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Tipologia: Teses (TCC)
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Não perca as partes importantes!
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Porto Alegre 2008
Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma fiz eram parte desta caminhada e contribuíram para minha formação acadêmica, profissional e pessoal.
Ao meu namorado Fabricio, que desde o segundo ano de faculdade me apóia e me entende nos meus momentos mais difíceis.
Aos meus amigos, em especial a Carol, por terem tornado esta jornada mais divertida e pelo carinho e incentivo ao longo desses anos.
“A consciência da maternidade é uma oportunidade singular para a mulher: ela é capaz de abnegar seus desejos e vontades, em prol da aliança com a nova vida que cresce em seu ventre.”
Fabricio Vidor Vaz
Mulheres que fumam durante a gravidez apresentam maior risco de complicações, como placenta prévia, ruptura prematura das membranas, descolamento prematuro da placenta, hemorragia no pré-parto, parto prematuro,gestação ectópica, baixo peso ao nascer e morte súbita do recém nascido. Além disso, o desenvolvimento físico da criança está relacionado com o consumo de cigarros pela mãe dura nte a gestação, sugerindo uma relação dose-resposta (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2004; ALEIXO NETO, 1990; BRASIL, 2004; HAGGSTRÄM, 2004).
Considerando os malefícios que o tabaco traz para o binômio mãe-bebê, a cessação do tabagismo é o ato mais importante que a gestante pode fazer com o objetivo de melhorar o desfecho de sua gestação. Apesar do conhecido dano causado pelo cigarro tanto para a mãe como para o feto, grande proporção das gestantes co ntinua fumando (HAGGSTRÄM, 2004).
Portanto, conhecer como se dá o processo de abandon do tabagismo pode auxiliar os profissionais a implementarem intervenções efetivas com vistas a melhorar a saúde da mãe e do bebê.
No processo de cessação, alguns fatores podem contr ibuir para o sucesso, como a preocupação da mãe com a própria saúde e do bebê (F ANG, 2004), a determinação de abandonar o tabagismo e o ambiente social, considerados por alguns autores como principais fatores de sucesso (ECHER, 2006; SCHEIBMEIR, 2005). Considera-se importante conhecer esses e outros fatores para elaborar intervenções e specíficas para cada fumante.
A gestação representa uma oportunidade especial par a a cessação do tabagismo, sendo mais efetivas intervenções feitas no início da gest ação (antes das 20-24 semanas) (HAGGSTRÄM, 2004). É importante que nas consultas c om o profissional de saúde haja a identificação da fumante, seu aconselhamento e forn ecimento de apoio àquelas que querem parar de fumar. Entretanto, os profissionais de saúde precisam estar preparados para ajudar suas pacientes gestantes a abandonarem o tabaco.
O que motivou a realização desta pesquisa foi a oportunidade, como bolsista de iniciação científica, de estudar em profundidade o tema tabagismo, em especial fatores relacionados à cessação. Senti-me atraída pelo assu nto que, apesar de sua relevância social pela alta prevalência e alto potencial causador demorbidades, ainda é pouco abordado tanto na graduação quanto nas conversas com os pacientes.
Concomitante aos estudos sobre o tabagismo, comecei a aprofundar meus conhecimentos na área de Saúde da Mulher. O tema que uniu ambos os interesses foi a
tabagismo era pouco abordado, sendo apenas questionada a existência do hábito e discutida a importância de parar, sem exatamente educar e acons elhar sobre como efetivamente fazê-lo.
Além disso, pesquisando no sistema de bibliotecas da UFRGS, constata-se que não há trabalhos originados na Escola de Enfermagem que abordem a questão do tabagismo em fumantes grávidas.
Nesse contexto, esta pesquisa se propõe a conhecer a opinião de puérperas sobre os fatores relacionados ao tabagismo na gestação e com o ele vem sendo abordado nas consultas pré-natais para entender o que tem contribuído para o abandono do tabagismo entre as gestantes.
Identificar fatores relacionados ao tabagismo na gestação.
2.1 Objetivos específicos
Em outro estudo mais recente que estimou a freqüência e distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas 26 capit ais brasileiras e Distrito Federal observou-se que as maiores freqüências de adultos fumantes estão localizadas em Porto Alegre e Rio Branco (21,2%), e a mais baixa em Salvador (9,5%). O hábito tabágico se mostra mais disseminado entre homens do que entre mulheres, com exceção de Goiânia e Rio de Janeiro, onde a freqüência entre os sexos é semelhante. Entre as mulheres, observou-se menor freqüência de fumantes na cidade de Salvador (7,2%) seguida por Aracajú e São Luís (8,1%). As freqüências mais altas de mulheres fumantes foram observadas em Rio Branco (17,9%), Porto Alegre (17%) e Curitiba (15,9%). A freqüência de fumantes diminuiu com o aumento da escolaridade em ambos os sexos, chegando a 24,2% dos homens e 14,7% das mulheres com até oito anos de escolaridade e 14,4% dos homens e 9,1% das mulheres com doze anos ou mais de escolaridade (BRASIL, 2007).
Entre mulheres gestantes, a taxa de fumantes é alarmante. Em pesquisa realizada em seis capitais brasileiras, a prevalência de gestantes fumantes na cidade de Porto Alegre se mostrou a mais elevada, com 31,9%. No entanto, a freqüência de não fumantes se mostrou a menor, com 44,1% (KROEFF et al, 2004). Outros estudos corroboram os resultados deste já citado, apontando índices de 33,5% (LESSA HORTA et al, 1997) e 40,8% (HALAL et al, 1993) de fumantes, mostrando a região sul como a co m maior prevalência de mulheres gestantes fumantes no Brasil.
O feto não é apenas um fumante passivo comum, é umser altamente vulnerável cujo desenvolvimento está em um estágio vulnerável. Quando uma gestante fuma, expõe seu feto não apenas aos componentes da fumaça do cigarro que atravessam a placenta, mas também a alterações nos níveis de oxigênio e metabolismo placentário (NAKAMURA et al, 2004). O tabagismo atua negativamente nas diversas fases da reprodução por ação direta de seus principais componentes tóxicos, a nicotina e o monó xido de carbono. Existem cerca de 4720 elementos diferentes na fumaça do cigarro, incluind o muitos farmacologicamente ativos, mutagênicos e carcinogênicos. Aproximadamente 10%essesd compostos constituem a fase particulada da fumaça do cigarro, a qual contém nicotina e alcatrão, fenóis e benzenos. Os
vitamin defesas imunológicas, é imprescindível na formação do colágeno que compõe a membrana
aminiocoriônica. Além disso, o transporte de aminoácidos pela placenta está reduzido nas
fumantes, o que interfere na síntese protéica e contribui para o mau desenvolvimento da membrana aminiocoriônica (LEOPÉRCIO; GIGLIOTTI, 200 4).
A exposição fetal aos compostos do tabaco compromet e o crescimento dos pulmões e
leva à redução das pequenas vias aéreas, implicando em alterações funcionais respiratórias na
infância, que persistem ao longo da vida. O desenvo lvimento pulmonar alterado pode estar associado ao aumento do risco de desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer de pulmão e doenças cardiovasculares no futuro (LEOPÉRCIO; GIGLIOTTI, 2004). Outro problema associado ao tabagismo materno é a maior incidência de alergias e infecções em recém-natos (MARIN et al, 2003).
A gestação é um período em que muitas mulheres tent am parar de fumar e intervenções para a cessação durante a gravidez pod em resultar em uma redução significativa do tabagismo. As intervenções geralmente se limitam em informações e aconselhamento dados à mulher durante a gestação. No entanto, os p rogramas para a cessação do tabagismo devem ir ao encontro das necessidades das mulheres gestantes, levando em consideração, por exemplo, seu nível educacional e social, a família e a convivência com um companheiro fumante (McLEOD; PULLON; COOKSON, 2003; LU; TONG; OLDENBURG, 2001).
É importante que mulheres que tenham parado esponta neamente durante a gestação sejam identificadas pela maternidade e incluídas em um programa de educação para a cessação do tabagismo, o que não constitui a realid ade da maioria dos hospitais (McLEOD; PULLON; COOKSON, 2003).
Integrar programas de cessação do tabagismo com o p ré-natal constitui uma vantagem na medida em que os profissionais de saúde desenvolvem uma relação de confiança com a mulher e seu companheiro durante a gestação (McLEOD ; PULLON; COOKSON, 2003).
Estudo que avaliou os fatores associados ao fumo em gestantes brasileiras aponta a importância da identificação antecipada da populaçã o de risco para o fumo na gestação, focalizando os fatores determinantes como baixa escolaridade, paridade, situação conjugal e consumo de álcool. A partir disso, pode-se elaborarações em saúde para as mulheres desses grupos de risco, visando à sensibilização para os e feitos nocivos do fumo para a saúde da mãe e do bebê. Os profissionais da saúde também devemstare preparados a fim de estimular a