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Obstrução Nasal na Infância: Causas, Sintomas e Tratamentos, Notas de estudo de Otorrinolaringologia

Recomendações da sociedade de pediatria de são paulo sobre a obstrução nasal na infância, incluindo causas, sintomas, diagnósticos e tratamentos clínicos e cirúrgicos. O texto aborda quatro grandes grupos de causas de obstrução nasal na infância e seus respectivos tratamentos, além de detalhar sintomas, sinais e tempo de evolução de principais causas inflamatórias e infecciosas. Recomendações para exames complementares, como nasofibroscopia e tomografia computadorizada, também são discutidos.

O que você vai aprender

  • Quais exames complementares são recomendados para avaliar obstrução nasal na infância?
  • Quais sintomas indicam infecção por vírus Influenza?
  • Qual é a causa mais comum de obstrução nasal na infância?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Salamaleque
Salamaleque 🇧🇷

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Sociedade de Pediatria de São Paulo
Alameda Santos, 211, 5º andar
01419-000 São Paulo, SP
(11) 3284-9809
Atualização de Condutas em Pediatria
Departamentos Científicos SPSP - gestão 2010-2013
Outubro 2012
62
Departamento de
Otorrinolaringologia
Obstrução
nasal na
infância
Departamento de Dermatologia
Cuidados com a
pele da criança
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Sociedade de Pediatria de São Paulo

Alameda Santos, 211, 5º andar 01419-000 São Paulo, SP (11) 3284-

Atualização de Condutas em Pediatria Departamentos Científicos SPSP - gestão 2010- nº 62 Outubro 2012

Departamento de Otorrinolaringologia

Obstrução

nasal na

infância

Departamento de Dermatologia

Cuidados com a

pele da criança

Departamento de Otorrinolaringologia

Obstrução nasal

na infância

Q

ualquer redução da passagem de ar, desde as narinas até a rinofaringe, pode levar ao quadro de obstrução na- sal e representar desde uma simples rinite até uma neo- plasia maligna. Dessa forma, as fossas nasais devem ser cuidadosamente estudadas,

para uma melhor definição diagnóstica e introdução da terapêutica mais adequada. De uma forma mais didá- tica, podem-se separar as di- versas causas de obstrução nasal na infância – e seus res- pectivos tratamentos – em quatro grandes grupos, mos- trados no Quadro 1.

Autora: Francini Grecco de Melo Pádua

DEPARTAMENTO DE OTORRINOLARINGOLOGIA Gestão 2010-

Presidente: Silvio Antonio M. Marone Vice-presidente: Shirley Pignatari Secretário: Ney Penteado de Castro Junior Membros: Alfredo R. Dell’Aringa, Danilo Sanches, Eulalia Sakano, Jair Cortez Montovani, Luc Louis M. Weckx, Luiza Hayashi Endo, Manoel de Nóbrega, Renata Cantisani Di Francesco, Renata Dutra de Moricz, Tania Maria Sih, Wilma Terezinha Anselmo Lima.

Quadro 1. Causas de obstrução nasal na infância e seus respectivos tratamentos

Causas Congênitas Atresia de coana Meningocele/ Meningoencefalocele Glioma Cisto Dermoide Inflamatórias/Infecciosas Gripe/resfriado Rinite Rinossinusite Adenoidite Alterações anatômicas Desvio Septal Hipertrofia Adenoideana Tumorais Tumores benignos Tumores malignos

Tratamento

Cirúrgico Cirúrgico Cirúrgico Cirúrgico

Clínico Clínico/cirúrgico Clínico/cirúrgico Clínico/cirúrgico

Cirúrgico Cirúrgico

Clínico/cirúrgico Cirúrgico/radioterapia/ quimioterapia

Departamento de Otorrinolaringologia

Quadro 2. Quadro clínico das doenças inflamatórias/infecciosas mais frequentes que podem levar à obstrução nasal na infância

Gripe

Resfriado comum

Rinossinusite aguda

Rinossinusite crônica

Rinite

Hipertrofia de adenoide

Malformações congênitas

Tumores

Quadro clínico Início súbito Febre alta, cefaleia intensa, tosse, dor de garganta, mialgia, congestão nasal, cansaço, fraqueza e falta de apetite, apresentando, de uma forma geral, sintomas mais intensos do que no resfriado comum. A associação da tosse e da febre no mesmo paciente apresenta um valor preditivo positivo de cerca de 80% em diferenciar a infecção pelo vírus Influenza dos outros quadros de infecção viral. Sintomatologia mais discreta Sintomas iniciais: cefaleia, espirros, calafrios e dor de garganta Sintomas tardios: coriza, obstrução nasal, tosse e mal estar. Obstrução nasal/congestão facial Rinorreia anterior/posterior Alteração do olfato Dor facial Obstrução nasal/congestão facial Rinorreia anterior/posterior Alteração do olfato Dor facial Respiração oral Coriza Espirros Prurido nasal e/ou ocular Obstrução nasal Obstrução nasal, respirador oral, roncos, baba no travesseiro, “encatarrado”, sono agitado, dificuldade em ganhar peso

Cisto dermoide: tumoração arredondada geralmente em linha média do nariz. Glioma extranasal: massa firme, não compressível nem pulsátil, que não se expande com o choro da criança. Ao longo da sutura nasomaxilar ou próximo à glabela intranasal: região da concha média e parede lateral do nariz, lembrando massas polipoides róseas, que não se distendem com o choro. Encefaloceles histologicamente idênticas aos gliomas, mas apresentam conexão com o sistema nervoso central e contêm liquor. extranasal, intranasal ou em combinação. Aumentam de tamanho com o choro ou esforço físico. Atresia de coanas: Unilateral: obstrução nasal e rinorreia unilaterais Bilateral: obstrução nasal bilateral, associado com outras malformações congênitas (oculares, cardíacas, SNC, otológicas e geniturinárias) Benignos: Obstrução nasal unilateral Crescimento lento TCSSPN sem erosão óssea Malignos: Obstrução nasal unilateral Outros sintomas que sugerem invasão: dor facial, neurites, epistaxe Crescimento rápido TCSSPN pode ter erosão óssea

Tempo de evolução <10 dias

<10 dias

10 dias e/ou piora dos sintomas no 3-5º dia < 12 semanas 12 semanas

Intermitente: <4x/ semana; <4sem/ano Persistente: >4x/ semana; >4sem/ano Geralmente a partir dos dois anos, podendo ser mais precoce Desde o nascimento

Quadro 3. Frequência de sinais e sintomas das rinossinusites agudas e crônicas em crianças

Sintoma

Rinorreia Tosse Febre Dor Obstrução nasal Respiração oral Queixas otológicas Otite média recorrente/otite média efusão

%

71- 50- 50- 29- 70- 70- 40-

Aguda <12 semanas X X X X

Crônica

12 semanas X X

X X X

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truturas ósseas. Assim, pode sugerir patologias benignas ou malignas de acordo com as características vistas. Pode mostrar comunicações intra- cranianas. É importante para o planejamento cirúrgico pré- operatório. Devem ser soli- citadas nas suspeitas de mal- formações congênitas e de tumores nasossinusais, assim como nas suspeitas de com- plicações das rinossinusites. A ressonância magné- tica (RNM) de seios pa- ranasais deve ser solicitada sempre que houver suspeita de acometimento intracra- niano ou orbitário. A angiografia é realiza- da na suspeita de tumores

vasculares que estão com planejamento cirúrgico, para embolização prévia.

Tratamento clínico Enquanto a rinossinusi- te viral deve ser tratada com sintomáticos como os anal- gésicos, antitérmicos e lava- gem nasal; na rinite alérgica é preconizado o tratamento escalonado com base em evidências como é mostrado nos Quadros 4 e 5. Nos Quadros 6 e 7 po- de-se observar o tratamento preconizado para a rinossi- nusite aguda bacteriana com base em evidências, as- sim como o fluxograma su-

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Tratamento cirúrgico Na maioria dos casos, a realização da cirurgia endo- nasal sob visão endoscópica permite um ótimo resultado com baixa morbidade. As-

sim, esta indicada nas cor- reções das malformações congênitas, na remoção das adenoides, na redução do tamanho das conchas nasais (nos pacientes que não me- lhoraram a obstrução nasal

Quadro 5. Fluxograma de tratamento da rinite alérgica

Diagnóstico de rinite alérgica

Sintomas intermitentes

Evitar alérgenos e irritantes pode ser apropriado Considerar imunoterapia específica

Leves Sem ordem de preferência: Anti-H1 oral ou Anti-H1 nasal e/ou Descongestionante ou Antileucotrieno

Anti-H1= antirreceptores H1 da histamina Fonte: Referência 2

Sintomas persistentes

Moderados leves Sem ordem de preferência: Anti-H1 oral ou Anti-H1 nasal e/ou Descongestionante ou Corticoide nasal ou antileucotrieno (ou cromona) Se rinite persistente, rever o paciente em 3-4 semanas Se falhar: “step up” Se melhorar: manter por pelo menos 1 mês

Moderados graves Em ordem de preferência: Corticoide nasal AntiH1 ou antileucotrieno Rever paciente após 2- semanas Melhora: “step down” e continuar tratamento por

1 mês Piora: reavaliar diagnóstico, adesão Associar ou aumentar dose de corticoide nasal Obstrução nasal: associar descongestionante ou corticoide oral (curtos períodos) Falha: encaminhar ao especialista

*Se conjuntivite Anti-H1 oral ou Anti-H1 ocular ou Cromona ocular ou salina

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com tratamento clínico), na correção do desvio do sep- to (realizada de forma mais conservadora nas crianças, e apenas nos casos mais acen- tuados até aguardar o estirão de crescimento), na remoção de tumores benignos (como os pólipos coanais e os naso- angiofibromas juvenis) e em tumores malignos como os sarcomas. Sabe-se que aproximada- mente 80% das crianças com queixas de rinossinusite crô- nica melhoram apenas com a remoção das adenoides. Nos casos em que essa melhora não for evidente, a abertura dos seios paranasais também com o uso do endoscópio

pode estar indicada. Cha- ma a atenção que, nos últi- mos anos, a indicação para a remoção das adenoides ocorre tanto por fator obs- trutivo (criança respiradora oral) como infeccioso (crian- ça “encatarrada” com sin- tomas de rinossinusite crô- nica), mesmo que a mesma não seja tão aumentada. Isto porque as adenoides podem funcionar como um verda- deiro reservatório bacteria- no, perpetuando o processo inflamatório/infeccioso. Os biofilmes são encontrados na superfície das adenoides em cerca de 95% das crian- ças com sintomas de rinossi- nusite crônica.

Quadro 6. Tratamento da rinossinusite aguda nas crianças, com base em evidências

Terapia

Antibiótico oral

Corticosteroide tópico

Corticosteroide tópico + antibiótico oral

Descongestionante tópico

Ducha nasal

Nível

1a

IV

1b

III (-)

IV

Grau de Recomendação

A

D

A

C

D

Relevância

Sim, após 5 dias e casos severos

Sim

Sim

Não

Sim

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  1. Granato L. Malformações Nasais na Linha Média. In: Tratado de Otorrinolaringologia. eds Campos CAH; Costa HOO. São Paulo: Roca, 2003, vol 3, pgs 150-159.
  2. Takara CK, B FO. Atresia Coanal Congênita. In: Tratado de Otorrinolaringologia, eds Campos CAH; Costa HOO. São Paulo: Roca, 2003, vol 3, pgs 160-165.
  3. Stammberger, H. FESS. Philadelphia: BC Decker, 1991:204.
  4. Sinus and Allergy Health Partnership. Otolaryngol Head Neck Surg, 2004; 130(1):S1:50.
  5. American Academy of Pediatrics Subcommittee on Management of Sinusitis and Committee on Quality Improvement: Clinical Practice guideline: management of sinusitis. Pediatrics 2001; 108:798-808.
  6. Pádua FGM e Wolf G. Cirurgia Endoscópica Endonasal na População Pediátrica. In: Rinologia e Cirurgia Endoscópica dos Seios Paranasais, Rio de Janeiro, Editora Revinter, 2006, pgs:77-90.
  7. Brook I. Curr Allergy Asthma Rep 2005; 5:482-490.

Quadro 8. Antimicrobianos preconizados no tratamento da rinossinusite aguda bacteriana na infância

Fonte: Referência 12

Terapia inicial em crianças

Amoxicilina (45-90mg/kg/dia) Amoxicilina/Clavulanato Cefuroxima axetil

Trimetropim/ Sulfametoxazol Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina

Amoxicilina/Clavulanato Ceftriaxona

Trimetropim/ Sulfametoxazol Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina Clindamicina

Opção terapêutica se não houver melhora ou piorar em 72hs

Amoxicilina/Clavulanato (90mg/6,4mg/kg/dia) Ceftriaxona Terapia combinada

Reavaliar paciente Terapia combinada

Reavaliar paciente

Reavaliar paciente Terapia combinada (Clindamicina/ Ceftriaxona)

Doença leve SEM USO RECENTE DE ANTIBIÓTICO (nas últimas 4-6 semanas)

Alérgicos aos β-lactâmicos:

Doença leve COM USO RECENTE DE ANTIBIÓTICO (nas últimas 4-6 semanas) OU DOENÇA MODERADA

Alérgicos aos β-lactâmicos: