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Esboço para o inicio do tcc trabalho academico
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
A constante busca do conhecimento não é uma tarefa fácil, ao contrário, é uma tarefa
árdua que envolve múltiplas determinações colocadas pela constante dinâmica da realidade.
Significa um olhar sobre o simples, sobre o que está posto, mas com a intencionalidade de revelar que este simples oculta elementos concretos que só se revelam em um processo de
investigação. É com este pensamento que nos dedicamos ao desafio de escrever este trabalho.
O processo na realidade é permeado por algumas escolhas. A primeira delas, foi a
opção consciente pelo momento de ingressar em um curso de nível superior, o Curso de
Serviço Social da Unioeste - Campus de Toledo, profissão com a qual tínhamos uma
aproximação devido a uma experiência de trabalho de 4 anos, tendo como supervisora uma
Assistente Social. A segunda das escolhas foi a de após ingressar na Universidade, optar pela
militância estudantil, ou seja, pelo Movimento Estudantil de Serviço Social, também opção
política. Esta segunda opção tem grande influência na escolha do objeto de pesquisa.
Após o ingresso no Curso e consequentemente na militância política, nos encontros
e seminários de estudantes de Serviço Social, ao nível nacional e regional, a área que sempre
nos chamou a atenção foi a da formação profissional. Portanto desde a participação no
Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social, realizado em Campos dos Goitacázes –
RJ, em julho de 1997, estava sendo criado um caminho de aproximação do pesquisador com
seu objeto.
Durante toda a graduação, a formação profissional recebeu do pesquisador uma
dedicação especial, um mergulho mais profundo em suas leituras, manifesta na ousadia
muitas vezes posta em debates acerca da questão diante dos desafios que se apresentavam e
diante da amplitude e complexidade do próprio objeto. Desta forma, a partir do 3º ano do
curso, cumprindo uma exigência curricular começamos delimitar qual seria o possível objeto de pesquisa para a construção do trabalho monográfico, exigência curricular ao término da
graduação para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. Encontramos a
oportunidade propícia para dialogar com o objeto, a realização de um trabalho científico, o
Trabalho de Conclusão de Curso. Porém, salientamos que no caminho do cumprimento de
uma exigência formal, a escolha do presente objeto de estudo expressou uma opção ético-
política do pesquisador.
No entanto, tendo optado por discutir a formação profissional no TCC, este objeto
precisava ser delimitado. Precisávamos apontar que especificidade da formação profissional
iríamos estudar, qual o seu limite de alcance nas condições objetivas do pesquisador para
realizá-la. Sendo assim, dentro das discussões da temática, optamos por aquela especificidade
que também no interior do movimento estudantil e do processo de graduação tem despertado
grandes polêmicas e recebido poucas reflexões, a questão do estágio supervisionado em
Serviço Social. Portanto, o objeto era um tema de debates cole�vos e não só do pesquisador, as dúvidas se aguçaram a par�r da experiência pessoal da realização do estágio e dos debates cole�vos construídos pela categoria, em que a temá�ca se colocava presente. Tendo delimitado dentro das diversas especificidades da formação profissional, o estágio supervisionado em Serviço Social como objeto de pesquisa, era preciso escolher de que forma, sob qual olhar, em que local iríamos realizar a pesquisa, e qual os sujeitos que dela par�cipariam. Desta forma, delimitou-se que nosso objeto de estudo compreenderia a realidade do nosso curso, o Estagio Supervisionado no Curso de Serviço Social da Unioeste – Campus de Toledo. Neste processo, a questão central que nos provocou evidencia-se na seguinte pergunta: como tem se dado à experiência de Estágio no Curso de Serviço Social da Unioeste? O co�diano da academia e a convivência com outros acadêmicos, que também estavam realizando estágio, apontavam problemas concretos em sua realização. Sendo assim, tendo claro o objeto e o problema da pesquisa delimitou-se, para fins da realização da pesquisa, os seguintes obje�vos
O ato de pesquisar não se constitui em uma tarefa fácil. Ao contrário, exige rigor
científico e capacidade do pesquisador movimentar-se, aproximando-se e distanciando-se do
objeto de estudo no sentido de realizar aproximações sucessivas do processo de
conhecimento. É esta compreensão que nos leva neste pequeno ensaio de construção de um trabalho cien�fico, a examinar um dos aspectos que compreendem a formação profissional do Assistente Social. Neste processo compreendemos que a formação profissional na graduação compreende uma totalidade que, é cons�tuída de par�cularidades que se relacionam umas com as outras formando o conjunto da formação profissional ao nível da graduação. É necessário par�r de uma proposta metodológica que não considere o espaço de formação profissional na graduação como processo pronto e acabado e, muito menos que este está livre de receber os diversos reba�mentos da realidade social na qual está inserido. No sen�do de poder dialogar diretamente com as dimensões que a pesquisa nos possibilita, optou-se pela metodologia da pesquisa qualita�va por entender que a mesma
''... se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis." ( MINAYO, 1998, p.22 ).
Considerando o objeto a ser pesquisado e a forma como ele se apresenta na
realidade, optou-se pelo estudo de caso, por entender a capacidade deste método em
analisar as questões particulares que envolvem a temática e, ao mesmo tempo mantê-la
relacionada ao conjunto mais amplo com a qual está diretamente ligada. Para realizar a coleta de dados u�lizou-se de um ques�onário composto por questões abertas por entender que possibilitam maior expressão dos sujeitos. Considerou- se na escolha do instrumento o fato de todos terem nível superior, o colabora na apreensão das questões. Desta forma, foram elaborados três ques�onários 2 , um para cada um dos sujeitos. Os mesmos foram entregue em mãos acompanhados de folha de apresentação a cada um dos sujeitos envolvidos na pesquisa. É importante informar que os sujeitos �nham a liberdade de escolha para receber ou recusar o ques�onário. Deste modo dos 44 Acadêmicos 29 aceitaram colaborar com a pesquisa, e destes, 15 ques�onários retornaram preenchidos. Dos Acadêmicos, 15 optaram por não responder o ques�onário.
2 Os questionários encontram-se anexos ao final deste trabalho juntamente com a folha de apresentação, que informava os sujeitos da pesquisa.
Dos 17 Supervisores de Campo, 15 receberam os ques�onários, 2 estavam de férias e fora da cidade no período de entrega dos mesmos. Sendo assim destes 15 ques�onários entregues, 9 retornaram preenchidos. Quanto aos Supervisores Acadêmicos, foram entregues 5 ques�onários e os 5 retornaram preenchidos. É importante ressaltar que 1 Supervisor Acadêmico optou por não receber o ques�onário. Os ques�onários �nham um prazo de 30 dias para serem recolhidos, sendo entregue em mãos e recolhidos em mãos. Porém, diante de diversas condições postas no co�diano do pesquisador e dos sujeitos da pesquisa os ques�onários foram recolhidos num prazo de 60 dias. No retorno dos ques�onários realizou-se uma ampla leitura e análise do conteúdo de suas respostas tendo como parâmetro de análise as questões norteadoras, propostas para o trabalho. No entanto algumas questões apareceram nos ques�onários sendo consideradas no decorrer do trabalho diante do significado que as mesmas apresentavam. Para a apresentação das falas dos sujeitos no trabalho, visando a preservação de suas iden�dades, criou-se a seguinte codificação: Supervisores Acadêmicos – S.A; Supervisores de Campo – S.C; Acadêmicos - A. Para melhor organização das falas durante o percorrer do trabalho, as mesmas foram dispostas em ordem numérica, precedida de seus respec�vos códigos. Cumprida esta etapa, realizamos estruturação e redação do trabalho. Deste modo, tratamos no primeiro capítulo de percorrer a história do Serviço Social brasileiro na busca da compreensão da sua natureza. Para realização desta tarefa, demarcamos como ponto de par�da a década de 1950, momento em que o Serviço Social adquire sua ins�tucionalização jurídico-formal através da sua regulamentação enquanto profissão inserido-se na divisão sócio-técnica do trabalho. Percorremos sua trajetória histórica até o Movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro, pensando os conteúdos que informavam a formação profissional e sua postura é�ca neste contexto, refle�ndo sobre os impactos que o movimento provoca no interior da profissão, bem como na categoria profissional, considerando o contexto da Ditadura Militar. Para, além disso, buscamos analisar como se desvelou para a profissão o seu significado social ante as reordenações ocorridas à época, fazendo uma ponte com o presente, analisando os dados da pesquisa no que se refere ao significado social da profissão, considerando suas especificidades no contexto contraditório da sociedade capitalista. Neste capítulo dialogamos fundamentalmente com as obras de Ne�o (1992), Iamamoto e Carvalho (1982) e Iamamoto (1997), devido à rica contribuição das mesmas na compreensão e desvelamento da trajetória histórica da profissão.
Ao chegar ao término deste trabalho, queremos registrar a importância de tê-lo
realizado. As diversas determinações que se revelaram e nosso objeto de estudo nos
possibilitaram ousar na busca de compreensão desta realidade, bem como lançar mão de
algumas reflexões que nos possibilitem avançar no debate da formação profissional no Curso
de Serviço social da Unioeste, ressaltando que, estados de dúvida ainda permaneceram
acompanhando o pesquisador, o que nos indica que caminhos ainda precisam ser percorridos.
E este, é com certeza, o maior alimento do pesquisador. Tomando o Estágio Supervisionado em Serviço Social na Unioeste/Toledo, como objeto de estudo, percebemos que ainda temos muito a avançar. Neste sen�do para que possamos refle�r um pouco mais com os dados que a pesquisa nos trouxe, vamos retomar os obje�vos propostos, para que possamos entender as considerações posteriores. Os obje�vos eram
Considerando os objetivos propostos, os dados coletados e analisados e interpretados
no capítulo anterior, esperamos poder apontar algumas contribuições ao Curso de Serviço
Social, na possibilidade que se possa ampliar o debate referente ao Estágio.
Diante das diversas questões que nos trouxeram os sujeitos da pesquisa
evidenciaram, uma das indicações que podemos apontar é a necessidade da reconstrução de
uma Política de Estágio para o Curso de Serviço Social. Pensar esta política implica pensar,
critérios para a abertura de novos Campos de Estágio, em definir de forma ampla, clara,
concreta, quais são os papéis ou compromissos pedagógicos dos Supervisores de Campo e
Acadêmico, para que estes possam desenvolver uma relação de interação no processo de
formação profissional.
Esta política deve atender aos princípios contidos no Código de Ética Profissional,
nas disposições do projeto ético-político profissional, materializados nas Diretrizes
Curriculares e no Projeto Político Pedagógico/2002 do Curso. Há ainda que se fazer de modo
urgente um estudo no sentido de analisar se todos os campos de estágio existentes hoje têm
realmente condições de abrigar um estagiário.
A partir da pesquisa, percebemos a necessidade de se pensar em um reordenamento
do processo de estágio na Unioeste/Toledo. Embora os sujeitos apontem para um
entendimento da sua importância no processo de formação profissional, novas modalidades
precisam ser pensadas, como por exemplo articular a monitoria com estágio de docência, e
estágios de supervisão com a finalidade de preparar o futuro supervisor e o futuro docente.
São reflexões para a construção de uma proposta.
Se o estágio visa contribuir na formação profissional, com a finalidade de formar
profissionais, críticos, criativos, com potencial teórico-metodológico, com uma postura ético-
política e dotado de competências técnico-operativas, e se neste processo têm o Supervisor de
Campo como também responsável por esta formação profissional, precisam ser revistos dois
processos.
O primeiro, passa pelo interior do próprio curso, no sentido de reordenar as concepções que informam qual é o papel do estágio. Diante das falas dos sujeitos, fica claro
que em algum momento está se dando uma cisão podendo comprometer não só a experiência
de estágio como a própria forma de pensar e agir deste futuro profissional. Não se trata de
criar uma camisa de força em torno dos conteúdos teóricos metodológicos, mas sim, informar
de acordo com os objetivos que se quer alcançar, ou seja, aqueles dispostos no PPP do curso
e nas Diretrizes Curriculares.
O segundo processo aponta para a necessidade de qualificação dos Supervisores de
Campo. Esta é uma demanda apontada pelos mesmos no processo de realização da pesquisa.
A uma necessidade de apropriação do que é este projeto político profissional, de conhecer
quais são as demandas postas a profissão na atualidade, como eles podem implementar este
projeto no seu campo/local de trabalho, a falta deste conhecimento tem levado a equívocos
que comprometem a formação profissional dos acadêmicos inseridos nos campos de estágio.
Isto implica em responder à algumas questões como por exemplo: todos conhecem o projeto
ético-político profissional? Todos compreendem a sua construção na trajetória histórica da
profissão?
Podemos logo dizer não as duas perguntas, no entanto é preciso reafirmar o que já
apontamos anteriormente, não se construirá, nem se implementará este projeto se o conjunto
da categoria não o conhecer, se não ficar claro o seus objetivos e, principalmente se não ficar
Enfim, que tem se cons�tuído em dois mundos distantes, provocando um hiato nesta relação. Isto vem apontando uma significa�va defasagem no processo de formação profissional que, no âmbito da academia deixa uma lacuna a ser preenchida. Ao mesmo tempo, percebe-se que os Campos de Estágio apresentam algumas indagações a respeito da Universidade. Os Supervisores de Campo apontam que a distância que a Universidade tem man�do dos Campos de Estágio faz com que a mesma produza crí�cas no espaço acadêmico sobre uma realidade a qual ela não conhece. Indicam ainda, que a mesma tem passado a responsabilidade de ar�culação com os campos para os acadêmicos, na medida em que, estes têm se cons�tuído no maior elo de informações entre as duas, criando aquela situação que também já pontuamos anteriormente onde o acadêmico acaba por fazer o papel de servir a dois senhores no processo de estágio na formação profissional. Para, além disso, o projeto profissional construído na trajetória histórica da profissão,
e que informa os fundamentos teórico-metodológicos da formação profissional, não é
apreendido da mesma forma pelos sujeitos partícipes deste processo. É preciso informar que
este projeto na está em um livro, não se constitui em uma cartilha, ele só pode ser apreendido
a partir de uma opção ético-política, ou seja, como afirmamos linhas atrás, este projeto
precisa se tornar conhecido, ganhar visibilidade e compreensão junto ao conjunto maior da
categoria.
A fragmentação dessa relação tem comprometido a formação profissional dos
acadêmicos, além de toda a responsabilidade que a própria realização do estágio carrega em
si, muitas vezes ele acaba sendo o único elo de ligação entre a Universidade e o Campo de
Estágio, quando não se tornando o mediador de conflitos existente entre os supervisores.
Já destacamos durante o trabalho as condições concretas dadas na realidade que
contribuem para que esta relação não se realize de forma concreta. Porém, pode se pensar
espaços de discussão coletiva onde sistematicamente, os sujeitos envolvidos neste processam
possam desenvolver o processo de ensino-aprendizagem, discutindo sobre as práticas sociais
que ambos realizam, isto na medida em que compreendemos que a prática profissional é um
dos elementos da prática social. Mas, para que este processo, se realize, é preciso entender que precisam existir condições concretas o objetivas, neste caso diante da realidade posta,
compreendem uma luta política em torno da garantia de melhorias nas condições de ensino e
de trabalho tanto para Supervisores de Campo, quanto para Supervisores Acadêmicos.
Por fim, o significado social da profissão têm se revelado aos acadêmicos durante a
experiência de estágio, inclusive tem se revelado que este significado social compreende
determinações diferenciadas, ora ele se apresenta como processo que permite contribuir e
construir junto aos sujeitos da ação dos profissionais um processo de emancipação, ora ele
simplesmente reafirma toda a exclusão existente e proveniente da sociedade regida pelo modo
de produção capitalista. A determinação da construção quando são sinalizadas situações de
ações profissionais nas quais os usuários são percebidos como sujeitos de direitos, e a
determinação do conformismo, quando se revelam ações onde o usuário nada mais é do que
um dado quantitativo.
Estão postas neste trabalho uma série de questões de que o pesquisador lança mão
para que provoquem novos debates e outras aproximações com o objeto de estudo. Não
existem neste trabalho conclusões, apenas indicativos para que novos processos de
investigação sejam realizados através da pesquisa. Porém, existem sim, sinalizações concretas
que apontam a necessidade de uma revisão nas relações estabelecidas através do processo de
estágio, pois, é só a partir da discussão das questões que se colocam hoje no processo de
formação profissional do Assistente Social entre os sujeitos que dela são partícipes que
poderemos formar profissionais com o perfil que hoje desejamos, para que possamos
efetivamente contribuir para a construção da sociedade que sonhamos.