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PIPANÃO Este é um manual que explica, de forma clara e objetiva, como formatar um Trabalho Científico rigorosamente dentro das Normas Técnicas adotadas no Brasil. Atualizado - está de acordo com as últimas mudanças das Normas da ABNT. Didático - traz inúmeros exemplos para que qualquer estudante faça seu próprio trabalho científico. Ensina como fazer referências de dados de discos, filmes, dicionários, fitas de vídeo, Internet, além de livros, revistas, manuais & muitos outros. Traz ainda capítulos adicionais come Baú tira-dúvidas; Glossário dos termos mais relevantes eum Pronto Socorro Gramatical, com valiosas dicas de Língua Portuguesa. Sucesso de vendas desde sua primeira edição, em 1993, Normas Técnicas para o Trabalho Científico, do professor Pedro Augusto Furasté vem acompanhando as constantes mudanças nas normas da ABNT para se manter sempre atualizado, chegando à sua 14º edição com milhares de exemplares vendidos, sendo recomendado por professores e especialistas na área e adotado em diversas Universidades e Instituições de Ensino de todo o Brasil. ONJNU9I) OYJBGBI] O CsLd seua] SEUON Com Orientações de Língua Portuguesa Distribuição para todo o Brasil: ares SBN 85-906115-1-5 Dáctilo-Plus Recomendado em aualidade fala mais alto Es E Universidades de e Tel. (513395 2820 - Fax (51)3395 3557 q E todo o Brasil 14º edição Rua Conde de Porto Alegre, 387/03 ” |] i formulada Bairro Floresta | Cep 90220. 214 | Porto Alegre-RS a ; Ê Ampliada e Re 7885901611514 a Pedidos: pedrooturaste.com.br o Pedro Augusto Furastê Especialista em Lingua Portuguesa Diretor Técnico da Déctilo-Plus Psicanalista Gínica NORMAS TÉCNICAS PARA O TRABALHO CIENTÍFICO: ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DO COM EXPLICITAÇÃO DAS NORMAS DA ABNT Registro na Biblioteca Nacional nº 82.579 ] 142 edição Ampliada e atualizada 2008 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..... PRIMEIRA PARTE — ELABORAÇÃO DO TRABALHO 1 ESCOLHA DO TEMA .... 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA .... 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 4 COLETA DE MATERIAL Leitura Pesquisa Pesquisa Bibliográfica Pesquisa da Campo Pesquisa Experimental Pesquisa de Estudo de Caso Pesquisa-ação ..... Outros Tipos de Pesquisa 5 SELEÇÃO DE MATERIAL & REDAÇÃO DO TEXTO . A Palavra .... Frase / Oração / Periodo Relações de Sentido .. Parágrafo .... Qualidades e Defeitos de Estilo . Coesão e Coerência Clareza . Paralelismo Frases Fragmentadas Comparações 23 25 27 28 33 33 35 36 a 37 3 39 41 42 45 45 45 45 48 48 51 5 52 52 53 54 Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico é Furastê SEGUNDA PARTE - FORMATAÇÃO 1 DEFINIÇÕES 57 Tese .... 57 Dissertação ã ' 57 Trabalhos Acadêmicos e/ou Similares (Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, Trabalho de Graduação Interdisciplinar - TGI e outros 58 Projeto de Pesquisa ss 58 Relatório de Estágio 58 Artigo Científico 58 Trabalho Escolar . 59 Monografia 59 2 FOLHAS, DATILOGRAFIA / DIGITAÇÃO . 6 Papel Ofício ... 61 Digitação / Datilografia 81 Tipo de Letra (fonte) ... 62 Tamanho da Letra (fonte) . 53 Siglas 64 Qualidade 64 3 MARGENS E ESPAÇOS 65 Margens 65 Alinhamento da 65 Títulos ......... 87 Espacejamento . 69 Titulo dos Capítulos (seções primárias) 59 Título dos Subcapítulos (seções secundárias em diante) . 89 Entre as Linhas do Texto 69 Entre Parágrafos ...... ê E 59 Entre as Linhas das Citações Longas, Notas, Obras Consultadas ou Rodapé 69 Início de Parágrafos e Citações .. 70 4 PAGINAÇÃO ...... 73 5 ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO Teses e Dissertações e Trabalhos Acadêmicos 6 CAPA 79 7 LOMBADA ....... ee 81 8 FOLHA DE ROSTO . 83 9 FICHA CATALOGRÁFICA ... 85 10 ERRATA ........ 87 7 Normas Técnicas para o Trabalho Científico Furasté 11 FOLHA DE APROVAÇÃO ..... 89 12 DEDICATÓRIA ............... M 43 AGRADECIMENTOS............ ii isesseesmeeo 93 95 14 EPÍGRAFE ... 15 RESUMO EM LÍNGUA VERNÁGCULA ............. 16 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA ... 17 LISTAS .. Listas de Ilustrações . Lista de Tabelas .... Listas de Abreviaturas e Siglas Listas de Simbolos ... Fr 18 SUMÁRIO ... ssiraçõ Espacejamento no Sumário Destaque .. 19 SEÇÕES E ALÍNEAS . Título das Seções . Indicativo de Seção . Alíneas . Subalíneas 20 CITAÇÕES - Citação Indireta ou Livr: (paráfrase) Citação Direta ou Textual (transcrição) . Citação de Citação ..... - Sistemas de Chamada das Citações . Sistema Numérico de Chamada .. Sistema Alfabético de Chamada (autor- 21 NOTAS DE RODAPÉ .... 22 ILUSTRAÇÕES ..... 137 23 TABELAS pá Partes da Tabela . E Títuto da Tabela a Tracejamento ” o Cabeçalho . = o Coluna Indicadora “436 Unidades de Medida . Normas Técnicas para o Trabalho Cientifica 10 Furasté Numeração das Partes 193 Numeração das páginas 193 Capa .... 194 Lombada 194 Falsa Folha de Rosto Folha de Rosto .... 195 195 Prefácio (ou Apresentação) .. 196 Resumo .. 196 Listas 196 Sumário 197 Espacejamento no Sumário 197 Destaque ... 198 Introdução . 198 Desenvolvimento .. 199 Conclusões ou Recomendações 199 Anexo(s) . 200 Agradecimentos 200 Rerferências Bibliográficas 200 Glossário 201 Índice ... 201 Ficha de Identificação . 201 Lista de Destinatários . 202 Capa (terceira e quarta) 202 29 PROJETO DE PESQUISA, PRÉ-PROJETO / ANTEPROJETO 205 Capa .... 206 Folha de Rosto . 207 Introdução .. 209 Desenvolvimento . Elementos Pós-textuais . Configuração do Projeto 209 21 213 30 ARTIGO CIENTÍFICO (“PAPER”) Elementos Pré-textuais . Elementos Textuais .. Elementos Pós-textuais . Configuração do Artigo .. 215 218 218 221 223 31 BAÚ TIRA-DÚVIDAS .................... .. 225 32 VOCABULÁRIO BÁSICO .. . 233 TERCEIRA PARTE - PRONTO-SOCORRO GRAMATICAL 1 PRONTO-SOCORRO GRAMATICAL . « 251 Regras de Acentuação Gráfica .. 251 Expressões e Pronomes de Tratamento . 252 Plural de Nomes Compostos 254 u Furastê 2 RAPIDINHAS GRAMATICAIS OBRAS CONSULTADAS .... NORMAS DA ABNT CONSULTADAS ... POSFÁCIO .... ANEXO - NORMAS DE VANCOUVER Normas Técnicas para o Trabalho Científico Substantivos E = Adjetivos 25 Crase ..... Termos Técnicos de Anatomia Atualizados 259 Este / Esse / Aquele poe Uso do Hífen ... 265 270 271 « 272 uu 274 . 275 278 279 « 280 Orientações Ortográficas Separação Silábica ...... Por que / Por quê / Porquê / Porque s Uso da Vírgula e do Ponto-e-virgula .. Gentílicos Brasileiros ... E Abreviaturas ..........s... Abreviatura dos Meses E Abreviaturas latinas muito usadas e sua traduçã Grafia dos Numerais .............. neneasoa con . 285 Sumário das Rapidinhas Gramaticais 2as Rapidinhas Gramaticais .. 297 Cala-te ou dize alguma coisa que valha mais que « silêncio. Normas Técnicas para o Trabalho Científico Furasté Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico 3 Furasté INTRODUÇÃO Um de nossos objetivos, neste livro, é tentar tornar mais fácil e menos confuso o esforço que os estudantes precisam fazer para elaborar e formatar seus trabalhos científicos, elucidando dúvidas e apontando caminhos. Na primeira parte, sugerimos os primeiros passos para a pesquisa e apresentamos uma orientação para a elaboração do trabalho, desde a escolha do tema, a sua delimitação e a sua problematização, até a redação definitiva, passando pela coleta e seleção do material adequado. Damos, também, algumas orientações de como elaborar uma Introdução, e uma Conclusão além de como redigir o Texto propriamente dito. Para isso, trazemos as noções básicas de fraseação e paragrafação, relações lógicas entre palavras e frases, qualidades de estilo, como coerência, clareza, coesão e concisão, além de outras orientações importantes para a elaboração de um texto claro, enxuto e objetivo.” Outro objetivo é tentar estabelecer uma uniformidade de emprego, já que ela não existe, entre as diversas Instituições de Ensine, quanto às exigências a serem feitas relativamente à formatação e apresentação técnica de Trabalhos Científicos. Procuramos, para isso, explicitar algumas das orientações a serem seguidas para a elaboração, a estrutura e a apresentação, especialmente de teses, dissertações, artigos científicos, projetos, monografias, trabalhos de conclusão de curso, relatórios e outros. O fórum nacional responsável pela Normalização?, especificação técnica que descreve as regras, linhas de orientação ou características mínimas de determinados produtos ou serviços, é a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. A ABNT possui vários Comitês Nacionais, dentre eles, o CB-14 - Finanças, Bancos, Seguros, Comércio, Administração e Documentação, que normaliza, entre outras coisas, a feitura de Trabalhos Científicos” e outros documentos.” Chamamos a atenção, outrossim, que, para a elaboração e apresentação de livros e folhetos, artigos em jornais, fôlderes e assemelhados, bem como revisão de originais e outros trabalhos característicos e próprios de determinadas especialidades, existem normas específicas e que fogem dos objetivos desse nosso livro, razão pela qual não as explicitamos. ! Essas orientações são baseadas nas mais modernas teorias didático-pedagógicas adotadas nas principais Universidades brasileiras. 2 Normalização ou normatização é a mesma coisa. São termos sinônimos, 3 Assim são chamados os Trabalhos realizados dentro da metodologia que emprega Normas Técnicas. * Evidentemente que a consulta direta às Normas da ABNT é o caminho mais indicado e recomendado. Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico 16 Furasté Purasté 17 Normas Técnicas para o Trabalho Científico. Primeira Parte ELABORAÇÃO Normas Técnicas para o Trabalho Científico 18 Furasté Furasté 19 Normas Técnicas para o Trabalho Científico 1 ESCOLHA DO TEMA Geralmente o estabelecimento do tema do trabalho está vinculado à natureza do curso ou da área de atuação do estudante. Esse tema pode ser fixado, às vezes, pelo orientador ou pela própria Instituição, mas, via de regra, é o próprio estudante que faz a sua opção e deverá fazê-lo em função de sua preferência, pela facilidade que possui em transitar pelo assunto, pela necessidade da complementação de seus estudos, enfim, por algum motivo pessoal, O gosto e o interesse pelo assunto não permitirão que a realização do trabalho tome-se algo enfadonho, cansativo, pesado, pelo contrário, se o estudante escolhe um assunto que lhe é interessante, o trabalho acabará sendo entusiasmante e proveitoso. A preferência deve ser dada a algum assunto que seja pertinente ao curso do estudante, que esteja ligado à estrutura dos programas do curso e que o estudante vislumbre nele algo que o fará aprofundar seus conhecimentos, além de contribuir para o desenvolvimento do próprio âmbito científico da área explorada. Thompson? diz que, na escolha do tema, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: a) quanto à área - essa opção se faz de acordo com a natureza do curso — Direito, Administração, Economia, Medicina, Pedagogia, Bioquímica; 5 THOMPSON, Augusto. Manual de Orientação para preparo de Monografia. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991, Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico Furasté Resumidamente, podemos dizer, então, que, para se fazer uma boa escolha do tema, deve-se considerar, basicamente, a sua relevância no contexto em que se encontra, observando-se as contribuições que serão trazidas para o aprofundamento do estudo científico que o envolve sem perder a originalidade. Furasté Normas Técnicas para o Trabalho Científico 2 DELIMITAÇÃO DO TEMA É importante que se freie a tendência natural que os estudantes têm de escolher temas que sejam excessivamente abrangentes. Como já mencionamos, é preciso que se extraia do tema escolhido, através de uma análise sistemática, os seus principais elementos constitutivos. A delimitação do tema é o momento mais complexo, desafiador e importante para o processo inicial do trabalho. Depois de isolados os elementos que compõem o todo, devemos optar por um deles apenas. Lembrando, mais uma vez, que se deve optar por aquele no qual vislumbramos maiores facilidades de compreensão e desenvolvimento, além do gosto pessoal. Neste momento, já se deve estar formulando a noção daquilo que se quer buscar. Nem exageradamente simples, nem perturbadoramente complexo. Segundo Salvador,!* as principais regras para se efetuar uma divisão de PI p: gras p: um todo em suas partes são: a) a divisão deve ser adequada e completa; as partes quando tomadas juntas reconstituem o todo; t) nenhuma parte pode igualar-se ao todo; c) nenhuma parte da divisão pode conter outra parte; são independentes umas das outras; d) toda divisão deve obedecer aos mesmos princípios; se for levado em consideração o conteúdo, não se pode continuar à base do método, por exemplo; e) a divisão deve ser gradualmente progressiva, sempre da parte mais geral para a parte mais particular; 'º SALVADOR, Ângelo Domingos. Métados e Técnicas de Pesquisa Bibliográfica. 3.ed. Porto Alegre: Sulina, 1973.p.22 Normas Técnicas para o Trabalho Científico 24 Furasté £) procede-se à nova divisão de uma parte até se fixar em sua intenção inicial, ao seu interesse ou aos seus objetivos. Para que fique mais visível a delimitação, vejamos o esquema apresentado por Thums:! lha do tema TRANSPORTE 2. Delimitação do Tema: 1. Rodoviário 2. Ferroviário 3. Aeroviária 4. Hidroviário 2.1 Nova Delimitação do Tema: Transporte Rodoviário 1. decarga 2. de passageiros 2.2 Nova Delimitação do Tema: Transporte Rodoviário de Passageiros 1. passeio 2. lotações | 3. táxis 4. ômibus | 2.3 Nova Delimitação do Tema: Transporte Rodoviário de Passageiros de Ônibus internacionais interestaduais - intermunicipais locais circulares especiais excursões nusupn 3. Problema da Pesquisa: Transporte Rodoviário de Passageiros de Ônibus — Excursões (o que eu quero saber) Ex. Qua a qualidade do transporte de passageiros de ônibus de exenrsões da empresa XYZ oferecida aos usuários no percurso POA-SP-POA? “* THUMS, Jorge. Acesso à Realidade. Técnicas de Pesquisa e Construção do Conhecimento. 2.ed. Porto Alegre: Sulina/Ulbra, 2000. p.240, adaptado. Furasté 25 Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico FORMULAÇÃO DO PROBLEMA [69] Uma vez delimitado o tema sobre o qual versará nosso trabalho, é necessário que se tenha um cuidado especial na formulação do problema, ou seja, devemos proceder à problematização do tema, quer dizer, apontar um problema que precisa ser resolvido com relação à temática estabelecida para a pesquisa. O problema a ser definido é fundamental, pois ele será a base da investigação para a qual se busca uma solução. Einstein dizia: !º “um problema bem formulado está meio resolvido!” Essa é a etapa na qual se seleciona um aspecto particular dentro do tema já devidamente delimitado. Um problema bem formulado levará o pesquisador diretamente à resposta procurada, sem desvios. A delimitação, por si só, ainda permite que sejam feitas diversas interpretações e indefinições. Com o problema explicitado, o pesquisador volta-se mais direta e minuciosamente sobre o enfoque escolhido, permitindo o estabelecimento de roteiros e pontos de referência iniciais para começar a pesquisa bibliográfica, direcionando a pesquisa. “O problema é uma questão que se envolve intrinsecamente uma dificuldade de teoria ou prática para a qual deve ser encontrada uma solução” (THUMS).” Claro que devem ser levados em conta outros fatores que podem vir a influenciar na formulação do problema como exigências curriculares, o contexto geral do trabalho, o gosto e o interesse do aluno. 16 Desconheço a fonte original “” THUMS, Jorge. Acesso à Realidade. Técnicas de Pesquisa e Construção do Conhecimento. 2.ed. Porto Alegre: Sulina/Ulbra, 2000. p.31. Normas Técnicas para o Trabalho Científico 28 Furasté O ponto de partida continua sendo a Biblioteca. Deve-se frequentar várias delas “parimpando” o melhor que puder. É preciso buscar o fichário por assunto, separar tudo o que se relacione com o tema. É bom lembrar que os assuntos podem ser registrados de diversas maneiras. Umberto Eco! nos ensina: É aí que uma boa biblioteca me diz tudo o que posso encontrar nas suas salas, por exemplo, sobre a queda do Império Romano do Ocidente, Mas o catálogo por assuntos exige que se saiba como o consultar. É claro que não encontrará na entrada “Queda do Império Romano” na letra Q (a menos que se trate de uma biblioteca com um ficheiro muito sofisticado). É necessário procurar em “Império Romano”, em seguida em “Roma” e depois em “História (de Roma)”. E se trouxermos já algumas informações preliminares da escola glementar teremos o cuidado de procurar em “Rômulo Augusto” ou “Augusto (Rômulo)”, “Orestes”, “Odoacro”, “Bárbaros” e “Romano- Bárbaros (Reinos)”. É importante que se busque, igualmente, pesquisar nos chamados “repertórios gerais” que são enciclopédias, dicionários especializados, catálogos, anuários, anais, almanaques, etc. Pesquisar é trabalho árduo, cansativo, mas é através dele que o aluno consegue enfrentar a realidade do mundo, compreendendo-a, explicando-a e tomando-a parte ativa no contexto sociopolítico em que se encontra. LEITURA Ler é fundamental. A leitura é o meio de que dispomos para adquirir informações e desenvolver reflexões críticas sobre a realidade. Paulo Freire nos lembra, a propósito, ainda que: A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura “E apud THOMPSON, Augusto, Manual de Orientação para preparo de Monografia. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. p. 389 pise 29 Normas Técnicas para o Trabalho Cientifica juras daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente, A ão d er à s crítica implica a compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura eríica imp percepção das relações entre o texto e o contexto Mas é preciso lembrar que não basta correr os olhos pelas palavras. E necessário, sim, compreender o que elas, intrínseca ou extrinsecamente, significam. Além disso, é preciso inferir o que se encontra dito nas entrelinhas, e captar os pressupostos que o próprio texto encerra. Porém, mais que isso, é necessário que eliminemos quaisquer elementos que possam interferir negativamente em nossa leitura: - má postura ao ler; - deficiências de visão; - barulhos e ruídos externos; - ambiente inadequado; - iluminação insuficiente; - cansaço físico; - vocabulário muito restrito que exige uso de dicionário; Thums? diz que a “leitura é um processo de ler que, envolve, necessariamente, a compreensão crítica do ato de ler” (grifo do autor) O leitor precisa decodificar os conteúdos em suas diversas nuances estabelecendo o domínio das idéias propostas pela intencionalidade do autor, buscando, não só o que o texto diz em sua superficie, mas mergulhando na unicidade de comunicação contida em sua profundidade. á it ão. São Paulo: !º FREIRE, Paulo. apud INFANTE, Ulisses. De Texto ao Texto. Curso Prático de Leitura e Redação. São jane, 1998. p. 46. . » TEUMS, Jorge, cesso à Realidade. Técnicas de Pesquisa « Construção do Conhecimento. Z.ed. Porto Alegre: Sulina/Ulbra, 2000. p. 65 Normas Técnicas para o Trabalho Científico 30 Furasté Pode-se afirmar que há diferentes modos de se efetuar uma leitura, São várias as leituras: a) leitura sensorial: o contato com o material, com o livro, sentindo sua textura, seu colorido, tipos de letras, aspectos gráficos, fotos, ilustrações, etc. b) leitura emocional: leitura que vai produzir emoções a partir do conhecimento do conteúdo. A leitura vai nos agradar ou desagradar, fazer rir ou irritar... É uma leitura ainda informal, sem maiores compromissos analíticos. É uma Jeitura superficial ainda. c) ambas as leituras anteriores preparam a próxima: a leitura intelectual. Essa leitura começa por um processo de análise que procura detectar a organização do texto, percebendo como ele constitui uma unidade e como as partes se relacionam para formar essa unidade. Mas não se limita a analisar estruturalmente o texto, mas a buscar a intencionalidade do autor desse texto. Procura saber por que o autor escreveu, qual a finalidade, qual a mensagem que ele quis transmitir... Essa leitura implica uma atitude crítica voltada não só para à compreensão do “conteúdo” do texto, mas principalmente ligada à investigação dos procedimentos de quem o produziu. Enquanto processo, a leitura de um texto está embasada em noções mais amplas composta pela vivência que o leitor possui de mundo, além da habilidade em compreender a linguagem e o vocabulário utilizado. O hábito da leitura e a constante observação daquilo que o cerca, dão ao leitor mais facilidade de entendimento e o domínio sobre o conteúdo. * Essas alineas que tratam das leituras foram adaptadas de INFANTE, Ulisses, Do Texto ao Texto, Curso Prático de Leitura e Redação. São Paulo: Seipione, 1998. p. 49-51 | Normas Técnicas para o Trabalho Científico Para Hiihne (1989), 2 a leitura apresenta cinco formas básicas: a) exploratória: fase em que se lê tudo; o texto inteiro e completo para perceber o todo; b) analítica: fase em que se examina o texto, buscando-se as idéias que, juntas, expõem o todo; a idéia principal, as idéias secundárias, as partes enfoques abordados, a significativas, o tema, os problematização, a argumentação, as relações estabelecidas, c) interpretativa: fase em que se compreende o conjunto, interpreta-se, ou seja, colocamos no que o texto apresenta, as vivências que já possuímos; ao interpretar, elaboramos nosso ponto de vista sobre o assunto, questionando-o, avaliando-o, criticando-o; d) problematização: fase em que se retiram do texto os problemas trazidos, as dúvidas apresentadas; e) crítica: fase em que se contrapõem as idéias — as minhas e as do texto, formulando juízos. Indo mais além, é preciso que se decomponha o texto em suas partes constitutivas, da estrutura e do conteúdo — num exercício de análise do pensamento proposto. Após, faz-se a recomposição de um novo todo, agora com os juízos formados, coordenando-os conforme a nova linha de importância que foi dada à interpretação. É a fase em que o leitor vai reconstruir uma nova estrutura, ou seja, ele vai recompor o texto utilizando-se das idéias contidas no próprio texto juntamente com as suas. É o resultado da junção das idéias, transformando-as numa outra, nova, independente, 2 apud THUMS, Jorge. Acesso à Realidade. Técnicas de Pesquisa e Construção do Conhecimento, 2.ed. Porto Alegre: Sulina/Ulbra, 2000. p.67 Normas Técnicas para o Trabalho Cientifico 34 Furasté elaborar seu texto. É preciso lembrar que o texto a ser apresentado no trabalho não será uma mera cópia ou transposição de dados de diversos autores, mas um novo texto pessoal contendo o ponto de vista, a opinião, a compreensão dos fenômenos relativos às mais diversas áreas do conhecimento do autor do trabalho. Trata-se de um texto pessoal, único, inédito. Apesar de toda a tecnologia à disposição, a velha técnica das fichas de leitura aínda é a melhor. Sejam fichas, literalmente falando, sejam fichas no editor de texto ou no bloco de anotações do microcomputador. As anotações a serem feitas nas fichas devem ser destinadas a apresentar uma síntese do pensamento do livro ou do capítulo em questão. Essas fichas poderão apresentar resumidamente: campo do saber, tema geral, enfoques abordados, pontos de vista defendidos, problemas tratados, metodologia empregada, contribuições do autor e conclusões que esse autor apontou. Faz-se um resumo ou uma resenha do conteúdo acompanhado da inferência que se faz. Logo a seguir, na outra face da ficha, são colocados os comentários e/ou juízos pessoais a respeito do que foi lido e anotado. Por se tratar de uma ficha, é necessário fazer as anotações mais concisas possíveis, evitando palavras ou expressões desnecessárias. Podem-se expressar as idéias principais com verbos significativos: analisar, apresentar, categorizar, classificar, combinar, comparar, comprovar, contrastar, correlacionar, conter, criticar, debater, deduzir, detectar. definir, descobrir, descrever, diferenciar, discutir, distinguir, examinar, experimentar, identificar, investigar, provar, registrar, revisar, selecionar, separar, subdividir, sugerir, mostrar ... E j Furasté 35 Normas Técnicas para o Trabalho Científico Também pode ser anotada na ficha alguma passagem que possa servir para uma citação direta ou indireta; mas deve-se ter o cuidado de não alterar a idéia do outro. Há de haver o máximo de fidelidade possível. Um bom exercício é imaginar que o que está sendo escrito é uma espécie de recomendação do livro ou capítulo a uma outra pessoa que esteja interessada no assunto. Pesquisa de Campo É uma pesquisa que busca conhecer aspectos importantes e peculiares do comportamento humano em sociedade. Envolve estudos de satisfação, de interesses, de opinião de pessoas ou grupos de pessoas sobre aspectos de sua realidade. Trata-se de uma abordagem característica das Ciências Humanas e Sociais, ou por quaisquer outras que busquem a integração com a comunidade, e, para sua valorização, são utilizados questionários, entrevistas, protocolos verbais, observações, etc. Depois de aplicados os instrumentos escolhidos, e coletadas as informações, faz-se a tabulação dos dados para formular as conclusões. A vantagem desse tipo de pesquisa é que traz elementos sempre atuais e novidades recentes, o que dá ao trabalho um referencial social e humano do contexto pesquisado. A pesquisa de campo tem como objetivo imediato analisar, catalogar, classificar, explicar e interpretar os fenômenos que foram observados e os dados que foram levantados. Por isso, é necessário que os elementos sejam o mais Normas Técnicas para o Trabalho Científico 36 Furasté fidedignos possível, sem qualquer tipo de alteração ou interferência, De acordo com Bastos e Keller,” a pesquisa de campo visa a dirimir dúvidas, ou obter informações e conhecimentos a Tespeito de problemas para os quais se procura resposta, ou a busca de confirmações para as hipóteses levantadas ou, finalmente, a descoberta de relações entre fenômenos ou os próprios fatos novos e suas respectivas explicações. Pesquisa experimental Este é o tipo de pesquisa mais ligado às Ciências Naturais, sendo a grande responsável pelos grandes avanços científicos. Manipula variáveis sob um controle adequado com a finalidade de observar, analisar e interpretar reações e alterações ocorridas no seu objeto de pesquisa, necessitando de técnicas especiais, equipamentos adequados ou laboratórios a fim de medir as hipóteses levantadas. A pesquisa experimental se caracteriza por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno. Através da criação de situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-se a variável independente a fim de observar o que acontece com a dependente > Muitas vezes, essa pesquisa precisa ser repetida a fim de ratificar os resultados obtidos. ?* apud JOHANN, Jorge Renato (org) et al. Introdução ao Método Científico. Conteúdo e Forma do Conhecimento. 2.ed. Canoas: Ed. Ulbra/Sulina, 1999. p. 62 * CERVO, Armando Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 2.ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1977. p. 58 Furesté 37 Normas Técnicas para o Trabalho Científico Pesquisa de Estudo de Caso Nesse tipo de pesquisa, é feito um estudo exaustivo de atgum caso em particular, de pessoa ou de instituição, para analisar as circunstâncias específicas que o envolvem. Geralmente são analisados casos clínicos, médicos, psicanalíticos, psiquiátricos, psicológicos ou assemelhados que necessitem esclarecimentos objetivos e exclusivos. Pesquisa-ação É o tipo de pesquisa que envolve uma forma de engajamento social e/ou político em alguma causa popular em questão. Através da pesquisa-ação desempenha-se um papel ativo na resolução de algum problema estabelecido em determinada comunidade. Thums * diz que pesquisa-ação é um tipo de pesquisa que se aplica bem nas áreas da educação, comunicação, no serviço social, em organizações e sistemas, difusão de tecnologias e em práticas políticas e religiosas. Já para Thiollent ” a pesquisa ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida é realizada em estreita associação com uma ação ou com uma resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Outros Tipos de Pesquisa Dependendo do ponto de vista a ser assumido pelo pesquisador, é estabelecido o tipo de pesquisa a ser adotado. Logicamente pode-se adaptar mais de um deles, e até é bom que se faça isso. * THUMS, Jorge. Acesso à Reatidade. Técnicas de Pesquisa e Construção do Conhecimento. 2.ed. Porto Alegre: Sutina/Ulbra, 2000. p. 121 . ú apud THUMS, Jorge. Acesso à Realidade, Técnicas de Pesquisa e Construção do Conhecimento. 2.ed. Porto Alegre: Sulina/Ulbra, 2000. p. 121.