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Ondas a procura do mar - PIERRE WEIL, Notas de estudo de Enfermagem

Uma Estória para os que querem entender melhor o que fazem neste Mundo...

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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PIERRE WEIL

Ondas

à

Procura

do

Mar

PIERRE WEIL é psicólogo francês, professor universitário e fundador de diversas associações nacionais e estrangeiras de psicoterapia. Como psicólogo, fez estágios prolongados com mestres hindus e tibetanos; como escritor, é autor de vários “best sellers”, dentre eles O Corpo Fala, Relações Humanas na Família e no Trabalho, Amar e Ser Amado e Revolução Silenciosa. Em Ondas à Procura do Mar o autor busca responder, de forma simples, simbólica e metafórica, perguntas fundamentais de origem existencial e espiritual, do gênero: Quem somos nós? Qual é a natureza do espírito? Qual é a relação do homem com o Todo? O livro é resultado de uma pesquisa bastante valiosa e significativa que contribui de forma ampla para o processo educacional no âmbito da psicologia. É indicado para escolas secundárias, cursos superiores de Filosofia e Psicologia e para todos, adultos e adolescentes, que possam se interessar a respeito do tema. É uma obra que diverte e liberta simultaneamente.

Uma Estória para os que querem entender melhor o que fazem neste Mundo...

CONTEÚDO

CONVITE A DANÇA

I. A BRISA

E eis como costuma começar a estória

II. O VENTO

Ondina e a metamorfose das ondas Das amizades de Ondina Ondina aprende a ciência e religião dos ondinos A conferência de Agadoisó e as entrevistas de Pena de Ganso Amores de Brilhantina e Conta-Gotas A loucura de Lunático e Onda Louca Ondina se apaixona por Semáforo Ondina na Gruta de Manitu

III. A TEMPESTADE

As gotas de ouro aumentam a tensão interondina A peregrinação de Brilhantina Manitu começa a revelar o grande mistério Os Ondinos vão à guerra O Retiro do Penhasco

IV. O GRANDE RETORNO

A Batalha da Grande Ilusão O Grande Retorno EPÍLOGO

Era uma vez... aliás sempre houve e sempre haverá uma extensão incomensurável, um espaço azul, luminoso, brilhante, de uma beleza indescritível. Ele está lá, com toda sua serenidade. Uma paz infinita o inunda e o impregna. É o Grande Oceano, o Grande Todo, este grande Ser sem forma, que forma as ondas de sua felicidade, verdadeiras ondas de luz. Esta plenitude, ele a vive constantemente graças ao grande arrepio de alegria que o percorre a intervalos regulares. Trata-se, sem nenhuma dúvida, do maior balé do mundo: O BALÉ DO GRANDE ARREPIO DE ALEGRIA. Este grande espetáculo que ele mesmo se oferece a partir dele mesmo é simplesmente a expressão do imenso amor que o acaricia. Como Narciso, ele se ama, contemplando seu próprio reflexo em suas próprias águas. Ele mesmo não tem história; cada grande arrepio tem uma. É sempre a mesma! E não me pergunte por quê! O Grande Oceano não tem “porquês”. Ele é mesmo a única resposta sem “pergunta”. Os “porquês” e suas “respostas” são apanágio do grande arrepio de alegria e das estranhas personagens encarnadas nas suas ondas; cada uma tem também sua história; como aquela de Ondina, de Grande Orelha, de Pena de Ganso, de Manitu, Respinguinha e ainda de muitos outros. Que eles me desculpem de não os citar todos aqui, mas eles são realmente muito numerosos. Você quer saber mais? Você quer saber por que e como as ondas dançam um balé e se transformam em verdadeiras personagens como você e eu? Pois bem...! Aqui está a história do BALÉ DO GRANDE ARREPIO DE ALEGRIA.

A BRISA

por exemplo, no caso de duas ondas que se amam e querem ter um bebê, ou quando as ondas fazem a guerra das ondas. Mas não nos antecipemos! Eu lhes dou estes dois exemplos para mostrar-lhes como vai ser importante essa Lei. A energia do Grande Todo se manifesta, pois, desta forma no começo de cada Balé. No mais, tem também a força da brisa que garante o movimento de todas as ondas e dirige as grandes etapas da história do Grande Arrepio de Alegria. Estamos aqui na fase da brisa que corresponde à primeira infância do Balé. Nesta época as ondas não sabem que são ondas. Elas não sabem absolutamente nada de nada porque não pensam ainda; não têm nenhum pensamento. Elas são ainda o Grande Oceano e nada mais; mas um dia vão esquecê-lo, ou melhor, o Grande Oceano, para aumentar sua alegria pelo seu arrepio, decidirá de pensar separadamente em cada onda... e é aí que as coisas vão se complicar! Mas isto é o futuro. Pelo momento, o Grande Oceano desfruta da primeira etapa de seu plano de Balé! Pensa no plano e usufrui dele ao mesmo tempo. Cada uma de suas ondas não é mais do que a expressão de seu grande arrepio de êxtase. Sim! O Grande Todo está em êxtase. Como é bom, como é doce, que maravilhoso para ele! A cada momento ele é diferente pelas suas ondas que o mudam e o transformam. E no entanto, a todo instante, ele é o mesmo pela cor azul de sua brilhante luminosidade que traduz sua onipotência. Em cada onda está o mesmo pensamento; esse seu pensamento reproduzido milhões de vezes, como a lua que aparece em muitos copos d'água, ou o mesmo programa de TV em inumeráveis aparelhos receptores.

O VENTO

outras. É um pouco como quando estamos no cinema e que nos esquecemos quem nós somos no momento em que o bandido rapta a criancinha e que ao mesmo tempo sabemos que estamos no cinema; à saída temos a impressão de haver sonhado. Em Ondina, o Grande Oceano vive uma espécie de sonho. E esse sonho torna-se cada vez mais intenso à medida que as sensações de Ondina e de todas as ondas se fazem mais precisas. É um período ainda muito obscuro para Ondina; ela não sabe mais que ela é o Grande Oceano, mas não sabe ainda quem é! É apenas à medida que reencontra as outras ondas que seus sentimentos se desenvolvem. Por exemplo, a cada ruído ou frufru de contato, se associa a sensação da onda que segue ao lado de Ondina. Com isto, pouco a pouco, a audição dos sons e a vista das formas se aguçam. Os frufrus coincidem por toda parte, sempre com o contato da onda que passa ao seu lado, se se pode exprimir assim para designar a base de seu corpo. Ondina vê, ouve, toca e cheira um certo odor marinho. O olfato de Ondina se refina, sem contar sua aptidão em distinguir o gosto de outras ondas, proveniente de gotícolas que salpicam em sua boca, porque agora ela tem uma boca bem sua; é um sabor iodado e salgado, bem específico. Ondina começa também a distinguir seu corpo dos outros corpos das ondas, graças ao seu movimento de dança que contribui para criar a idéia de separação, idéia de que ela é uma onda separada das outras ondas. E eis que já muitas vezes, quando seu corpo toma um determinado ângulo, ela vê o reflexo de sua forma e movimento na água. Sim! Decididamente Ondina sente que ela é alguma coisa separada das outras. Alguma coisa ou alguém? E então que, pouco a pouco, ela se põe a comparar as diferentes sensações entre elas, das ondas que passam com o reflexo de seu próprio corpo que agora ela já tem o hábito de reconhecer. Ela compara suas percepções entre elas; mede com os olhos e eis que começa a pensar; a princípio com as imagens, estas espécies de fotos que lhe passam pelo espírito. E depois, vêm os nomes; já várias vezes ouviu seu nome pronunciado por outras ondas mais velhas do que ela e que decidiram chamá-la assim: Ondina. Isto soa bem em sua orelha, pois ela tem uma, ou melhor ainda, duas; estas ondas mais velhas provêm

de outros arrepios de alegria, de outros lugares do Grande Oceano, o que faz com que a linguagem das ondas se perpetue de arrepio em arrepio. Não somente a linguagem, mas também a ciência, a história, a geografia e a literatura, são também conservadas assim e transmitidas de geração em geração e muitas outras coisas ainda que Ondina vai descobrir pouco a pouco à medida que ela vai dançar o Balé do Grande Arrepio de Alegria.

DAS AMIZADES DE ONDINA

Quanto mais Ondina pensava nas semelhanças e diferenças das ondas que ela reencontrava em seu caminho, mais ela queria saber; uma curiosidade insaciável se apossou dela. Ela queria aprender tudo daqueles que sabiam mais do que ela; e era isto que faltava. De dia, tagarelava com as outras ondas, dançando com elas;, à noite continuava a dançar, mas sem falar; ela nem mesmo pensava durante a noite; foi bem mais tarde que compreendeu por que, o que foi uma surpresa para ela e para todos aqueles que aprenderam certos segredos da vida das ondas com Manitu; é uma surpresa que reservamos para você também, você que nos acompanha neste Grande Balé. Ondina compreendeu também mais tarde por que queria tudo saber. Pouco a pouco começou a sentir prazer em se contemplar na água; passava horas a admirar-se; ora, isto a perturbava; e mais tarde foi tomada de uma vaga (ainda...!) nostalgia, de uma espécie de sentimento de que lhe faltava alguma coisa, ou alguém, o que lhe dava algumas vezes uma tristeza infinita; ela se sentia constantemente só no meio da multidão. Um dia, Manitu, o Sábio, a fará sair deste estado que se torna mais forte na adolescência, mas que se prolonga por muito tempo após, se bem que mais fraco. No fundo dela nasceu uma questão essencial que se tornou mais clara à medida que envelhecia: “Quem sou eu? O que faço aqui? Por que é que eu existo?” Só quando encontrar Manitu virá a resposta verdadeira a estas perguntas e a paz interior, graças a uma experiência secreta. Na espera, ela passeia e aprende um tanto de coisas e conhece um tanto de pessoas, perdão... de ondas.

  • Bom dia, Ondina; é verdade o que você disse aí; olhe minha espádua direita; ela tem um brilho todo dourado hoje; como isto me torna feliz! Seu torso se inchou de orgulho; seu brilho aumentou ainda e ela começou a requebrar mas não tão bem como Ondina; ninguém ultrapassava o modo de remexer-se de Ondina e disto ela tinha um certo orgulho; mas não o demonstrou na presença de Brilhantina; bem ao contrário!
  • E como você se movimenta bem, Brilhantina!
  • Você acha mesmo?
  • Mas sim! Olhe, outro dia eu vi Conta-Gotas se voltar ao ver você passar tão bem você se remexia. O brilho da testa de Brilhantina tornou-se vermelho de emoção:
  • Conta-Gotas! Ele me agrada, este rapaz; isto me faz sonhar... imagina você, Conta-Gotas e eu, que casal maravilhoso seria! Todo mundo nos admirará e morreria de inveja; você já pensou? meu brilho se ajuntando às gotas de ouro que ele coleciona todo o tempo; eu poderia mesmo ajudá-lo a fazer coletas! Oh! Ondina, você quer apresentar-me?
  • Mas, lógico! A próxima vez que eu o encontrar faço-lhe um sinal, sim?
  • De acordo! E elas se separaram com esta promessa. Brilhantina partiu sonhando com Conta-Gotas e no prestígio de suas gotas de ouro; quanto à Ondina, esta conversa lhe deixou uma certa amargura.
  • Eu, Eu, Mim, Mim, Mim, Eu, Eu.... E tudo que ela sabe dizer, esta Brilhantina! Ondina imaginava agora o par eventual; evidentemente havia bastantes pontos comuns entre os dois: o orgulho de Brilhantina com a avareza de Conta- Gotas. Ah! Eu me esqueci. Permita-me apresentar-lhe Conta-Gotas. Ele é chamado assim por causa de sua parcimônia; ele era avaro e passava seu tempo a colecionar gotas de ouro. Você me pergunta o que é uma gota de ouro? Você não sabe? Você deveria saber! E o que há de mais precioso no mundo dos ondinos, pelo menos de uma parte dos ondinos, os que são chamados de agadoisoístas (o que é um

agadoisoísta, eu lhes explico mais tarde, senão seria muita coisa para ser explicada de uma só vez!); as gotas de ouro são as gotas brilhantes; elas são mais freqüentes em regiões onde há mais sol; mas lá elas não duram muito tempo, o que fazia o desespero de Conta-Gotas.

  • Seis milhões quatrocentos e cinqüenta e um, seis milhões quatrocentos e cinqüenta e dois, seis milhões quatrocentos e cinqüenta e três... Cada gotinha brilhante que ele encontrava e que salpicava das outras ondas, ele se apossava dela e contava sem cessar; passava seu tempo a contar as novas gotas de ouro; ao mesmo tempo ficava infeliz, tenso e ansioso porque as gotas de ouro não duravam muito! Assim nutria um sonho; ele ouvira falar de gotas de ouro sólidas que se encontravam nas regiões glaciais; eram gotas de ouro congeladas; elas eram menos brilhantes, mais brancas, mas elas duravam; este sonho de ter gotas congeladas tornou-se uma idéia fixa; este será mesmo um dia um motivo de guerra entre os Ondinos... Na primeira vez que ele viu Brilhantina, o que justamente o atraiu foi o número excepcional de gotas de ouro que salpicavam de seu corpo; era um verdadeiro fogo de artifício de gotas de ouro; ele mesmo conseguiu apossar-se de algumas delas; as gotas de ouro de Brilhantina eram na verdade muito, muito brilhantes! Que alegria em contá-las e que tristeza vê-las desaparecer tão depressa. Foi aí que lhe veio uma idéia genial: fazer a corte a Brilhantina e declarar-lhe seu amor, pois ele pensava agora que a amava; na realidade, confundiu seu interesse em gotas de ouro com o amor; é uma confusão que fazem muitos ondinos, diga-se de passagem. Mas os outros ondinos nutrem em geral outros sentimentos, em particular, a atração que sentem à passagem de uma ondina. Conta-Gotas sentiu isto muito pouco, de tal maneira estava siderado pelas gotas de ouro e ocupado em contá-las; nem mesmo chegou a distinguir esta atração pelas gotas de ouro da atração por Brilhantina; ele tomou uma pela outra; isto não é muito diferente em toda parte, pois as duas levam os ondinos a querer possuir; no caso que chamam de amor, eles querem possuir-se mutuamente; no caso de gotas de ouro, querem possuí-las... E quanto mais crêem no seu “Eu” e seu “Mim”, mais crêem também que podem possuir qualquer coisa, ou qualquer um...
  • Olá! Você por aqui? Como vai sua vida? Você se restabeleceu de sua gripe? Espero que o reforço das gotas de ouro que salpiquei sobre você tenha lhe feito bem! Respinguinha cruzou com Ondina por acaso:
  • Pobre Pena de Ganso! Eu a vi agora, ela tem uma câimbra na mão; ela escreveu todo este último tempo. Eu a salpiquei caprichosamente, e opa! findou a dor! Como estou contente! Sim! Respinguinha era verdadeiramente um ser raro entre as ondinas; sentia prazer em aliviar os outros de seus sofrimentos; a verdadeira compaixão! Ela vibrou de alegria quando soube que Ondina tinha apresentado Conta-Gotas a Brilhantina; porque, apesar de tudo, amava Conta-Gotas; como a todo mundo, lhe desejava o bem; este é o verdadeiro amor; e em vez de ficar ciumenta, a idéia da perspectiva da felicidade, ou pelo menos da alegria de Conta-Gotas, a encheu também de alegria. Ela até mesmo vibrou de regozijo ao pensamento da alegria de Brilhantina, malgrado não conhecê-la. É muito raro, entre as onda, alguém que conhece todo mundo sem exceção; as ondas, em geral, não amam senão alguns amigos ou parentes; e mesmo isto com muita reserva. O Amor e a Compaixão de Respinguinha eram ilimitados. Mais tarde Ondina aprende com Manitu, o Sábio da Caverna, de onde vem esta pureza de coração. Ondina, no fundo, gostaria de ser assim; mas ela também tem dificuldades; divide as pessoas em boas e más; os defeitos dos outros, como, por exemplo, o orgulho de Brilhantina ou a avareza de Conta-Gotas a irritam; como é naturalmente gentil, ela mantém boas relações com eles; mas isto não é o amor incondicional de Respinguinha ou de Manitu; porque Manitu também é assim. Malgrado seu isolamento na gruta do Grande Penhasco, ele recebe todo mundo que vai procurá-lo com o mesmo fervor e o mesmo devotamento caloroso e cheio de entusiasmo. Salvo que lhes dá algo bem mais importante do que as gotas de ouro! Disto falaremos mais tarde... Aliás, Ondina ainda não conhece Manitu; ainda não está preparada para receber os seus ensinamentos; por enquanto, quer viver a vida e conhecer tudo. Sua curiosidade será muito satisfeita em seus encontros com Dixite. Dixite é um velho professor que passa seu tempo a estudar e ensinar; ele sabe das coisas, este Dixite!

Seu aluno preferido, o Pesquisador, estava justamente com ele quando Ondina foi fazer-lhe uma visita, dançando, bem entendido: pois é dançando como todos os ondinos que Dixite ensina.

ONDINA APRENDE A CIÊNCIA E RELIGIÃO DOS ONDINOS

Ela aprendeu coisas de Dixite desde sua primeira visita! Ela sabe agora que há regiões frias e glaciais e regiões quentes; ela compreende muito bem por que à noite seu corpo se resfria e de dia se torna mais quente; sabe também que vive numa região muito quente; nas regiões glaciais muitas ondas morrem tornando-se sólidas. Ela chegou justamente no momento em que Dixite explicava ao Pesquisador as diferentes maneiras pelas quais os ondinos têm de morrer. Pesquisador é seu aluno preferido, porque ele adora fazer perguntas; e como Dixite gosta de responder, eles se entendem muito bem! Pesquisador: – Eu pensava que as ondas não morriam senão nos turbilhões ou de velhice quando seu corpo diminui e elas desaparecem... Elas morrem também congeladas? Dixite todo contente pela ocasião de explicar alguma coisa, começa a vibrar de prazer:

  • Sim, e há também a morte no turbilhão e a morte de velhice por absorção; é o que nós chamamos de enmarmento; há também o enterro. Pesquisador: – O que é isto, enterro? Dixite: – Enterro é quando uma Ondina ou um Ondino se aproximam muito da costa; eles são então atirados em direção à terra e literalmente são destruídos por ela; é o que aconteceu com Risco. Vocês se lembram bem de Risco, aquele rapaz que adorava afastar-se das outras ondas, roçando os turbilhões; todo o mundo o admirava no seu esporte aventureiro e imoral. Pois bem, um dia ele se cansou deste gênero de aventura e se especializou em dançar sobre o limite onde começa a atração da terra; e passou muito tempo até o dia em que ele vacilou e opa! perdeu o controle e se fez enterrar. Bem feito! Ele jamais quis seguir minhas lições de obediência absoluta à Lei.