusiva.
Agradeço a Bárbara, a Marina e ao Pedro da vida real e a todos e todas ‘personagens’ desta escola legal , que foram inspirados em minha realidade, e na minha crença, em que TODAS as pessoas devem ter deveres assim como direitos, e acessos iguais para se desenvolverem plenamente e de serem respeitadas nestes direitos. E ao terem direitos, tem deveres de maneira igual. Mais do que serem cidadãos ou indivíduos, são pessoas ...
Toca o sinal da escola. É hora de ir para o trabalho que toda criança deve ter... acesso ao estudo. Após se despedirem de seus pais, Marina e Pedro se encaminham para o pátio interior da escola.
A diretora da escola é a Paula. Ela dá um bom dia a todos os alunos e alunas e pede que formem fila de acordo com a série indicada nos crachás de identificação distribuídos com antecedência. Marina e Pedro formam fila onde a diretora indicou ser o local do 4º ano do ensino fundamental. Ambos estão ansiosos para conhecerem o professor, ou professora, que lhes irá dar aula. Já na fila começam a fazer novos amigos. Pedro conhece Caio, um menino esperto e rápido, que vai logo perguntando:
_ Você é novo na cidade? Por que é novo aqui na escola, não é? Qual o seu nome?
Diante das perguntas diz:
_ Calma. Eu sou novo na cidade e na escola. Meu nome é Pedro e...
_ O meu nome é Caio. Seja bem-vindo na cidade e em nossa escola, Pedro.
_ Obrigado. Acho que vai ser legal estudar aqui. _ A escola é ótima. Eu adoro. Tem todo tipo de gente, e isso é bem legal.
_ Mas se tem todo tipo de gente deve ter também criança mal educada e brigona, não? _ Não, não é esse “todo tipo de gente” é todo tipo de gente mesmo!
Marina entra na conversa e pergunta:
_ Mas só tem um tipo de “todo tipo de gente”, né não?
Caio comenta:
_ Hei, vocês se parecem, só que ele é menino e você é menina.
Marina continua:
_ É que somos irmãos gêmeos. Mas você não me respondeu.
Caio emenda:
_ É que não é o “todo tipo de gente” que o seu irmão falou, de modo preconceituoso, como ser mal educado e brigão, mas “todo tipo de gente” conforme a diversidade humana, a realidade vivida ou a compreensão e o entendimento da vida.
_ Estou na mesma. E não acho que meu irmão foi preconceituoso. Disse Marina.
_ É “todo tipo de gente”, ou seja, as pessoas chamadas de “deficientes” ou “C.D.F.’s” ou “maluquinhos”. É “todo tipo de gente”... mesmo! E o Pedro foi preconceituoso porque disse criança mal educada e brigona, como se isso fosse um defeito e não um efeito da experiência de vida delas. Pedro se justifica:
_ É que eu não gosto de gente mal educada e brigona, só isso.
_ Mas ser mal educado e brigão pode ser uma forma de pedir ajuda, não concorda? Responde Caio.
Entra na conversa outra colega que estava próxima. Ela se chama Adriana. E fala:
_ É sim. Às vezes a criança não é nem mal educada, nem brigona ela só não está em um dia bom e acaba reagindo desta maneira. Os irmãos perguntam quase ao mesmo tempo:
_ E você? Qual o seu nome? Ela responde:
_ Eu sou a Adriana. E já conheço o Caio desde o 2º ano. Vocês devem estar estranhando porque a nossa escola é uma escola em que toda criança tem o “direito de estudar”. Temos muito orgulho de receber qualquer pessoa, pode ser pessoa com deficiência visual, com deficiência auditiva, com altas habilidades ou superdotação, com deficiência física, com deficiência mental, ou ainda uma pessoa com o chamado transtorno global de desenvolvimento. São as formas de estar no mundo. Tudo isso nos é esclarecido desde cedo aqui na escola. Mas Pedro pergunta:
_ Ué, mas toda a escola não é assim? Não é para todo mundo?
Caio devolve a pergunta:
_ Mas você já reparou quantas escolas realmente aceitam essas crianças?
Marina:
_ Não notei nada de diferente nas crianças.
E Pedro:
_ Nem eu!
Adriana exemplifica:
_ Vejam bem. Ali na fila do 4º ano temos o Fernando, ele usa cadeira de rodas. Estão vendo?
_ Ih, é mesmo, não tinha visto - falou Pedro.
Caio também quer apresentar outros colegas.
igualmente aprendemos que toda criança tem o seu valor independente de seu possível comprometimento, seja ele físico, psicológico, neurológico, social, econômico ou cultural. E quanto à Rosângela, todos nós aguardamos que sua “ferida melhore com o tempo” e ela possa retomar suas atividades da maneira como sempre fez aqui na escola... conosco!
_ Nossa, o Cláudio fala como adulto. Acho que preciso de umas “traduções” do que ele falou - disse Pedro rindo. A diretora Paula interrompe:
_ Bom-dia crianças!
Todos respondem:
_ Bom-dia!
Eu apresento a professora do 4º ano, Maria Angela, ela será a professora de vocês este ano. Maria Angela se aproxima, ela usa uma cadeira de rodas. As crianças que já eram da escola já a conheciam, mas para Marina e Pedro foi uma novidade ter uma professora cadeirante. Ela diz:
_Bom-dia para todos e todas!!! As crianças respondem:
_Bom dia professora Maria Angela!! A diretora se afasta e deixa a turma por conta da professora. Ela então convoca seus alunos e alunas para a sala de aula:
_ Crianças, vamos iniciar nossos trabalhos? Vamos pra sala?
_ Sim - respondem as crianças.
_ Então vamos, e Maria Angela dirige-se em direção à sala empurrando sua cadeira.
Caio oferece ajuda:
_ Posso ajudar a empurrar a sua cadeira, professora?
_ Você me faz essa gentileza? - responde Maria Angela.
_ É pra já. Vrumm. Caio faz barulho de carro ao empurrar a cadeira.
_ Não passe do nosso limite de velocidade, hein?!?
_ Pode deixar - responde Caio, que emenda... Vrummmmmmmmmm.
E todos se dirigem para a sala. Chegam e vão se arrumando para o início das atividades. A professora sabe das duas crianças novas na turma, pois desde o final do ano já mantinha contato com Silvana, professora do 3º ano, e a maioria dos rostinhos já lhe era familiar. Mesmo assim, solicitou a todos os alunos e alunas que se apresentassem. E foi acontecendo cada apresentação, até chegar a vez do Pedro, e foi logo dizendo:
_ Oi pra todo mundo. Meu nome é Pedro. Venho de outra cidade chamada Beirópolis. Estou me acostumando aqui em Santana. Tenho encontrado gente muito e bacana aqui e acho que será muito legal conviver com todos vocês. Em seguida foi a Marina:
_ Olá a todos. Meu nome é Marina. Sou irmã gêmea do Pedro. Também estou gostando muito da cidade e de tudo o que estou vendo até agora. Em especial desta escola. Eu e meu irmão já conhecemos a Adriana, o Caio e o Cláudio porque conversamos com eles antes de entrarmos pra sala de aula. Mas tenho a impressão de que adorarei todos vocês.
Desta maneira todos e todas foram se apresentando. Até que chegou a vez da última aluna. Era a Rosângela. A professora percebendo que ela não queria se apresentar tentou motivá- la dizendo:
_ Não precisa ficar acanhada. É simples. É só você falar o seu nome e o que você espera de si própria e de seus colegas de turma. Ela então com certa dificuldade começou:
_ Meu nome é... Rosângela. E espero... Nesse momento ela começou a chorar compulsivamente. Eu... Eu... e a voz não saía. Maria Angela interveio:
_ Calma Rosângela. Está tudo bem! Aconteceu algo que a aborreceu ou te magoou?
_ Sim - respondeu a menina. E continuou:
_ É que eu não queria me apresentar na frente dos meus novos colegas. Estou com vergonha e não queria, mas a senhora me obrigou. Calmamente, Maria Angela respondeu:
_ Querida Rosângela, não precisa ficar chateada. Além disso, eu não obriguei ninguém a se apresentar, mas pense comigo: Se você estivesse no lugar da Marina e do Pedro e chegasse a uma cidade nova, uma escola nova, uma turma nova, será que você não se sentiria melhor se todas as pessoas com as quais terá de lidar ao longo do ano, e possivelmente muitos anos ainda, se apresentassem e falassem um pouquinho sobre elas. E ao falarem sobre elas não seria legal que você também se apresentasse e falasse um pouco sobre si mesma?
_ Tem razão professora. Mas é que eu fiquei envergonhada - disse Rosângela.
_ Bem, será que você gostaria então de começar de novo ou prefere não fazer?
_ Quero começar de novo - disse a menina.
_ Pedro, eu me equivoquei. O termo mais apropriado para nos referirmos às pessoas com cegueira é pessoa com deficiência visual, embora o que eu penso valer mais a pena é a maneira com que o preconceito se estabelece, ou não, para nos referirmos às pessoas, sejam as ditas normais, sejam as pessoas com qualquer tipo de especificidade, impedimento ou limitação. Mas mais importante ainda, é que você está aprendendo que a comunicação entre todas as pessoas é essencial e faz parte do aprendizado de todos, principalmente quando temos algum impedimento temporário ou definitivo que não está dentro dos padrões ditos “normais”. Maria Angela continua:
_ Aqui na escola nós utilizamos os pontos braile – a professora mostra com as mãos o local dos pontos na sala – que é o nome indicado para nos referirmos à cada uma das “bolinhas”, elas compõem a cela braile que formam o conjunto de seis pontos, esses pontos da cela formam palavras ou números que são evidenciados seja pela visão, seja pelo tato. Outra forma de comunicação são os “desenhos de mãos” que identificam o alfabeto da Libras, Língua Brasileira de Sinais, e que estão colocados também em todos os locais da escola com a igual intenção de promover a autonomia e a igualdade de ‘acesso’ da pessoa com deficiência auditiva. Estes recursos ajudam a promover a igualdade de direitos, a independência, o sentimento de que é possível estabelecer comunicação com todos e todas, além é claro, da própria autonomia da qual eu já mencionei, tudo isso visando a um maior e melhor aprendizado e interação. E todos nós professores e professoras, fazemos uso tanto da Libras, quanto da escrita Braile, para o aprendizado, a comunicação, e consequentemente, a educação de todos os alunos e alunas. Marina tem dúvidas e argumenta:
_ Professora, o nome das bolinhas é alfabeto braile e o dos desenhos das mãos é Libras?
_ Exatamente Marina – responde a professora. – E você percebeu que essas bolinhas estão em relevo e são do tamanho de um polegar de adulto? E que os desenhos das mãos que formam a escrita visual de sinais, Libras, têm um tamanho maior do que uma mão de adulto?
_ Quanto às mãos eu reparei que elas eram grandes mesmo - diz Pedro - Mas as bolinhas, quer dizer, os pontos braile, não é isso? – A professora balança a cabeça afirmativamente. – Por que eles estão em tamanho maior?
_ É para que todos possam enxergar melhor. Existe uma Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva do Governo Federal para facilitar o acesso de toda criança com necessidades educativas especiais e eles estão divididos em três grandes grupos que tentam abordar a pluralidade humana. Esses grupos são constituídos por Altas Habilidades/Superdotação; Transtornos Funcionais Específicos ou Transtornos Globais do Desenvolvimento; e as com algum tipo de limitação ou Deficiências. Essa é uma caracterização que leva em conta os aspectos educacionais e pode auxiliar pais, responsáveis e professores e professoras quanto a situação em que a criança vivencia.
_ E é com essa preocupação que os pontos braile são maiores, professora? - indaga Marina.
_ Isso mesmo. E as mãos que formam as letras do alfabeto de Libras também. Isso porque a partir desse ano vocês dois, Marina e Pedro, terão o primeiro contato com o Braile e com a Libras. Pedro pergunta:
_ Professora Maria Angela, o nome certo não é “as Libras” e não “a Libras”?
_ Bem observado Pedro. O termo correto, no entanto, é “a Libras” porque a palavra Libras é a abreviatura de Língua Brasileira de Sinais. Basta trocarmos a sigla pelo termo completo. A frase ficaria: Marina e Pedro terão o primeiro contato com a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS, a LIBRAS. Ao considerarmos o plural: Marina e Pedro terão o primeiro contato com as LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS, as LIBRAS e assim não está correto, concorda?
_ Ãããã!!! Compreende Pedro. A professora continua:
_ Quanto às rampas elas são para uma melhor “acessibilidade” das pessoas ao utilizar os espaços físicos da escola. Elas atendem a todas as pessoas, e não apenas aos cadeirantes como eu, mas as pessoas com mobilidade reduzida que são os idosos, as grávidas, as pessoas com pé quebrado, ou que usam muletas por qualquer motivo, as pessoas obesas, entre outras. As palavras como vocês sabem podem ter vários significados. Acessibilidade, de acordo com a Lei nº 10.098/00, é a “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.” E o mesmo termo, Acessibilidade, utilizado aqui em nossa escola, quer dizer de acesso fácil, assim a palavra pode ser em relação a um objeto ou uma pessoa, além de ser inteligível e compreensível. Desta forma, a escola tenta ser de acesso fácil a todas as pessoas, independente da condição existencial humana apresentada, permitindo entre outras coisas, o direito de ir e vir com independência e autonomia dentro de suas dependências. Marina argumenta:
_ Professora, isso não é o que acontece sempre?
Maria Angela devolve a pergunta:
_ Será que é isso que acontece em todos os lugares aonde vamos? Pensemos um pouco sobre isso.
Passados alguns instantes, Pedro e Marina falaram quase ao mesmo tempo:
_ É, eu acho que não... – e Marina continuou:
mudança de casa, a mudança de trabalho... tudo é novo para vocês dois e toda a sua família! Quanto à nossa escola, ela possui uma “nova” proposta pedagógica, um “novo” projeto político- pedagógico, um “novo” currículo, entre outras “novidades” que se traduzem pela adoção de uma outra perspectiva educacional entendida como Inclusão. Em ambos os casos, a novidade pode ser interessante ou sem graça. Irá depender de como recebemos e lidamos com essa novidade - argumenta Maria Angela, e continua:
_ Hoje nós iremos ter uma aula sobre a história dos meios de comunicação. E veremos como esses meios de comunicação auxiliaram a nossa vida. Aqui na escola nós também usamos muitas mídias...Caio interrompe e pergunta:
_ O que é mídia?
Nesse momento, quase que em resposta à indagação feita, aparece na porta da sala um homem.
_ Eu já respondo a você, Caio - E dirigindo-se à pessoa, o cumprimenta:
_ Bom-dia, Zé Luís. Tudo pronto?
_ Bom-dia professora! E bom dia, criançada!
_ Bom-dia! - responderam os alunos e as alunas. E continuando diz: _ Tudo pronto professora. Quando você quiser.
_ Pode começar a preparação enquanto eu continuo a nossa conversa. Caio, você já sabe que as palavras podem ter vários significados, não é mesmo?
_ Isso, professora, sei sim. Uma palavra pode ter muitos significados, é só olharmos o dicionário...
_ Para responder o que é mídia temos que definir o seu significado. Aqui para nós, um dos significados para mídia será o de ser o conjunto dos meios de informação e comunicação, incluindo seus diferentes veículos, recursos e técnicas. Podemos dizer também que mídia pode ser todo meio, natural ou artificial que permite a expressão e a comunicação do pensamento e/ou da criatividade. Além disso, podemos dividir as mídias em: mídia impressa, mídia eletrônica, mídia digital e mídia alternativa. Na mídia impressa, temos os livros, jornais, revistas e todo recurso impresso. Na mídia eletrônica temos o rádio, a televisão, o cinema e todos os recursos audiovisuais. Já a mídia digital é composta pela Internet, a televisão digital, além de CDs e DVDs para gravação de dados. Por fim, temos a mídia alternativa que tem como característica seu baixo custo, alcance e recursos restritos e que exclui toda e qualquer opção mais abrangente e de maior custo, podendo ser impressa, eletrônica ou digital, mas sempre de baixo custo e alcance restrito.
Enquanto isso, Zé Luís fazia alguns preparativos na sala de aula. Em frente ao quadro, ele puxou uma tela que estava enrolada acima e prendeu embaixo do quadro. Depois começou a fechar as cortinas, o que deu a sala uma impressão de ser uma sala de cinema. Ele saiu de sala após realizar as tarefas. E Maria Angela continuava.
_ Para simplificar crianças, nós utilizaremos as palavras mídia e meio de comunicação para designar recursos, técnicas e/ou veículos que permitam a expressão e a comunicação do pensamento e/ou da criatividade. Essas palavras serão um sinônimo. Com o tempo vocês irão aprender ainda mais sobre sua importância, utilidade, linguagens e significados. Além dos seus usos, tanto na escola como fora dela.
_ Não sei se entendi a explicação professora - responde Caio.
_ Eu irei responder através de uma mídia. O meio de comunicação CINEMA. Assim que o Zé Luis voltar ele trará um equipamento e iremos passar um filme feito ano passado pelos alunos do 7º ano – hoje 8º ano – que conta um pouco sobre a história das mídias. Que tal, vamos ver?
Os alunos e alunas se agitaram e aguardaram ansiosos a ‘sessão de cinema’. Chega o Zé Luís. Ele traz dois equipamentos, um maior e outro menor. Zé Luís começa a fazer as ligações do equipamento com a observação das crianças.
_ Ô seu Zé Luís, este aparelho eu conheço, é uma torre ou gabinete, mas é chamada de CPU do computador, né? E este outro? O que é? - pergunta Pedro com muita curiosidade.
_ Este aparelho chama-se Data-Show. Com ele é possível projetar naquela tela em frente ao quadro, um arquivo, um programa ou um filme, como será o caso desta aula - responde o funcionário da escola.
_ Que legal! Eu nunca vi uma coisa assim, mas como funciona? - indaga Marina.
_ Acontece o seguinte, o gabinete ou desktop é conectado ao Data-Show e estes à rede elétrica. Feita a conexão e escolhido o arquivo que será utilizado, é só ligar e ajustar o foco da imagem que é projetada na tela e está pronto para a ‘sessão de cinema’.
_ Ã, ã, ã, ã, ã... respondem quase que em coro os alunos.
O funcionário termina a instalação, realiza o teste de imagem e dá um sinal de tudo certo para a professora. Antes de sair da sala ele fornece à professora um pequeno controle remoto.
_ Muito obrigada por sua ajuda Zé Luís. Sempre atencioso e eficiente. O funcionário sorri, e diz para toda a sala:
_ Até mais tarde gente. Bom filme pra vocês. Depois vocês me contam como foi tudo bem?
era confeccionado em couro de boi ou de outro animal, o que permitia uma durabilidade maior. Posteriormente é que surge o papel. O papel quando surgiu era de uma técnica impressionante e permitia ainda mais, e de forma muito melhor, a comunicação, a informação e a transmissão de informações, crenças, valores, bem como a própria comunicação de algo para as futuras gerações. E com o papel surgem os livros. Eles possibilitaram a educação de vários povos devido à sua nova tecnologia. Aliás, a educação era um privilégio para as classes dominantes, pois os livros apesar de serem vendidos em livrarias eram de alto custo porque eram escritos um por um. Já imaginaram como era trabalhoso? Conseguir um exemplar de um livro era raríssimo, além de extremamente caro, mas tudo isso mudou no final da Idade Média, entre 1440 e 1455 com o surgimento da imprensa.
_ Nossa, professora, eu nunca havia pensado que livro era um meio de comunicação, eu pensava que os computadores, a televisão, jornal e o rádio é que eram os meios de comunicação
_ Sim, Marina, os livros também são um tipo de mídia ou de meio de comunicação, você viu no filme o impacto do surgimento da imprensa, não é? - pergunta Maria Angela.
_ É, e achei que o seu aparecimento foi muito bom para todos nós - responde Marina.
_ Sem dúvida. A invenção da imprensa foi um acontecimento fenomenal, e com esta mídia a humanidade obteve um avanço significativo. Os livros antes escritos por monges, alunos, alunas (o que era raríssimo) e escribas, agora eram mais baratos e acessíveis, pois a sua produção começava a se popularizar. A imprensa foi criada por Johannes Guttenberg com a invenção dos tipos móveis de chumbo fundido, mais duradouros e resistentes do que os fabricados em madeira, e reutilizáveis, que conferiram uma enorme versatilidade ao processo de elaboração de livros e outros trabalhos impressos e permitiram a sua produção em grande escala. O primeiro livro editado por ele foi a Bíblia. O termo imprensa vem da invenção desses tipos móveis de chumbo e designa também o surgimento dos primeiros jornais impressos, como vocês viram no filme.
_ Professora Maria Angela, antes de vermos o filme, você disse que o assunto estaria relacionado com o novo, e pelo que eu entendi, com a proposta de inclusão da escola. Qual é a relação? – pergunta Cláudio.
_ Ótima pergunta, Cláudio. A relação entre os meios de comunicação, a proposta da escola e o “novo” é a de que todas as mídias são ou já foram “novas” e a humanidade leva algum tempo para se acostumar com tudo o que é “novo”. Quanto a Inclusão em nossa escola, a relação também esta na perspectiva do “novo”, pois se trata de promover a igualdade de oportunidades, equiparação de direitos e mecanismos que possibilitem a comunicação e a interação entre todas as pessoas, independente da sua condição existencial. E essa promoção sempre começa na família e/ou na escola. Na família com a adoção dessas ‘regras de convivência’ ela passa a ter
outra percepção de seus filhos ou filhas e age de maneira espontânea em relação à diversidade. E o papel da escola ocorre realizando a conexão entre esse ‘novo’, a família e sua proposta pedagógica, o que resulta no fato de que nós devemos aprender de forma sistematizada como conviver com o outro que é nosso semelhante. E é aqui também que todos nós estamos passando por um processo de “se acostumar com o novo”. Muitos de vocês já devem ter percebido que ainda não são todas as escolas que conseguem oferecer essas condições aos seus alunos e alunas, mas chegará um dia em que todos conviverão sem discriminação e preconceito e todo esse processo que começa exatamente no ambiente escolar e se estende por toda a sociedade alcançará esse ponto almejado. Em relação ao “novo” deve ficar bem claro o seguinte: não é porque uma situação, objeto ou idéia é nova que ela é melhor. Devemos sempre questionar, analisar e verificar se o antigo ou tradicional que está para ser substituído é realmente para ser retirado. Ou ainda se é possível coexistirem ambos, o novo e o ‘velho’, mesmo que seja por algum tempo. Por isso, a humanidade leva tempo para se acostumar com o novo. Tudo está interligado e tem sempre de caminhar com coerência para evoluir.
_ Entendi e agradeço por sua explicação professora - disse Cláudio.
_ Muito legal, professora. Mas o que eu mais gostei foi a invenção do rádio. Disse Pedro. _ Outra mídia da qual gosto muito também, Pedro. E é com o rádio que começo a responder a sua pergunta, lembra? Fala a professora.
_ Ahhh. E tem também a caixa de som da sala, né professora?
_ Isso mesmo Pedro. As caixas de som da sala são para transmitirmos através da rádio- escola, música, comunicados da direção, programas feitos pelos próprios alunos e alunas, e todo material educativo/pedagógico produzido em nossas dependências. Pedro interrompe Maria Angela e diz:
_ Programas feitos pelos alunos! Como eu faço para participar professora?
_ Ao longo do ano, todos nós iremos fazer programas radiofônicos para serem veiculados por toda a escola, aguarde um pouco que o seu desejo será realizado, combinado?
_ Tudo bem, acho que posso esperar – disse rindo Pedro.
_ O rádio foi e é um avanço tecnológico genial. No filme vocês viram como foi inventado o rádio, não foi?
_ Vimos, professora – responderam os alunos.
_ A invenção do rádio por Guglielmo Marconi ocorreu volta de 1896 e na realidade foi fruto de pesquisas de cientistas de várias partes do mundo. Podemos dizer que a invenção do rádio foi
Marina pergunta:
_ E o que é “instrumento facilitador da inclusão social”, professora?
_ Bem, Marina, para isso eu tenho que falar um pouco de dois aspectos.
_ Fala, professora – disseram todos e todas em coro.
_ O instrumento é o veículo, o meio, a mídia usada, que neste caso é o rádio, e a Inclusão Social é todo o processo no qual as pessoas e a sociedade se adaptam para extinguir atitudes preconceituosas e discriminatórias, bem como promover a igualdade de direitos entre todas as pessoas, independente de sua condição existencial como ser humano, além da equiparação de oportunidades educativas, sociais e profissionais a todos e todas, a acessibilidade em todos os espaços públicos, a comunicação em suas mais variadas manifestações, como o braile e a libras , o tamanho das letras e o som, enfim, a Inclusão Social reflete as mudanças nas quais o ser humano e a sociedade tem de realizar para viver de uma forma mais justa, mais igualitária, mais humana e como consequência, mais feliz. A Inclusão não é apenas apagar a carga de preconceito e discriminação e propiciar acessibilidade de espaços e na comunicação em relação às pessoas com deficiência, mas é estendê-las a todas as pessoas e grupos sociais, independente da opção sexual, crença religiosa, cor da pele, condição socioeconômica, ou qualquer outra forma que diferencie as pessoas ou grupos. Por isso o rádio foi um instrumento facilitador da inclusão social, porque ele foi usado para proporcionar o acesso a Educação de pessoas que ainda não haviam tido tal oportunidade.
_ Nossa professora, é difícil entender o que é Inclusão - diz Marina.
_ Creio que a conceituação seja para vocês que ainda são pequeninos, um pouco complexa, mas aqui na escola vocês irão aprender de maneira prática que não é tão difícil quanto parece, pois a definição do termo pode ser difícil neste momento para vocês, mas a sua aplicação na vida diária é muito mais fácil. Bom... voltemos ao nosso tema de estudo que é a história dos meios de comunicação. Agora é a televisão, não é?
_ Sim - responderam todos.
_ A televisão, cujo termo vem do grego tele que significa distante e do latim visione e juntos formam “televisão” que é um sistema eletrônico de recepção de imagens e som de forma instantânea. Ela funciona a partir da análise e conversão da luz e do som em ondas eletromagnéticas e de sua reconversão em um aparelho – o televisor – que capta as ondas eletromagnéticas e através de seus componentes internos as converte novamente em imagem e som. Vocês lembram no filme como surgiu a televisão? Cláudio lembra e se adianta falando:
_ Claro, professora. De acordo com o filme, os primeiros aparelhos de televisão eram na realidade rádios com um dispositivo que produzia uma imagem vermelha do tamanho de um selo de carta. O primeiro serviço de alta definição apareceu na Alemanha em março de 1935, mas estava disponível apenas em 22 salas públicas. Foi neste país que aconteceu uma das primeiras grandes transmissões de televisão. Foram os Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim. Tal como o rádio, muitos estudiosos e cientistas deram a sua contribuição para este invento, existindo vários “inventores”, dependendo da abordagem o crédito da invenção varia.
_ Muito bem, Cláudio. E a televisão no Brasil? Vocês lembram? O que o filme dizia sobre a televisão no Brasil?
_ Eu achei que falou de coisas boas e ruins sobre ela, não é, professora? - comenta o irmão da Marina.
_ Isso mesmo Pedro. Mas vejamos as “coisas boas”, e as “coisas más” que iremos comentar ao longo desta nossa conversa, combinado? Quem pode começar?
Caio é o mais rápido em seu comentário:
_ Eu lembro que eles falaram que em 1948 aconteceu a primeira transmissão de televisão no Brasil. Foi a transmissão de uma partida de futebol. E que em 1950, a TV Tupi de São Paulo, fez a primeira transmissão comercial televisiva do Brasil. É isso mesmo?
_ É isso mesmo Caio. Todos lembram que isso foi mostrado no filme?
_ Sim – responderam todos. Em seguida, Adriana falou:
_ E tem também a nova linguagem que a televisão se apresentou, não é, professora?
_ Bem observado Adriana. É a linguagem audiovisual. Até então na história da humanidade, e dos meios de comunicação, o conhecimento, a informação e/ou a mensagem, eram divididas basicamente nas formas escritas e sonoras. A linguagem audiovisual que começa pela fotografia, imagem sem som, passando pelo cinema, imagem que começa sem som e depois passa a ter som, e depois a televisão, que já nasce com imagem e som integrados, e que marcou, e ainda marca, profundamente as relações humanas. Hoje em dia estamos acostumados com todos esses avanços, mas quando eles surgiram cada um deles foi uma inovação tremenda em todos os seus aspectos. E Marina argumenta:
_ Professora, não estamos falando de meios de comunicação? O que a fotografia tem a ver com isso? No filme esses meios foram apenas comentados e não representados, por quê?
A professora responde: