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livro que fala sobre memorizacao
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Como agem ao estudar? Como planejam as matérias que irão estudar? Quais as estratégias de estudo e memorização? Onde encontram tempo para digerir o excesso de informações?
Aristóteles dizia que “as raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces”. O que aconteceria se, hoje, tanto você quanto seu filho ou aluno descobrissem que as raízes do estudo também podem ser doces? Que existe um jeito de tornar agradáveis as longas horas de estudo? Quero convidá-lo a aprender como proporcionar ou facilitar a ele uma grande virada nas provas, vestibulares e concursos. Como prepará-lo para se tornar alvo da admiração e dos melhores comentários nas rodas de amigos. Aceite meu convite e abra-se para conhecer ferramentas de estudo, memorização e leitura que surtirão resultados tão positivos que, garanto-lhe, mudarão para sempre o jeito de seu filho ou seus alunos de encararem os estudos.
Tenha uma agradável leitura!
Renato Alves - Recordista Brasileiro de Memória
Nos tempos de colégio, quando eu ainda era um garoto pequeno, magricelo e extremamente tímido, morria de vergonha de conversar com pessoas estranhas. Entre amigos, era o “mudo” da turma. Em sala de aula, suava frio quando sentia vontade de fazer perguntas ao professor. Por medo, eu não perguntava e, consequentemente, também não aprendia! Hoje, entendo o quanto a timidez bloqueou meu aprendizado, mas naquela época eu não percebia isso. O máximo que fazia era me revoltar. Sabe aquele garoto que se rebela e diz aos pais que detesta estudar? Eu era assim! Pode parecer loucura o que vou dizer, mas se um dia você ouvir um estudante reclamando de que não gosta de estudar, acalme-se, pois este fato pode absolutamente normal. Talvez ele seja muito jovem ou tímido. Quem sabe, não foi mal orientado pelos professores que teve até então? Alguém lhe pode haver dito que não seria capaz ou que naquela matéria ninguém passava. Talvez não tenha treinado o suficiente ou ninguém lhe ensinara como agir nessa situação. Albert Einstein, Thomas Edison e Leonardo da Vinci sofriam de dislexia (dificuldade de aprendizagem). Tinham, portanto, motivos de sobra para se desinteressarem pelos estudos. Mas algo me convence de que um dia alguém olhou fundo nos olhos deles e lhes disse: “Não desanime, você é melhor do que imagina”. Mesmo que essa voz tenha sido a da própria consciência, todos conhecem o poder dela, basta olhar para o inegável sucesso deles. Existe uma verdade muito importante sobre os estudos que vou lhe dizer agora: há uma diferença significativa entre NÃO GOSTAR de estudar e NÃO SABER estudar. Grande parte do alunos que afirma não gostar de estudar, na realidade apenas não sabe como fazê-lo. É justamente a falta do básico que os leva à baixa estima e a um desempenho ruim nos estudos. O aluno que precisa, mas não sabe como estudar, tem um característico olhar sem brilho. O referido desconhecimento o leva ao desinteresse e, na maioria das vezes, ao abandono do aprendizado. E sabe aonde tudo isso começou? No início, todo aluno aprende a desenhar as letras do alfabeto, a separar vogais e consoantes, a formar as simples sílabas e a rabiscar as primeiras palavras. O entusiasmo e o interesse deles estavam nas nuvens e, por isso, estudar, nesta fase, era uma aventura divertida. A professora ou “tia” pegava em suas mãos e o ensinava com um jeitinho todo especial. O aprendizado era colorido e estimulante. Passar de série não era obrigação, mas uma consequência natural de alguém que se divertia com as aulas. Certo dia aconteceu algo inesperado. Apareceram as primeiras matérias menos fáceis. O colorido das cartilhas deu espaço ao branco e preto dos livros didáticos. O convívio com as palavras simples foi atropelado por termos técnicos e a “tia” carinhosa, que o ajudava com exercícios simples, cedeu lugar a um grupo de professores, quem sabe, sisudos, mal pagos, estressados ou atarefados. Agora, cada mestre
Um estudante que não sabe estudar provavelmente está sendo orientado por um professor que também não soube, ou seja, foi um aluno com as mesmas dificuldades. Assim, o ciclo se perpetua. O despreparado aluno de hoje poderá se tornar o professor de amanhã. Por piores que sejam as instalações da escola ou o nível dos professores, se existir a VONTADE DE APRENDER e o domínio de COMO ESTUDAR, o aluno vai se satisfazer. Quando um estudante diz que odeia matemática, na verdade tal manifestação revela apenas que ele não sabe estudar matemática. Outro que se diz burro em biologia, na verdade não sabe estudar biologia. E mais um ainda que declare detestar o professor de química, pode significar que ele não sabe estudar química. Quando os professores perguntam aos alunos se eles já estudaram, muitas vezes reforçam os sentimentos negativos em relação a esse assunto. Pais erram também quando perguntam aos seus filhos se eles já estudaram. Em vez disso, deveriam investigar e perguntar, antes, se eles sabem estudar. Se você, ao fazer esta pergunta ao seu filho, ouvir como resposta o temido “não”, é hora de começar a, mais do que se preocupar, descobrir como você pode ajudá-lo. Certamente, é melhor investir um pouco mais neste assunto. Afinal, como exigir que alguém faça aquilo que não sabe? Para ajudá-lo nesta questão, preparei um teste muito especial que o ajudará a identificar seus pontos fortes e os pontos fracos nos estudos. Depois de avaliar cuidadosamente as respostas, você descobrirá a real situação, se você realmente sabe estudar. Para fazer o teste acesse o site
www.naopergunteseeleestudou.com.br
Como reter textos na memória
Duas pessoas conversam sobre hábitos de leitura: "Todos os dias, antes de dormir, leio várias páginas da Bíblia." "É mesmo! E sobre o que você leu a noite passada?"
Coçando a cabeça, a primeira responde:
"Infelizmente, já me esqueci!"
O diálogo acima lhe soa familiar? Quando as ideias captadas pelos olhos não conseguem alcançar os terrenos da memória, a leitura torna-se inútil. Esquecer praticamente tudo que acabou de ler é a rotina da maioria dos estudantes. Alguma vez você já leu um texto e, imediatamente após, não se lembrou de absolutamente nada? É possível que naquele momento você tenha ficado indignado e tenha reclamado da sua memória. Talvez, você tenha pensado que está ficando velho ou que a sua memória vem piorando. Antes de começar a estudar o tema memorização, desenvolver técnicas e treinar até me tornar o primeiro recordista brasileiro de memória, eu também achava que a minha memória era
ruim. Algumas vezes, ficava furioso, totalmente irritado pelo fato de ler textos importantes e, ao chegar ao final da leitura, não me lembrar de absolutamente nada. Assim, certamente você pode imaginar o que sente um estudante que, na véspera da prova, lê toda a matéria, mas no momento decisivo, não se lembra de nada. É tão desesperador que explica porque muitos recorrem a memórias artificiais, isto é, bilhetinhos e colas. A cola é apenas uma forma equivocada de se proteger contra os esquecimentos. Deixe-me explicar algo que não aprendemos na escola: SABER LER é diferente de SER ALFABETIZADO. Estudantes são alfabetizados, mas poucos são os que podem afirmar que realmente sabem ler. O mínimo que se pode esperar de uma leitura é que o conteúdo fique na memória, concorda? Infelizmente a realidade não é bem assim. A diferença entre o Renato de ontem, que reclamava da memória, e o de hoje, como recordista de memória, está nas técnicas aplicadas antes, durante e depois da leitura. São três etapas:
Primeira: você deve saber concentrar a mente para realizar uma leitura eficiente.
Segunda: deve ler com grau máximo de concentração cuidando dos detalhes.
Terceira: precisa fixar na memória o conteúdo lido.
Durante muitos anos, fiz demonstrações de memória ao vivo em programas de televisão. A técnica que eu mais gostava de exibir era a memorização dos textos de todas as páginas de qualquer revista escolhida pela produção. As etapas descritas acima (detalharei em outro capítulo) me permitiam explicar com riqueza de detalhes cada um dos assuntos abordados na revista. Eu era capaz de citar inclusive o número da página em que estava determinada matéria. Quando o apresentador e a plateia tentavam entender o que tinha acontecido, eu explicava que aquela habilidade era creditada ao método de memorização que eu havia desenvolvido. Um método que estava ao alcance de qualquer pessoa. Você quer mais eficiência e retenção na leitura, tanto para si mesmo quanto para seu filho estudante? Então o meu conselho é para que vocês tratem a leitura como uma atividade sagrada. Adotem uma postura ativa em relação ao ato de ler. Hábitos como falar mal do texto, reclamar da quantidade de matérias ou do professor são comportamentos negativos, poderosos venenos que fazem crescer radicalmente o bloqueio da aprendizagem. O contrário, ou seja, pensar de modo positivo sobre a leitura, desenvolver disciplina, concentração, conhecimento e domínio de regras gramaticais ajudam a memorização a ser mais efetiva. Consequentemente, o aprendizado acontece. Aprendemos a ler ainda na infância e os mecanismos de memorização e fixação de textos também deveriam ser ensinados nesta fase. Mas quem pensou em ensinar regras sobre o funcionamento da memória a uma criança? E quanto ao seu filho, ele conhece as regras sobre como funciona a memória dele?
local repleto de estímulos que desviam a atenção ou uma grande oportunidade, se o professor souber explorar dinâmicas de grupo. As instalações, a localização, o nível de ruído, a distância da lousa, a acústica, a iluminação, entre outros fatores podem interferir drasticamente na concentração, mas isso somente se o aluno permitir. Mais adiante, conversaremos sobre estratégias que podem ajudar seu filho a escolher a melhor colocação na sala de aula, com quem, como se sentar e agir para ampliar o seu poder de concentração. No momento, quero dissertar sobre outro tema de extrema importância nos estudo: a falta de tempo.
Muita matéria e pouco tempo. O que fazer?
Saiba que existe algo ainda pior do que não saber estudar: é não ter tempo para estudar. A combinação de muita matéria, pouco tempo e falta de organização é explosiva. Ela provoca a queda no desempenho acadêmico e a total paralisia de seu filho. Uma estudante aflita perguntou ao professor:
"Tenho uma prova dentro de noventa dias e mais de 300 páginas para estudar. O que eu faço?"
O professor respondeu:
"Comece!"
O quanto antes, faça seu filho perceber que ficar paralisado, contando páginas das matérias e decidindo quando começar, não ajuda muito. Paralisia é um mal que afeta grande parte dos estudantes e o que a causa é a falta de organização, a ausência de um plano de estudo para lidar com o excesso de informações disponíveis. Existe um provérbio chinês que diz:
“Para dar a volta ao mundo caminhando, basta colocar um pé na frente do outro”.
Ou seja, se seu filho precisa estudar um grande volume de matéria, terá de abrir o livro e começar, página após página. Mas devemos reconhecer que não é tão simples assim. Seja na preparação para uma série de provas, para o vestibular ou no edital de concurso público, o fato é que, às vezes, ele terá de enfrentar 8, 12, 14 ou até mais matérias. Mas isso não deveria ser um problema, pois, segundo a neurociência, para esgotar todos os espaços da memória, uma pessoa teria que aprender durante 10 horas por dia ao longo de 300 anos! Ou seja, seu filho ainda tem espaço de sobra para um milhão de vezes a quantidade de matéria que tem de estudar. Mas o drama vivido pela maioria dos estudantes não é de fato o conteúdo e sim não saber lidar com grande quantidade de informações. O resultado? Falta de paciência e desânimo. Quando converso com estudantes, em especial concursandos e vestibulandos, sempre deixo por perto uma caixa de lenço de papel. Esse pessoal é o mais chorão. Brincadeiras à parte, mostre ao seu filho que o primeiro passo para lidar com um grande volume de informações é reconhecer que se trata de alimento saudável para a memória.
Aparentemente, o muito pode ser pouco, dependendo do tamanho da ambição dele. Quer merecer o salário de desembargador, por exemplo? Tem que ralar muito, concorda? A guinada na vida de qualquer pessoa, e inclusive na de seu filho, está intimamente ligada ao sucesso nos estudos. Dependendo da área de atuação que ele escolher, terá que se dedicar exclusivamente aos estudos específicos. Certamente você já ouviu esta frase: “Toda escolha envolve uma renúncia”. Conte este fato a ele para que aprenda a fazer escolhas mais coerentes durante a vida. Talvez o que ele mais queira seja oferecer uma vida melhor para a família. Pode estar pensando em estudar numa universidade de ponta ou de fora do país. Para alcançar tais objetivos terá que abrir mão de algumas regalias. É assim que agem os campeões. Sacrificam alguns benefícios hoje para desfrutar de vantagens amanhã. Sendo assim, só tem um jeito para lidar com muita matéria e pouco tempo! Fazendo um plano de estudo. Portanto, comece deixando claro ao seu filho que será preciso excluir deste plano algumas atividades que o fazem perder tempo, como assistir àquela partida de futebol que não tem muita importância para o seu time, cancelar temporariamente a abertura de alguns sites que não estão acrescentando muito em sua vida e até colocar o relógio para despertar mais cedo. Um plano de estudos deve ser completo. Com ele, seu estudante preferido vai conseguir se organizar para estudar uma grande quantidade de matérias úteis. O tempo é o maior aliado e seu filho precisa aprender a usá-lo a favor dele.
A data da prova está marcada? As matérias estão definidas? Então é hora de começar.
Continue a leitura. Mais à frente, apresentarei um modelo para a elaboração de um plano de estudo infalível que vai colocá-lo no lugar merecido: ao lado dos campeões.
Menos decoreba, mais aprendizado
Você provavelmente já ouviu falar ou utilizou o “decoreba”, que é o apelido dado ao processo de memorização mais famoso do mundo. Consiste em alimentar a memória pela repetição sistemática do mesmo assunto até encharcar os neurônios. Seu filho certamente conhece esse famoso método e, provavelmente, já o utilizou. Como mecanismo de memorização, o decoreba é válido, pois é a primeira opção que sacamos quando precisamos registrar algo novo. Repetimos a mesma informação várias vezes até senti-la gravada na memória. O decoreba funciona, já ajudou a formar milhares de estudantes, mas tem suas armadilhas. Aqui apresento três delas:
Primeira armadilha: ocupa parte da mente consciente.
Você já reparou que quando está decorando fica difícil prestar atenção em outras coisas? Por exemplo, alguém pede para você comprar um remédio de nome complicado e, ao invés de anotá- lo, você prefere ficar repetindo. Se no meio do caminho algo chamar sua atenção, correrá o risco de
Compartilhe a história com seu filho e pensem a respeito. No final do tópico darei a resposta.
O hábito de decorar matérias em vez de estudá-las é praticado em todo o mundo, porque se trata de um recurso intuitivo. Não podemos ignorar totalmente seu mérito, mesmo porque, quem nunca comeu neste prato? Por isso, a decoreba não deve ser descartada, mas compreendida. Ela tem muito a ver com o processo de formação de memórias de longo prazo, aquela que usamos para gravar a letra da música, o hino do time ou a oração que repetimos todas as noites. O mais importante é você e seu filho saberem que existe um jeito de fazer com que a decoreba funcione e também um jeito eficiente de utilizá-la nos estudos. A memória de longa duração não tem apenas a ver com a quantidade de repetições, mas com a força e o intervalo com que algo é repetido. Trata-se da técnica de fixação de matérias que apresentarei num momento mais oportuno. Por agora, quero apresentar o último grande desafio dos estudantes: você acha que o uso de memórias artificiais é um remédio ou um veneno?
[Resposta do teste de raciocínio: guardas-noturnos não devem dormir no serviço.]
Como utilizar memórias artificiais
É bem possível que você já tenha ouvido ou lido em algum lugar a frase:
“Não confie na memória, anote!”.
Sinceramente, considero uma péssima ideia abandonarmos a memória natural e anotar tudo no papel, pois isso pode ser um estímulo à preguiça mental. Quanto menos utilizamos a memória, mais preguiçosa e lenta ela fica. E, ao sentir a memória lenta, passamos a não confiar nela. Nesse momento, criamos uma dependência de memórias artificiais, tais como agendas, blocos e gravadores. Por isso, verifique de que modo seu filho registra o que é dito durante as aulas. Se ele for do tipo que anota tudo, observe e tente descobrir se esta é uma forma de ele encobrir sua insegurança. Afinal, é a falta de segurança que leva alguns estudantes a escolhas que acabam mais atrapalhando do que ajudando. Lembre-se: escolhas erradas podem prejudicar a memória e o rendimento de seu filho. Veja alguns exemplos:
1 - Anotar tudo que vê pela frente
Existem alunos que gostam de anotar tudo que vêem e ouvem, tendo como regra essencial não perderem uma só palavra. Não há nada de errado em anotar. Mais adiante irei até apresentar algumas estratégias que ajudarão seu filho nesse recurso, caso ele goste de anotar. O problema é que a anotação exagerada pode se transformar numa espécie de muleta e prejudicar o entendimento durante a explanação, pois a
concentração, neste caso, dividir-se-á em vários ângulos:
Um: no que o professor está falando. Dois: nas palavras escritas na lousa. Três: naquilo que seu filho está meditando. Quatro: no que está anotando.
Anotações, conteúdos, exemplos, comentários e meditações. Coloque todos esses ingredientes ao mesmo tempo na mesma panela. A panela se chama memória de trabalho, que é limitada em tempo e capacidade. Resultado: seu filho deixará de registrar na memória informações importantes, porque elas não estarão chegando à memória permanente, indo apenas da LOUSA direto para o PAPEL. O caminho correto que a matéria deve percorrer é:
LOUSA > CÉREBRO > PAPEL
Para fazer da anotação um poderoso recurso para a aprendizagem, seu filho deve primeiro prestar atenção, raciocinar, memorizar e, por último, anotar. Neste caso, a anotação será uma poderosa ferramenta de fixação. Para conseguir fazer tudo isso ao mesmo tempo, basta que largue a caneta e preste atenção na fala do professor, faça perguntas, comente, enfim, confie na memória e participe da aula.
2 - Gravador de voz
Na ânsia de não perder detalhes da explanação do professor, alguns alunos utilizam gravador de voz, o que é, na verdade, o hábito moderno de anotar. Permita-me fazer uma observação: às vezes, o simples ato de ligar o gravador durante a aula faz com que seu filho “baixe a guarda” e não preste a atenção necessária. Outras vezes, o hábito de gravar a aula pode simplesmente estar associado à preguiça que ele tem de prestar atenção. Sim! Você leu corretamente: é possível que seu filho sinta preguiça até de prestar atenção! A justificativa é que o cérebro humano está programado para economizar energia; então, se temos como não utilizá-lo...
Ao usar o gravador, seu filho pode estar enviando ao subconsciente a seguinte mensagem:
“Não preciso prestar atenção nesta aula. Ela está sendo gravada.”
E o que acontece quando ele age desta forma? Gasta o dobro do tempo para aprender. Assistir à aula sem prestar atenção significa que seu filho terá de ouvir tudo novamente. O pior é que no momento de ouvir a gravação ocorre mais um prejuízo: durante a exposição da matéria, o professor emitiu sinais de comunicação não verbais, como postura, gestos, expressões faciais e outros que deveriam servir para despertar a atenção do ouvinte e estimular o aprendizado. Mas, ao preferir gravar a matéria, seu filho até acompanhou a
4 - Internet
Hoje é inconcebível pensar em estudar sem lançar mão do computador e da internet no processo da preparação da matéria. Esses itens da tecnologia vieram para ficar e são tão necessários quanto o agasalho no inverno. Num futuro próximo, raramente ouviremos falar o nome internet, pois ela estará tão integrada em nosso dia a dia, e o acesso ao seu conteúdo será tão instantâneo e automático, que será difícil ouvir a frase “Vou conectar e pesquisar na internet.” Em vez disso, a internet é que fará parte de nossa vida como um arquivo gigantesco correlacionando todos os seres humanos. Evidentemente, isso mudará a forma como seu filho estuda. Ele não será avaliado pelo que sabe, mas pelo que faz com o que sabe, pela forma como utiliza o conhecimento ao seu fácil alcance. Por isso, quero dividir com você, e quero que você divida com seu filho, algumas dicas de como utilizar a internet para os estudos e, mais do que isso, como fazer para que o conteúdo encontrado na grande rede realmente contribua com a aprendizagem dele.
Evite distrações
Você quer que seu filho seja um campeão nos estudos? Então, saiba que ele precisa ter foco total e não desviar a atenção para outros sites ou redes sociais, pois eles fazem seu filho perder um tempo precioso. Lembre-se de que campeões não jogam fora o tempo, mas fazem bom uso dele. Para evitar distrações, combine com ele de suspenderem temporariamente as entradas na internet e, se for necessário, que cortem o mal pela raiz. Faça assim: você cria uma nova senha e não conte qual é para o seu filho. Diga que só vai revelar quando ele tiver concluído os estudos dele.
Crie a pasta de favoritos
Se seu filho já tem uma ideia dos sites onde costuma pesquisar para estudar, e conhece bem a credibilidade do material por eles fornecido, adicione-os aos favoritos. Dessa forma, ele dinamiza a busca e terá sempre uma fonte fidedigna para consultar. Isso evita a perda de tempo com sites duvidosos ou que nada acrescentam ao acervo cultural dele.
Quantidade não é qualidade
A internet é uma poderosa fonte de informações e também um depósito de lixo. Seu filho precisa levar o estudo a sério e por isso deve selecionar o que recebe. Vale mais consultar um especialista do que um generalista. A pessoa que se dedica em profundidade a um só ofício, ou seja, um especialista, saberá mais do que aquela que conhece apenas superficialmente várias ocupações, ou seja um generalista. A ideia é se corresponder com pessoas que realmente sabem o que estão dizendo e fazendo. Suas opiniões devem ser as melhores. Como dizia o campeão de Box Muhamed Ali “Se você quer ser o melhor, deve fazer o que fazem os melhores.” Readequando esse conselho, eu diria que se você quer que seu filho adquira um
conhecimento sólido, ensine-o e o ajude a se relacionar com quem pode oferecê-lo.
Instale bons dicionários eletrônicos
Seu filho é do tipo de pessoa que quando fala dispara uma porção de gírias e termos chulos? Então, cuide disso o quanto antes, pois esse costume pode afastá-lo do mercado de trabalho. Investir em um bom vocabulário é a garantia de ser alvo dos caçadores de talento. Isso mesmo! É igual ao que ocorre no futebol. Numa partida amadora, muitas vezes existe um olheiro infiltrado à procura de algum garoto habilidoso. No mercado de trabalho, existem os caçadores de talentos. São pessoas com olhos e, principalmente, ouvidos treinados para identificar jovens com aptidões incomuns para atuarem no mercado. Uma ótima forma de se destacar é conversando corretamente, falando sem vícios e gírias, articulando bem as palavras. Mostrando, enfim, que tem habilidade suficiente para atividades de elevado nível intelectual. A linguagem da internet reflete a lei da velocidade e do mínimo esforço praticada na comunicação oral. O vício no uso de palavras como “pq”, “vc”, “kd”, “tb”, “hj”, “blz”, “flw” pode fazer com que seu filho se descuide ao escrever um trabalho de escola ou, mais adiante, uma importante proposta de trabalho, por exemplo. Psicólogos conseguem avaliar a capacidade de uma pessoa pela forma como ela fala e escreve. E a internet pode criar maus hábitos nesse sentido. Com a ajuda de um bom dicionário, seu filho pode melhorar a qualidade da redação e conseguir encontrar sinônimos corretos para aprimorar sua expressão.
vício eventualmente contraído. Vimos que a insegurança pode levar seu filho a anotar, gravar e até colar nas provas. O motivo é que o percurso da informação adotado nem sempre é o aqui reproduzido:
LIVRO > CÉREBRO > MEMÓRIA > PAPEL
Memórias artificiais podem ser valiosas aliadas nos estudos, desde que, antes, haja a compreensão do conteúdo. Neste caso, o ato de anotar ou gravar serviria apenas para revisão e reforço. Convém frisar: reforço da memória natural. A internet também foi alvo de nosso esclarecimento nesta primeira etapa do livro. Remédio ou veneno? Vimos que é preciso racionalizar o uso do computador e transformá-lo numa poderosa ferramenta para pesquisa e aprendizado de seu filho. A solução para isso está na seleção e na filtragem de sites e confiáveis conteúdos. Ajude-o nesta tarefa e na construção deste hábito e ele muito pode ganhar, tanto agora quanto no futuro, quando já for um profissional exigido no mercado de trabalho.
Afinal, o que é estudar com qualidade? Como elaborar um plano de estudo, garantir melhor aproveitamento do tempo e melhores resultados nas provas.
Este capítulo é especial, nele pretendo mostrar os passos necessários para o êxito de seu filho nos estudos. Eu o convido a pensar confiantemente na possibilidade de ele ser o destaque da classe e, quem sabe, até de toda a escola. As estratégias que você vai aprender para poder ensinar a ele são eficazes, terão forte impacto nos hábitos de estudo dele. Talvez impressionem pela simplicidade da sua aplicação. Muitas exigirão apenas diminutas mudanças no modo de pensar e agir de seu pequeno estudante. É também importante salientar que, para escrever este capítulo, pesquisei estratégias de aprendizagem e hábitos de estudo em diversas fontes, mas as melhores, sem sombra de dúvida, foram elaboradas a partir de entrevistas com os melhores estudantes que encontrei.
Ponto de partida: aproxime-se do professor
O primeiro passo para seu filho ser um campeão nos estudos é fazê-lo reconhecer que ele sempre terá muito a aprender. Quando cunhou a frase “Só sei que nada sei.”, Platão estava reforçando a ideia de que todos nós somos aprendizes. O estudo é uma jornada sem fim, na qual apenas podemos aumentar ou diminuir o ritmo e o professor é o facilitador nesta jornada. Num trecho do livro O Mestre dos Mestres, o cientista Augusto Cury evidencia um dos traços da personalidade daquele que foi o maior dentre todos os professores:
“Jesus era grande, mas se fazia pequeno para tornar grandes os pequenos.”
Colocar-se na posição de aprendiz é uma escolha inteligente, porque torna seu filho mais receptivo às orientações que serão ministradas pelo professor. Todo aluno sabe, ou pelo menos deveria saber, que em sala de aula o professor é a referência. É ele que prepara a matéria, conduz a aula e mostra aos alunos o que o mundo pode exigir deles. Aqui cabe uma recomendação: por mais que seu filho não goste da matéria, por mais que suspeite que nunca usará a fórmula, o idioma ou a teoria exposta, é importante que ele tenha boa vontade e aprenda. O simples fato de a novidade passar, mesmo que ligeiramente, pelo corpo caloso do cérebro, deixa-o mais inteligente. O professor presenteia os alunos todos os dias com sementes de inteligência. Por isso, o solo da mente deve estar sempre bem arado. Pergunte ao seu filho: “você já parou para pensar o quanto aquele professor, que todos os dias tenta ganhar a sua atenção, se preparou para estar ali?” Para merecer a posição dianteira da classe, foram longos anos de preparação: magistério, graduação, pós-graduação, monografias, estágios, inscrições, testes, entrevistas, demonstrações de