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Nacionalismo 28-05, Trabalhos de Direito do Trabalho

TRABALHO SOBRE O NACIONALISMO

Tipologia: Trabalhos

2012

Compartilhado em 28/02/2012

Gisele
Gisele 🇧🇷

4.5

(55)

229 documentos

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SUMÁRIO
1 1. Nacionalismo.................................................................................................... 2
1.1 1.1 Conceito.......................................................................................................... 2
1.2 1.2 Nacionalismo x Patriotismo............................................................................ 2
2 2. Origens do Nacionalismo.................................................................................. 3
2.1 2.1 Histórico.......................................................................................................... 3
2.2 2.2 Surgimento...................................................................................................... 3
2.3 ...............................................................................................................................
3 3. Tipos de Nacionalismo...................................................................................... 3
3.1 3.1 Nacionalismo Liberal ......................................................................... 3
3.2 3.2 Nacionalismo Revolucionário............................................................. 4
3.3 3.3 Nacionalismo Exacerbado............................................................................... 4
3.4 ...............................................................................................................................
4 4. O nacionalismo a brasileira na Era Vargas........................................................ 5
4.1 4.1 Nacionalismo no Brasil................................................................................... 5
4.2 4.2 Pré Vargas........................................................................................................ 5
4.3 4.3 O Golpe de 1930............................................................................................. 6
4.4 4.4 Governo Provisório (1930 - 1934).................................................................. 6
4.5 4.5 Revolução Constitucionalista de 1932............................................................ 7
4.6 4.6 O Governo Constitucionalista (1934 - 1937).................................................. 7
4.7 4.7 A revolta Mineira de 1935 (1935 - 1936)........................................................ 8
4.8 4.8 O Estado Novo................................................................................................ 8
4.9 4.9 Retorno de Vargas........................................................................................... 10
5 5. Movimentos nacionalistas brasileiros............................................................... 11
5.1 5.1 Ação Integralista brasileira............................................................................. 11
5.2 ...............................................................................................................................
5.3 5.2 Aliança Nacional Libertadora......................................................................... 13
5.4 5.3 Diretas Já......................................................................................................... 14
5.5 5.4 Impeachment de Collor................................................................................... 16
66. O Renascimento do Nacionalismo árabe.......................................................... 18
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 20
7.1 FLORESTA, Leira; FRANCO, Alexia Pádua; ALVARENGA, Leide Divina. O Estado
Novo e o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda): o autoritarismo e a busca de uma
cultura nacional, Portal do Professor. ............................................................................... 20
7.2 Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?
aula=20428, acessado em 30 de abril de 2011 às 11:43.................................................... 20
NIFENAS – Nacionalismo
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SUMÁRIO

7.1 FLORESTA, Leira; FRANCO, Alexia Pádua; ALVARENGA, Leide Divina. O Estado

  • 1 1. Nacionalismo....................................................................................................
  • 1.1 1.1 Conceito..........................................................................................................
  • 1.2 1.2 Nacionalismo x Patriotismo............................................................................
  • 2 2. Origens do Nacionalismo..................................................................................
  • 2.1 2.1 Histórico..........................................................................................................
  • 2.2 2.2 Surgimento......................................................................................................
  • 3 3. Tipos de Nacionalismo......................................................................................
  • 3.1 3.1 Nacionalismo Liberal
  • 3.2 3.2 Nacionalismo Revolucionário.............................................................
  • 3.3 3.3 Nacionalismo Exacerbado...............................................................................
  • 4 4. O nacionalismo a brasileira na Era Vargas........................................................
  • 4.1 4.1 Nacionalismo no Brasil...................................................................................
  • 4.2 4.2 Pré Vargas........................................................................................................
  • 4.3 4.3 O Golpe de 1930.............................................................................................
  • 4.4 4.4 Governo Provisório (1930 - 1934)..................................................................
  • 4.5 4.5 Revolução Constitucionalista de 1932............................................................
  • 4.6 4.6 O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)..................................................
  • 4.7 4.7 A revolta Mineira de 1935 (1935 - 1936)........................................................
  • 4.8 4.8 O Estado Novo................................................................................................
  • 4.9 4.9 Retorno de Vargas...........................................................................................
  • 5 5. Movimentos nacionalistas brasileiros...............................................................
  • 5.1 5.1 Ação Integralista brasileira.............................................................................
  • 5.3 5.2 Aliança Nacional Libertadora.........................................................................
  • 5.4 5.3 Diretas Já.........................................................................................................
  • 5.5 5.4 Impeachment de Collor...................................................................................
  • 6 6. O Renascimento do Nacionalismo árabe..........................................................
  • 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................
  • cultura nacional, Portal do Professor. Novo e o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda): o autoritarismo e a busca de uma
  • aula=20428, acessado em 30 de abril de 2011 às 11:43.................................................... 7.2 Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?

1. Nacionalismo 1.1 Conceito

Para falarmos sobre nacionalismo, iniciaremos nossa pesquisa definindo o que é nação, que é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns e, principalmente por ideais e aspirações comuns. A nação é, portanto, algo abstrato, mas isso não faz dela algo irreal, ilusório, a nação é a alma coletiva de um povo, uma identidade construída ao longo de séculos, de experiências históricas, de conflitos, de vitórias, de derrotas e de revoltas. O nacionalismo é uma tese. Em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico. É um sentimento de exaltação da nação que não tem nada a ver com Estado, pois há exemplos de nações que não possuem tal tipo de estrutura, logo, esta exaltação à nação referem-se ao povo, à população, aos interesses nacionais defendidos nesse processo de coletividade nacional.

1.2 Nacionalismo x Patriotismo

Muitas vezes confunde-se país com nação, país é antes um conceito geográfico ou na melhor das hipóteses, demográfico. Indivíduos mudam de país, mas não mudam de pátria ou nação. A diferença essencial entre os conceitos de patriotismo e nacionalismo é a consciência política que esta implícita no nacionalismo, e é essa a diferença que confere uma ingenuidade ao termo patriotismo, que é considerado mais uma manifestação de amor aos símbolos do Estado, como o Hino, a Bandeira, suas instituições ou representantes. Já o nacionalismo apresenta uma definição política mais abrangente, exemplo disto é a defesa dos interesses da nação antes de quaisquer outros e, sobretudo da sua preservação enquanto entidade, nos campos lingüístico, cultural, etc., contra processos de destruição ou transformação de identidade. PATRIOTISMO NACIONALISMO Exaltação à pátria, país, Estado Exaltação da nação. Apego a uma área geográfica, ou seja a um local ou território.

Apego a um tipo de povo, grupos de indivíduos que se identificam. Valorização de símbolos como bandeiras, brasãos, monumentos, instituições e representantes.

Valorização de ideais, objetivos comuns, interesses voltados para o bem da nação, preservação de identidades, crenças, culturas, origens, língua. Fraca consciência política. Forte consciência política. Um patriota muda de país. Um nacionalista não muda de nação.

No início do século XIX, o nacionalismo firma-se como uma ideologia política que traduz as aspirações do liberalismo. Torna-se uma forma de protesto contra os Estados monárquicos, aristocráticos e religiosos e de afirmação da identidade nas regiões submetidas ao domínio estrangeiro, como na Itália dominada pela Áustria e na Irlanda subjugada pelo Reino Unido. Após a derrota de Napoleão, as potências vencedoras posicionam-se contra as pretensões nacionalistas, que, associadas ao liberalismo, significam uma ameaça à restauração monárquica. No contexto das Revoluções Liberais, no século XIX, o princípio da nacionalidade é um dos fatores decisivos para a mobilização da burguesia, que, em alguns países, é apoiada pelo proletariado industrial. Na Itália e na Alemanha, o sentimento nacionalista é um elemento fundamental para as unificações.

3.2 Nacionalismo Revolucionário Ressurge na Europa, pouco antes do surgimento da ideologia comunista, como um outro nacionalismo, como um “nacionalismo revolucionário” socializante, ou até mesmo socialista, e anti-imperialista, contrário ao imperialismo europeu, o qual, além de explorar as colônias americanas, asiáticas e africanas, explorava ainda as nações européias mais pobres; Giuseppe Mazzini foi o líder maior desse “nacionalismo revolucionário” na Europa.

O “nacionalismo revolucionário” europeu, como uma ideologia anti-imperialista original, também influenciou o pensamento dos latino-americanos que souberam aprender dos europeus aquilo que fosse interessante e útil, desenvolvendo, no Novo Mundo, uma prática e uma luta anticolonialista, a qual se desenvolveu na ação e no discurso de homens tais como Tiradentes, San Martín ou Giuseppe Garibaldi e sua mulher, Anita Garibaldi, revolucionários e considerados por alguns, heróis.

3.3 Nacionalismo Exacerbado

O nacionalismo exacerbado tomou conta de vários países da Europa após a Primeira Guerra. Ele foi uma reação à nova ordem geopolítica imposta pelos tratados do pós Guerra, principalmente pelo Tratado de Versalhes, que teve efeitos diretos sobre a Alemanha e indiretos sobre a Itália. A nova situação foi caracterizada pela formação de democracias muito frágeis, que seriam responsáveis pelo difícil processo de recuperação econômica. Do ponto de vista histórico, o nacionalismo intensificou as rivalidades que forneceram sentido à ocorrência da Primeira Guerra Mundial. Afinal de contas, as rivalidades imperialistas estavam sempre próximas a um discurso em que o interesse de uma nação deveria estar acima das ameaças de outras nações inimigas. Com isso, as noções de

superioridade e rivalidade se mostraram fundamentais para organização do ideário nacionalista. O nacionalismo alcançou sua expressão mais radical com o surgimento dos movimentos totalitários na Europa. Mais do que simplesmente defensores da nação, esses movimentos tinham a idéia de que as liberdades individuais deveriam ser repassadas para um líder máximo, capaz de traduzir e executar os desejos de toda a população daquela nação. A luta por territórios, importantes do ponto de vista econômico e estratégico, foi determinante para reforçar o sentimento nacionalista em vários países. No caso dos países vencedores, a manutenção ou conquista de territórios sob seu domínio reforçou a política imperialista; já para os países derrotados e para a Itália, a perda de territórios e de influência significou a estagnação da economia. Para esses países, a retomada do crescimento econômico somente seria possível com a ampliação de seus territórios, retomando a política imperialista e isso não seria possível sem um forte ideal nacionalista. A radicalização do sentimento nacionalista está associada a idéia de crescimento e ao mesmo tempo à idéia de repúdio àqueles que impedem o crescimento, e contribuiu para a implantação de governos totalitários e militaristas. Ainda hoje, apesar da globalização e o encurtamento das distâncias entre os povos, o nacionalismo aparece ainda na expressão de alguns pequenos grupos que rejeitam o ideal de integração contemporâneo. Em alguns países, os chamados neonazistas, também aparecem alimentados por um nacionalismo que repudia a chegada de imigrantes que saem de sua terra natal em busca de oportunidades e melhores condições de vida. Sem dúvida, a questão nacionalista ainda se movimenta no tempo presente.

4. O nacionalismo a brasileira na Era Vargas

4.1 Nacionalismo no Brasil.

No Brasil, todas as idéias que por aqui aportam, passam por adaptações. Com o nacionalismo não foi diferente, assim, o ideário nacionalista, que em muitos países mobilizou as diversas camadas sociais em defesa dos interesses nacionais, aqui adquiriu características bem peculiares. Sendo uma delas, que só em raros momentos esse ideário chegou às camadas populares. A principal força motriz do nacionalismo brasileiro foi a camada social mais organizada e mais influente na história do Brasil, no caso: os militares.

4.2 Pré Vargas.

da sua autonomia política para o presidente. Continuou com a Política de Valorização do Café (PVC) e criou o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras. À Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que vinculava os sindicatos brasileiros indiretamente - por meio da câmara dos deputados - ao Presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo). Assim sendo, houve, na Era Vargas, grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, como ilustra as figuras 2 e 3, muitos deles não devidos exatamente a Vargas - a quem cujo crédito maior é o estabelecimento da CLT - mas sim por parte de parlamentares constituintes do período. Mudanças essas que perduram até hoje.

FIGURAS 2 e 3 - Vargas criando ministérios e códigos em defesa do trabalhador brasileiro. Em 1931, Getúlio Vargas derruba a Constituição brasileira, reunindo enormes poderes no Brasil. Isso despertou a indignação dos opositores, principalmente oligarcas e a classe média paulista, que estavam desgostosos com o governo getulista. A perda de autonomia estadual, com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais. Por mais que Getúlio tenha percebido o erro e tentado nomear um interventor oligarca paulista, os paulistas já arquitetavam uma revolta armada, a fim de defender a criação de uma nova Constituição.

4.5 Revolução Constitucionalista de 1932.

Quando quatro jovens estudantes paulistanos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) são assassinados no dia 23 de Maio de 1932, diversos setores da sociedade paulista se mobilizam com o evento, e toda a sociedade passa a apoiar a causa constitucional. No dia 9 de Julho do mesmo ano, a revolução explode pelo estado. Os paulistas contavam com apoio de tropas de diversos estados, como Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul, mas Getúlio Vargas foi mais rápido e conseguiu reter esta aliança, isolando São Paulo. Sem qualquer apoio, os flancos paulistas ficaram vulneráveis, e o plano de rápida conquista do Rio de Janeiro transformou-se em uma tentativa desesperada de defender o território estadual. Sem saída, o estado se rende em 28 de Setembro.

4.6 O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)

Getúlio Vargas convoca a Assembléia em 1933, e em 16 de Julho de 1934 a nova Constituição, trazendo novidades como o voto secreto, ensino primário obrigatório, o voto feminino e diversas leis trabalhistas. O voto secreto significou o fim do tão famigerado

voto aberto preponderante na República Velha, onde os coronéis tinham a oportunidade de controlar os votos. A nova constituição estabeleceu também que, após sua promulgação, o primeiro presidente seria eleito de forma indireta pelos membros da Assembléia Constituinte. Getúlio Vargas saiu vitorioso. Nessa mesma época, duas vertentes políticas começaram a influenciar a sociedade brasileira. De um lado, a extrema direita fundara a Ação Integralista Brasileira (AIB), de caráter fascista e pregando um Estado totalitário. Do outro, crescia a força de esquerda da Aliança Nacional Libertadora (ANL), inspirado no regime socialista da União Soviética, que também era totalitário. Estes partidos possuíam caráter nacional, diferentemente dos partidos dominantes durante a República Velha, que geralmente representavam o seu estado (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro...). Com a aprovação da nova constituição, Getulio Vargas obteve a aprovação da elite paulista e oligarca. Essa nova constituição ajudava a classe trabalhadora e conseguia agradar a elite paulista, porém os mineiros ficaram insatisfeitos com a nova constituição. Ela não auxiliava um estado que estava em estado de crise, desde o fim da Oligarquia Café- com-Leite, isso gerou revolta tanto por parte da elite quanto pelos trabalhadores, que com a crise estava sem trabalho nas cidades e fazendas.

4.7 A revolta Mineira de 1935 (1935 - 1936)

Em 30 de fevereiro de 1935, e revolta se inicia. Minas contava com o apoio do Acre, Roraima e de Amapá para conseguir conquistar a independência do país. Contando com apenas 300 soldados, a revolta consegue deter a guarda nacional por quase um ano e declara sua nova constituição. Ela ficou conhecida como Constituição Mineira. A nova constituição retirava o voto das mulheres e voltava com o antigo método de produção escravista, embora isso tenha agradado a Roraima e o Amapá, o Acre não concordou e abandonou a aliança. Com a ajuda dos acreanos, a guarda nacional finalmente conseguiu deter Minas Gerais e integrá-la novamente ao Estado Brasileiro. Em 25 de janeiro de 1936 a revolta é completamente desfeita.

4.8 O Estado Novo Getúlio Vargas sempre se mostrou contra o socialismo, e usou este pretexto para o seu maior sucesso político - o golpe de 1937. O PCB, que surgiu em 1922, havia criado a Aliança Nacional Libertadora, mas Getúlio Vargas a declarou ilegal, e a fechou. Assim, em 1935, a ANL (segundo alguns, com o apoio da Internacional Comunista Comintern) montou a Intentona Comunista, uma revolta contra Getúlio Vargas, mas que este facilmente conteve. Em 1937, os integralistas forjaram o "Plano Cohen", dizia-se que os socialistas planejavam uma revolução maior e mais bem-arquitetada do que a de 1935, e teria o amplo apoio do

foram para a Amazônia 54 mil trabalhadores, destes a maioria do Ceará. Em meio à incentivos econômicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira, sendo a base militar no município de Parnamirim, vizinho a capital Natal, no estado do Rio Grande do Norte, a principal dentre estas do ponto de vista militar, embora Recife tenha sido escolhida como sede do comando aliado no Atlântico Sul. A participação do Brasil na guerra e a forma como a mesma se desenrolou com o envio inclusive de uma força expedicionária ao teatro de operações do mediterrâneo, acabou por ter um peso significativo para o fim do regime do Estado Novo. No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, sendo conduzido ao exílio na sua cidade natal, São Borja. No dia 2 de dezembro do mesmo ano, foram realizadas eleições livres para o parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria eleito senador pela maior votação da época. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular e pelo movimento queremista, de acordo com a figura 5.

FIGURA 5 - Movimento Queremista.

4.9 Retorno de Vargas.

Na sucessão de Dutra, em 1950, o PTB lançou Getúlio Vargas como candidato à presidência, numa campanha popular empolgante e vitoriosa. Getúlio Vargas voltou ao poder, como se disse na época: "Nos braços do povo". As principais propostas de Getúlio Vargas foram: A criação da Eletrobrás, fundamental para o desenvolvimento industrial e a criação da Petrobrás, figura 6, para diminuir a importação do produto, que consumia grande parte das divisas nacionais. Mas havia um jornalista muito crítico chamado Carlos Lacerda, que acusava o presidente de estar em um "mar de lama", ou seja, de acumular privilégios, parentes e aliados.

FIGURA 6 - Campanha o Petróleo é nosso.

O chefe da guarda do presidente, Gregório Fortunato tramou um atentado para matar o jornalista, porém no momento da execução, Carlos Lacerda estava acompanhado do oficial militar, o major Rubens Vaz da Aeronáutica, que foi morto durante a tentativa frustrada de matar Carlos Lacerda. A crise ganhou dimensão e as Forças Armadas, após prenderem Gregório e os homens que haviam sido contratados para o atentado, pressionaram Vargas para que ele renunciasse novamente.

Após ser muito pressionado, Getúlio Vargas não suportou e (supostamente) suicidou-se com um tiro no peito em 24 de agosto de 1954. Teria escrito uma carta- testamento onde dizia como sempre pertenceu ao povo e um dos últimos trechos, havia a frase: "… Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História".

5. Movimentos nacionalistas brasileiros

5.1 Ação Integralista brasileira

Ação Integralista Brasileira (AIB) foi um partido político brasileiro fundado em 7 de outubro de 1932 por Plínio Salgado, figura 7, um escritor modernista, jornalista e político. Plínio defendia um estado autoritário. Seu lema "Deus, pátria e família", figura 8, seu partido foi influenciado pelo fascismo italiano firmando-se como extensão do movimento constitucionalista.

FIGURA 7 - Líder Plínio Salgado FIGURA 8 - Lema da AIB

A ação integralista é considerada um movimento de classe média. Plínio Salgado exaltava o Nacionalismo como forma de se fazer a verdadeira revolução brasileira, um passado colonial do qual resulta a herança étnica do povo brasileiro, nós somos um povo que começou a existir desde a morte de todos os preconceitos, foi nesse momento que nasceu uma nacionalidade espontânea, que seria corroída pelos estrangeirismos após a independência, e que o integralismo pretendia resgatar. Seu projeto político propunha unificar as inúmeras visões fragmentadas do ser humano e da sociedade, ora analisadas apenas pelos seus aspectos econômicos, ora pelos aspectos sociais, ora políticos, ora espirituais. Para Plínio Salgado a chamada burguesia não é uma classe social ou econômica e sim um estado de espírito. O Integralismo brasileiro ideologicamente não aceita o capitalismo, defende a propriedade privada, o resgate da cultura nacional, o moralismo, valoriza o nacionalismo, os valores morais, a prática cristã e o princípio da autoridade. Ele congregou uma grande diversidade de cidadãos brasileiros segundo as mais diferentes etnias. No sul do país, por exemplo, houve uma participação maciça de imigrantes europeus e seus filhos. Afro- descendentes também aderiram ao movimento, e o exemplo até hoje lembrado é o de João Cândido, líder da Revolta da Chibata. A AIB foi o primeiro movimento político brasileiro a dar voz política à mulher, figura 9, embora elas se limitassem ao assistencialismo, ao trato

ou mortos. Depois do dia 11, milhares de militantes da AIB também foram presos em várias partes do país, numa seqüência de perseguições por parte do governo Vargas, que incluiu não apenas os integralistas. A Plínio Salgado, por sua vez, sem a possibilidade de disputar a presidência nem o almejado cargo de ministro, restou o exílio em Portugal, de onde só voltaria em 1946, após o fim do Estado Novo varguista.

5.2 Aliança Nacional Libertadora Inspirada no modelo das frentes populares que surgiram na Europa para impedir o avanço do nazi-fascismo, a ANL, criada em 1934, defendia propostas nacionalistas e tinha como uma de suas bandeiras a luta pela reforma agrária. Embora liderada pelos comunistas, conseguiu congregar os mais diversos setores da sociedade e rapidamente tornou-se um movimento de massas. Muitos militares, católicos, socialistas e liberais, desiludidos com o rumo do processo político iniciado em 1930, quando Getúlio Vargas, pela força das armas, assumiu a presidência da República, aderiram ao movimento. Ela Foi oficializada em 1935 e tinha como fundamentos: F 0 A ESuspender o pagamento da dívida externa. F 0 A ENacionalizar as empresas estrangeiras. F 0 A EPromover a reforma agrária protegendo os pequenos e médios proprietários F 0 A EGarantir liberdades democráticas e promulgar uma constituição popular.

Vivia-se o período entre guerras. Na Alemanha, o nazismo era dominante e liderado por Adolf Hitler; enquanto na Itália, o fascismo era dominante e liderado por Benito Mussolini. O Brasil vivia a era Vargas, o qual assumiu o poder decorrente de um golpe de Estado, encerrando a política do café com leite, pactuada entre paulistas e mineiros. Era para ser um governo provisório e cheio de mudanças para o país, visto que Getúlio era um populista. No entanto, as mudanças para a realidade política e histórica do Brasil não vieram como esperadas, e o governo de Vargas estendeu-se por 15 anos. Luís Carlos Prestes foi decretado o presidente de honra da ANL, devido suas lutas contra as tropas do governo e sua coluna prestes. Neste período, Prestes, que era comunista, encontrava-se na União Soviética. Depois ele retornou clandestinamente ao Brasil. A ANL crescia subitamente no Brasil em decorrência de seus comícios, manifestações públicas, conforme figura 10, e de seus jornais diários, conforme exemplar da figura 11, que divulgavam as suas atividades, no Rio e São Paulo.

FIGURA 10 – Manifestações da ANL FIGURA 11 - Jornal da ANL

Prestes tinha um objetivo, promover um golpe denominado de Intentona Comunista. Vargas descobriu que a ANL tinha o interesse de tirá-lo do poder e instalar um governo comunista, ele manda fecha-la baseado na Lei de Segurança Nacional. Com a proibição oficial da ANL e a violenta repressão desencadeada pelo Governo contra seus militantes e seguidores, era natural que muitos desses elementos, atemorizados e sem ânimo para prosseguir na luta, se afastassem da entidade. Em 1937, uma nova revolta foi arquitetada, mas aproveitando desse pretexto, Vargas declarou estado de sítio e deu o golpe do Estado Novo. Presidente de honra da ANL, Prestes liderava um movimento cujo controle não lhe pertencia. Mais ainda do que a direção do PCB, Prestes revelaria a preocupação de combater o golpismo. Em de setembro de 1935, ele escrevia: “(...) À diferença dos simples conspiradores, dos golpistas de todos os tempos, nós, os aliancistas, preparamos e marchamos para a insurreição, isto é, a luta de massas, a grande luta em que deve e precisa participar o povo brasileiro”.

FIGURA 12 – Lema da ANL AIB ANL Liderada por Plínio Salgado Liderada por Luis Carlos Prestes Ideologia fascista Oposição ao fascismo Apelo Nacionalista Apelo Nacionalista Anti-democrática Defesa da reforma agrária Apoio de imigrantes europeus Movimento político de Massa

5.3 Diretas Já Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República.

FIGURA 13 - Lema do movimento.

Tancredo encerrou 21 anos de desastrosa intervenção militar e recebendo como legado um país falido: divida externa de 100 bilhões, inflação de 223% ao ano. Tancredo já falava dos seus planos. “Vim para promover as mudanças políticas, econômicas, sociais, culturais, mudanças reais, efetivas, corajosas, e irreversíveis”, em seu primeiro discurso como presidente eleito. Em 21 de abril de 1985, Tancredo falece tendo como sucessor o vice José Sarney.

A primeira eleição direta para presidente, só ocorreria em 1989, quando

Fernando Collor foi eleito, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva.

5.4 Impeachment de Collor

Fernando Collor de Melo, então governador de Alagoas, começou a combater os supersalários no funcionalismo do referido estado. Tais medidas no ano de 1988 fizeram com que o político ganhasse repercussão nacional, sendo intitulado como o “caçador de marajás”. Esse foi o seu slogan para as primeiras eleições diretas, do ano de 1989, para o cargo de presidente de república depois do regime militar. Na disputa contra Luis Inácio Lula da Silva, Collor saiu vencedor, 42,75% contra 37,86% de Lula. Foi uma corrida desenfreada, cheia de altos e baixos e atropelos. Collor, além de contar com grande esquema de propaganda por parte da mídia e partidos conservadores, adotou uma postura firme em seus debates. No entanto, Lula, que começou sendo o favorito, enfrentou tantos problemas em sua campanha, como denúncias e escândalos de sua vida pessoal, que viu sua queda aproximar-se paulatinamente. Ao assumir o governo, Collor estabelece o mais traumático plano econômico da história do Brasil. O Plano Collor confiscou a conta corrente e a poupança dos brasileiros. O objetivo de acabar com a inflação no país acabou de forma drástica. A economista Zélia Cardoso de Melo, através de seu plano econômico confisca o dinheiro de quem possuía em banco a importância acima de 50.000 cruzeiros. Tal medida era promover a troca da moeda. Transformou-se o cruzado novamente em cruzeiro, congelou-se os preços e salários, o mercado foi aberto à concorrência externa e criou-se uma agenda de privatizações. Os seguidos fracassos na área econômica e outras atrapalhadas políticas e, o pior, as denúncias do irmão de Collor, Pedro Collor, colaboraram para o declínio da imagem do presidente. A Revista Veja lançou, na época quatorze revistas sobre o esquema de corrupção que envolvia o então presidente Fernando Collor de Melo e Paulo César Farias, seu tesoureiro de campanha e alagoano, figura 15. Pedro Collor alegava que o lema da campanha presidencial de seu irmão era: “Quem roubar vai para a cadeia”, no entanto o próprio estava envolvido em esquemas ilícitos. A família Collor era detentora de um grupo,

no qual havia um jornal denominado a Gazeta. Pedro Collor apresenta ao irmão projetos de ampliação no jornal, através de um outro tablóide vespertino e a criação de duas rádios FM´s para cobertura em cidades não alcançadas. O presidente Collor não aprova os projetos do irmão ao alegar que já estava em andamento, sob a direção de PC Farias, a criação de outro jornal de nome Tribuna de Alagoas. A garantia era de que este novo empreendimento não concorreria com o jornal do grupo da família, no entanto Pedro Collor descobre que se investiu em maquinários semelhantes ao da gráfica de seu comando e funcionários do grupo estavam sendo admitidos na Tribuna com salários até três vezes maiores e, ainda, que o deputado Augusto Farias, irmão de PC, recebeu uma viabilização para abrir doze rádios. Fernando Collor não era a favor de Pedro na administração das empresas da família. O presidente queria usar os seus meios de comunicação como uma ferramenta política. Por isso seu interesse em destituir seu irmão do cargo de administrador.

FIGURA 15 - Capa da revista Veja após o Impeachment.

Além dos escândalos familiares, Pedro Collor dispara sobre movimentações financeiras, imóveis, subornos que PC Farias estava embolsando. Todo o esquema envolvia desde a campanha de Collor a presidência até galanteios a ministra da economia Zélia Cardoso de Melo. A declaração de imposto de renda de PC Faria não era compatível com seu padrão de vida, segundo documentos recebidos pelo deputado paulista José Dirceu. A proximidade de PC com Collor escancarou as portas para que ele se metesse em todos os cantos do governo, do Palácio do Planalto ao Banco Central, passando por diversos ministérios. PC nomeou, demitiu e influenciou as decisões do governo. Comandando um esquema de poder paralelo, traficou influência e desviou recursos públicos, como ficou provado por uma série de documentos revelados em CPI´s. A população, com instinto nacionalista, foi às ruas pedir a saída do presidente Collor, enquanto o Congresso e o Judiciário puseram-se à caça de Collor, figuras 16 e 17. Em 29 de setembro de 1992, Collor caiu, em uma votação histórica na Câmara. O "caçador de marajás" tornou-se o primeiro presidente, da história política brasileira, afastado em um processo de impeachment. Os jovens brasileiros, com roupas pretas e caras pintadas de verde e amarelo, entoavam gritos: "Rosane, que coisa feia, vai com Collor pra cadeia". No Rio, os colegiais berravam: "PC, PC, vai pra cadeia e leva o Collor com você". Segundo a revista Veja, “no Brasil, o brio cívico tende a extravasar na forma de um humor cortante, do escracho aberto. As manifestações tem um quê de Carnaval, de desfile de escola de samba”.

FIGURA 16 - Slogans criados pelos jovens. FIGURA 17 - Passeatas contra Collor

Tanto os EUA quanto o regime de Hosni Mubarak buscam uma estabilidade para o Egito, mas esta promovida em prol de seus interesses, impondo aos povos árabes desigualdades sociais e econômicas, roubo institucionalizado e submissão perpétua ao imperialismo dos EUA e ao terror de Israel.

A rebelião árabe nacionalista tem como alvo os regimes bancados pelos Estados Unidos no Egito, Tunísia e Jordânia porque o imperialismo norte-americano é o principal impedimento às aspirações nacionais dos povos árabes em seus respectivos países. O homem trabalha para os americanos e não para os árabes e, portanto, indiretamente para os israelenses. Ainda que a esquerda tenha sido atingida ao longo de décadas no mundo árabe, o nacionalismo árabe está enraizado na identidade destes países e não tem como ser permanentemente suprimido.

As revoluções na Tunísia, Egito, Jordânia e outros, são um renascimento do nacionalismo árabe. Como os nacionalismos em geral, os árabes exigem que haja uma resposta coletiva aos insultos cometidos contra a Nação Árabe, e a busca de uma justiça que seja válida para o povo. O nacionalismo árabe é contrário ao imperialismo dos EUA e não tem como coexistir por muito tempo. É por isso, que os EUA não podem tolerar um regime popular nacionalista no poder do Egito, o maior país árabe e um insubstituível aliado. Se o Egito escapa do controle de um regime anti-nacionalista, comprador, submisso ao império, toda a posição dos EUA na região fica comprometida.

O exército de Mubarak foi composto de generais/ empresários / políticos que se tornaram engrenagens integrais na máquina imperial norte-americana, os principais receptores da ajuda dos EUA, que assumiram lucrativas posições nas empresas militares e criaram uma comunidade externa à sociedade egípcia. Outro exército oponente foi a massa do de meio milhão de homens, que vieram do seio de uma população onde as pessoas sobrevivem com menos de 2 dólares por dia e outro exército de oficiais jovens cujo nacionalismo árabe se rebela contra o imperialismo dos EUA e a aliança com seu país.

Foram os generais de Mubarak afrontando o patriotismo do nacionalismo árabe de seus próprios soldados e oficiais jovens, a rebelião popular não foi esmagada por tanques, mas capaz de atrair um exército popular que balançou o mundo árabe e além dele, e fazer surgir uma rápida superação do imperialismo dos EUA, o inimigo de toda a Terra.

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MORAES, José Geraldo Vinci de. História Geral e Brasil. São Paulo: Atual Editora, 3ª edição, 2009.