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Monografia Direitos Humanos
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Passo Fundo-RS 2009
ISABEL SANTOS DA SILVA
Sistematização apresentada ao curso de Especialização em Direitos Humanos do Instituto Superior de Filosofia Berthier-IFIBE, como registro para a obtenção do título de Pós- graduação. Lato Sensu.
Orientadores: Me. Iltomar Siviero e Me.Nilva Rosin
Passo Fundo-RS 2009
Dedico este trabalho aos mestres do IFIBE e a minha mãe (in memoram) que muito me ajudaram e incentivaram nesta caminhada para o saber.
Agradecimento Aos professores pela leitura e revisão Aos mestres do IFIBE pelos ensinamentos sobre Direitos Humanos À Direção e Coordenação a oportunidade da realização do Curso Aos familiares que acreditaram no meu potencial
aprender, de investigar o mundo e as coisas, para melhor interpretá-las e assim nos libertarmos de sistemas manipuladores. Retrata a prática realizada com os alunos das 8ª séries da Escola Municipal de Ensino Fundamental Daniel Dipp e é parte do trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Direitos Humanos, tendo como o tema paz e violência, foi associado com as vivências dos alunos, que contribuíram com o desenvolvimento do senso crítico de uma ótica voltada para o educar e o pensar dentro dos Direitos Humanos, proporcionando uma reformulação de pensamentos e comportamentos, pois houve uma participação conjunta de objetivos comuns.
Palavras-chave: Educar, Pensar, Paz, Violência, Direitos Humanos.
problemas e que o mais importante naquele momento, era o espírito de colaboração que cada um deveria ter com os colegas e professores. No mundo de mudanças constantes, sem dúvida a criatividade dos alunos foi fundamental para a realização dos trabalhos sobre violência, paz e direitos humanos na Escola de Ensino Fundamental Daniel Dipp, no Bairro Hípica, totalizando 3 períodos, perfazendo um total de 135 min horas/aula. Trabalhamos com a diversidade textual, do ponto de vista lingüístico, e com a pluralidade cultural, sob o ângulo da educação. Desenvolvemos assim, a capacidade de enxergar diferenças e aceita-las sob o olhar da inclusão. As atividades foram bem aceitas, os alunos pintaram a figura que representava o desarmamento e responderam as questões propostas, embora as respostas fossem sucintas, não se negaram a fazê-las. Na seqüência passaram a leitura do texto “A sabedoria do Camponês”. As dinâmicas criativas resolveram a todos nos grupos, foram feitas leituras, reflexões sobre a violência urbana, procuramos usar recortes de jornais e revistas que apontassem as causas da violência, busca de alternativas dentro de uma cultura de paz e grandes líderes que a promoveram, como Jesus, o grande pregador, seus ensinamentos a não-violência, sua vida e missão voltadas a serviço da paz, lembraram também dos Profetas que viveram na época de Jesus, que denunciavam a violência e pediam a paz, assim como Gandhi, Martin Luther King e Nelson Mandela. Não se alcança a paz com violência, com guerras, mentiras e fome, nem pela imposição da vontade do mais forte. Ressaltamos que as atividades só foram positivas, porque houve aceitação por parte dos alunos, integração de todos e envolvimento na formação desta temática, tivemos discussões sobre paz, violência e Direitos Humanos, em todas as dimensões, a partir da realidade das experiências de cada um. 11 Num segundo momento, provocamos os alunos para estabelecer um paralelo sobre a paz e a violência, com gravuras de revistas, o que contribuiu para que pudéssemos desenvolver um trabalho e diálogo participativo. Foram inúmeras as contribuições, indagações e interferências. Tivemos que aprender a controlar a ansiedade para não induzirmos as respostas para os alunos. A metodologia empregada nas turmas foi a de investigação que funcionou da seguinte maneira: inicialmente os alunos foram dispostos em círculos e solicitados a fazerem a leitura do texto, se alternando entre si. Finda a leitura, foram registrados no quadro-negro, os pontos
importantes para o debate. Em seguida, foi feita uma seleção dos tópicos a discussão. Todos foram estimulados a falar com liberdade o que pensavam sobre paz e violência e deram suas opiniões. Promoveram uma reflexão sobre as causas da violência e destacaram ações que contribuíram para a firmação da cultura da paz.
A educação é uma mola propulsora para que jovens e adultos melhorem suas expectativas, pois quem estuda e aprende tem mais chances na vida. A educação é um direito fundamental. A educação em direitos humanos é a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana. Foi uma grande conquista da humanidade para entrelaçar laços de igualdade e diferença, de amizade e solidariedade, mas o que encontramos hoje, é uma educação utilitária, voltando o homem para a máquina, para produzir mais e mais sem que ele participe da produção quando crescimento da
O tema trabalhado culminou com o projeto de Cidadania que vem sendo desenvolvido na escola. Esse projeto fez com os alunos desenvolvessem uma visão diferente sobre o que é ser cidadão e exercer sua cidadania em Direitos Humanos.Podemos sentir nesse trabalho o que é ser um mediador entre o conhecimento prévio e o escolar. È indispensável ter consciência de que nosso aluno vai ser aquilo que o ajudamos a edificar, se ele fracassar, certamente estaremos fracassando com ele. A razão de escolhermos este trabalho foi com a preocupação de discutirmos o valor do educar para os direitos humanos aos nossos alunos. A mestre Cecília Pinto Pires (2000, p 96-97) ressalva: “Educar para os direitos humanos é prioritariamente, criar uma cultura cujo embasamento seja o homem com dignidade, direitos e responsabilidades: é possibilitar a reflexão, desenvolver o espírito crítico e incitar o reconhecimento e a capacitação do diferente nos outros.”
Por outro lado, também queríamos resgatar o ato de pensar. Partindo do pedagogo John Dewey (1953, p218) notamos que existem pelo menos quatro concepções distintas sobre o ato de pensar: O primeiro significado atribuído à palavra pensar se refere a tudo o que vem à cabeça. O ato de pensar, neste sentido, não depende de uma seqüência de idéias, ocorre ao acaso. Num segundo entendimento, o significado do ato de pensar está ligado à idéia de que se algo não pode ser diretamente observado, pode ser imaginado, pensado. Um terceiro significado indica que o ato de pensar está ligado às idéias que nos levam a uma convicção. O ato de pensar é caracterizado pela capacidade de organizar convicções, ou por formular suposições aceitáveis. Num sentido mais amplo, o ato de pensar é entendido como a capacidade de refletir sobre as convicções. É o ato de pensar sobre o já pensado.
A característica reflexiva do ato de pensar combina com a atitude filosófica, cujas características também se assentam na dúvida e na investigação contínua. Isto reflete o pensamento de Raths (1971. p. 28): Que é através do processo de comparação que implica abstrair e reter mentalmente a abstração, quando se concentra a atenção nos objetos comparados. Se na análise tem uma finalidade real e genuína, se existe uma motivação verdadeira na busca do diferente, esta tarefa resulta em interesse para o professor e para os alunos. Cabe destacar que a comparação encerra mais motivações e aprendizagens básicas que as tarefas que só enfatizam a memorização.
O pensar é o exercício mental em que se estudam os fatos, se investigam, se examinam, se formulam hipóteses até chegar à conclusões. O esforço do pensar tem como objetivo maior,
organizar as observações obtidas de forma que se tenham respostas não definitivas, mas abertas a constante revisão. Em se tratando de Educação em Direitos Humanos; significa estar aberto ao novo, ao outro, ao diferente. Isso é importante porque também reflete no ato de educar. Quando nos propomos a compreender o outro, saber como pensam, sentem e percebem as situações, estamos nos redescobrindo como educadores. A história da humanidade guarda inúmeros registros de violência, guerras, genocídios, campos de concentração, escravidão, perseguições, extermínios de povos, torturas, barbáries de toda a espécie. Hoje, no mundo, a violência mais cruel é a fome, que mata uma criança a cada 7 segundos. A concentração de bens e riquezas, o terrorismo, o armamento bélico, os conflitos sociais, a violação dos direitos humanos, religiosos e culturais, o desrespeito à natureza e tudo que impedem a convivência pacífica que ameaçam a humanidade. A violência urbana cresce de forma assustadora no mundo. Assaltos, seqüestros, crime organizado, extermínio de moradores de rua, são algumas de suas marcas. Por outro lado, a concentração de terras e o agronegócio são o estopim da violência no mundo rural. Não se pode ignorar a violência doméstica, aquela que mora em casa, onde deveria reinar o amor, a harmonia. As notícias referentes à violência contra as mulheres, crianças e idosos são alarmantes. Vivemos uma cultura de violência, formentada por diversos ciclos viciosos, presentes em todos os lugares, como na escola, na rua, no trânsito. A taxa de violência, embora cresça, ela não cresce de uma forma homogenia. Existe certas heterogeneidade. Ela aumenta em alguns países mais, em outros menos. 15 O mundo precisa de paz e o objetivo desta, é assegurar que os conflitos sejam resolvidos de forma não-violenta, com base nos valores da tolerância, solidariedade e justiça; respeito aos direitos individuais e na busca de soluções criativas para os problemas, através do diálogo, da negociação e da medição. A paz é possível, mas o ser humano necessita ser para ela educado, já que a violência vem moldando a cabeça e o coração das pessoas tantos séculos. Se a violência e a paz são entidades culturais, portanto construídas e produzidas, podem também ser ensinadas, e ambas têm algo a ver com política, economia, organização social, também podem ser objeto da educação e da cultura. O processo de construção de uma cultura de paz passa, de maneira especial, pelo reconhecimento dos direitos de todos, pelo cuidado dos mais fracos, pela superação da fome e da
aprendiz terá mais facilidade em interiorizar e cada vez mais situações complexas e se adaptar. E quando se trata de enfrentar a necessidade de formação de uma juventude, que carece observar na história a realidade que a cerca, como única forma de reação, deve-se também considerar o quanto a memória não possui um papel pedagógico fundamental. Paulo Freire (2002, p.47) valoriza esta idéia: É fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser ente de relações que é. O trabalho com a textualidade foi de grande relevância, pois definiu como eixo do trabalho a ser desenvolvido em cada aula e a mensagem de cada aluno seria a análise do texto e sua recriação. Foi uma troca de experiências e de idéias compatíveis de como o ser humano pode se sensibilizar e se humanizar frente a situações que orienta a formação do sujeito de direito, sua formação de valores, atitudes práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os aspectos da sociedade, e sempre tentando estabelecer campanhas à não-violência e ao respeito aos direitos humanos, não só pela força da lei, mas também pelo engajamento na qualidade de vida da população. Os desafios e dificuldades foram muitos, mas os alunos também apresentaram avanços significativos nos trabalhos.
A importância de uma educação mais abrangente faz com que procuremos novas saídas para suprir as carências encontradas no ensino. A nossa maior luta é por um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes do processo educacional. A escola Daniel Dipp, vê o aluno como um ser humano em desenvolvimento, esse é um parâmetro importante, como a escola é um espaço fundamental do saber e do conviver, nela nos colocamos a serviço das relações humanas, onde quem ensina também aprende e quem aprende também ensina. A importância de uma educação mais abrangente faz com que procuremos novas saídas para suprir as carências encontradas no ensino. A nossa maior luta é por um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentes do processo educacional.
Cabe a nós, professores, transmitir o legado acumulado pela sociedade, levar o aluno a dominar informações do conhecimento. Não observamos somente as dificuldades apresentadas, mas também os avanços alcançados, que foi um processo de conquista e consolidação dos Direitos humanos. O trabalho nos mostrou que estamos consciente de nossa responsabilidade do futuro de nossos alunos de hoje e de amanhã. A finalidade do trabalho em Direitos Humanos nos incentivou a pensar no outro e ter consciência de que agir no mundo é sobre tudo, interagir com o outro, a partir da consideração do outro. A conclusão do trabalho teve um papel fundamental; pois os alunos aprenderam a ouvir; fizeram reflexões e questionamentos sobre o assunto e, através disso, puderam responder algumas perguntas que o texto exigia. E o resultado final não poderia ser melhor, os alunos que antes eram indisciplinados e agressivos, e eram motivos de preocupações para os professores e pais, começaram a entender que a reversão do quadro quanto à violência, era melhor começar a valorizar a paz como uma mudança boa na vida deles.
BENEVIDES, Maria Victória_. O que é educação para a democracia_. Entrevista realizada por Silvio Caccia Bava, Diretor da ABONG, em janeiro de1996.
CORREA, Avelino, A.SCHNEIDERS, Amélia. De mãos dada s. Ensino Religioso. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.
DAWEY, John. Como pensamos. São Paulo: Cia Editorial, 1953.
FREIRE, Paulo_. Educação com práticas da liberdade_. 26 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.