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obesidade em idosos, Notas de estudo de Nutrição

obesidade em idosos

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 14/11/2009

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Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.6, n.8, jan./jun. 2006 – ISSN 1679-8678
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ARTIGO
________________________________________________________
Obesidade e Peso Corporal: riscos e conseqüências
Profa. Dra. Mariângela Gagliardi Caro Salve
Faculdade de Educação Física
Universidade Estadual de Campinas
Resumo
A manutenção do peso corporal, considerado ideal, é um fator
determinante no estado considerado saudável, levando ao bem-
estar e melhor qualidade de vida. Em situações que ocorrem
desequilíbrio entre a ingestão calórica e a diminuição da prática
da atividade física ocorre a obesidade. Essa pode causar vários
distúrbios. Como medida de controle, para prevenção da
obesidade, é fundamental manter uma dieta equilibrada e
praticar atividade física regularmente, considerada aeróbia, com
envolvimento de grandes grupos musculares, ritmo constante e
com intensidade moderada.
Palavras-chave: peso corporal, obesidade, deita alimentar e
atividade física.
Abstract
The management of the body weight that is considered the ideal
is one of several determinative points to a healthy stage, taking
us to the well fare and a better life quality. The obesity proceeds
from the reduction of the practice of physical activity, and may
be the cause of several disturbs. To a control and prevention of
obesity, it is fundamental to keep na equilibrated diet and a
regular practice of physical activity that is considerate aerobic,
with envelopment of many muscular groups, continual rhythm
with moderate intensity.
Keywords: body weight, obesity, alimentary diet, physical
activity.
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ARTIGO

________________________________________________________

Obesidade e Peso Corporal: riscos e conseqüências

Profa. Dra. Mariângela Gagliardi Caro Salve Faculdade de Educação Física Universidade Estadual de Campinas

Resumo

A manutenção do peso corporal, considerado ideal, é um fator determinante no estado considerado saudável, levando ao bem- estar e melhor qualidade de vida. Em situações que ocorrem desequilíbrio entre a ingestão calórica e a diminuição da prática da atividade física ocorre a obesidade. Essa pode causar vários distúrbios. Como medida de controle, para prevenção da obesidade, é fundamental manter uma dieta equilibrada e praticar atividade física regularmente, considerada aeróbia, com envolvimento de grandes grupos musculares, ritmo constante e com intensidade moderada. Palavras-chave : peso corporal, obesidade, deita alimentar e atividade física.

Abstract

The management of the body weight that is considered the ideal is one of several determinative points to a healthy stage, taking us to the well fare and a better life quality. The obesity proceeds from the reduction of the practice of physical activity, and may be the cause of several disturbs. To a control and prevention of obesity, it is fundamental to keep na equilibrated diet and a regular practice of physical activity that is considerate aerobic, with envelopment of many muscular groups, continual rhythm with moderate intensity. Keywords : body weight, obesity, alimentary diet, physical activity.

Introdução

A obesidade, talvez seja a enfermidade mais antiga que se conhece. Pinturas e estátuas em pedras já apresentavam mulheres obesas. As mesmas já foram encontradas em múmias egípcias, pinturas, porcelanas chinesas da era pré-cristianismo, esculturas gregas e romanas e em vasos dos Maias e Incas nas América (REPETTO, 1998). O excesso de gordura é um dos maiores problemas de saúde em muitos países, principalmente os industrializados. A obesidade é um problema de abrangência mundial pela Organização Mundial da Saúde pelo fato de atingir um elevado número de pessoas e predispõe o organismo a vários tipos de doenças e a morte prematura. Os indicadores de qualidade de vida colocam as pessoas obesas em desvantagens (NAHÁS, 2001). A obesidade é comum nos EUA sendo encontrada 33% em adultos e 20% nos adolescentes.Os americanos ingerem muita energia sob forma de gordura, especialmente as altamente saturadas e tem uma dieta pobre em amidos e fibras, este comportamento explica o motivo pelo qual os americanos apresentam taxas elevadas de além da obesidade, doenças cardíacas, hipertensão arterial e alguns tipos de câncer (NIEMAN, 1999). Em média um homem norte-americano adquire, depois dos 25 anos de idade, 0.5 Kg de peso anualmente após cada ano de vida e perde entre 100 e 200g de tecido magro, principalmente músculos e ossos, devido ao declínio da atividade física. O resultado desses eventos seria um ganho de peso corporal, em torno de 680 g por ano, em termos de peso constituído por gordura, ou melhor, um total de 20,4Kg extras de gordura corporal até os 55 anos de idade. Este aumento de gordura corporal leva as conseqüências econômicas, médicas, sociais e psicológicas (POLLOCK & WILMORE, 1983). Apesar de uma parte da população brasileira sofrer de desnutrição nos centros urbanos vê-se um surto de “gordinhos” e obesos devido a inatividade física e a ingestão imprópria de alimentos (NAHÁS, 1999).

separação); mudanças no estilo de vida (aposentadoria, fim de carreira esportiva, meia-idade, ocasiões festivas) e fisiológica, NAHÁS (1999).

Peso corporal e obesidade

O peso corporal é constituído de aglomerados de ossos, músculos, gorduras e outros tecidos (McARDLE, et al. 1990). No aspecto bioquímico é formado por: água, proteínas, minerais e lipídios (MALINA & BOUCHARD, 1991). Quanto ao aspecto anatômico é formado de: massa muscular, massa gordurosa, massa óssea e massa residual (POLLOCK & WILMORE, 1993). Os componentes causadores de variações na determinação do peso corporal são: músculos, ossos e gorduras. As alterações que ocorrem nesses componentes são devidos aos fatores de crescimento e de envelhecimento, alimentação, exercício físico e as doenças (MALINA & BOUCHARD, 1991). Em sua composição molecular um homem de 70 Kg tem a seguinte configuração: 43.3% da massa corporal correspondem à massa extracelular, e 56,6% de matéria intracelular. Um corpo de um jovem adulto tem aproximadamente 60% de água, 15-20% gordura, em torno de 15% proteína e um pouco mais de 5% corresponde aos componentes minerais como cálcio dos ossos. Quanto a faixa percentual de gordura recomendável para adultos jovens, são para homens 8-15% e 16-23% para as mulheres: Considera-se risco para a saúde quando o homem atinge percentual de gordura igual ou superior a 25% e a mulher 32% (NAHAS, 1999). Existe uma diferença básica entre excesso de peso e obesidade. Na obesidade o peso corporal como um todo excede a determinados limites e no segundo caso é a condição na qual apenas a quantidade de gordura corporal ultrapassa os limites desejados. Há casos em que os indivíduos podem ser considerados pesados e não gordos pelo desenvolvimento muscular e ósseo (massa magra) e não pelo excesso de gorduras, logo não comprometem seu estado de saúde e há outros casos de indivíduos com menor peso corporal possuir uma certa quantidade de gordura que comprometem o estado de saúde devido à deficiência muscular e óssea (GUEDES & GUEDES, 1995). Existem várias definições sobre obesidade, como veremos a seguir.

A obesidade caracteriza pelo acúmulo de gordura corporal. É considerada quando o IMC (índice de massa corporal) é igual ou superior 30. Considera-se obesos o indivíduo que exceder em 20% do seu peso ideal, ou mais especificamente, nos homens acima de 25% e acima nas mulheres de 30% (NAHÁS, 1999). Para POLLOCK & WILMORE (1993) é o estado que enuncia uma grande quantidade de gordura corporal total, que representa um dos componentes do peso corporal, acima dos padrões normais. Excesso de peso refere-se a qualquer montante ponderal que exceda a faixa específica, de acordo com a altura e compleição física específica e sexo (faixa esta determinada com base nas médias observadas na população). FISBERG (1993) a considera como um acúmulo de tecido gorduroso, localizado ou em todo o corpo, causado por doenças genéticas ou endócrinas ou ainda por alterações hormonais. Segundo McARDLE et al. (1990) a obesidade pode ser definida como um aumento excessivo da quantidade total de gordura corporal. São obesos os homens com mais de 20% do peso corporal de gordura e as mulheres com mais de 30% são considerado obeso. Segundo LOUMAN (1992) os homens são considerados obesos quando apresentam 25% superior de peso corporal total e as mulheres 32%.

Conseqüências da obesidade

A obesidade um problema de saúde pública porque predispõe o organismo à doenças e a morte prematura (NAHÁS, 1999). Existem várias conseqüências da obesidade: insuficiência cardíaca, diabetes, arteriosclerose, hipertensão cardíaca e aumento da mortalidade, assim um excesso de peso de 4.5 Kg aumenta a porcentagem de mortalidade em torno de 8; um excesso de peso de 9 Kg aumenta a porcentagem de mortalidade em 18 e assim por diante (LEDERER, 1991).

Fatores responsáveis pela obesidade

Atualmente a alimentação do mundo ocidental modificou de alimentos frescos para uma dieta rica em alimentos frescos, vegetarianos, para uma dieta farta de alimentos processados, refinados e de origem animal. Isto bem levado a população a ingerir calorias e gorduras em excesso, muito açúcar e sal refinados e pouco amido e fibras. Paralelamente ocorreu aumento de tecnologias poupando energia da população. Esses dois fatores tiveram como resultado previsível: a população mundial na maioria dos países começou a ganhar peso (NAHÁS,1999). Existe oito problemas importantes associados a obesidade: dificuldade emocional, aumento da osteoartrite, aumento da incidência de hipertensão, aumento dos níveis de colesterol e de outras gorduras do sangue, aumento do diabete, aumento de doenças cardíacas, aumento do câncer e aumento de morte prematura (NIEMAN, 1999). Os agentes promotores da obesidade são hormonais, hereditários, ingestão excessiva de alimentos e os baixos níveis de atividade física. Destes, na maioria dos casos, os fatores de estilo de vida (alimentação e atividade física) representam a combinação mais efetiva para o controle de peso e o desequilíbrio é a principal causa do crescente índice de sobrepeso (IMC>25) observado em nossa população (NAHÁS, 2001). Os fatores segundo POLLOCK & WILMORE (1993) são: genéticos, nutricionais, endócrinos, hipotalâmicos, farmacológicos, a administração de insulina, glococorticóides e castração e o sedentarismo. Este processo leva ao aumento das células adiposas e também aumento do número dessas células. Assim o tamanho final dos depósitos adiposos dependeria da interação entre a carga genética, fatores ambientais e hormonais que influenciariam o número e o tamanho de tais reservas. O sedentarismo e o excesso de peso são problemas interdependentes e que podem ser combatidos através de um estilo de vida ativo fisicamente. Assim, o sedentarismo e os distúrbios alimentares são os principais causadores da obesidade, ou seja, a inatividade física e a diminuição do gasto

energético do metabolismo associado ao aumento da ingestão alimentar, RUIZ & RUIZ (1993); WING et al. (1991); POEHLMAN, et al. (1995). Estima-se que menos de 5% das pessoas tem problemas hormonais (glandulares), como hipotiroidismo. Observa-se crianças de pais que não sejam obesos tenham 10% de chance de se tornarem obesos, se um dos pais for obeso a chance é de 40% e 80% se a mãe e o pai forem obesos. Estudos sugerem que o ambiente tem papel decisivo no desenvolvimento da obesidade, não se sabendo como se dá a interação dos fatores hereditários e ambientais no aumento de peso. O exercício físico, dieta e genótipo interagem de modo complexo, e por mais que se modifique o ambiente, os genes parecem ter papel significativo na determinação da longevidade, risco de doenças, potencial atlético e tendência à obesidade. A inatividade física é importante em todas as fases da vida, na questão da obesidade, como também a ingestão excessiva de alimentos onde as pessoas comem muito mais do que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim ultimamente as pessoas têm engordado na proporção que se tornam sedentárias e não seguem uma dieta equilibrada (NAHÁS, 1999). FISBERG (1993) as causas como alterações emocionais, culturais, regulatórias, metabólicas e fatores genéticos. Segundo ZIOCHEVSKY (1996) os fatores são: genético, endócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais e sócio-econômico. BOUCHARD (1991) menciona os que os fatores sócio-culturais são mais importantes que os genéticos. Afirma que em suas pesquisas realizadas encontrou 30% de riscos de obesidade foi devido a esses fatores. As alterações hormonais que ocorrem na menopausa estariam relacionadas às modificações na distribuição na massa de gordura que propriamente ao ganho de peso (TRÉMOLLIERES et al., 1996).

Classificações

A quantidade de gordura corporal é dividida em gordura essencial e gordura de reserva, que são componentes essenciais para que o organismo mantenha as suas funções de equilíbrio (CRYRINO & NARDO, 1996). A gordura

Métodos de avaliação de peso corporal

Fatores como condicionamento físico, genéticos, dieta, condições de hidratação e o sexo interferem na composição corporal do indivíduo (BRODIE et al., 1998). Em proporção as mulheres apresentam maiores quantidades de gordura. Portanto, são aspectos que devem ser avaliados. Para avaliar a obesidade recorre-se a medida da composição corporal, ou seja, gordura corporal (GC) e massa corporal magra (MCM). Para tal utiliza-se as técnicas de pesagem hidrostática, medidas de dobras cutâneas, hidrometria, determinação do potássio corporal, ressonância magnética, densidade por emissão de fótons ou bio-impedância (NAHÁS, 1999). As utilizações de medidas de adiposidades são universalmente utilizadas como parâmetros indicadores do estado nutricional. Este método deixa de considerar um fator importante que é a composição proporcional entre a massa magra e a massa gorda corporal. Em diversas situações o índice de massa corporal (IMC) superior ao padrão de normalidade pode simplesmente representar quantidade adicional de massa muscular. Indivíduos que realizam atividades físicas intensas apresentam altos índices de massa magra e indivíduos sedentários podem ser classificados nos padrões de normalidade para a massa corporal em relação a estatura, no entanto possui proporcionalmente elevada proporção de tecido adiposo. A bioimpedância é outro método que realiza a estimativa da composição corporal sob bases teóricas (OLIVEIRA, et al., 2000). Têm-se aumentado nos últimos anos preocupações com o desenvolvimento de métodos mais eficientes e precisos para estimar a composição corporal. Os métodos mais importantes consistem de equações derivadas, diretas ou indiretamente, da densidade corporal (pesagem hidrostática, bioimpedância, diluição de isótopos) ou de imagens (tomografia, RX) (BRODIE et al., 1998). Exames como: tomografia computadorizada, ressonância magnética e densitomigrafia, são eficazes, porém apresentam altos custos e baixa disponibilidade (KOOY & SEIDELL, 1983). Também se recorre a análise da relação cintura/quadril (RCQ) para avaliar a distribuição da gordura corporal

(ASHWELL et al. 1985). É considerada obesidade central quando seu valor é maior que 0.8 (KOOY & SEIDELL, 1983 e KOPELMAN, 1994).

Medidas de controle

Diversos autores recomendam a prática de atividades físicas, preferencialmente, aeróbias e controle alimentar para as pessoas que visam o controle ou manutenção de peso corporal. Ao considerar que o acúmulo de gorduras corporal que é devido ao desequilíbrio do consumo e o gasto energético tornam-se imprescindível à combinação de dieta controlada, incluindo os quatro grupos básicos de nutrientes e a participação de programas de atividades físicas. Os exercícios aeróbios, de longa duração e baixa intensidade, são os mais indicados no processo de redução e controle da quantidade de gordura corporal (GUEDES, 1995 e CYRINO & NARDO, 1996). Segundo AMATO & AMATO (1997) o controle do peso corporal depende de dois fatores, que são a dieta alimentar e a prática de atividade física. O indivíduo que faz menos atividade física deve comer menos, ao passo que o que faz mais atividade física tem maior liberdade de comer, pois as calorias ingeridas são queimadas. O binômio dieta/atividade física é o que determina a manutenção do peso corporal de cada indivíduo. A alimentação correta implica, segundo os autores acima mencionados, na ingestão da proporção adequada entre os componentes (proteínas, lipídeos e glicídeos). Essa deve conter pouca gordura (20% total dos alimentos), ser moderada em calorias e forte em carboidratos. Precisa ser rica em fibras, responsáveis pelo bolo fecal e o bom funcionamento do intestino. É necessário incluir vitaminas e sais minerais. Para que se consiga diminuir a ingestão calórica é importante reduzir a ingestão de alimentos com alto valor calórico e substituir a gordura saturada (animal) pela insaturada (vegetal). É proibido o uso de açúcares, doces concentrados, refrigerantes, bebidas alcóolicas, frutas secas (abacate e banana), gordura de modo em geral (carnes gordas, de porco, embutidos, manteiga, creme de leite, queijos gordurosos), condimentos gordurosos (maionese, mostarda e catchup) e pastelarias. Arroz, massas, batatas, mandioquinhas, beterraba, cenoura,

Km, de uma só vez ou várias vezes por dia. É importante fazer um exame médico preliminar, respeitar o princípio da individualidade e proteger-se adequadamente contra lesões articulares e musculares. Pesquisas mostram que o apoio familiar e de amigos é fundamental. O acesso deve ser fácil aos locais da prática. É fundamental recorrer-se ao tratamento comportamental, ou seja, identificação de padrão comportamental de alimentação, através de um diário, com registros detalhados de como comeu, com quem de que modo, sentimentos e grau de fome, a fim de corrigir e modificar os maus hábitos. Pode-se recorrer a psicoterapia e o uso de drogas para diminuir a sensação de fome (NAHÁS, 2001). NIEMAN (1999) sugere modificações comportamentais, autocontrole com registros da dieta, controle de eventos que antecedem a alimentação (identificar e controlar as circunstâncias que envolvem a ingestão ou ingestão exagerada), desenvolvimentos de técnicas para controlar o ato de comer (comer somente nos locais e horários definidos, colocar o garfo entre os bocados, etc...) e reforço de recompensas (os parentes ou os mais chegados podem oferecer um presente especial, uma viagem etc...). Segundo os estudos realizados os exercícios não devem ser visto como uma única e principal forma para o tratamento da obesidade. Pelo contrário melhorias na qualidade e na quantidade da dieta devem liderar a lista e os exercícios devem ser relegados ao papel de suporte. A maioria da energia consumida após o exercício aeróbico é pequena, a menos que a quantidade de exercício de alta intensidade tenha sido grande. Assim, os exercícios aeróbicos moderados durante a redução de peso auxiliam a melhorar o estado de saúde e a aptidão física, enquanto a real perda origina-se da redução do número de calorias consumidas. Segundo SILVA (1995) as atividades físicas atuam na composição corporal, isto é, contribuem decisivamente no combate ao excesso de gordura corporal. Elas utilizam preferencialmente os ácidos graxos como substrato para a produção de ATP, contribuindo para a eliminação de gorduras e, ao mesmo tempo, para a manutenção ou o aumento de massa magra, tanto em termos absolutos como relativos ao percentual de gordura, levando à melhora da performance dos indivíduos.

O exercício aeróbio deve ter intensidade moderada (dentro da zona alvo da freqüência cardíaca), a demanda energética precisa ser progressivamente mais elevada até atingir valores por volta de 2000 a 2500 Kcal /semana, com envolvimento dos grandes grupos musculares, de maneira dinâmica e num ritmo relativamente constante. Os exemplos de exercícios aeróbicos são: caminhada, corrida em ritmo moderado (jogging), natação, ciclismo, jogos coletivos (basquetebol, voleibol, futebol etc.) e modalidades praticadas individualmente, como esportes com raquetes (GUEDES & GUEDES 1995). Quanto aos métodos, existem dois: contínuo, a intensidade pode variar entre 50 a 85% do VO2 máx, com duração de trinta a sessenta minutos e intervalada, não se mantém em "steady state" duradouros. Trabalha-se com altas porcentagens de VO2 máx. Este método é eficiente, pois provoca adaptações significativas no transporte de O2 e nos tecidos, pois ocorrem melhora da capacidade de suportar e metabolizar concentrações elevadas de ácido láctico (MONTEIRO,1996). SHANGOLD (1990) cita que o exercício físico aeróbico com aumento da freqüência cardíaca e da oxigenação tecidual promove perda significativa de gordura abdominal em homens, quando comparado com mulheres. Nestas, o exercício físico inicialmente leva ao aumento da massa muscular e perda de massa gordurosa, não ocorrendo diminuição de peso corporal. Só após os três ou quatro meses haverá diminuições importantes do tecido gorduroso, refletido na perda de peso (IDICULLA & GOLDBERG 1987). CYRINO & NARDO (1996) comentam que freqüentemente o obeso não utiliza as vias públicas e academias, devido a sua imagem corporal negativa, restringindo a prática de atividade física ao seu próprio domicílio, o que é monótono e desmotivante. Cabe aos profissionais da área de saúde incentivá- lo a sua prática e conscientizá-lo que é extremamente necessária uma mudança no seu estilo de vida. Esta mudança de hábito de vida deve incluir uma alimentação mais equilibrada e adequada e a prática de exercícios físicos de forma regular. O obeso deve ter muita dedicação, paciência e conscientização. A abordagem preventiva e terapêutica passa por inúmeras intervenções: na família, escola e consultórios médicos e pela ação de inúmeros

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