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Medicação Intracanal: Guia Completo para Profissionais da Área Odontológica, Notas de aula de Endodontia

O documento é um resumo sobre o assunto Medicação Intracanal, da disciplina de Endodontia, baseado nas aulas da graduação.

Tipologia: Notas de aula

2021

À venda por 23/02/2022

kahomakiara
kahomakiara 🇧🇷

3 documentos

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Medicação Intracanal
Introdução de medicamentos no canal
radicular, sempre que não for possível a
realização do tratamento endodôntico em sessão
única, visando efeito terapêutico.
A presença de bactérias no interior dos
canais é capaz de continuar o processo de
destruição das estruturas dentais. O PQM o é
capaz de eliminar todos, devido à complexidade
anatômica dos canais radiculares. Por isso, a
descontaminação deve ser potencializada com o
uso da medicação intracanal.
Objetivos
Eliminar ou impedir a proliferação de
micro-organismos que sobreviveram ao
PQM;
Atuar como barreira físico-química contra
a infecção ou reinfecção por micro-
organismos da saliva;
Reduzir a inflamação perirradicular e
consequente sintomatologia;
Controlar a exsudação persistente;
Solubilizar matéria orgânica;
Neutralizar produtos tóxicos;
Controlar a reabsorção dentária
inflamatória externa;
Estimular a reparação por tecido
remineralizado.
1. Eliminar ou impedir a proliferação de MO
que sobreviveram ao PQM
Os MO resistentes ao preparo usualmente
encontram-se alojados em áreas não afetadas
pelos instrumentos e pela substância química
auxiliar usada na irrigação.
São exemplos dessas áreas: túbulos da
dentina radicular, istmos, ramificações, delta
apical e irregularidades.
2. Inativar produtos microbianos
Medicamentos com efeito neutralizante
sobre as endotoxinas contribuem para a criação
de um ambiente endodôntico favorável à
reparação perirradicular.
3. Atuar como barreira físico-química contra
infecção ou reinfecção por MO da saliva
Barreira química:
Poder antimicrobiano;
Retarda a recontaminação após exposição
à saliva (infiltração da restauração
provisória/quebra).
Barreira física:
Preenchimento de toda a extensão do
canal;
Impede ou dificulta a percolação apical de
fluidos teciduais, dificultando a
disponibilidade de substratos para MO
residuais.
Limita o espaço para a multiplicação dos
MO remanescentes.
4. Reduzir a inflamação perirradicular e
consequente sintomatologia
Corticosteroides + atividade
antimicrobiana (efeito indireto) = efeito
analgésico e conforto do paciente.
5. Solubilizar a matéria orgânica
Remoção do tecido vital ou necrosado,
pois o instrumento somente atua no canal
principal;
Áreas não tocadas:
o Uso de solução química auxiliar;
o Fluxo da solução irrigadora;
o Medicação intracanal.
6. Controlar a exsudação persistente
Exsudação: consequência de reação
inflamatória dos tecidos perirradiculares,
que pode indicar uma injúria microbiana
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Medicação Intracanal

Introdução de medicamentos no canal radicular, sempre que não for possível a realização do tratamento endodôntico em sessão única, visando efeito terapêutico. A presença de bactérias no interior dos canais é capaz de continuar o processo de destruição das estruturas dentais. O PQM não é capaz de eliminar todos, devido à complexidade anatômica dos canais radiculares. Por isso, a descontaminação deve ser potencializada com o uso da medicação intracanal.  Objetivos  Eliminar ou impedir a proliferação de micro-organismos que sobreviveram ao PQM;  Atuar como barreira físico-química contra a infecção ou reinfecção por micro- organismos da saliva;  Reduzir a inflamação perirradicular e consequente sintomatologia;  Controlar a exsudação persistente;  Solubilizar matéria orgânica;  Neutralizar produtos tóxicos;  Controlar a reabsorção dentária inflamatória externa;  Estimular a reparação por tecido remineralizado.

  1. Eliminar ou impedir a proliferação de MO que sobreviveram ao PQM Os MO resistentes ao preparo usualmente encontram-se alojados em áreas não afetadas pelos instrumentos e pela substância química auxiliar usada na irrigação. São exemplos dessas áreas: túbulos da dentina radicular, istmos, ramificações, delta apical e irregularidades.
  2. Inativar produtos microbianos Medicamentos com efeito neutralizante sobre as endotoxinas contribuem para a criação de um ambiente endodôntico favorável à reparação perirradicular.
  3. Atuar como barreira físico-química contra infecção ou reinfecção por MO da saliva  Barreira química:  Poder antimicrobiano;  Retarda a recontaminação após exposição à saliva (infiltração da restauração provisória/quebra).  Barreira física:  Preenchimento de toda a extensão do canal;  Impede ou dificulta a percolação apical de fluidos teciduais, dificultando a disponibilidade de substratos para MO residuais.  Limita o espaço para a multiplicação dos MO remanescentes.
  4. Reduzir a inflamação perirradicular e consequente sintomatologia  Corticosteroides + atividade antimicrobiana (efeito indireto) = efeito analgésico e conforto do paciente.
  5. Solubilizar a matéria orgânica  Remoção do tecido vital ou necrosado, pois o instrumento somente atua no canal principal;  Áreas não tocadas: o Uso de solução química auxiliar; o Fluxo da solução irrigadora; o Medicação intracanal.
  6. Controlar a exsudação persistente  Exsudação: consequência de reação inflamatória dos tecidos perirradiculares, que pode indicar uma injúria microbiana

persistente ou que o tratamento não está sendo eficaz.

  1. Controlar a reabsorção dentária inflamatória externa  As toxinas liberadas pelas bactérias Gram negativas fazem com que a raiz perca o cemento, expondo os túbulos dentinários infectados ou associados a uma polpa infectada que se conectam pelo forame através dos tecidos perirradiculares, gerando uma conexão direta entre as bactérias do canal e as bactérias periapicais.  Com a perda do cemento, o dente passa a ser reconhecido como um corpo estranho, e o próprio organismo tenta destruir o dente, reabsorvendo-o.  O medicamento deve auxiliar a desinfecção do canal e tentar debelar a infecção que está nos túbulos dentinários: fatores que mantêm o processo de reabsorção.
  2. Estimular a reparação por tecido mineralizado  Nos casos de perfurações e reabsorções radiculares, assim como nos casos de rizogênese incompleta, medicamentos intracanais são utilizados com a intenção de favorecer a reparação através da deposição de um tecido mineralizado.  Requisitos Desejáveis  Atividade antimicrobiana;  Largo espectro de ação;  Atividade prolongada;  Biocompatibilidade;  Não manchar estruturas dentárias;  Fácil remoção.  Classificação Química  Derivados fenólicos;  Aldeídos;  Halógenos;  Bases ou hidróxidos;  Corticosteroides;  Antibióticos
  3. Derivados fenólicos  Compostos que possuem um ou mais grupamentos hidroxila;  Agente antimicrobiano antigo;  Age por contato direto e pela liberação de vapores, principalmente;  Possuem toxicidade.  Ex.: Eugenol, paramonoclorofenol, paramonoclorofenol canforado (PMCC). PARAMONOCLOROFENOL CANFORADO (PMCC)  Possui atividade antibacteriana contra bactérias anaeróbias restritas;  Atuação: o Destruição da membrana celular; o Desnaturação de proteínas (membrana); o Inativação de enzimas, como as oxidases e desidrogenases; o Liberação de cloro, um forte agente antioxidante, que inativa enzimas contendo grupamentos sulfidrila.  O uso do paramonoclorofenol isolado é bastante tóxico e por isso sua utilização deve ser associada à cânfora, e também ao hidróxido de cálcio. o A cânfora vai agir fazendo com que a liberação do paramono seja mais lenta e gradual, diminuindo sua toxicidade. o A cânfora diminui a ação irritante do paramono, melhorando sua atividade antimicrobiana e sua penetração na dentina (hidrossolúvel).  Técnica de uso: bolinha de algodão na câmara pulpar, e restauração provisória.  Desvantagens: o O PMCC possui efeito imprevisível e dura só até 48h; o Possui mecanismos incertos de ação; o Efeitos bastante efêmeros; o Tempo de uso controverso; o A citotoxicidade é considerada.
  • Potencial anti-inflamatório moderado;
  • Pouco provável que apresente efeitos colaterais. o Sulfato de neomicina: largo espectro (aeróbios e facultativos); o Sulfato de Polimixina B: efeito contra gram-negativos.  Técnica de uso: o Canal preenchido; o Repleção do canal com o medicamento até o refluxo; o Bolinha de algodão na câmara pulpar; o Selamento provisório o Ideal: 2 dias. Máximo de 7 dias.
  1. Bases ou Hidróxidos HIDRÓXIDO DE CÁLCIO  Atividade microbiana por contato;  Pó branco alcalino (pH = 12,8);  Suas propriedades antimicrobianas derivam da dissociação iônica em íons cálcio e íons hidroxila.  Possui atividades biológica e física. Atividade biológica  Ação anti-inflamatória; o Ação higroscópica: controle do acúmulo de líquidos na região, diminuindo o edema; o Inibição da fosfolipase.  Ação antimicrobiana; o Alto pH danifica as proteínas da parede celular bacteriana: perda da integridade da membrana; o A maioria dos micro-organismos do canal sobrevivem a um pH entre 9 e 11,5, e o pH do hidróxido de cálcio é 12,8. Praticamente todas as espécies bacterianas do canal são sensíveis aos seus efeitos. o Inativação enzimática; o Danos ao DNA.  Neutralização das endotoxinas; o Gram – : LPS (lipopolissacarídeo): principal endotoxina responsável pelo processo de formação das lesões periapicais. o Gram +: ácido lipoteicoico (LTA)  Estímulo à formação de uma barreira mineralizada. o Neoformação de dentina ou cemento; o Contato direto com o tecido conjuntivo organizado; o Controle dos casos de reabsorção, perfuração e rizogênese incompleta; Atividade física  Ação de preenchimento: barreira física;  Impede ou retarda a infecção ou reinfecção do canal radicular por MO oriundos da cavidade bucal;  Impede ou dificulta a percolação apical de fluidos teciduais negando substrato para bactérias residuais;  Limita o espaço para multiplicação desses MO entre as sessões de tratamento. Limitação  Seu efeito antimicrobiano apenas é observado quando a substância é colocada em contato direto com micro- organismos. Por isso, só pode ser utilizado se o PQM for completo. Veículos O Hidróxido de Cálcio deve ser associado a outra substância que permita sua veiculação para o interior do sistema de canais radiculares. Os veículos são importantes para:  Possibilitar o uso no interior dos canais radiculares;  Permitir a dissociação iônica e não interferir no pH. Esses veículos são classificados em:

 Atividade antimicrobiana: inertes e biologicamente ativos;  Inertes: não influenciam de forma significativa as propriedades antimicrobianas do hidróxido de cálcio. Ex.: água destilada, soro fisiológico, soluções anestésicas, glicerina, óleo de oliva, ultracal.  Biologicamente ativos: conferem efeitos antimicrobianos adicionais. Ex.: PMCC, clorexidina e iodeto de potássio.  Ação físico-química: hidrossolúveis (aquosos e viscosos) e oleosos.  Aquosos: dissociação rápida e alto grau de solubilização; Ex.: água destilada, anestésico, soro fisiológico, ultracal.  Viscosos: dissociação iônica mais lenta, peso molecular mais elevado e menor grau de solubilização. Ex.: glicerina, Calen e Calen PMCC.  Oleosos: pouco solúveis em água, difusão lenta da pasta nos tecidos (meses). Ex.: ácidos oleicos, óleo de oliva, silicone e a cânfora-óleo essencial do PMC, pastas LC e Vitapex. HIDRÓXIDO DE CÁLCIO + PMCC  Quando associado ao hidróxido de cálcio, o PMCC pode aumentar o raio de atuação da pasta, atingindo também micro- organismos alojados em regiões mais distantes do local de aplicação da pasta.  O PMCC na forma puxa é extremamente citotóxico.  Apresentação comercial exclusiva no Brasil.  Técnicas de utilização: manipulação ou tubetes. É importante que antes da utilização do hidróxido de cálcio, o preparo esteja completo, pois o mesmo age por contato. Por isso, é necessário a remoção da smear layer (EDTA 17% - 3min – agitar com lima de pequeno calibre), irrigação e aspiração e secagem (pontas de papel absorvente). Limas tipo K o Diâmetro inferior ao do IM; o Comprimento de Trabalho; o Pincelar contra as paredes; o Inserção: rotação no sentido horário; o Remoção: rotação no sentido anti- horário; o Repetir o procedimento até o canal ficar totalmente preenchido. Instrumentos rotatórios – Lentulo o Propulsor de Lentulo o Diâmetro menor que o IM; o 3mm aquém do CRT; o Micromotor, giro à direita por 10 segundos. Retirar em rotação. Seringa (Mário Leonardo) o Calibrar no CRT; o Lubrificar a agulha (glicerina); o Inserir o tubete do Calen na seringa; o Introduzir até o cursor tocar no ponto de referência; o Rosquear a seringa; o Inserir até o canal ficar completamente preenchido. O medicamento deve preencher toda a extensão do canal preparado. Confirmar com radiografia (o material é radiopaco).  Biopulpectomia  Casos em que a polpa está viva;  Presença de inflamação;  Infecção restrita à superfície da polpa coronária externa;  Profusa irrigação com hipoclorito;  Eliminação da infecção superficial;  Assim, todos os procedimentos intracanais serão realizados em ambiente asséptico.  Princípios de assepsia mantidos: obturação;  Caso o profissional não consiga manter os princípios de assepsia em uma única sessão, devido à falta de preparos técnicos, sobre-instrumentação, pacientes difíceis, ou canais anatomicamente