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NUTRIÇÃO FUNCIONAL E ESTRESSE OXIDATIVO, Notas de aula de Nutrição

Com base nisso, a Nutrição Funcional trabalha modulando os sinais e ... Inter-relações em teia de interconexões metabólicas: Desenvolvida.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Tucupi
Tucupi 🇧🇷

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NUTRIÇÃO FUNCIONAL E

ESTRESSE OXIDATIVO

Sumário

  • INTRODUÇÃO.........................................................................................................
  • AULA 1 – INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO FUNCIONAL............................................
    • PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO FUNCIONAL
  • AULA 2 - SISTEMA ATMS
    • ANTECEDENTES
    • GATILHOS (TRIGGERS)
    • MEDIADORES
  • AULA 3 - ESTRESSE OXIDATIVO........................................................................
    • DEFESA ANTIOXIDANTES
      • Tipos de antioxidantes
  • AULA 4 - ANTIOXIDANTES NA DIETA
    • FLAVONÓIDES
    • CAROTENÓIDES
    • VITAMINA A
    • VITAMINA C
    • VITAMINA E
    • ZINCO
    • SELÊNIO
  • REFERENCIAS

Dessa forma, a nutrição estuda a necessidade dos organismos e células para manterem-se vivos e funcionantes. É uma ciência que investiga como o corpo quebra os alimentos e utiliza os nutrientes adquiridos através deste para consertar, manter e criar células e tecidos. De acordo com o Ministério da Saúde (2013), “Nutrição é o estado fisiológico que resulta do consumo e da utilização biológica de energia e nutrientes em nível celular”. Ou seja, é o resultado do processo de quebra dos alimentos após a ingestão e utilização de seus substratos como fonte de energia e nutrientes para as células funcionarem, promovendo a homeostase do organismo. Para o nutricionista, existem três fontes de informação que o auxiliam a identificar padrões consistentes com a alimentação e os diagnósticos clínicos, são eles: dados bioquímicos, exames físicos e mudanças funcionais. Figura 2. Inter-relação dos dados bioquímicos, atributos físicos e estado funcional. Fonte: Adaptado de KRAUSE et al., 2018. A maioria dos exames de rotina solicitados pelos médicos não avaliam o teor de micronutrientes e/ou a funcionabilidade da microbiota intestinal. Sendo assim, aplicar uma avaliação clínica detalhada, capaz de identificar os sinais e

sintomas que cada indivíduo apresenta é uma maneira de reconhecer os possíveis problemas que estão afetando o bem-estar do paciente. As reformas no cuidado da saúde estão modificando, de várias maneiras, a prática clínica dos nutricionistas. Essas mudanças aumentam o valor da avaliação física e funcional como componentes essenciais para o diagnóstico nutricional. Com base nisso, a Nutrição Funcional trabalha modulando os sinais e sintomas a fim de que o indivíduo expresse uma saúde com vitalidade e disposição. É uma área da nutrição que está ganhando mais importância nos últimos anos por aplicar condutas que busquem o equilíbrio metabólico e nutricional, capazes de modular respostas frente à individualidade bioquímica do paciente. Ao longo da disciplina você irá aprender sobre: ▪ Conceito e princípios da Nutrição Clínica Funcional; ▪ Sistema ATMS; ▪ Os efeitos do estresse oxidativo; ▪ Defesa antioxidante do organismo humano. As principais referências bibliográficas que utilizaremos para esta disciplina são as seguintes:

Figura 3. Ilustração de fatores ambientais que interagem com um conjunto de fatores genéticos, fisiológicos e bioquímicos em cada indivíduo. Fonte: O autor ( 2019 ).Tratamento centrado no paciente: A intervenção nutricional é estruturada considerando-se interconexões entre os sistemas orgânicos (e a influência dos fatores exógenos, antecedentes pessoais e familiares, prática de atividade física e uso de medicamentos) na busca pelo equilíbrio fisiológico do paciente – nesse sentido o foco é o paciente e não a doença. Ou seja, o tratamento não será focado exatamente na doença, mas sim nos fatores que desencadearam o aparecimento ou fortalecimento dessa patologia. Para determinação do correto diagnóstico nutricional, utiliza-se conjuntamente o sistema ATMs (Antecedents, Tiggers and Mediators – Antecedentes, Gatilhos e Mediadores). ▪ Equilíbrio nutricional e a biodisponibilidade de nutrientes: além de garantir a adequada oferta de nutrientes pela alimentação, é necessário a adequada absorção e ação dos nutrientes em nível celular (ou seja, sua ótima biodisponibilidade). Para tanto, é importante considerar a origem do alimento e sua forma de conservação e preparo, a forma química das suplementações e, por fim, a condição em que o indivíduo consegue absorver os nutrientes, seu estado clínico e sua necessidade nutricional. ▪ Saúde como vitalidade positiva: segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde se refere ao perfeito estado de bem-estar físico, mental e social

  • assim a intervenção nutricional tem como objetivo modular os desequilíbrios existentes para restabelecer a relação positiva entre todos os sistemas, atingindo a saúde de forma plena. ▪ Inter-relações em teia de interconexões metabólicas: Desenvolvida pelo Institute for Functional Medicine (IFM), a teia de interconexões metabólicas é uma ferramenta útil para nortear o trabalho da Nutrição Funcional, pois permite estabelecer as inter-relações entre todos os processos bioquímicos do organismo e entre o sistema ATMS, permitindo a identificação dos desequilíbrios metabólicos associados às condições clínicas apresentadas pelo paciente, favorecendo o desmembramento das bases funcionais destes distúrbios para o tratamento de suas causas. O esquema a seguir permite destacar as principais alterações de cada ponto da teia, para que seja possível compreender a origem dos desequilíbrios orgânicos do indivíduo, bem como estabelecer as primeiras e mais importantes condutas nutricionais. Figura 4. Sistemas orgânicos e interconexões metabólicas. Fonte: Adaptado de BAPTISTELLA et al., 2016.

c) Defesa e reparo: O ponto defesa e reparo aborda a relação entre alterações imunológicas, estado inflamatório e infecção. O sistema imunológico é alvo de diversos fatores exógenos e endógenos que, desde a vida intrauterina, podem comprometer o estado de saúde do indivíduo, podendo propiciar o surgimento de doenças autoimunes e desequilíbrios funcionais que levam a um estado de hiperinflamação desencadeador de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Por esse motivo, a escolha de intervenções nutricionais com nutrientes específicos (que podem apresentar propriedades anti- inflamatórias ou promover o aumento da resposta imune) deverá ser feita com base na situação clínica do indivíduo. d) Energia: O ponto energia avalia o metabolismo energético e a função mitocondrial. São diversos os fatores que podem promover o aumento do estresse oxidativo e produção das espécies reativas de oxigênio, como o estresse emocional, alta ingestão de ácidos graxos trans e frituras, alto consumo de bebidas alcoólicas, exercícios físicos extenuantes, medicamentos, contaminação por metais tóxicos, exposição a poluentes e toxinas ambientais, entre outros. Ainda, além desses fatores, a defesa antioxidante estará ainda mais comprometida pela baixa ingestão de componentes alimentares com ação antioxidante. Uma vez que os danos oxidativos causados em lipídios, proteínas e no DNA levam a importantes desequilíbrios funcionais nas células e podem aumentar o risco de diversas doenças, é importante que o consumo de nutrientes e compostos bioativos com ação antioxidante seja considerado na elaboração de planos alimentares (CARNAUBA et. al, 2018). e) Biotransformação e eliminação: O ponto de biotransformação e eliminação compreende o processo de destoxificação hepática, considerando a exposição a diferentes fontes de xenobióticos e compostos tóxicos (principalmente poluentes, toxinas ambientais, metais tóxicos, álcool, medicamentos e substâncias químicas presentes em alimentos como aditivos e corantes). O processo de destoxificação, que visa a eliminação dessas substâncias tóxicas do organismo, é dividido em três fases e ocorre por meio da ação de complexos enzimáticos que utilizam diversos nutrientes como cofatores (por exemplo, selênio, zinco, manganês e ferro). Desta forma, a exposição

excessiva a toxinas pode levar à depleção de nutrientes antioxidantes e alterações no funcionamento celular, propiciando o surgimento de sinais e sintomas e redução da vitalidade. f) Transporte: O ponto transporte investiga a saúde dos sistemas cardiovascular e linfático, uma vez que, para que os nutrientes, hormônios e neurotransmissores alcancem suas células alvo, um sistema de transporte eficiente é necessário, incluindo uma adequada funcionalidade desses sistemas. g) Comunicação: O ponto comunicação considera a função de todos os mensageiros orgânicos. Todas as reações bioquímicas endógenas são coordenadas pela ação de hormônios e neurotransmissores, que precisam estar em perfeito equilíbrio para manutenção da homeostase orgânica. Diversos fatores podem perturbar a ação de mensageiros, como a alimentação, estresse físico e emocional e o excessivo contato com toxinas ambientais que atuam como disruptores endócrinos. Apesar disso, existem algumas intervenções nutricionais que podem contribuir para o equilíbrio de hormônios e neurotransmissores e que certamente devem ser consideradas para indivíduos que apresentam desequilíbrio neste ponto. h) Integridade estrutural: O ponto integridade estrutural considera a integridade de membranas celulares, saúde óssea e demais aspectos estruturais do indivíduo. Assim, considerando a integridade estrutural, é necessário reduzir a exposição a contaminantes ambientais (que afetam a funcionalidade das membranas celulares) e ofertar alimentos que podem promover efeitos benéficos à saúde. Cada ponto da Teia de Interconexões Metabólicas pode estar relacionado com a suficiência ou deficiência de alguns nutrientes. Um mesmo sintoma pode estar envolvido em vários pontos diferentes das interconexões. Por exemplo: o zinco participa da produção de hormônios e neurotransmissores, dentre eles a testosterona e a serotonina (comunicação), participa da sinalização da insulina (Energia), melhora a saúde intestinal (Assimilação), a saúde hepática (Biotransformação e Eliminação), a saúde cardiovascular (Transporte), a saúde

Defesa e Reparo Vitaminas (A, C, D, E e complexo B), zinco, selênio, magnésio, cobre, ferro, ômega-3, glutamina, arginina, taurina, BCAA, nucleotídeos, resveratrol, curcumina, quercetina, epigalocatequina- 3 - galato, nucleotídeos, mel, própolis, geleia real, pólen, probióticos, prebióticos. Energia Magnésio, cálcio, zinco, ferro, cromo, vanádio, Complexo B, vitamina C, ácido lipoico, coenzima Q10, ômega-3, CLA, polifenóis, Hibiscus sabdariffa, Garcinia mangostana, Eriobotrya japônica, Curcuma longa, Camellia sinensis, Ilex paraguariensis,Undaria pinnatifida, Citrus aurantium, Citrus sinensis L. Osbeck, Capsicum spp., Cinnamom spp., Zingiber officinale. Fonte: BAPTISTELLA et al., 2018. Ao observar a tabela 1, é possível notar que os sintomas podem estar interligados e que os mesmos nutrientes agem em diferentes pontos. Uma vez que forem identificados os sinais e sintomas que irão compor a teia, é necessário analisar os principais tópicos em desequilíbrio e aplicar condutas dietéticas para promover o adequado funcionamento do organismo. Uma maneira importante de diagnosticar os desequilíbrios funcionais dos pacientes é aplicando o sistema ATMS. AULA 2 - SISTEMA ATMS O sistema ATMS (antecedentes, gatilhos e mediadores), representando na figura 5 , assemelha-se a Teia de Nutrição Funcional e leva em consideração a interconexão de todos os sistemas fisiológicos do nosso organismo, os antecedentes, os gatilhos e mediadores que afetam esses sistemas e os sistemas pertinentes ao desequilíbrio no funcionamento de cada um deles. Dessa forma, levam-se em consideração os aspectos que interferem no(a): ▪ Estresse oxidativo e metabólico energético

▪ Regulação hormonal e de neurotransmissores ▪ Digestão, absorção e integridade da barreira intestinal ▪ Suporte imunológico ▪ Integridade estrutural do individuo ▪ Destoxificação e biotransformação hepática ▪ Processo inflamatório ▪ Equilíbrio psicológico e espiritual Figura 5. Ficha de diagnóstico nutricional. Fonte: Adaptado de Paschoal et al., 2014. Sistema ATMS

Assim, crianças que não são amamentadas no peito apresentam um desequilíbrio no eixo fome-saciedade que podem predispor essa criança à obesidade na primeira infância e na vida adulta quando associada a outros fatores ambientais de risco (MELNIK, JOHN, SCHMITZ, 2013; OOSTING et al., 2013; POWER, SCHULKIN, 2013; STACHOWIAK et al., 2013).

2. Hipersensibilidade alimentar A hipersensibilidade alimentar ou alergia alimentar gera uma resposta imunológica que altera a função intestinal, liberando substâncias que atuarão como gatilhos para diversas desordens orgânicas, tais como: ▪ Respiratórias: asma, sinusite, coriza e congestão nasal constante ▪ Cardiovasculares: edema, taquicardia, inflamação de veias coronárias ▪ Gastrointestinais: doença celíaca, diarreia crônica, cólicas, obstipação, doença de Crohn, úlceras duodenais ou gástricas, gastrites, indigestão, síndrome do intestino irritável, síndrome e má absorção, náuseas, colite ulcerativa. ▪ Genitourinário: infecções crônicas da bexiga, síndrome nefrótica, incontinência urinária ▪ Imunológica: otites de repetição ▪ Mental e emocional: déficit de atenção, ansiedade, depressão, perda de memória, esquizofrenia, epilepsia ▪ Músculos esqueléticos: dores articulares, mialgias, artrite reumatoide ▪ Cutâneas: eczema, psoríase, urticária, dermatites, coceiras nos olhos ▪ Outros: enxaqueca As reações adversas aos alimentos podem gerar quadros de alergia alimentar (mediadas por IgE), hipersensibilidades alimentares (mediadas por IgG, IgM, IgA, IgE e células T) e intolerâncias alimentares (deficiências metabólicas, exemplo: deficiência da lactase). O primeiro quadro apresenta uma

resposta rápida após a ingestão do alimento desencadeante da ativação da ação imunológica. A hipersensibilidade e a intolerância alimentar apresentam uma resposta mais tardia.

3. Hábitos alimentares Vários estudos demonstram que o consumo elevado de alimentos com carga glicêmica alta, associado ao desequilíbrio no consumo de ácidos graxos ômega-6 em relação ao ômega-3, à deficiência, por exemplo de vitamina D e à falta de compostos bioativos e antioxidantes levam à ativação do fator de transcrição NFkB (Nuclear Factor kappa B), responsável pelo aumento da expressão de genes pró-inflamatórios, desencadeando inúmeras doenças como câncer, obesidade, dislipidemia, diabetes tipo 2 e doenças neurodegenerativas. Estudos demostram que o consumo diário de alimentos, com intervalo máximo de 3 em 3 horas, contendo os compostos bioativos lignanas, beta glucanas, antocianinas, licopeno e catequinas garantem efetivamente a modulação das reações bioquímicas envolvidas, contribuindo para reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. GATILHOS (TRIGGERS) Os gatilhos incluem fatores ambientais e alimentares atuais, que desencadeiam os sintomas relatados pelos pacientes, e ainda estresse emocional, físico e mental, radiação, estresse oxidativo, traumas, lipopolissacarídeos bacterianos (LPS), vírus e parasitas. Uma vez acionados, eles desencadearão inúmeras consequências deletérias para nosso organismo, como por exemplo, a ativação do fator de transcrição para genes inflamatórios como NFkB. MEDIADORES Os mediadores são quaisquer substâncias, enzimas ou fatores ambientais que causem os sintomas, a destruição dos tecidos e o comportamento em relação à doença.

por nutrientes que modulem os mediadores, restabelecendo o equilíbrio funcional de cada sistema. AULA 3 - ESTRESSE OXIDATIVO Para entender o assunto abordado nesta aula, é necessário compreender primeiramente, o que são espécies reativas de oxigênio e radicais livres. O oxigênio é essencial para a oxidação de compostos orgânicos e produção de energia para o metabolismo celular. Uma pequena quantidade do oxigênio consumido (2 a 5%) é reduzida, produzindo uma variedade de substâncias químicas altamente reativas, denominadas espécies reativas do oxigênio (ERO). Essas espécies reativas são átomos, moléculas, ou íons derivados do oxigênio, que em sua grande maioria possuem alta reatividade e podem provocar, em altas concentrações, danos as organelas celulares, ácidos nucleicos, lipídeos e proteínas. As espécies reativas podem ser didaticamente divididas em dois grupos: os radicais livres e os compostos não radicalares. Figura 6. Representação de uma molécula de oxigênio estável e instável. Fonte: O autor ( 2019 ). Os radicais livres são átomos ou moléculas que possuem um número ímpar de elétrons em sua camada de valência (camada mais externa). Isso o torna

instável e altamente reativo, fazendo com que esteja sempre buscando capturar elétrons das células à sua volta. Alguns exemplos são: ▪ OH• (íon hidroxila) ▪ HOH• (íon peroxil) ▪ O2-• (ânion superóxido) ▪ NO (óxido nítrico) ▪ O2 (oxigênio molecular) Já os compostos não radicalares, como H2O2 (peróxido de hidrogênio) e HOCl (ácido hipocloroso), não possuem elétrons livres, portanto, são menos instáveis que os radicais livres, mas também podem reagir com moléculas que estão ao seu redor. As mitocôndrias são a maior fonte endógena de produção de radicais livres nos eucariotos. O radical livre ânion superóxido (O2-•) é o mais comumente gerado, a partir de elétrons que escapam da cadeia transportadora das mitocôndrias e reduzem o O2 presente nas células. Já o óxido nítrico (NO), produzido por uma ampla variedade de tipos celulares, tem características importantes na modulação da pressão arterial. As EROs em baixos níveis e em condições normais possuem um papel importante e são naturalmente produzidos pelo metabolismo dos seres vivos. Um exemplo de suas funções no organismo é na resposta imune a infecções. O sistema imunológico atua na produção de radicais livres ao redor de bactérias, fungos e vírus para destruir sua membrana, tornando possível fagocitar esses microrganismos invasores. Há evidências de que as EROs também desempenham um papel importante na sinalização celular. A produção contínua de radicais livres em nosso organismo durante os processos metabólicos ativa nosso mecanismos de defesa antioxidante, que têm o objetivo de limitar os níveis intracelulares de tais espécies reativas e controlar a ocorrência de danos decorrentes, porém, um dos problemas da atualidade recai no fato da dieta da população estar cada vez mais deficitária em