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Metodologia Científica - L. Camboim.pdf
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
Neste aspecto é essencial conhecer o material a ser utilizado na pesquisa, os métodos e tipos de pesquisas mais utilizados em trabalhos científicos, os aspectos normativos que os pesquisadores deverão manter uniformes durante a sua execução, e ainda, os elementos essenciais ao processo de estruturação de um projeto de pesquisa. As normas e padrões, aqui mencionados, têm como suporte a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, desta forma, permitem que os trabalhos acadêmicos estejam em conformidade com os padrões adotados em âmbito nacional e internacional. O principal padrão internacional que norteia a elaboração de documentos é a Norma ISO-690. A partir da International Standardization Organization (ISO) outros países criaram seus próprios órgãos normativos. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940, além de representante da ISO e da Associação Mercosul de Normalização (AMN) é responsável por adaptar, criar e comercializar as normas nacionais.
"A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever, preciso". (Francis Bacon)
“Um MÉTODO infalível de produzir CONHECIMENTOS é levar a CRER antes de tudo.” 2.1 Conceitos e importância da metodologia científica
A metodologia da pesquisa científica refere-se à forma de como se organiza e funciona o conhecimento. É, portanto, o estudo ou conhecimento dos métodos utilizados para a realização de pesquisas científicas e/ou acadêmicas. Metodologia literalmente refere-se ao estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. Embora procedimentos variem de uma área da ciência para outra (as disciplinas científicas), diferenciadas por seus distintos objetos de estudo, consegue-se determinar certos elementos que diferenciam o método científico de outros métodos (filosófico, algoritmo – matemático etc.). Devido à necessidade de o discente elaborar um trabalho de conclusão de curso (TCC) e realizar pesquisas, as Instituições de Ensino Superiores passaram a inserir nos componentes curriculares a disciplina “ Metodologia da Pesquisa Científica “.
2.2 Origem e evolução da metodologia da pesquisa científica
A origem remota do método científico situa-se na Grécia clássica, com o nascimento da dialética, que se apresentava como método de pesquisa e busca da verdade por meio da formulação adequada de perguntas e respostas. A primeira pergunta relaciona-se à definição do tema do diálogo, ou debate. Obtida a resposta, faz-se nova pergunta com base no conteúdo da primeira resposta e assim por diante, até chegar à verdade. A dialética foi, portanto, uma precursora da lógica. A lógica é a forma de raciocinar coerente, em que se estabelecem relações de causa e efeito. A dialética é o processo e arte de se buscar a verdade pelo diálogo e pela discussão.
indução serviam ao método científico, pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testá-la procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que ela está errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi rejeitada. Caso não, diz-se que foi aceita. Popper provou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos, ao contrário do conhecimento religioso, que trabalha com verdades eternas. Karl Raimund Popper (Viena, 28 de Julho de 1902 - Londres, 17 de Setembro de 1994) foi um filósofo da ciência austríaco naturalizado britânico. É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do totalitarismo. Na década de 70 e 80 os estudos de Thomas Kuhn, a estrutura das Revoluções Científicas, trouxeram à tona o uso do conceito de paradigma, aplicado à história do fazer científico. Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas. Thomas Samuel Kuhn (Cincinnati, 18 de Julho 1922 - Cambridge, 17 de Junho 1996) foi um físico dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico. Mais recentemente a metodologia da pesquisa científica tem sido abalada pela crítica ao pensamento cartesiano elaborada pelo filósofo francês Edgar Morin. Morin propõe, no lugar da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da complexidade (complexidade entendida como abraçar o todo). Edgar Morin, o seu verdadeiro nome é Edgar Nahoum, nasceu em Paris em 8 de Julho 1921, é um sociólogo e filósofo francês de origem Judaico-Espanhola (sefardita). Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia se adentrou na Filosofia, na Sociologia e na Epistemologia. Um dos principais pensadores sobre complexidade. É um pensador de expressão internacional, um humanista, preocupado com a elaboração de um método capaz de apreender a complexidade do real, tecendo severas críticas à fragmentação do conhecimento. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método , Introdução ao pensamento complexo , Ciência com consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro. Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa. É considerado um dos pensadores mais importantes do século XXI.
“Conhecer é SER , é VIVER , é PENSAR , é FAZER.”
3.1 Conceitos
Conhecimento é o ato ou efeito de apreender intelectualmente, de perceber um fato ou uma verdade; cognição, percepção. A definição clássica de conhecimento, originada em Platão (427–347 a.C.), diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada (Figura 1)
Figura 1 – Conhecimento, segundo Platão
O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado, às descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a epistemologia. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto o conhecimento quanto a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade. Informação significa fatos : é o tipo de coisa presente em livros, que pode ser expressa em palavras ou imagens. A informação pode, portanto vir em várias formas: verbal, visual, por ondas... Há informação sobre previsão do tempo, esportes, diversões, finanças... No mundo dos
3.2.1 Conhecimento mítico
É um tipo de conhecimento que ajuda o ser humano a "explicar" o mundo por meio de representações que não são logicamente raciocinadas, nem resultantes de experimentações científicas. O homem primitivo, diante de uma natureza totalmente desconhecida, misteriosa e amedrontadora viu-se impossibilitado de descobrir respostas reais, criando assim explicações fantásticas para os fenômenos naturais. Até 600 a.C, aproximadamente, o homem grego explicava tudo por meio dos mitos, os quais começaram a surgir já no período Neolítico. Temos, entre outros, os mitos nórdicos (Tor – deus do trovão, e outros) e os mitos gregos (Zeus e Apolo, por ex.). Assim, ainda que o conhecimento mítico crie representações para atribuir um sentido às coisas, ele ainda se baseia na crença de que seres fantásticos e suas histórias sobrenaturais é que são os responsáveis pela razão de ser do existente. O conhecimento mítico surge de um relacionamento emocional, não lógico ente sujeito- objeto. Então, são três características básicas desse conhecimento imaginativo, ilógico e explicativo.
3.2.2 Conhecimento popular
É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas. O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções: como o conhecimento implica uma dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido. É também reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. A característica de assistemático baseia-se na “organização” particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das
idéias, na procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que dificulta a transmissão, de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia. Finalmente é falível e inexato, pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas.
3.2.3 Conhecimento filosófico
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: “as hipóteses filosóficas baseiam - se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação”; por este motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados. É racional, em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada, numa tentativa de apreendê-la em sua totalidade. Por último, é infalível e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação). Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. Assim, se o conhecimento científico abrange fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis pelos sentidos, através do emprego de instrumentos, técnicas e recursos de observação, o objeto de análise da filosofia são idéias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por essa
hipóteses. Na realidade, vai-se mais longe. Se o fundamento do conhecimento científico consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmente controlados, e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica, fazendo com que em ambos os modos de conhecer devem à evidência resultar da pesquisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência, pois a toma da causa primeira, ou seja, da revelação divina.
3.2.5 Conhecimento científico
O conhecimento científico é a de investigação metódica e sistemática da realidade. É considerado como “real” porque lida com ocorrências, fatos, fenômenos concretos e observáveis. Necessita de uma TEORIA para tornar-se legítimo, de HIPÓTESES para serem testadas e de um MÉTODO para conduzir a INVESTIGAÇÃO. Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
A seguir encontram-se os tipos de conhecimentos aqui mencionados sistematizados:
Conhecimento Popular Conhecimento Filosófico Conhecimento Religioso(Teológico) Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexato
Valorativo Racional (Lógico) Sistemático Não verificável Infalível Exato
Valorativo Inspiracional (Dogmático) Sistemático Não verificável Infalível Exato
Conhecimento Científico Conhecimento Mítico Real (factual) Racional-Contingente Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato
Valorativo Explicativo Assistemático Não verificável Inaginativo Ilógico-Inexato Falível
Exemplos abordando os diversos conhecimentos
1 O vento não é o sopro dos deuses ( explicação Religiosa e Mítica ), nem um fenômeno provocado pela chuva ( explicação popular ). A movimentação do ar se dá pelo deslocamento das camadas de alta pressão da atmosfera para as camadas de baixa pressão ( explicação científica ).
2 Um homem morreu: Em seu velório estavam presentes um padre, um filósofo, um inculto e um médico. Uma pessoa pergunta aos 4, por que o homem morreu. Responda : Quais as explicações dadas pelo Padre, Filósofo, Inculto e pelo Médico sobre a morte do homem?
“A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e a verdade .” 4.1 Conceitos
Diversos autores tentaram definir o que se entende por ciência. Consideramos mais precisa a definição de Ferrari (1974), expressa em seu livro Metodologia da ciência. Entendemos por ciência uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar: “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação”. As ciências possuem: a) Objetivo ou finalidade : Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis gerais que regem determinados eventos. b) Função: Aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo. c) Objeto: Subdividido em:
4.2 Desenvolvimento da ciência
A filosofia é uma forma de conhecimento racional e que surgiu em oposição a outra forma, o mito. Se o mito caracteriza-se por buscar explicações sobrenaturais e definitivas sobre os fatos cotidianos, a filosofia constitui-se numa interrogação, busca de explicações racionais, baseadas na própria natureza e na metafísica, para dar significado ao mundo e as nossas vidas. Essas duas formas de conhecimentos coexistem até hoje, junto com as outras.
Na busca de explicações racionais, a filosofia não ficou estagnada. Na verdade, ela se desenvolveu tanto que, num determinado momento, já não era possível que uma única pessoa pudesse se dedicar a pesquisar sobre muitas coisas. E com crescente desenvolvimento dos conhecimentos e o conseqüente acúmulo de informações, além da busca constante de uma forma (método) de produzir conhecimentos verdadeiros, surgiu na Idade Média^1 uma nova forma de conhecimento: a ciência. Alguns autores consideram que todas as ciências são filhas da filosofia, pois elas foram, num primeiro momento, uma área de interrogação filosófica. E, aos poucos, cada uma delas foi isolando, constituindo uma área própria de pesquisa e de saber. Quando tratamos de ciência, não cabe, à primeira vista, especular sobre o pensamento filosófico. Entretanto, é na filosofia que se busca a compreensão geral da estrutura e transformações do universo, incluindo-se neste contexto, o homem, tanto no seu aspecto individual quanto social. Por esta razão, é impossível tratar-se da evolução da ciência sem atentarmos para o paralelo desenvolvimento da filosofia. Babilônios e egípcios, a partir de 5.000 a.C. acumularam enormes conhecimentos, principalmente na matemática e astronomia. Mas foram os gregos os principais responsáveis pelo desenvolvimento filosófico e pela combinação entre essas duas grandes linhas de conhecimento, ...“ponto de partida da ciência, extraordinária aventura humana com tudo que ela tem de belo, grandioso e... terrífico para a natureza e a própria Humanidade.” Não parece haver dúvidas de que a ciência tem seu berço na Grécia. Em respeito aos objetivos desse texto, não cabe em seu contexto citar de forma exaustiva todos os grandes nomes, pensadores, filósofos, matemáticos, astrônomos, físicos, biólogos etc., que de forma indispensável e insubstituível contribuíram para o desenvolvimento científico. Todavia, julgamos úteis a esses mesmos objetivos, destacarem as contribuições de alguns poucos desses gênios da humanidade, a começar pelos filósofos da natureza^2 , assim chamados por terem sido os primeiros a adotar uma forma científica de pensar, libertando a
(^1) Seu início é marcado pela tomada de Roma pelos germanos: a derrubada do Império Romano do Ocidente ocorreu no ano de 476. O fim da era medieval é dado pelo ataque de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, tomada pelos turcos em 1453. 2 Os filósofos Pré-socrático aparecem entre os éculos VII e VII a. C. Em todas colônias gregas que se espalham pela costa do Mediterrâneo, principalmente na Ásia Menor. Quanto a natureza, a preocupação destes primeiros pensadores( physis) e cosmológica. Isto e, procuravam neste mundo um princípio que explicasse sua existência e ordem, dai filósofos da natureza.Alguns filósofos se destacaram neste período. -Tales de Mileto– Grande, Anaxímenes de Mileto, Pitágoras de Samos,, Xenofanes de Colofon e outros.