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Educador fisico no nasf
Tipologia: Notas de estudo
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São Gonçalo-RJ, dia 03 de novembro de 2010. No lugar de crianças, a praça de um dos bairros do município está repleta de idosos, ávidos para praticar atividades físicas. Sob a orientação da Profissional de Educação Física Lívia Madeira Santos (CREF 029262-G/RJ), os cerca de 30 alunos se exercitam ao som de músicas dos anos 50 e 60, em um aparelho trazido pela própria profissional, três vezes por semana.
Dona Luci Duarte, de 66 anos, conta que, por causa do feriado de Finados (02 de novembro), lamentava ter perdido uma aula naquela se- mana. “Já estava ansiosa. Isso aqui é muito bom, a equipe é nota 10!”.
Já dona Irene Silva, de 79 anos, comemorava empolgada com o fato de os exercícios físicos a terem feito deixar as muletas de lado. “Com os exercícios, graças a Deus, hoje me sinto muito bem”.
Antes da aula, a psicóloga, a nutricionista e a fisioterapeuta, que tam- bém integram o Núcleo de Apoio à Saúde de Família (NASF) daquela área do município, davam orientação quanto à aquisição de hábitos saudáveis, buscando, através da educação, promover a saúde do grupo.
“Já estava ansiosa.
Isso aqui é muito
bom, a equipe é
nota 10!”
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Enquanto isso, do outro lado do 2º maior município do estado, no bairro Porto Novo, a Profissional de Educação Física Alessandra Teixeira (CREF 029486-G/RJ), juntamente com a nutricionista Dra. Graciele Aguiar, atendia a população em um posto de saúde local. Ao todo, 15 profissio- nais de Educação Física atuam nos NASFs do município.
“Nós temos 176 Equipes de Saúde da Família (ESFs), com 15 núcleos de apoio. Cada NASF atende, aproximadamente, entre 10 e 14 equipes”, conta a psicóloga Dra. Aline Bastos, uma das coordenadoras do NASF São Gonçalo, ao lado da enfermeira Dra. Mônica Marques.
Pelos números, é possível constatar que ainda são poucos os núcle- os no município. Uma equipe chega a ficar responsável por 12 postos ou unidades de saúde. Contudo, é importante destacar que o NASF exis- te em São Gonçalo há pouco mais de um ano (desde agosto de 2009). Logo, sem dúvida, a tendência é aumentar o número de núcleos e, con- sequentemente, de profissionais.
“Nós que trabalhamos na área da Saúde percebemos que, neste pe- ríodo, aconteceram grandes progressos. Prova disso é que conseguimos viabilizar um projeto que irá possibilitar a contratação de mais profissio- nais no próximo ano”, comemora Dra. Aline.
Por ser recente, o trabalho no Núcleo de Apoio à Saúde de Família (NASF) ainda é uma grande escola para muitos – senão todos – os pro- fissionais de saúde. Criado pela Portaria nº 154/2008 do Ministério da Saúde, o NASF define uma política para o fortalecimento da Atenção Bá- sica à Saúde, através do apoio direto de profissionais especializados em diversas áreas do saber a um conjunto de Equipes de Saúde da Família (ESF). E a Educação Física faz parte de todo este contexto.
“Na verdade é uma construção coletiva. O aprendizado vem no dia a dia. A cada momento a gente acrescenta mais trabalhos e atividades”, relata a coordenadora.
“Na verdade é
uma construção
coletiva. O
aprendizado vem
no dia a dia” Dra. Aline Bastos
Prof. Lívia Madeira
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carinho para essas pessoas que, muitas vezes, não tem nem o que co- mer. Mas, mesmo assim, elas chegam à unidade de saúde com entusias- mo para a prática de atividades”, acrescenta o Prof. Diogo Arrais (CREF 027584-G/RJ), também profissional do NASF São Gonçalo.
Como em qualquer outro ambiente, segundo os profissionais entre- vistados, ainda há um certo preconceito por parte de outros atuantes da área de saúde. “Conflitos sempre existem, mas hoje em dia a gente percebe que há uma maior integração entre os profissionais”, afirma a coordenadora Dra. Aline.
“Quando nós chegamos, alguns perguntaram: ‘O que um Profissio- nal de Educação Física está fazendo em um posto de saúde?’”, conta a Prof. Alessandra, aproveitando para revelar a receita utilizada pelo grupo para driblar esse problema. “É preciso sair do convencional, mostrar re- sultados”, diz ela, se referindo às mensurações feitas pelos profissionais de Educação Física em relatórios e planilhas, referentes aos atendimen- tos e evoluções obtidas por suas intervenções.
Sem dúvida, muitas barreiras e percalços terão que ser enfrentados e superados por todo e qualquer Profissional de Educação Física que atua nos NASFs, em qualquer região do país. E somente com muito tra- balho nos postos e unidades de saúde, ou junto às populações nas pró- prias comunidades, iremos reverter este quadro e, consequentemente, mostrar a importância da nossa intervenção na atenção primária e pro- moção da saúde.
Obviamente, como afirmou a Prof. Alessandra Teixeira, é preciso men- surar e apresentar os resultados de todo esse trabalho não apenas às au- toridades de saúde, mas à própria sociedade, a principal beneficiária dos nossos serviços. Contudo, independentemente da apresentação desses dados e informações, nada se compara à satisfação em estar promovendo a saúde da população. Resultado esse que é mensurado pelo sorriso e ale- gria estampada nos rostos das pessoas.
“Como Profissional de Educação Física é extremamente gratifican- te trabalhar no NASF. O que me deixa feliz e faz com que eu me sinta importante é ver a melhora no quadro do beneficiário, seja ela física, emocional ou de autoestima. Aquela paciente de muletas (dona Irene, do início desta reportagem), não andava direito. Hoje ela chega pra mim e diz que se sente ‘uma menina de 15 anos’... Isso é muito bom!”, conclui emocionada a Prof. Lívia Madeira.
Prof. Alessandra Teixeira