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Mecanismo de ação dose-resposta - 039, Notas de estudo de Medicina Veterinária

Spinosa 5ª edição (capítulo 2) Farmacologia Veterinária

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 23/02/2014

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patricia-r-8 🇧🇷

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que isto pode ser utilizado terapeuticamente, como, por exem- plo, o emprego de iodo radioativo para tratamento de tumores tiroidianos. Porém, na maioria das vezes, os medicamentos se acumulam de forma inadequada, como os depósitos de tetra- ciclinas nos dentes e ossos, causando alterações indesejáveis, sobretudo em animais em fase de crescimento. Outro exemplo de sequestração ocorre na utilização de anestésicos voláteis, que, por sua alta lipossolubilidade, se depositam em tecido gorduro- so do organismo, retornando depois à corrente sanguínea. Os conhecimentos sobre acumulação e estoque de medica- mentos no organismo são importantes para o cálculo da dose necessária para se obter a concentração de medicamento livre suficiente para causar o efeito terapêutico desejado, e não os efeitos adversos. Este conjunto de informações sobre acumulação nos diver sos compartimentos orgânicos tem importância principalmen- te quando da utilização de doses repetidas, uma vez que, ao ul- trapassar a saturabilidade desses depósitos, a concentração do medicamento livre no plasma pode aumentar rapidamente, levando a efeitos tóxicos de natureza grave. = Meia-vida de eliminação (th) Outro dado importante para o estudo farmacocinético é o de meia-vida de eliminação (t!4f)), definida como o tempo ne- cessário para que a concentração plasmática de um determi- nado agente terapêutico se reduza à metade. Exemplificando: a concentração de um medicamento, após 2 administração in- travenosa de uma única dose, é de 100 ng/mé de sangue; após 40 minutos, esta concentração se reduz para 50 ng/m! de san gue. Portanto, para este medicamento, a ti4f3 é de 40 minutas, isto é, o tempo necessário para que a concentração sanguinca caia pela metade. O cálculo da meia-vida é feito a partir de uma única dose de um medicamento injetado intravenosamente, e com o decorrer do tempo tomam-se medidas seguidas da concentração sanguí- nea desta substância; após este procedimento, constrói-se uma curva de tempo em horas e concentração do medicamento no plasma em ng ou pg/m/ de sangue, a partir da qual sc calcula v Lempo necessário para que a concentração do medicamento no plasma caia pela metade. A meia-vida de eliminação é importante para s Limiar: - aduração da ação após uma única dose: após uma única dose de um determinado medicamento, quanto maior a meia-vida, maior o tempo durante o qual a concentração plasmática do medicamento permanecerá no intervalo de efetividade farmacológica. Entretanto, a duração da ação é uma função logarítmica, e não lincar; portanto, o aumento da dose não é uma maneira efetiva de aumentar a duração da ação. Uma regra simples é a de que, ao se duplicar a dose, aumenta-se a duração da ação do medi- camento em meia-vida. * o tempo necessário para alcançar o equilíbrio (stea- dy state): a meia-vida é uma importante variável para responder perguntas tais como: “Quanto tempo levará para a concentração de um determinado medicamento alcançar o estado de equilíbrio?” Quando medicamen- tos são administrados prolongadamente, cles podem se acumular no organismo até que a quantidade adminis- trada em um determinado período de tempo seja igual à quantidade eliminada no mesmo período. Quando isto ocorre, a concentração plasmática alcançará um platô e também o estado de equilíbrio (steady state). O tempo 37 Capítulo 4 / Farmacocinética necessário para alcançar o steady state é determinado pela meia-vida do medicamento. É necessária uma mcia- vida para alcançar 50% da concentração plasmática en- contrada no estado de equilíbrio; duas meias-vidas para alcançar 75%, três meias-vidas para alcançar 87,5% e 4 para 93,75%. Na maioria das situações clínicas, assume- se que o steady state leve de 3 a 5 meias-vidas para scr alcançado. Assim, por exemplo, a morfina apresenta t'á de 3h; portanto, para alcançar o steady state, levará 12h, caso este medicamento seja infundido continuamente em um organismo. * 9 tempo necessário para a eliminação: a meia-vida também é útil para determinar por quanto tempo um determinado medicamento será efetivamente elimina- do de um organismo após a descontinuação da sua ad- ministração. Leva-se uma meia-vida para eliminar 50% da concentração plasmática total do medicamento, duas meias-vidas para eliminar 75%, Lrês para 87,5% e 4 para eliminar 93,75%. O tempo de eliminação praticamente tatal é estimado entre 4 a 5 meias-vidas; este tempo tam - bém é chamado de “t wash ouf”. - a frequência da dose: a meia-vida pode também ser uti- lizada para estimar o intervalo de tempo entre as admi- nistrações de um determinado medicamento apropriado para a manutenção da terapia medicamentosa. Se, por exemplo, o alvo da terapia é minimizar as flutuações plasmáticas do medicamento entre as doses. o intervalo de administração deve ser menor ou igual ao tempo de meia-vida. = BIOTRANSFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS A biotransformação consiste na transformação química de substâncias, sejam elas medicamentos ou agentes tóxicos, den- tro do organismo vivo, visando favorecer sua eliminação. Este processo permite a formação de metabólitos que são habitual- mente mais polares e menos lipossolúveis do que a molécula original, favorecendo a eliminação desta. À biotransformação não apenas favorece a eliminação de um medicamento, como também, com frequência, resulta na inativação farmacológica deste. Contudo, muitos metabólitos de medicamentos apresen- tam ainda atividade farmacológica, podendo provocar efeitos similares ou diferentes das moléculas originais, e podem tam- bém ser responsáveis por importantes efeitos tóxicos que se seguem à sua administração. Os animais terrestres desenvolveram mecanismos enzimá- ticos localizados no figado responsáveis pela biotransformação de compostos lipossolúveis; estas enzimas metabolizadoras lo- calizam-se celularmente no retículo endoplasmático liso. Toda substância química absorvida pelo trato gastrointes tinal vai obrigatoriamente até o fígado através da veia porta, onde é biolransformada (efeito de primeira passagem), para posteriormente poder alcançar o restante do organismo. No entanto, o figado não é o único local onde se dá a biotrans formação de medicamentos e agentes tóxicos. Muitos outros órgãos c tecidos que normalmente biotransfor- mam substratos endógenos, podendo também biotransformar substratos exógenos com suficiente semelhança molecular com seus substratos endógenos naturais. Nos processos de biotransformação de medicamentos têm se duas clapas, ou seja, as reações de fase T e de fase II (Vigura 4.4). têm enzima