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Adubação e Nutrição em Pimenta Longa: Conceitos Básicos e Práticas, Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Este documento discute os conceitos básicos da adubação e nutrição em pimenta longa, incluindo a composição da planta, exigências nutricionais, adubação mineral e calagem. O texto oferece informações sobre a importância da adubação para o bom desenvolvimento das plantas, as necessidades nutricionais durante a fase de formação de mudas e as opções de substrato para o viveiro de pimenta longa.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 26/07/2021

gleison-rocha-2
gleison-rocha-2 🇧🇷

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ISSN 1517-2201
~.,. Ministério
~a Agricultura . "
e do Abastecimento
Número, 13
Setembro,1999
NUTRiÇÃO E ADUBAÇÃO:
Conceito e aplicações na formação
de mudas de pimenta longa
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ISSN 1517-

~.,. Ministério ~a Agricultura. " e do Abastecimento

Número, 13 Setembro,

NUTRiÇÃO E ADUBAÇÃO:

Conceito e aplicações na formação

de mudas de pimenta longa

ISSN 1517-

Documentos No 13 Setembro, 1999

NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO:

Conceitos e aplicações na formação

de mudas de pimenta longa

Edilson Carvalho Brasil

Ismael de Jesus Matos Viégas

Enilson Solano Albuquerque Silva

Rubenise Farias Gato

S U M Á R I O

  • INTRODUÇÃO
  • CONCEITOS BÁSICOS
  • CONSTITUIÇÃO DA PLANTA
  • ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DAS PLANTAS
  • ELEMENTOS ESSENCIAIS
  • SOLO-PLANTA................................................................. MOVIMENTO DOS NUTRIENTES NO SISTEMA
  • PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA AGRICULTURA
  • ASPECTOS GERAIS DA ADUBAÇÃO E CALAGEM
  • PRINCÍPIOS DA ADUBAÇÃO
  • ADUBAÇÃO DE MUDAS
  • ADUBAÇÃO DE MUDAS DE PIMENTA LONGA
  • CÁLCULO DE QUANTIDADE DE ADUBO
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO:

Conceitos e aplicações na formação

de mudas de pimenta longa

Edilson Carvalho Brasil^1 Ismael de Jesus Matos Viégas^2 , 3 Enilson Solano Albuquerque Silva^4 Rubenise Farias Gato^5

INTRODUÇÃO

A pimenta longa ( Piper hispidinervium ) é uma planta que ocorre tipicamente em áreas de capoeira da Amazônia, possuindo, em sua constituição, elevado teor de uma substancia aromática chamada safrol, muito usada como matéria-prima no processamento de fragrâncias, cosméticos e inseticidas naturais.

A produção de mudas é uma etapa fundamental para o sistema de produção de qualquer cultura, pois repre- senta o primeiro passo para a obtenção de plantas adultas vi- gorosas e com boa produtividade. Entretanto, para obtenção de mudas de boa qualidade, torna-se necessário o entendi- mento de alguns aspectos de grande importância, como exigências nutricionais da planta, tipo de substrato, aduba- ção, etc.

Geralmente, as plantas possuem necessidades es- pecíficas de nutrientes, exigindo o fornecimento na quantida- de certa e na forma adequada. No caso da formação de mu- das, a principal fonte fornecedora de nutrientes é o substrato, que deve conter os nutrientes necessários para o pleno

(^1) Eng.- Agr., M.Sc., Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal 48, CEP 66017-970, Belém, PA. (^2) Eng.- Agr., Doutor, Embrapa Amazônia Oriental. (^3) Prof. Visitante da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará. (^4) Eng.- Agr., Embrapa Amazônia Oriental. (^5) Bibliotecário, M.Sc., Embrapa Amazônia Oriental.

Matéria seca

Por sua vez, a matéria seca é dividida em:

30% de celulose 12% de proteínas 48% de extrativos não nitrogenados 4% de matéria graxa 6% de cinzas NUTRIENTES

As cinzas representam o estoque de nutrientes que as plantas possuem. Apesar de se encontrarem em pe- quena proporção em relação à matéria seca total, os nutrien- tes contidos nas cinzas são os constituintes mais importantes em termos de produção biológica da planta.

Como todo ser vivo, as plantas se alimentam de nutrientes. Os nutrientes nada mais são do que elementos químicos que ocorrem na natureza.

ELEMENTOS QUE FAZEM PARTE DAS PLANTAS

Nutrientes orgânicos: Nutrientes minerais:

Nitrogênio = N Fósforo = P Potássio = K Cálcio = Ca Magnésio = Mg Enxofre = S

Boro = B Cloro = Cl Cobre = Cu Ferro = Fe Manganês = Mn Molibdênio = Mo Zinco = Zn

Carbono = C Hidrogênio = H Oxigênio = O

COM QUE AS PLANTAS SE ALIMENTAM?

O carbono, o hidrogênio e o oxigênio, juntos, cor- respondem a 90-95% do total da matéria seca, fazendo parte dos compostos orgânicos e por isso são chamados de nutri- entes orgânicos. Os demais nutrientes são encontrados, prin- cipalmente, no solo e por isso são denominados nutrientes minerais.

ELEMENTOS ESSENCIAIS

São todos os nutrientes minerais indispensáveis ao desenvolvimento normal das plantas, sem os quais as plantas não conseguem completar seu ciclo de vida.

Classificação dos nutrientes essenciais: (além de C, H e O)

Macronutrientes primários: N, P e K. Macronutrientes secundários: Ca, Mg e S. Micronutrientes: B, Cu, Cl, Fe, Mn, Mo e Zn.

*Os termos macro e micronutrientes baseiam-se apenas na concentração em que o elemento aparece no teci- do vegetal.

*A divisão em primário e secundário baseia-se nas quantidades exigidas pelas culturas e, principalmente, na sua importância prática. Os macronutrientes primários são os mais usados e comercializados na agricultura.

Meios ou fontes que fornecem nutrientes para as plantas:

a) Ar - Carbono e Oxigênio. b) Água - Hidrogênio e Oxigênio. c) Solo - demais elementos (chamados nutrientes minerais).

MOVIMENTO DOS NUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-

-PLANTA

SOLO RAIZ PARTE AÉREA

*Pode-se dizer, então, que a planta tem a boca invertida, ou seja, a planta tem a boca para baixo.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA AGRICULTURA

Plantas produtivas Plantas sadias e bem nu- tridas

A agricultura deve fundamentar-se na obtenção de plantas (milho, arroz, feijão, mandioca, etc.) com boa produ- tividade, como forma do agricultor poder competir no merca- do e garantir um retorno econômico. Para tanto, é fundamen- tal que sejam dadas todas as condições necessárias para o bom desenvolvimento das plantas, ou seja, que os nutrientes estejam disponíveis na hora certa e nas quantidades requeri- das pelas plantas. Quando estas condições são atendidas, a lucratividade do agricultor geralmente é garantida.

Afinal, por que adubar?

Esta pergunta pode ser facilmente respondida, levando-se em consideração os seguintes aspectos:

a) Nutrientes absorvidos e exportados em grande quantidade pelas culturas:

De modo geral, as culturas extraem do solo gran- des quantidades de nutrientes, que são retirados (exportados) para fora da área de cultivo, através da colheita (grãos, fru- tos, raízes, etc.). Para se ter uma idéia disso, são apresenta- das, a seguir, as quantidades de N, P e K absorvidas e expor- tadas pela colheita de algumas das principais culturas usadas na região:

Cultura Parte da Nutrientes exportados (kg/ha) planta

Produção (kg/ha) (^) N P K

Feijão grãos 1.200 37,23 3,66 22,

Milho grãos 3.000 38,50 9,30 11,

Mandioca raízes 16.110 39,70 4,60 25,

b) Solos pobres quimicamente e com elevada acidez:

A grande maioria dos solos da Amazônia é de bai- xa fertilidade natural, ou seja, possui baixos teores de nutri- entes para fornecer às plantas. Além disso, possuem caracte- rísticas de elevada acidez, que podem ser expressas pelos al- tos teores de alumínio e baixo valor de pH. Como exemplo, tem-se, a seguir, um resultado de análise de solo do municí- pio de Igarapé-Açu, PA:

Identificação Prof.^ pH^ P^ K^ Na^ Ca^ Ca+Mg^ Al (cm) (água) ---------- (ppm)------------ ---------- (meq/100 ml)-----------

Fazenda da FCAP, Igarapé-Açu, PA 0-^

4, (Baixo)

2 (Baixo)

29 (Baixo)

15 (Baixo)

0, (Baixo)

0, (Baixo)

1, (Alto)

Prof. = Profundidade.

 Os fertilizantes simples são: uréia, cloreto de potássio, superfosfato triplo, superfosfato simples, entre outros.

 Os fertilizantes mistos são o resultado da mis- tura de dois ou mais fertilizantes simples.

Exemplo: a formulação 10-28-20.

PRINCIPAIS FERTILIZANTES MINERAIS CONTENDO N,

P, K, S, Ca e Mg.

Fertilizante Teores (%) N P 2 O 5 K 2 O S Ca Mg

Uréia 45 -- -- -- -- -- Sulfato de amônio 20 -- -- 22 -- -- Superfosfato simples -- 18 -- 12 20 -- Superfosfato triplo -- 42 -- 1,2 11 -- Termofosfato yoorin -- 17 -- -- 20 7 Cloreto de potássio -- -- 58 -- -- --

FERTILIZANTE ORGÂNICO

São substâncias de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes, em geral disponíveis mais lentamente para as plantas, que atuam para melhorar as ca- racterísticas químicas e/ou físicas do solo.

PRINCIPAIS TIPOS DE FERTILIZANTES ORGÂNICOS

Fertilizante Teores (%) N P K Ca Mg

Farinha de osso 2,0 12,2 -- 23,6 0, Farinha de peixe 9,5 2,6 -- 6,1 0, Torta de mamona 6,0 0,6 0,4 0,4 0, Torta de algodão 6,6 1,1 1,2 0,4 0, Esterco de gado 0,6 0,1 0,5 -- -- Esterco de cabra 2,8 0,6 2,4 -- -- Esterco de porco 1,0 0,3 0,7 -- -- Esterco de galinha 1,6 0,5 0,8 -- --

PRINCÍPIOS DA ADUBAÇÃO

A agricultura moderna exige aplicação contínua de fertilizantes com vistas à manutenção dos níveis de produti- vidade das culturas. Entretanto, para que a adubação seja re- alizada de forma racional, deve-se evitar a aplicação indiscri- minada de adubos, sem o devido conhecimento das necessi- dades nutricionais das plantas, do potencial do solo em for- necer nutrientes e das possibilidades de perda dos nutrientes aplicados através da adubação. Deste modo, os princípios básicos da adubação podem ser resumidos na seguinte fórmula:

Adubação = (Exigência - Fornecimento) x Fator

Exigência = Nutrientes extraídos e exportados pelas plantas. Fornecimento = Solo ou solo + adubo + correti- vo. Fator = Perdas (lixiviação, fixação, erosão, etc.).

ADUBAÇÃO DE MUDAS

No caso da adubação para a fase de formação de mudas, os princípios são os mesmos dos mencionados ante- riormente, porém deve-se fazer uma adaptação da fórmula apresentada, em que as necessidades nutricionais (exigênci- as) representam as quantidades de nutrientes necessárias para o pleno desenvolvimento da muda. Ademais, as plantas passam a absorver os nutrientes (fornecimento) diretamente do solo colocado na sementeira ou nos sacos de plástico. Isso pode ser expresso da seguinte forma:

Exigência = nutrientes extraídos pelas plantas para o bom desenvolvimento vege- tativo. Fornecimento = substrato + adubo + corretivo adubo = orgânico ou mineral. Fator = perdas (lixiviação, fixação, erosão, etc.).

ADUBAÇÃO DE MUDAS DE PIMENTA LONGA

A pimenta longa é bastante exigente em nutrien- tes, durante a fase de formação de muda, de vez que a se- mente não possui reserva nutricional suficiente para o desen- volvimento inicial da planta.

Nesta fase, os nutrientes que mais podem limitar o crescimento das plantas são, por ordem de importância: ni- trogênio, potássio, fósforo, magnésio e boro. Em condições de pouca disponibilidade destes nutrientes, o primeiro sinto- ma que aparece é de deficiência de nitrogênio, caracterizado inicialmente por um ligeiro amarelecimento das folhas, po- dendo se agravar, caso continue a condição de carência do nutriente, ficando as folhas com uma coloração amarelo- -pálida em toda sua extensão. Os sintomas de deficiência de potássio se apresentam com ligeiro amarelecimento ao longo das bordas das folhas mais velhas, podendo surgir, posteri- ormente, necroses nos bordos e ápices das folhas. Na defici- ência de fósforo ocorre uma coloração verde escura e brilho- sa nas folhas mais velhas, redução no número e tamanho das folhas e na altura das plantas. A deficiência de magnésio ca- racteriza-se por uma clorose entre as nervuras secundárias das folhas mais velhas. Os sintomas de boro caracterizam-se por uma redução acentuada no crescimento das plantas, fo- lhas deformadas, reduzidas, retorcidas, nervuras salientes e morte da gema terminal do caule.

Assim sendo, o substrato para a sementeira deve conter um mínimo necessário de nutrientes, de modo que, logo após a germinação, as plântulas de pimenta longa pas- sem a absorvê-los sem maiores problemas. Assim, o substra- to não deve ser encarado apenas como um meio para a ger- minação das sementes, já que as plantas ficam de quatro a seis semanas na sementeira, indicando a necessidade de en- riquecimento do meio, através da adição de esterco ou adubo mineral.

No viveiro, as plantas de pimenta longa encon- tram-se mais desenvolvidas e apresentam um sistema radi- cular bem pronunciado, necessitando ainda mais que os nu- trientes estejam disponíveis em quantidades e forma adequa- das, o que exige o fornecimento de todas as condições ne- cessárias para o bom desenvolvimento da planta.

Na preparação do substrato para o viveiro pode-se optar por algumas alternativas, em função da disponibilidade na propriedade de constituintes que podem fazer parte da mistura.

Então, o substrato para a se- menteira pode ser composto de duas porções de terra preta, duas de serra- gem e uma de esterco. Na falta de es- terco, uma segunda opção seria o pre- paro do substrato com uma porção de terra preta e uma de serragem, com- plementando-se com aplicação, sema- nal, de solução de uréia a 0,2% (colo- car 20 g de uréia em 10 litros de água).

Quais as opções de substrato para o viveiro?

3 a^ OPÇÃO

Quando não há disponibilidade de qualquer tipo de esterco na propriedade ou mesmo nas proximidades, o subs- trato para o viveiro deve ser preparado apenas com terra pre- ta, fazendo-se, entretanto, uma complementação com adu- bação mineral à base de nitrogênio, fósforo a potássio. Esta é uma situação que deve ser evitada, uma vez que o esterco é fundamental para a fase de formação de mudas de qualquer planta, pois além de fornecer os macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S), também possui em sua constituição os micronu- trientes (B, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn), disponíveis nas quantidades requeridas pelas plantas. Neste caso, a utilização de aduba- ção mineral para enriquecimento do substrato é de grande importância para a manutenção do nível de fertilidade do substrato.

Assim, para cada metro cúbico de substrato deve- se adicionar 300 g de cloreto de potássio e 700 g de super- fosfato simples. A adubação nitrogenada deve ser realizada semanalmente e após o transplantio, em cobertura, na água de rega, efetuando-se aplicação de solução de uréia a 0,6%, ou seja, colocando-se 60 g de uréia em 10 litros de água.

Substrato=terra preta + adubação complementar

Mas como calcular a quantidade de adubos?

CÁLCULO DE QUANTIDADE DE ADUBO

a) Solução de uréia a 0,4%

Pode ser aplicada com regador, durante as regas, ou utilizando-se um pulverizador costal com capacidade para 20 litros. Para o caso de usar um pulverizador costal, deve-se desenvolver o seguinte raciocínio: observar que 0,4 % cor- responde a 0,4 kg de uréia em 100 litros de água.

Como:

Então: 100 litros de água ---------- 400 g de uréia 20 litros de água no pulverizador ------ X

20 X = = 80 g de uréia 100

b) Substrato com terra preta e esterco de curral na

proporção volumétrica de 3:

Neste caso, as quantidades são calculadas em função do volume de terra preta e de esterco. Assim, a pro- porção de 3:1 corresponde à mistura de três partes de terra preta para cada parte de esterco.

Exemplo: 3 latas (15 litros) contendo terra preta com 1 lata contendo esterco.

3 pás contendo terra preta com 1 pá contendo esterco.

3 baldes contendo terra preta com 1 balde contendo esterco.

0,4 kg = 400 g

Assim 0,4 % de uréia corresponde a colocar 80 g de uréia em 20 litros ou 40 g de uréia em 10 litros de água.